Os Hallows e o Graal

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Mia Galvez
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Os Hallows e o Graal

Post by Mia Galvez »

Os Hallows e o Graal
Por Camila Galvez


Nas muitas lendas que a história abriga, homens e mulheres se perderam nas buscas pelo suposto cálice que Jesus teria utilizado para dividir o vinho com seus discípulos na última ceia, e que ficou conhecido como o Santo Graal, ou simplesmente Graal.
Lancelot, um dos cavaleiros da Távola Redonda, teria sido um dos que sucumbiram à tentação e saíram em busca da glória, poder e vida eterna que as lendas sobre o Graal prometiam. Lancelot acreditava que, se encontrasse o Graal, poderia, enfim, conquistar o amor de Guinevere, a esposa do rei e melhor amigo do cavaleiro, Artur. Mas a lenda do Graal começou antes das lendas arturianas, com o encontro entre o cavaleiro Percival e o eremita Trevrizent, que ensinou a ele os segredos do cálice.

“É uma coisa que conheço muito bem; valentes cavaleiros residem no castelo de Montsalvage, onde está guardado o Graal. Quero dizer-vos que tudo de que eles se alimentam lhes vem de uma pedra preciosa, que na sua essência é toda pureza. Se não a conheceis, eu vos direi o seu nome: é chamada de “a pedra caída do céu”. Não há homem tão doente que, posto na presença dessa pedra, não fique garantido de que ele vai escapar da morte durante a semana seguinte ao dia em que a viu. Quem a vê pára de envelhecer. Essa pedra dá ao homem tamanho vigor que os seus ossos e carne reencontram logo a juventude. Também tem o nome de Graal. (...) É pela virtude dessa pedra que a Fênix se consome e se torna cinzas; mas dessas cinzas renasce a vida; é graças a essa pedra que a Fênix realiza sua troca de plumas para reaparecer em seguida em todo o seu brilho, tão bela quanto nunca. (...)”

Extraído de Dicionário Templário, de Jean-Paul Bourre


Pela promessa de poderes e vida eterna, em toda a história o Graal teve o poder de inflamar vaidades, provocar conflitos e até mesmo causar a morte daqueles que o procuravam. A busca cega pelo Graal nada mais é do que a busca pelo maior dos poderes, impulsionada pela ganância e egoísmo do homem. E, acima de tudo, pelo medo de encarar a morte.

Mas, com o passar do tempo, muitas associações religiosas mudaram a concepção e o significado original do Graal. De um objeto material de grande poder, o Graal passou a ser associado a uma busca pessoal de cada um, uma forma de alcançar o divino e dar significado à vida. Só assim o viajante que o procurava poderia tornar imortal também a alma, e não apenas o corpo.

Com uma rápida pesquisa pela internet, quero destacar o significado que a associação universal dos Cavaleiros Templários dá para o Graal. Um aviso: não sou iniciada e nem mesmo fiz estudos aprofundados sobre os Templários, por isso, pode haver algum erro nas informações, embora eu tenha procurado fontes confiáveis. Vocês sabem como são as informações que caem na Internet, nem sempre elas são exatamente a verdade. Mas vamos lá:

Os Cavaleiros Templários eram os responsáveis por cuidar do fluxo de peregrinos cristãos à Terra Santa de Jerusalém. O local da sede dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários, era exatamente o Templo de Salomão, onde supostamente o cálice do Santo Graal teria sido guardado por muito tempo. Com a condenação dos Templários durante a inquisição, o segredo do Graal se perdeu para sempre, mas muitos ainda o buscam e fazem dessa busca um objetivo de vida.

Toda essa introdução que fiz nos traz ao que quero apresentar nesta coluna: os Hallows propostos por J.K.Rowling em Harry Potter and the Deathly Hallows são inspirados na lenda do Santo Graal. A promessa de poder e a possibilidade de vencer a morte, espalhados pela lenda dos três irmãos, faz uma clara alusão à história e às lendas antigas do Santo Graal. Basta observarmos o exemplo dos jovens Dumbledore e Grindelwald, que se deixaram, cada um à sua forma, se levar pela ganância de encontrar a Varinha Anciã (Elder Wand), a Capa da Invisibilidade e a Pedra da Ressureição. Juntos, os Hallows davam ao bruxo que os possuísse o poder de tripudiar a morte, assim como o Graal prometia àqueles que o procuravam.

