A muitos passos de um final.

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Sugar.
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 04/09 o/

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Cap. 13 - Ultimato

Provas, provas, provas e provas. Essa foi a rotina de Hermione na semana que antecedia o Natal. Ela não precisara se esforçar muito para tirar boas notas, porém o fez mesmo assim. Queria cada segundo do seu dia consumido por isso, só queria seus pensamentos voltados para o estudo. Entretanto algumas poucas vezes era inundada com as lembranças da última conversa que ouvira entre Harry e Rony.

Eu sinto nojo dela Harry...

A voz de Ron teimava em dizer, fazendo eco em sua cabeça.

Hermione chacoalhou a cabeça percebendo o lugar onde estava. A sala estava cheia de alunos com suas provas descansadas em suas respectivas mesas. Alguns pareciam ter certa facilidade com a prova enquanto outros estavam a ponto de se descabelar.
Ela se ajeitou na cadeira e percebeu sua prova logo a frente assim como os demais. Faltava apenas uma questão e após consultar o relógio constatou que ainda tinha tempo de sobra.
Sem permissão, seus olhos começaram a varrer a sala, sabe se lá a procura de que. Com cuidado para que o professor não achasse que ela estava colando, viu que Harry estava sentado na fileira ao seu lado. Ele parecia compenetrado, mas assim que o olhar da menina se dirigiu a ele, o mesmo a olhou e depois de poucos segundos lhe deu um sorriso. Hermione retribuiu timidamente, mas logo parou, pois Rony, que estava logo atrás de Harry, também a olhava sem expressão, no entanto.
Mione virou sua cabeça pra frente e bufou de raiva. Um barulho de um objeto caindo no chão lhe chamou atenção apesar de baixo. Ela olhou na direção oposta da fileira dos meninos e com um susto percebeu Malfoy encarando-a.
Ela simplesmente não conseguiu soltar seu olhar e eles ficaram “presos” por alguns minutos até que Malfoy riu baixinho, mas sombriamente.
Hermione virou-se pra frente novamente, marcou a última questão, levantou-se, foi até a mesa do professor para entregar a prova e deixou a sala com passadas rápidas.

O tempo do lado de fora estava bastante nebuloso e havia uma alta probabilidade de cair um temporal.
A menina foi diretamente para seu quarto e lá ficou estudando até a hora do jantar.

-Posso me sentar aqui? – disse uma voz doce logo a sua frente.
-Claro Luna.
Hermione vinha se sentando sozinha nas refeições por esses tempos, o que era ao mesmo tempo ruim e bastante gratificante.
Ao momento em que Luna chegou, a janela do Grande Salão foi iluminada com uma luz branca seguido de um estrondo vindo do lado de fora. Hermione percebeu que uma verdadeira queda d’água ocorria atrás da janela.
-Pasquim?
Hermione pegou da mão estendida de Luna o jornal que já conhecia. Pra falar a verdade, Mione nunca foi de se juntar com Luna, mas ela estava bastante agradecida pela loura estar ali agora, mesmo que já tenha achado que a menina era bem esquisita. Não que ela não fosse mais, ela só queria ter se livrado de seus “preconceitos” antes. Ela sentiu na pele o que é ser acusada injustamente e ser chamada de certos nomes. Na verdade, Luna era até bem parecida com Hermione.

-Luna, eu... –Hermione ia se desculpar, mas a loura a cortou.
-Tem alguma coisa te preocupando?
-Er... – Mione encarou meio assustada. -...Não exatamente. São coisas que... aconteceram.
-Elas vão se resolver, sabe? –Luna falava tão simples como se estivesse comentando o tempo. –Mas não vai ser fácil... Nunca é. E você já deve ter percebido isso, certo? – a menina tinha um sorriso enorme.
Hermione nesse momento percebeu que gostava de Luna. Mas era quando ela estava calada.
Quando Mione pensou que ela havia terminado e já estava pensando numa desculpa pra ir embora a menina continuou.
-Vencer é difícil. Perdoar é difícil. Mas a gente nunca tem exatamente o que quer, sabe? Às vezes a gente tem que fazer algo simplesmente porque é o certo, mesmo que pareça errado. Aprender. É por isso que passamos pelas coisas.

Hermione tinha os olhos arregalados. Ou alguém tinha colocado algo bem duvidoso numa poção e dado para Luna ou ela andara lendo muitos livros de auto-ajuda trouxas.
-Luna, eu... – tentou novamente, mas conseguiu continuar. –Desculpe, tenho que ir.
Hermione se levantou.
-Claro. – a voz da loura respondeu. –Cuidado com os corredores do castelo. Eles estão cheios de zomzóbulos.

Mione a olhou por alguns segundos e logo deixou o lugar. As palavras de Luna rodaram por sua cabeça, mas a menina apenas riu.
Mais tarde, após estudar Hermione deitou-se e tentou dormir. Mas não conseguia. Era como se algo muito forte estivesse a impedindo.
Ela sentou na ponta da cama, respirou algumas vezes. A chuva ainda caia do lado de fora e os trovões ainda gritavam. Ela desceu para a sala da grifinória e se sentou em frente a lareira.
Veio um silêncio profundo. Não se ouvia nada além da chuva do lado de fora. Isso permaneceu algum tempo, porém foi interrompido por um barulho que parecia vir dos corredores. Na verdade, parecia vir do retrato da Mulher Gorda.
Hermione olhou em direção a porta e nada. O barulho chegou aos seus ouvidos mais uma vez e Mione decidiu checar pra ver o que era.
Vagarosamente ela andou até a porta e abriu apenas um pequeno pedaço, milagrosamente, sem acordar a Mulher.
Nada. O castelo parecia estar totalmente vazio. O barulho veio novamente e Hermione congelou. Ela abriu a porta mais um pouco e não o fez mais, pois não queria testar sua sorte com o quadro. Ela se espremeu pela fresta da porta apenas para checar do lado de fora e quase gritou quando viu Madame Nor-ra parada logo a sua frente, olhando-a diretamente. Hermione colocou a mão na boca, entrou e fechou a porta do retrato.
Apesar de assustada, ela foi deitar-se e bem rápido caiu no sono.

Logo cedo na manhã, Hermione levantou-se para tomar café da manhã.
O Grande Salão da Grifinória tinha apenas alguns poucos estudantes que haviam caído da cama. A maioria deles tinha um livro escondendo seus rostos.
Vinte minutos mais tarde a menina andava pelos corredores em direção aos jardins do castelo. Pegou o costume de ir pra lá antes das provas para relaxar. Apesar disso, teve que ficar em baixo da “proteção” do castelo por causa da chuva. Ela se encostou na parede e olhou a chuva cair.

-Se preparando para as provas, Hermione?
Hermione se assustou com a voz e depois de novo por reconhecer seu dono.
Draco Malfoy estava parado alguns centímetros atrás. Tinha olheiras e o cabelo um pouco molhado. Ela se perguntou se ele estaria andando pela chuva. Ele tinha uma postura tensa e apesar de lhe chamar pelo primeiro nome, sua voz não era nada gentil e sua boca na verdade estava retraída juntamente com seu nariz naquela mais que conhecida cara de nojo.

Mione podia ter explodido, mas ela estava cansada de tudo. Com isso ela disse apenas sem muita vontade:
-O que você quer Malfoy?
-Você. – Ele parecia sério.
-Ah não! Mais uma vez não. –Hermione protestou e já ia saindo do lugar quando Malfoy a segurou pelo braço, levando-a de volta pro lugar onde estava.
-Me solta!
-Você não pode me dizer o que fazer!
-Olha Malfoy, sinceramente você tem que se decidir se me odeia ou não. Melhor! Já decidi por você. Você me odeia. Agora me deixa em paz! Já lhe dei um soco, já lhe lancei um feitiço e você não cai na real? Qual o seu problema, hein? –Hermione disse com a voz bem alterada e depois o empurrou.
Sem dizer uma palavra Malfoy a encostou na parede e lhe chapou um beijo nos lábios.
Hermione conseguiu se desvencilhar e lhe esbofeteou no rosto.
Malfoy riu.
-Você vai ser minha Granger. Não importa o que eu tenha que fazer ou com quem eu tenha que mexer. Você ouviu?
Mione riu sem humor e disse:
-Não tenho problemas auditivos.
Num movimento rápido, Malfoy a encostou novamente na parede, mas ao invés de beijar seus lábios, foi em direção ao pescoço da menina que ficou travada. A respiração do louro levantou os cabelos da nuca da menina que já estava com a mão na varinha. Ele beijou levemente seu pescoço e foi em direção a seus lábios parando apenas alguns poucos centímetros de distância. Rindo novamente, o menino se distanciou.
-Você me dá nojo Malfoy! – Hermione falou alto o suficiente pra Draco ouvir, mas o menino nada fez.

Não querendo pensar no que acontecera a menina consultou seu relógio e correu para a prova.
Quando chegou a sala, esta já estava cheia e a menina recebeu alguns olhares quando entrou. Ela ignorou e começou com o que seria seu penúltimo dia de prova.

Terminou a prova rapidamente, infelizmente. Isso fez sua cabeça se encher rápido de mais de tudo.
Ela também não falava com Gina a algum tempo. Ela precisava de uma amiga agora, mesmo que a ruiva estivesse diretamente envolvida com o que acontecera. O problema é que ela havia “sumido”.
Hermione avistou algumas vezes, Harry e Rony de longe na biblioteca e eles pareciam estar dando o máximo de si pra se concentrar. Gina, porém nunca estava com eles.
Isso preocupava a menina de certa forma, mas provavelmente ela estava estudando. Pelo menos era o que ela esperava.

Ela estava na biblioteca agora. Parecia mais seguro que antigamente, afinal Malfoy não aparecera mais por ali.
De repente a curiosidade a queimou quando a menina lembrou que o louro conversara com Rony. Tinha uma parte dela que desejava muito saber o que ele havia dito, mas a outra gritava que era melhor esquecer isso. E ainda tinha sua outra conversa com Malfoy. Era incrível como ele conseguia destruir tudo de bom, tudo o que ela desejava.

Após ler mais um pouco de “Hogwarts: Uma história” a menina parou um pouco com o intuito de descansar a mente. Olhou para os dois lados quase involuntariamente e como esperava não havia ninguém.
Eram essas horas que ela desejava mais que tudo que nada tivesse acontecido. Como antes sentira, sentia falta da facilidade de estar junto de Harry e principalmente de Rony. Sem culpa, sem desejos de voltar atrás. Só aquele sentimento de querer se jogar nos braços do ruivo o mais rápido possível e não sair mais.
Eram essas horas que se arrastavam e pareciam nada mais que uma eternidade.
Eram horas que ela reconhecia a solidão e percebia que havia simplesmente nada.

Ela deu um longo suspiro e deitou sua cabeça em cima do livro. Poucos segundos depois seus olhos fecharam.


-Olá Hermione. – disse uma voz tímida.
Mione abriu os olhos, alarmada e rapidamente levantou a cabeça reparando na menina que estava parada logo a sua frente.
-Gina.
Ela sorriu, se levantou e abraçou a ruiva que parecia surpresa.
-Tenho me perguntado por onde você andava.
Hermione falou.
-Estou com síndrome de Hermione.
Ambas riram, mas Gina logo ficou séria.
Puxando uma cadeira pra se sentar na frente de Hermione, a menina começou:
-Hermione, eu... não sei nem por onde começar.
Mione sabia o que viria a seguir.
-Você não precisa me pedir desculpas Gina. Eu sei que você estava tentando ajudar e sinceramente, não é sua culpa que seu irmão é um idiota.
-Mas ainda assim quero me desculpar.
-Desculpas aceitas. –Hermione disse prontamente.
-E eu queria te pedir uma coisa. –Gina disse calmamente.
Hermione esperou alguns segundos e ouviu Gina falando:
-Eu sei que isso é difícil, mas eu queria... eu quero que você passe o Natal conosco.
-Não posso. –Mione nem hesitou em responder.
-Ah, por favor, Hermione! Eu sei! Eu sei que você não quer ir por causa do Ron, mas... por favor! – Gina suspirou e continuou. – Te prometo que ficaremos juntas e longe dele. Eu só... não quero ficar lá sozinha.
Mione franziu a sobrancelha.
-Como assim sozinha? O Harry vai pra lá, certo?

Gina apenas respondeu que sim com a cabeça.
Hermione olhou a amiga direito. Tinha algo errado.
-Aconteceu algo Gina?
Os olhos da ruiva se encheram um pouco de lágrimas, mas ela logo respondeu:
-Eu e Harry não estamos mais juntos.

Isso explica algumas coisas... – Hermione pensou na distância de Harry e no “sumiço” de Gina. E de repente ela se encheu de culpa pensando que ela deixara sua amiga na mão por só se importar apenas com o que ela estava sentindo.

-Mas... o que ele fez?
-Eu recebi uma carta. –Gina respirou fundo. –Dizendo que Harry estava escondendo uma coisa e me dando o local pra eu descobrir o que era. E quando eu cheguei ao tal lugar... eu... eu vi Harry com Vane.
Hermione arregalou os olhos e deu um abraço na amiga que finalmente deixou as lágrimas escaparem. Tudo bem, isso passava de todos os níveis de estranhisse das coisas que estavam acontecendo atualmente. Hermione sabia que Harry é louco por Gina e que o que ele quer de Vane é distância. Ela estava deixando escapar alguma coisa.

-Gina, você tem certeza disso? – perguntou Hermione, agora olhando nos olhos da menina.
Ela assentiu e depois de alguns segundos:
-Não deu pra ver seus rostos por que os braços atrapalham e o que eu menos queria ver naquela hora era aquela agarração. Porque você pergunta isso?
Bom, estranho novamente. A única pessoa que Harry já se agarrou tinha sido com Gina. (Isso ela ouviu numa conversa pouco conveniente de Harry e Rony sobre “agarração” algum tempo atrás. Depois de perceberem que a menina não se sentia nada a vontade com isso, eles nunca mais retomaram o assunto, perto dela pelo menos.)
Alguns poucos segundos se passaram quando ela se lembrou de duas frases que tinha ouvido recentemente.

Cuidado com os corredores do castelo. Eles estão cheios de zomzóbulos.

Não importa o que eu tenha que fazer ou com quem eu tenha que mexer.


Essas frases de Luna e Draco pareciam. de alguma forma, conectadas. Essa constatação lhe deu algo que ela não gostava nada, nada.

-Você chegou a conversar com Harry?
-Claro que não! Ele com certeza negaria. A única coisa que fiz foi terminar tudo sem lhe dar chances de dizer isso. Eu sinceramente não agüentaria.
Hermione ficou algum tempo olhando-a, apenas pensando.
-O que foi Hermione? Você sabe de alguma coisa?
-Não... mas eu tenho uma teoria.
-Que? De que?
-Gina, eu não acho que quem você viu foi o Harry.
A ruiva arregalou os olhos.
-Mas... claro que foi! Você está tentando protegê-lo? –Gina levantou bruscamente da cadeira, mas Hermione a segurou pelo braço.
-Calma... é só que eu acho que isso foi obra de Malfoy.
-Malfoy? Mas por que? Porque eu? Isso não faz sentido...
Hermione suspirou e disse:
-Acho que isso é um ultimato.
-Um o que?
-Ultimato.
-Eu entendi Hermione, quero saber o por que.
-Ah tá.