Grindelwald e Dumbledore justificavam suas buscas como um bem maior, “the greater good”, como é descrito no livro. Eles alegavam que era a vontade de mudar o mundo bruxo e fazer com que eles tivessem mais poder sobre os trouxas que impulsionava ambos na busca pelos Hallows. Mas o homem é essencialmente egoísta, e na verdade, era esse sentimento que movia tanto Grindelwald quanto Dumbledore. O último chegou, em seu momento mais cego, a duelar com seu irmão Aberforth, logo após a perda da mãe, pois este achava que Dumbledore só se importava com os poderes que os Hallows poderiam oferecer para benefício próprio. O irmão mais novo reprovava as atitudes dos dois amigos, pois enxergava a maldade de Grindelwald, e até onde ele estava disposto a ir para encontrar o que queria. A briga acabou mal: o duelo causou a morte da irmã de Dumbledore, Ariana.

A partida da frágil garota chamou Dumbledore para a realidade, mas não o fez desistir de buscar pelos Hallows. Apesar de perceber que Grindelwald havia se desviado do caminho por causa deles, Dumbledore queria, acima de tudo, encontrar a Pedra da Ressurreição, como uma forma de se redimir de seus erros para com seus entes queridos já mortos. Desejava tanto, que chegou à loucura de se arriscar para recuperá-la do anel dos Pevereel, transformado em uma Horcrux por Voldemort. E assim, a busca pelos Hallows foi a sua própria ruína, exatamente como aconteceu a muitos que buscaram o Graal nas lendas.

Outro ponto interessante que podemos destacar, e que reforça ainda mais a idéia de Hallows = Graal, é o símbolo formado pela união da Capa, da Varinha e da Pedra. Descrito por J.K.Rowling como um triângulo com um olho dentro, o símbolo é muito mais antigo do que as histórias de Harry Potter. Há muito tempo é utilizado para representar “O olho que tudo vê” ou “Olho da Providência”, com a idéia de que os seres humanos são assistidos pelo Grande Arquiteto do Universo (the Great Good?), um ser divino onipresente e onipotente. Portanto, os Hallows são, da mesma forma que o Graal, uma maneira de atingir a imortalidade da alma e se aproximar de Deus. Além disso, o “Olho da Providência” é um dos grandes símbolos utilizados pelos Templários para representar o divino.

J.K. Rowling também é fã confessa de Tolkien, e podemos extrair de “Senhor dos Anéis” novamente o símbolo do triângulo com o olho dentro, dessa vez associado a Sauron. Outra coisa que me chamou muito a atenção foi a forma como ela fez com que o medalhão-horcrux dominasse aqueles que o usavam. Acredito que, daqueles que leram “O Senhor dos Anéis”, não fui a única a notar a semelhança do medalhão com o Um Anel, e a forma como ele dominava aqueles que o usavam. Mas isso já é assunto para uma outra coluna, que vou desenvolver mais para frente.

Com essa, quis demonstrar como é mágica a forma com que J.K.Rowling nos brinda com elementos e lendas muito mais antigas do que podemos imaginar. E ela faz tudo ser tão bem amarrado e novo que quase chegamos a acreditar que esse mundo pode realmente ser real.

Para Harry, o Hallow mais importante é a Pedra, pela possibilidade de trazer aqueles que ele ama de volta. Para Rony, o mais poderoso é a Varinha, pois ela pode vencer qualquer batalha. E, para a Hermione, o Hallow mais importante é mesmo a Capa, que tem o poder de esconder o bruxo da morte.

E para você? Qual o Hallow mais importante? Qual é a força que te move? Você já encontrou o caminho para o seu Graal?



Camila Galvez é jornalista e autora de fanfics.
Last edited by Mia Galvez on 17/11/07, 16:31, edited 1 time in total.
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Post by Rafael Alves Ferreira »

Um Favor ao Cristianismo


Cara Camila nestes últimos tempos venho observando que o site Potterish vem fazendo um grande favor àqueles que querem desmascarar o fundo da série Harry Potter . Primeiramente, o artigo “A influência da cabala em Harry Potter” onde a autora, mesmo de um modo simples . Pois não conhece a gnose judaica, nos mostra vários elementos da mesma com a série, expondo ensinamentos estúpidos como “árvore da vida” “Caminhos dos anjos de Elloin” e outras baboseiras . Ora a Cabala foi desenvolvida pelos “místicos Judaicos” com ensinamentos totalmente anticristãos, sendo inclusive condenada pela Igreja em seu início . Então se percebe que uma pessoa que se autodenomina cristã não é apta de modo algum a ler esses livrecos que incitam a Bruxaria, Paganismo e Satanismo, (há, e agora cabalismo )

Outro fato está em seu próprio texto “Os Hallows e o Grall” aonde desenvolves um texto bem criativinho tentando ligar o Santo Grall a Harry potter . Numa parte se escreve “Outro ponto interessante que podemos destacar ... é o símbolo formado pela união da capa varinha, e pedra que J.K.Rolling descreve com um triangulo com olho dentro” Opaaaaaa se a senhorita não sabes o “olho que td vê" é símbolo Maçônico (organização secreta que tem o objetivo de acabar com o cristianismo) é isso cala todos !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Com todo o bem querer ! Rafael Alves Ferreira
Eu espero que vc saiba que as coisas mais simples são as mais complexas !!