Hermione contou toda a conversa.
Gina num ato de revolta bateu com a mão na mesa.
-Eu estou cansada desse garoto!
-Imagine eu. –Hermione riu sem humor. Isso deixou a ruiva meio sem graça, mas ela continuou.
-Nós temos que fazer alguma coisa Hermione!
Hermione assentiu.
-Eu sei disso.
-E eu acho que sei o que fazer. –Gina disse confiante.
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 26/12 o/

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Cap. 14 – Playing with fire

As provas finalmente acabaram e a última coisa que fariam em Hogwarts naquele ano seria a última visita ao vilarejo de Hogsmedale antes do Natal.

Visivelmente todos os alunos, que conseguiram a permissão de seus pais, preenchiam o ar do lugar com ansiedade e excitação. Conferiam suas listas de presentes para o natal: doces, objetos mágicos, entre outras coisas.

Hermione estava agora na sala comunal da Grifinória sentada de frente para uma janela.
O tempo era ameaçador, mas não parecia que de fato as gotas de água cairiam. Apesar disso, o frio, comum nesta época, parecia cada vez maior e por isso apenas alguns alunos se arriscavam do lado de fora do castelo.

Desviando seu olhar da janela, para dentro da sala, Hermione reparou num casal sentado no sofá bem em frente a ela. Ela não sabia seus nomes, apenas que eles eram de dois anos abaixo. Mas nada disso lhe chamou atenção.
Eles se olhavam tão apaixonadamente que mesmo que eles não percebessem como Hermione estava encarando, ela sentia vergonha. Ainda sim ela não conseguia desviar o olhar.
-Prometa que irá me visitar nas férias – a menina disse ternamente.
-Mas é claro amor. Como se eu conseguisse ficar longe de você por tanto tempo. – o menino explicou, com um sorriso enorme no rosto.
A menina deu um profundo suspiro apaixonado e disse, olhando diretamente nos olhos do garoto:
-Eu te amo.
O menino sorriu ainda mais e falou:
-Eu te amo mais.

De repente enjoada, Hermione finalmente parou de encarar os dois e seus olhos bateram em... Rony.
Ele estava olhando-a e provavelmente tinha visto ela encarando o casal. Hermione desejava saber o que estava na cabeça dele agora, mas de repente uma lembrança lhe atingiu friamente:

Eu sinto nojo dela Harry...

Hermione sinceramente perdera a conta de quantas vezes acordara de noite, após um pesadelo com essa frase ainda brincando em seus ouvidos. Ela teve êxito em bloquear isso acordada, mas dormir era como se abaixasse todas as suas guardas.
Sem qualquer expressão ela olhou para Harry que estava logo ao lado do ruivo, mas ele não a olhava. Sua cabeça estava virada para a direção oposta, para outra pessoa.
Gina.
Ela conversava a poucos metros de Harry com Kátia Bell, mas não parecia sequer notar a presença do garoto.
Uns dois minutos depois, Ginny começou a andar na direção de Hermione, sorrindo.
Mione sorriu de volta a medida que pode, sem antes perceber que Rony ainda a olhava.

-Como estão os preparativos? –Gina perguntou apontando para a cabeça da menina.
-Eu não sei Gina. –Hermione disse franzindo o cenho. –Você realmente acha que isso vai funcionar?
-Sabemos que vai. O certo é perguntar se você não quer desistir.
Hermione lhe lançou um olhar irritado.
-Só checando. –A menina abraçou Hermione.
-É só que ele pode tentar algo no meio do caminho. –disse preocupada.
-Tomaremos precauções contra isso ok? – Gina disse – Não saberemos o que acontecerá se não tentarmos.
-Eu sei, mas ainda não consigo me permitir ficar confiante.
-Consigo ver Mione, mas precisamos. –Gina soava mais confiante do que realmente sentia.

-Er... oi.
Hermione levantou a cabeça assustada em direção a voz, mas se tranqüilizou ao ver Harry. Profundamente ela esperava que fosse Ron, mas o menino continuava onde estava, só que dessa vez tinha sua cabeça encostada no sofá e olhava o teto.
-Oi Harry – apenas Hermione o cumprimentou.
Ele sorriu de volta para a menina e se virou para Gina.
-Será que posso falar com você?
-Como é que você se atreve a querer falar comigo? –Ginny disse bastante irritada.
As meninas, principalmente Hermione, desconfiavam que o que a ruiva vira na outra noite era na verdade Draco e Pansy, mas ainda sim não havia como confirmar.
-Gina, pelo amor de Merlin! Você sabe muito bem que eu não sei de que raios você está falando! –Harry botara as mãos na cabeça, quase que desesperado.
-Porque você não pergunta pra Vane?
-O que essa garota tem a ver com isso afinal?
Gina deu um empurrão em Harry e disse:
-Tudo, Harry! Tudo!

Hermione saiu de fininho para deixar os dois tentarem se resolver. Quando virou pra frente em direção ao retrato da Mulher Gorda, percebeu que Rony estava parado de frente para ela e parecia que ele iria falar.
A menina apenas passou por ele, saindo pelo retrato da Mulher Gorda.
O relógio marcavam 16:30 da tarde. Era hora da primeira parte do plano.


A visita ao vilarejo ocorreria na manhã seguinte e Hermione tinha que começar a se preparar para o que ela esperava que fosse o fim de sua “história” com Draco Malfoy.
Ironicamente a primeira fase do plano era... Hermione ainda sentia calafrios lembrando-se de quando Gina lhe falara isso na biblioteca... Bom ela teria que seduzi-lo.

O castelo estava praticamente vazio e Mione foi andando em direção às Masmorras.
Ela, obviamente, não conseguiria entrar, entretanto havia outros jeitos. Assim, quando já estava perto do lugar, avistou duas meninas da Sonserina que eram provavelmente primeiranistas. Sacou sua varinha, olhou para os lados. Não havia mais ninguém. Isso é o que ela chamava de sorte. Bom, showtime.

-Estupefaça! –Hermione gritou apontando a varinha pra uma das meninas.
Hermione assistiu, com nojo de si mesma, o corpo da menina voando e batendo contra uma parede. A outra menina olhava com os olhos e bocas arregalados para sua amiga que agora estava no chão inconsciente. Ela se virou pra Hermione e pareceu ainda mais surpresa ao perceber quem havia feito o ataque.
A menina agora tremia um pouco e apertava sua varinha dentro de suas vestes.
-Calma, eu não vou fazer mais nada. – Hermione disse guardando a varinha e se aproximando vagarosamente da menina que a olhava desconfiada.
-Como vou acreditar em você? – falou a voz chatinha da garota.
-Guardei minha varinha, percebe?
-O que você quer? – a garota agora assumira um tom rude.
-Quero que você dê um recado a Draco Malfoy.
-Hey, eu não sou uma coruja! –disse a menina indignada. – Se quiser falar com ele, faça você mesmo.
-Olha, sinceramente – Hermione respirou fundo e disse - Eu não quero ter que tomar mais atitudes drásticas – Ela apontou para a menina no chão. Forçando um tom autoritário continuou - Então, ache Malfoy e diga pra ele que Hermione Granger o espera na biblioteca.
A menina olhou para ela alguns segundos e Hermione vencida disse:
-Eu vou cuidar da sua amiga. Não precisa se preocupar, ela já deve estar acordando.
Ao falar isso, a menina ainda no chão, se mexeu, mas não acordou.
-Agora vá. –Hermione mandou e a garotinha saiu.

Hermione correu para a sonserina que estava no chão e após alguns segundos a menina acordou. Mione ajudou-a a senta-se e perguntou:
-Você está bem?
-Err.. sim estou. Foi você que fez isso comigo? – Do mesmo jeito que a outra, esta arregalou os olhos ao ver quem era.
-Me desculpe. –Mione estava um pouco arrependida. Ela olhou para a menina com intuito de checar e vendo que estava tudo bem, disse:
-Tenho que ir. Me desculpe mais uma vez.

Ela correu até a biblioteca que obviamente estava vazia e ela andou até uma das seções mais longes da saída. Isso seria ruim para uma fuga, mas não podia arriscar ser pega.
Mais ou menos 10 minutos depois, Hermione ouviu passos. Draco chegara.
Como se sentisse seu rastro, ele logo a achou.
-Deixando primeiranistas inconscientes, Granger? Isso não é bom para seu currículo.
Hermione desconsiderou o comentário e nervosamente disse:
-Vai a Hogsmedale amanhã?
Malfoy a encarou por alguns segundos, realmente intrigado e riu.
-Não te devo satisfações da minha vida.
Ele ainda a olhava, como se quisesse saber o que havia por trás dessa pergunta.
-Porque? –disse finalmente.

Hermione respirou fundo e andou em sua direção.
-Eu estava pensando se... –ela colocou uma mão na nuca do menino e se aproximou até deixar apenas poucos centímetros de distância entre seus lábios e o do louro. –...Se você não quer me encontrar por lá.
Mais do que antes, Draco a encarou de olhos arregalados. Ele a empurrou levemente e perguntou:
-O que aconteceu com você Granger?
Ela tentou abraçá-lo novamente, mas ele se afastou.
-Estou bem Draco, não precisa fugir de mim. – a menina falou docemente.
-Eu, fugir de você?
Ele riu e ela deu apenas um pequeno sorriso sedutor.
-Então? O que acha?
O menino se encostou em uma das mesas com um sorriso desafiador e disse:
-Me convença.
-O que? –Hermione disse surpresa.
-Me convença de que você que se encontrar comigo amanhã.

Droga – pensou a menina. Por essa ela não esperava. Ela sabia o que tinha que fazer, só lhe faltava coragem.
-Estou esperando – Draco disse, claramente se divertindo com a súbita paralisia de Mione.
-Como quiser. –Mione falou decididamente. Andou até onde ela estava e lhe chapou um beijo. Não durou mais de 5 segundos e ela se afastou.
Draco gargalhou.
-Você quer que eu acredite nisso?
Hermione tinha o rosto vermelho de vergonha.
-Você costumava ser melhor.
Hermione não conseguiu evitar rolar os olhos.
-Ou talvez... –Malfoy se aproximou perigosamente e alisou a bochecha de Hermione. -... Você esteja precisando de um estímulo. –Após dizer isso ele foi se aproximando vagarosamente e do mesmo jeito encostou os lábios nos lábios de Hermione que não conseguia nem dizer nem fazer nada. A situação piorou quando Malfoy realmente a beijou, mas dessa vez foi diferente. O beijo era calmo e suave. Se fosse privada de todos os sentidos podia jurar que o beijo era muito parecido ao de Ron.
Mas ela não podia deixar se perder, não podia deixá-lo assumir o controle.
Então ela deixou a vergonha e o medo que estava sentindo de lado.

Ela o empurrou e ele bateu na mesa onde estava apoiado à alguns minutos e realmente o beijou. O beijou era profundo e quente e a princípio por ter ficado surpreso, Draco não respondeu. Hermione tinha esperanças de que continuasse assim, mas era óbvio que isso não aconteceria.
Ele a pegou pela cintura e a colocou encostada na mesa. Beijou seu pescoço e sussurrou em seu ouvido:
-Adoro o jeito que você me surpreende.
Os pêlos da nuca de Hermione se arrepiaram de “medo”, mas Malfoy não interpretou desse jeito.
A boca do menino voltou a beijar a de Hermione, do mesmo jeito que ela o beijava.

Internamente, Hermione travava uma luta. Uma luta contra seus hormônios para se manter no controle. Por pior que Malfoy fosse, ela não podia negar que ele era quente.
As mãos de Draco corriam suas costas, seus lábios beijavam seu pescoço e orelha. Após um tempo, ambos pararam procurando por ar. O menino percebeu que Hermione estava a ponto de falar alguma coisa e disse:
-Não fala nada.
Mais uma vez pela cintura, beijando-a, ele a pegou e dessa vez a sentou na mesa colocando a mão em suas coxas e depois em suas nádegas.
Ok, isso já estava entrando em situação de alerta vermelho. Estava cada vez mais difícil para Hermione se segurar.
A ponto de se entregar, felizmente algo a acordou. Malfoy colocou uma de suas mãos por baixo da blusa de Mione e ia subindo. Ela rapidamente segurou a mão dele e eles pararam de se beijar. Dessa vez antes que Malfoy falasse alguma coisa ela disse ao pé de seu ouvido.
-Amanhã. Na Casa dos Gritos.
Draco a olhava perguntando mentalmente se ela estava louca.

-O que foi Draco? – Ainda sentada na mesa, ela debruçou seu braço nos ombros do menino se inclinando pra ele. –Todo mundo sabe que não há nada lá. –Ela ficou muito perto de seu rosto separada apenas por uma fina camada de ar. –Não seja um covarde. –Ela disse e beijou o lábio superior do menino. –Além do mais... – Hermione beijou o lábio inferior desta vez. –Ouvi dizer que lá tem uma cama. – Com isso, ela o beijou inteiramente e deu uma leve mordida no lábio inferior dele, puxando um pouco pra frente.
Ela desceu da mesa, não se importando em como seus corpos se encostaram. Ela queria sumir dali.
Hermione deixou Draco parado na biblioteca, ainda meio abobalhado e saiu correndo.

Ela foi direto para o banheiro das meninas mais próximo da biblioteca sem se importar muito com a possibilidade de Murta lhe fazer uma visita.
Ela se jogou no chão e soltou o ar que parecia estar preso a muito tempo. Ficou sentada por um tempo olhando o nada, pensando em nada, o que era muito raro de acontecer. De repente, com urgência, a menina se levantou e correu até a pia do banheiro abrindo-a rapidamente. Encheu as mãos com água e jogou em seu rosto esfregando-o algumas vezes. Depois, colocou água na boca e cuspiu. Repetiu isso algumas vezes e depois voltou a sentar no chão. Uma única lágrima correu. Hermione estava preenchida por um sentimento que não conseguia nomear. Era raiva, misturada com angústia, medo, desespero, desejo e tristeza.
Como antes, ficou algum tempo olhando para um ponto fixo sem realmente estar prestando atenção. Sua mente estava apagada e a única coisa que acontecia era no campo sensorial. Sentia o toque de Draco, seu beijo, sua respiração, de novo e de novo. Ela não sabia se conseguia ficar mais enojada de si mesma mais que isso. E confusa.

Um pouco mais tarde ela finalmente decidiu ir para seu dormitório, sabendo que se demorasse demais algum monitor poderia encontrá-la.

Seguindo direto para o quarto, encontrou Gina sentada em sua cama. Ela ficou alguns segundos parada abaixo do portal sem saber direito o que falar. A ruiva, percebendo o estado da amiga, levantou-se rapidamente e lhe abraçou.
-Mione, está tudo bem?

Hermione considerou a pergunta um pouco.
-É... está sim. Eu acho.
-O que houve? O plano deu errado?
-Não, não. É só que...
A menina respirou profundamente.
-Me prometa que amanhã quando estivermos na Casa dos Gritos, vamos terminar o mais rápido possível? Não quero que ele encoste em mim novamente.
Gina assentiu e novamente a abraçou.
-Você tem certeza de que quer fazer aquilo?
Hermione olhou pra ela alarmada.
-Quê? Sim! Quer dizer... você que sugeriu!
-Hey, calma Hermione! –Gina tratou de dizer vendo o desespero da amiga- Eu sei disso. É só que... você entende exatamente o que iremos fazer certo?
Hermione franziu o cenho.
-Não entendo onde está querendo chegar.
-Você sabe... não poderá se arrepender uma vez feito.
-Ginerva, você por acaso está insinuando que eu vou me arrepender? –Disse impaciente, já que era a segunda vez que a amiga questionava sua coragem.
Gina rolou os olhos e disse:
-Ok, esquece.