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Post by Mia Galvez »

Caro amigo Rafael,
Eu disso no texto que não sou especialista naquilo que estou abordando. Apesar disso, sei muito bem que o "olho da providência", ou "olho que tudo vê", como queira chamá-lo, é um símbolo Maçônico. Tanto que qualquer um mais desavisado pode encontrá-lo nas notas de um dólar dos Estados Unidos, o que já chegou a gerar um imenso bafafá porque disseram que os maçons estavam controlando os bancos norte-americanos e todas essas coisas.
Também sei que o "olho da providência" foi usado pelos Ilumminatti para representar a ciência que não acreditava em Deus. Mas, ao mesmo tempo, sei que esse também é o símbolo divino que mostra que estamos sendo observados por um ser onipresente, o grande arquiteto do universo, e isso é da Maçonaria também. Portanto, não quero fazer nenhuma crítica a qualquer prática religiosa, porque, nesse ponto, sou totalmente universalista.
A única intenção que tive com esse texto é mostrar o quanto a Rowling utiliza elementos históricos em suas narrativas, e aqui falo do poder destes elementos como parte da história do ser humano, e não como símbolos religiosos.

Obrigada pelo seu comentário.
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Post by Rafael Alves Ferreira »

Cara mia, obrigado por me responder .

A senhorita diz no seu texto "que sabe" . No entanto parece que não sabe de uma coisa : o fundo de harry potter . vc escreve " A intenção que tive foi mostrar o quanto Rolling utliza elementos históricos em suas narrativas ..." deixe-me tambem dizer por que escreví . Para mostrar o fundo pagão de Harry potter . O que há por trás ! . Por favor não me tome por um Protestante fanático que escreve teórias tolas para criticar a série . Harry Potter tem elementos louvaveis, mas misturados com outros que não conduzem a verdade ! vc diz "que sabe" mas parece que quando o assunto é hary potter vc fica vendada !

Mais uma vez com bem querrer . Rafael Alves !
Eu espero que vc saiba que as coisas mais simples são as mais complexas !!

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Post by Arielle *~ »

Axei o texto mais chatin no começa, mais depois ele vai ficando bom.
Gostei bastante dele! Parabens por ele, foi bem legal, e gostei principalmente de como vc tratou Dumbie.
Beijos :*
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Mia Galvez
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Post by Mia Galvez »

Oi, Rafael... imagine, eu sempre respondo aos elogios, mas também às críticas daquilo que escrevo, porque acho que sempre temos que estar abertos a tudo, principalmente quando "damos nossa cara a tapa" em textos como esse, que analisam coisas complicadas e que acabam entrando no âmbito da religião.

Vamos aos meus comentários:
Rafael Alves Ferreira wrote:"A intenção que tive foi mostrar o quanto Rolling utliza elementos históricos em suas narrativas..." deixe-me tambem dizer por que escreví. Para mostrar o fundo pagão de Harry potter.
Paganismo. Eu admiro o paganismo e todo o seu contexto histórico, e aqui não quero entrar em uma discussão religiosa, e sim no quanto o paganismo contribuiu para a história e o desenvolvimento do homem, assim como o cristianismo. Nas colunas que eu escrevo, costumo tratar dos assuntos como fatos históricos, e não como princípios e conceitos religiosos, mas claro que ao tratar de simbologia religiosa, acabamos entrando no mérito de que cada um vai defender o seu.

Sou consciente do fundo pagão da série de Harry Potter, que, afinal, fala sobre bruxaria, e não poderiamos esperar menos que isso. Mas, na minha singela opinião, a bruxaria de Harry Potter é pouco pagã ou religiosa e muito mais pragmática, matemática, se é que você me entende.
Rafael Alvez Ferreira wrote:Por favor não me tome por um Protestante fanático que escreve teórias tolas para criticar a série . Harry Potter tem elementos louvaveis, mas misturados com outros que não conduzem a verdade!
Aqui, só para deixar claro: eu não procuro verdades quando leio Harry Potter. Procuro elementos narrativos que me mostram as fontes de inspiração de uma mulher muito inteligente e brilhante como a Rowling!
Arielle wrote:Axei o texto mais chatin no começa, mais depois ele vai ficando bom.
Gostei bastante dele! Parabens por ele, foi bem legal, e gostei principalmente de como vc tratou Dumbie.
Oi, Arielle! Obrigada pelo comentário. Acredito que você achou meio chato porque o assunto é realmente denso. Mas eu procurei mostrar um pouco, com os poucos conhecimentos e pesquisas que eu fiz, sobre como o Dumbledore, apesar de ter errado como qualquer ser humano, era de fato um homem bom. E como o poder pode corromper até mesmo os heróis.
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