A noite pareceu mais longa do que realmente foi e Hermione mais rolou em sua cama do que dormiu.
Ficou aliviada ao amanhecer. Suas tentativas de fechar os olhos e esperar que o sono a pegasse, só a fez lembrar de Malfoy. Sabendo que daqui a poucas horas ela estaria com ele novamente, sentiu o alívio lhe deixando.

Ela se arrumou e juntamente a Gina foi ao Grande Salão tomar café da manhã.
-O que aconteceu ontem com Harry depois que eu saí?
-Ah... –Gina bufou- Ele ficou tentando me convencer que a idéia dele com a Romilda era absurda e blá, blá, blá.
-Gina, você sabe que ele pode estar certo né?
A ruiva aparentemente havia esquecido da desconfiança delas, sobre Draco ter armado tudo aquilo. Após pensar um pouco ela disse:
-Não sei Hermione. Seria um absurdo se eu apenas ignorasse o que eu vi na outra noite e ficasse com Harry, mesmo sabendo desta possibilidade.
-Eu não estou te pedindo isso Gina. Só estou dizendo que você não deveria deixar o ciúme de cegar.
As meninas se olharam e Ginny falou:
-Você provavelmente está certa. Acho que eu exagerei.
-Provavelmente.
-Realmente não cabe na minha cabeça porque Draco mexeria comigo.
-Isso é o que ele faz. Ele é capaz de mexer com todos pra conseguir o que quer. Acho que desta vez ele pensou que atrapalhando você e Harry, me deixaria com medo do que mais ele poderia fazer. Assim eu desistiria de lutar contra ele.
-Ele é um idiota. Porque ele não fica com a Pansy?
-É uma ótima pergunta. –Hermione tentou achar a resposta. Não poderia afirmar nada com certeza absoluta, mas seu principal palpite era que a sonserina não passava de uma diversão casual e um objeto para Malfoy.

Neste momento Harry e Rony entraram pelo salão, acompanhados de Neville que vestia um divertido suéter provavelmente recebido de sua avó. Os meninos se sentaram distantes de Hermione e Gina que tentaram sem muito êxito parar de olhar para Rony e Harry respectivamente.

Mione foi de repente surpreendida por um movimento de sua amiga. Ela havia se levantado e agora andava em direção à Harry.
A menina parou ao seu lado e Harry imediatamente se levantou.
-Tem certeza que você não estava com Vane naquela noite?
-Eu já lhe disse que não. Vane! – Harry a chamou com urgência e segurando a mão de Gina foi até a menina que estava parada um pouco surpresa.
-Não fiz poção nenhuma desta vez. Eu juro!
-Quem falou em poção? –Harry disse intrigado. –A questão não é essa. Por acaso a gente vem se beijando?
As duas meninas olharam pra ele assustadas e Harry imediatamente ficou vermelho.

-Er... não. – Romilda respondeu intrigada.
-Viu só? –Harry olhou pra Gina.
-Por mais que eu ainda queira, sabe? Soube que vocês dois brigaram então... – ela disse sorrindo para Harry, ignorando Gina que agora tinha a boca aberta.
-Quê? Você pode tirar seu unicórnio, seu centauro, o que você quiser da chuva, ok? –a ruiva disse com raiva.
-Que seja. –Romilda bufou e andou em direção à mesa.

-Eu te disse. –Harry olhava para Gina e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.
Sem falar mais nada, a menina saiu e voltou para perto de Hermione.
-Foi Malfoy.
Mione apenas a olhou. A amiga parecia estar com bastante raiva, o que foi confirmado pela fala seguinte de Gina.
-Vamos acabar com isso.
As meninas se levantaram e voltaram rapidamente ao dormitório para pegar seus casacos, tocas e luvas.

Já em Hogsmedale as meninas andavam pelo lugar parando ocasionalmente em uma vitrine ou outra.
-Acho que você deveria tentar resolver as coisas com meu irmão também.
Hermione olhou Gina seriamente e disse:
-Depois que ele falou para o Harry? Que tinha nojo de mim?
-O quê? Ah! –aconteceram tantas coisas que a ruiva havia se esquecido de voltar a esse assunto e lhe falar o que Ron disse após ela ter saído de trás da porta. –Você saiu cedo demais de lá.
Hermione franziu a testa e Gina continuou.
-Depois que você saiu, eles continuaram a falar. Rony ainda te ama. E muito. Mesmo depois de toda a coisa com Malfoy.
Hermione deliberou e finalmente falou:
-Porque eu acreditaria nisso?
-Porque eu mentiria pra você?
-Por que você está vendo seu irmão sofrer. –Hermione concluiu.
-Exatamente. Ele está sofrendo por que ele te quer Mione. Acredite em mim.

Quando a menina não disse nada, Ginny disse:
-Você não precisa se jogar nos braços dele. Eu sei que o que ele disse não foi legal, mas... você deveria se permitir conversar com ele da próxima vez.
-Eu não vou correr atrás dele. –Hermione disse transbordando de sentimentos orgulhosos.
-Eu sei. Não disse isso. É que apenas diálogos funcionam.
-É mesmo Srta. Weasley? –Hermione disse irônica se lembrando dela com Harry.
-Falar é mais fácil que fazer. –Gina falou como um pedido de desculpa.
Hermione riu.
-Só pense nisso. –A ruiva pediu e Hermione timidamente concordou.
Após alguns segundos caladas:
-Está na hora. –Mione disse sombriamente.

Elas andaram até o lugar e entraram na casa sem serem vistas, o que não foi surpresa.
-Bom, se algo não sair como planejado, grite. –Gina parecia menos otimista ainda agora.
Elas se abraçaram.
-Me esconderei aqui perto e então quando você me der o sinal, nós agimos.
-Okay.
-Vai dar tudo certo, Hermione.
-É o que eu espero.

Mione assistiu Gina procurando um lugar perto pra se esconder de Malfoy e ela se dirigiu ao quarto extremamente empoeirado.

-Urgh. –disse tentando não encostar em nada.
Provavelmente ela tinha pouco tempo antes do louro chegar e resolveu aproveitar esse tempo para se preparar psicologicamente.
Uns 15 minutos depois, Mione ouviu um movimento no andar de baixo. Ela deu mais um suspiro profundo, verificou sua varinha e esperou.
-Olá. –a menina disse quando Draco entrou no quarto.
Ele parecia de certa forma surpreso e ao mesmo tempo bem atento como se esperasse que algo acontecesse. Se Hermione não tomasse cuidado ele descobriria. Seus olhos mostravam sua desconfiança. E seu plano de não encostar nele foi por água abaixo. Ela teria que ganhar a confiança dele.

-Não pensei que você viesse. –Hermione falou. –Pensei que me faria esperar.
Draco a olhou e sem dizer qualquer palavra, andou até a menina, segurou sua nuca, puxando talvez um pouco forte seus cabelos. Olhou dentro de seus olhos e lhe chapou um beijo.
Hermione respondeu e beijou de volta. Mas desta vez sem medo de desistir de tudo por ele. O que Gina lhe disse mais cedo, que Rony a amava... bom, isso havia abalado sua cabeça e de uma forma estranha Hermione sabia que era verdade. Ela só não faria nada, como dissera mais cedo. Seu progresso de vencer seu próprio orgulho ficou bem prejudicado com isso. E o culpado estava agora bem a sua frente, estava encostando em seus lábios e a pressionando contra ele.
Mione retirou vagarosamente a varinha de sua veste e realizando um feitiço não-verbal, mandou a Gina uma semelhante esfera de luz daquela que a amiga mandara para Harry.
A menina guardou sua varinha novamente e parou de beijar Malfoy, porém antes que ele perguntasse porque, ela posicionou uma cadeira atrás do menino e disse:
-Sente-se
-Quê? –Draco perguntou intrigado.
Ela pôs as mãos no ombro do menino, “ajudando-o” a sentar.
-É só algo especial que quero fazer. –Hermione tentou dar um sorriso sedutor e apesar de ter se preocupado, pareceu funcionar pois o menino lhe lançou um sorriso maldoso.
Ela retirou a toca, o cachecol e as luvas lançando as peças em cima da cama suja e quebrada.
-Novamente me surpreendendo.
Hermione sorriu e uma sensação enorme de poder se apossou da menina. Malfoy de certa forma estava em suas mãos agora.
Ela começou a tirar seu casaco, a manga esquerda primeiro. Antes, porém que a varinha se revelasse escondida na manga direita, ela retirou o casaco de uma vez só, sacou a varinha e gritou:
-Incarcerous!

Malfoy percebeu tarde de mais e as cordas se enrolaram nele apertando e sufocando o menino. Hermione apreciava a visão agora. Malfoy sofrendo tanto quanto ele fez com ela. A sensação era parecida. Hermione tinha uma corda em torno de si, apertando-a e a sufocando toda vez que esse garoto nojento mexia com ela, não desistindo em nenhuma hipótese.
Seu pensamento de vingança foi substituído pela voz de Gina que entrou correndo no quarto.
-Hermione, está matando ele!
E realmente estava. Seu rosto estava vermelho e sua voz não saia mais. As pontas de seus dedo estavam um pouco roxas. Ele tentava inutilmente lutar contra as cordas. Hermione nada fez a não ser sorrir.
Gina então agitou sua varinha, fazendo com que a corda parece de sufocá-lo, mas não deixando-o livre. A corda parou de mexer e ficou apenas em torno do menino, que agora tentava procurar desesperadamente por um ar que não parecia ter dentro do quarto.
Hermione agora parecia perceber o que estava a ponto de acontecer e lançou um olhar apologético em direção a Gina que deu um leve sorriso de entendimento.

-Sua sangue-ruim! –Malfoy gritou após ter recuperado o fôlego – Me solte daqui agora!
-Por que? Você vai chamar seu pai? –Gina disse sarcástica.
-A conversa não chegou no subúrbio, Weasley.

Era incrível como ele ainda era rude e desagradável, mesmo estando em desvantagem. Gina levantou a mão para lhe esbofetear e Hermione interviu:
-Não, Gina! Não vale a pena.
Sabendo que a amiga estava certa, a ruiva deu uns passos para trás como que para se impedir de agredir o menino.

Um silêncio profundo caiu no quarto. Hermione sabia o que vinha a seguir, mas ela estava assustada demais para sequer mexer seus pés.
-Então, o que? Vamos ficar aqui pra sempre? –Malfoy perguntou com um sorriso irritante no rosto.
Hermione olhou pra Gina que apenas assentiu, encorajando-a. Porém antes que Mione pudesse agir, Draco começou a falar novamente, desta vez em direção a Gina.
-Acredito que você tenha gostado da cena.
Gina apenas olhou pro menino tentando entender sobre o que ele falava e assistindo ele se divertir quando a memória se iluminou dentro de sua cabeça.
-Seu querido Potter não estava com a Vane naquela noite. Éramos só eu e Pansy.- o menino riu. – Mas agradeço pela diversão que você me proporcionou, traidora de sangue.
Hermione não conseguiu se segurar. Andou com passos fortes até Malfoy e lhe deu um tapa.
-Calado, seu idiota!
Draco a encarou de um jeito tão malvado e profundo que Hermione quase saiu correndo. Quase. Agora era vez de ela falar.
-Sabe Malfoy, eu simplesmente não entendo o porque disso tudo. Não é como se você realmente se importasse comigo ou se fosse real esse sentimento que você diz ter por mim.
O menino apenas ficou calado, olhando-a do mesmo jeito.
-Isso, porque você não parece ser capaz de sentir nada. Ainda mais amor.
-Você não sabe de nada Granger!
Hermione realmente hesitou alguns segundos pensando no que isso significava.
-Eu te disse pra ficar calado! Você já falou e fez mais do que devia.
-Então porque não me mata logo? –Draco questionou.
Hermione olhou para Gina e as duas instantaneamente começaram a rir.
-Não seja bobo, Malfoy. Não sujaríamos as nossas mãos e muito menos nossas vidas com alguém asqueroso como você. –Gina falou rispidamente.
-Porque são duas fracas!
-Isso não é sobre fraqueza. É sobre não brincar de Deus. Como você, seu pai e aqueles idiotas lunáticos faziam. –Hermione disse.
Draco rolou os olhos e riu.
-O que vamos fazer aqui é mais simples, mas de qualquer forma definitivo.
Malfoy esperou, claramente apreensivo.
-Faremos um voto perpétuo. –Hermione finalmente disse.
Draco gargalhou. Realmente gargalhou.
-Mas nunca! Eu não concordo!
-Ah, mas você vai fazer sim! Nem que seja obrigado! –Gina disse raivosamente se aproximando do menino.
-Eu adoraria ver você tentar. –Draco disse olhando para Hermione.
-Você vai fazer exatamente o que para impedir? Você está amarrado! –Gina apontou.
-Eu tenho que dizer: “eu prometo” para isso funcionar. –Draco sorriu malicioso. –Então, nada feito!

Gina hesitou percebendo um furo no plano. Mas sem querer desistir continuou:
-Ok, levaremos o tempo necessário. – A menina puxou uma cadeira e sentou-se de frente para Malfoy, que não parecia acreditar que o que foi dito seria verdade.

-De quem foi a idéia? –Malfoy perguntou após alguns minutos. –Sua Hermione? –perguntou sorrindo.
-Isso não te interessa, imbecil! –Gina interviu.
-Você tem certeza que conseguiria Granger? –Malfoy soava maldoso.
Hermione perdida em seus pensamentos, tentando achar algo que pudesse acabar logo com aquilo, perdeu a pergunta o que fez Draco rir.
-Parece que você está sozinha nessa, Weasley.
-Você está enganado! –Hermione disse.
-Ah é mesmo?! Então você estaria disposta a fazer um voto perpétuo?
-É por isso que estou aqui. – a menina disse como se fosse algo óbvio.
-Não é porque você está aqui que terá coragem de fazê-lo. –Draco apontou sentindo-se vitorioso quando a menina ficou calada.

-Pense bem Hermione. Você sabe que se fizermos um voto perpétuo, não poderemos desobedecê-lo. Senão...
-Você não precisa me ensinar nada sobre feitiços. –Hermione disse logo.
-Eu sei, eu sei. Mas veja, você e eu sabemos que não concordarei com isso, porque você e eu sabemos que você irá se arrepender. Você está agora toda apaixonada por aquele idiota traidor de sangue, mas não pode negar o que sente quando me beija. Duvido que Weasley traga o mesmo efeito pra você.
-Isso não é dá su...
-Só se imagine daqui a um tempo. Quando você estiver cansada desse banho-maria e quiser esquentar as coisas... Você não poderá! Simplesmente porque Ronald Weasley não capaz de fazer isso melhor do que eu... Isso se ele sequer for capaz de fazê-lo. E aí virá o arrependimento. Fazendo o que você acha que quer, você não poderá me procurar por mais que queria. E sabemos que você quer. Você quer a mim e não ele, sangue-ruim. Eu sou melhor! –Draco terminou sombriamente.

Hermione absorveu as palavras do louro. Ela realmente pensou sobre o futuro. Tentou se imaginar enjoada de Rony e arrependida de ter prosseguido com isso tudo com Malfoy. Mas ela não conseguiu. Ela sabe que o amor cega e todo esse blá, blá, blá que as pessoas sempre falam. Mas isso era de certa forma mais do que o amor que ela sentia por Rony. Sim! Ela ama Ronald Weasley! Porém isso também se trata de seus amigos e de seu mundo. As palavras que o menino acabara de dizer, a memória de como tudo costumava ser, Rony, tudo isso atingiu Hermione de uma só vez, e ela soube que Draco Malfoy estava errado.
Mirando para a cadeira onde o menino estava sentado, Hermione gritou:
-Reducto!
A cadeira virou nada mais que poeira, fazendo o menino bater contra o chão.
-Acho melhor você fazer essa droga de voto, porque da próxima vez eu não vou errar!

Draco a olhou e Hermione podia dizer que ele estava com medo, o que não era difícil já que ele era um covarde. Mas Hermione soube que havia algo mais quando olhou Gina. Ela a encarava boquiaberta e de olhos um pouco arregalados. Mione percebeu que todos seus músculos estavam tensos e mesmo não sabendo como, ela estava a poucos centímetros de Malfoy, sua varinha apontada diretamente pra ele.
Gina sorriu para a amiga o que fez ela relaxar.

Tudo depois passou rápido. Hermione levou sua mão em direção à Draco e ele não a pegou. Então Hermione segurou fortemente a mão dele, se dirigiu a Gina e disse:
-Faça!
Gotas de suor percorriam o rosto de Malfoy que parecia tão determinado a fazer o voto como antes, mas na sua cara tinha medo suficiente estampado pra discordar de qualquer coisa que Hermione falasse.
Gina apontou sua varinha para as mãos dos dois e deu uma olhada para Hermione como se perguntasse novamente se ela tinha certeza do que estava fazendo. A menina assentiu com a mais pura certeza e Gina começou a dizer as palavras:
-Você, Draco Malfoy, promete não chegar mais perto de Hermione Granger, beijá-la ou forçá-la a fazer qualquer coisa que ela não queira?
Draco nada disse e Hermione apontou sua varinha no rosto de Draco. Toda a paciência que ainda lhe restava foram embora e só o fato de que ele tinha que prometer a impedia de deixá-lo inconsciente.
-Chega de mexer com a minha vida. –Hermione disse forte e raivosamente. Mais uma vez Draco nada falou. Eles apenas se encararam alguns minutos e quando Hermione pensou em desistir porque Malfoy não iria fazer isso, ela ouviu o menino dizer:
-Eu prometo.
A fina língua de fogo apareceu envolvendo as duas mãos e tanto Gina quanto Hermione ficaram tão supressas com a desistência dele, olhando o arame em brasa sumir selando a promessa, que perderam Malfoy formar as palavras “Eu te amo” em seus lábios sem fazer qualquer som.
-Você promete não atacar ou fazer qualquer coisa contra a qualquer uma de nós duas, amigos, familiares, qualquer pessoas que se Hermione se importe como vingança disso?
Após poucos segundos, o menino prometeu.

Algumas horas mais tarde, as meninas estavam de volta no castelo. O encontro não durara muito mais e assim que Gina soltou as cordas de Malfoy, ele se levantou olhou alguns segundos para Hermione e saiu.
As meninas conversaram mais um pouco e percebendo que já era tarde se encaminharam ao dormitório.
-Amanhã será um dia melhor – Gina disse mais pra si mesmo e Hermione apenas sorriu. –Você sabe que ainda não acabou certo?
Hermione arregalou os olhos e disse:
-Porque?
-Meu irmão...
-Gina, eu lhe disse que pensaria a respeito.
-Hermione, pelo amor de Merlin! Isso é medo de admitir que você o ama? Ou você acha que eu acredito que você fez isso tudo, chegou até aqui só por você?
Hermione calou-se.
-Você poderia ter apenas se conformado e deixado as coisas como estavam. Mas você resolveu lutar. Eu vi sua força e coragem quando você começou a gritar com ele... Draga Hermione, você venceu Draco Malfoy! Como pode não vencer seu próprio orgulho?
Elas se encararam. Hermione sentiu seu rosto esquentar.
-Eu...
-Ah, esqueça! Não quero mais perder meu tempo com isso. –Gina concluiu antes que a amiga pudesse falar.
Hermione assistiu Ginny ir pra sua cama, apagar o abajur logo ao seu lado, lhe desejar boa noite de uma forma meio grossa e dormir.
A menina fez o mesmo, tirando a parte de dormir.
Ela se sentia estranha. Estava muito feliz que toda a história com Malfoy estava acabada, mas não podia deixar de relembrar as cenas do que acontecera.
Depois que Gina soltou as cordas do menino, ele se levantou do chão, sem nunca deixar o olhar de Mione. Eles expressaram a princípio algo que ela não conseguia dizer 100% de certeza o que era... Seria culpa da humilhação que acabara de passar ou então... dor? Não do tipo física, mas sentimental.
Hermione pensou, mas concluiu que realmente não queria a resposta.

Ainda sim, enquanto ele se afastava ainda sem deixar seus olhos, um pensamento engraçado e incomodo lhe veio a mente.
Draco Malfoy não lhe perturbaria mais, ele não podia mais encostar nela, nem em seus amigos. Tudo, infelizmente, havia ido longe demais e Hermione se sentiu estúpida por ter se deixado levar pelo momento. E mesmo agora, protegida dos toques do louro e enojada por todos os previamente recebidos, mesmo estando mais do que nunca afastada dele, ela percebeu que eles estavam juntos, presos um ao outro pra sempre... ainda que pelo voto perpétuo.
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 26/12 o/

Post by Emmeline Lupin »

A fic está perfeita *-*

To adorando

Mas fiquei com pena do Draco depois desse voto perpétuo ~vaiconsolar

Fiquei curiosa, vou aguardar o próximo capítulo

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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 26/12 o/

Post by Luu »

OMG *O*
qe fiic maravilhosaa *----*
tava vagando por aqui pela area das fics e me deparo com essa coisa espeltaculaar .. parabéns viiu, to ansiosa pro final, agora ela tem qe falar com o Ron e tudo ficar lindo , oown *-*

posta o finaal logoo Sugarzinha *cara de pidona*
*Emme V. Lupin* wrote:Mas fiquei com pena do Draco depois desse voto perpétuo ~vaiconsolar
apesar de tudo tbm deu uma peninha dele .. mas tbm .. porqe ele tinha qe gostar dela de verdade, mimimi


*senta do lado da Emme e espera*
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' porque quando tem que ser, nada nem ninguem consegue impedir *-*

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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 24/01 o/

Post by Sugar. »

Cap. 15 - Coroa
I've always dreamed about this moment / Sempre sonhei com esse momento
And now it's here and I've turned to stone / E agora está aqui e eu me tornei uma rocha
I stand here petrified / Permaneço aqui, petrificada
As I look you in your eyes / Enquanto olho em seus olhos
My head is ready to explode… / Minha cabeça está a ponto de explodir...
…I bleed my heart out just for you. / ...Eu sangrei meu coração só por você.
Apesar de resistir à insistência de Gina, ou pelo menos tentar, Hermione foi passar o Natal na Toca.
Então elas acabaram de preencher suas malas com seus pertences e se encaminharam até a estação para pegar o Expresso.

Hermione queria que a amiga resolvesse logo as coisas com Harry e obviamente ela estando na mesma cabine que eles não funcionaria. Até porque Ronald provavelmente também estaria junto.
Ela esperava que ele fosse esperto o suficiente pra sair.

-Err... Gina, esqueci de perguntar algo para o Hagrid... Será que você pode ir procurando uma cabine enquanto eu vou lá?
-Ah pelo amor de Merlin, Mione! –Gina rolou os olhos.
-É importante! –a menina pontuou.
A ruiva bufou e disse:
-OK. Mas se apresse.
Hermione fez que sim com a cabeça e começou a andar na direção oposta. Um pouco mais a frente encontrou Luna, Dino, Simas e Neville numa cabine na qual ficou conversando com eles até que chegaram na King’s Cross.

-Fico feliz por tudo ter se resolvido. –Luna disse pacificamente.
-Mas... como você sabe? –Hermione não se lembrava de ter falado absolutamente nada para Luna. Um certo pânico nasceu dentro dela. Será que a menina andava bisbilhotando?
-Ah, é simples. Pela sua energia. –Luna, com seu dedo indicador fez um círculo em frente a Hermione que franziu o cenho.
A menina de repente se sentiu desconfortável por ter desconfiado de Luna.
-Mas o maior desafio vem agora, não acha?
Hermione olhou pra ela extremamente confusa. Do que raios ela estaria falando?
Elas pisaram na plataforma e logo avistaram o Sr. e a Sra. Weasley já com Fred, Jorge e Rony. De repente a menina sabia exatamente do que Luna estava falando.

Enquanto as meninas andavam em direção à eles, Hermione viu Harry e Gina descendo de um vagão mais à frente... de mãos dadas. Um enorme sorriso apareceu em seu rosto.
Após cumprimentar os pais de Gina, Hermione atravessou a parede juntamente com a menina e parou para esperar os outros. Só deu tempo de uma troca de olhares animados e um sorriso entre as amigas, pois logo atrás veio o resto da família mais Harry.

Mais tarde eles chegaram à Toca e antes que pudesse fazer qualquer coisa a Sra. Weasley falou:
-Deixem suas malas aí. Vamos jantar e depois vocês guardam as coisas.
Todos se sentaram na extensa mesa e saborearam um sempre delicioso jantar feito pela mãe dos Weasley.

Um tempo depois quando Hermione sacou sua varinha para subir a mala pela escada até o quarto de Gina, Rony apareceu dizendo:
-Hey, deixa que eu carrego pra você. –disse meio tímido.
-Não precisa. –Hermione respondeu talvez ríspida demais. – Posso usar minha varinha.

Eles trocaram uns poucos segundos de olhares e sem dizer mais nada, Hermione agitou a varinha e começou a subir a escada com suas malas logo atrás.
Ela entrou no quarto e pousou as malas logo ao lado da cama que a Sra. Weasley sempre arrumava para ela.
-Qual o seu problema? –Rony de repente entrou pelo quarto, com o rosto um pouco vermelho e com passos pesados andou até Hermione até ficarem separados por alguns centímetros.
Hermione hesitou sem saber o que fazer.
-Você é meu problema Rony. –Ela finalmente disse e contornou o menino indo para o outro lado da cama, colocando espaço entre eles.
-Eu não sou o culpado disso. –disse rudemente.
-Mesmo? Pois eu já ouvi isso antes e não estou a fim de ouvir de novo, então por favor me deixa sozinha. –Hermione disse evitando olhar para o menino.
O que estava acontecendo? Era para ela estar resolvendo as coisas. Assim como Gina e Harry fizeram.
-Você não pode me expulsar de um cômodo da minha própria casa. –O menino soava arrogante.
-Não tem problema – ela falou dessa vez olhando em seus olhos. –Eu saio.

Quando saía do quarto quase se chocou com Harry que vinha na direção oposta.
-Onde está Ron? –Harry perguntou sem notar direito o que se passava com a amiga.
-No quarto da Gina. –ela disse rapidamente, desceu as escadas praticamente correndo e do mesmo jeito se encaminhou até o lado de fora da casa.

Sentou-se no gramado coberto pela neve d’A Toca e olhou para o céu. Não nevava aquela noite, o que era estranho levando em conta a época do ano. Mas não foi preciso entender nada sobre tempo, pra saber que aquela situação mudaria logo, logo.
Distraída, tentando ocupar sua mente com possíveis previsões de tempo e afastar a pequena discussão que acabara de ter com Rony, não percebeu quando Gina sentou ao seu lado.
-Não está com frio? –a ruiva perguntou e Hermione levou um susto.
Gina riu um pouco, mas percebendo a cara da amiga rapidamente parou.
-O que houve?
Hermione só olhou para Gina.
-Rony? –Gina perguntou um tanto quanto incrédula. –Ah, nossa! Era pra vocês estarem se dando bem!
Hermione riu sem humor, relembrando o pensamento de mais cedo.
-Não sei se isso vai acontecer. –Hermione disse olhando para o lado oposto da ruiva.

Um silêncio caiu e poucos segundos depois, Hermione sentiu algo batendo no seu rosto e quando virou viu que fora Gina que acabara de jogar uma bola de neve em sua cara.
-O que? –Hermione perguntou indignada.
-É pra ver se você acorda. –Gina disse sem rir.
As duas se olharam seriamente por um tempo e foi Hermione que desviou o olhar.

Mione considerou a atitude da amiga infantil e isso a deixou um pouco mais irritada do que já estava. Sem querer brigar com ela, Hermione mudou de assunto.
-Me conta como você se acertou com Harry?
Gina sorriu de orelha a orelha, se jogou na neve e começou a contar.


-Estou tão feliz por você! –Hermione disse um tempo mais tarde e abraçou Gina.
-Obrigada. Mas Hermione, sobre você e meu irmão...
-Eu sei Gina. Eu sei que deveria estar tudo bem agora, mas está tão confuso. Não consigo perceber o que está saindo errado.
Hermione desabafou e Gina apenas observou a amiga.
-Acho que eu ainda estou magoada pelo que ele disse ao Harry.
-Mione, você sabe o que ele disse depois. E também não é como se ele tivesse saído inteiro dessa.
Hermione apenas olhou para Gina e seus olhos encheram d’água. A menina segurou as lagrimas e disse:
-Vamos entrar. Todos já estão indo dormir.
Gina sorriu e falou:
-Não fique triste. Ainda há tempo para um milagre de Natal.

Hermione riu da frase clichê e se lembrou dos filmes trouxas que assistira, mostrando que Natal era tempo de união, que todos ficavam juntos, que tudo se resolvia nessa época. Ela profundamente esperava que fosse assim.

A manhã seguinte chegou e neve caia por todo lugar no exterior da casa dos Weasley.
Hermione acordou, porém não se levantou logo, se permitindo algum tempo mais de descanso depois de um ano inteiro de estudos e stress.

O dia passou sem nada de mais, exceto por uma hora perto do almoço em que seu olhar cruzou com o de Rony o que não durou mais de alguns segundos. Ela ficou o tempo inteiro na cozinha ajudando a Sra. Weasley enquanto os outros conversavam na sala.
Ao anoitecer, todos se sentaram a mesa para a ceia e abertura dos presentes.

Entre muitas risadas, todos trocaram presentes... exceto por Hermione e Rony.
Ela tinha que confessar que havia comprado um presente para ele. Havia feito isso na última visita a Hogsmedale após a pequena conversinha que tivera com Malfoy. O presente constava em um kit de equipamentos de segurança para quadribol. Ela podia imaginar o brilho no olhar do ruivo quando ele abrisse o presente.
Entretanto, o pacote estava dentro de seu malão. Ela pretendia entregar o presente para ele. Provavelmente pediria Edwiges emprestada a Harry e lhe enviaria o pacote.
E isso ia acontecer porque ela não agüentava mais sair machucada de todas conversas que eles tinham. Aquela rispidez que não combinava com o ruivo, pelo menos não quando ele falava com seus amigos, a atingindo e lhe dando uma grande vontade de atingi-lo com algum feitiço.
Ele, ao contrário, não parecia ter comprado presente algum. E ela não se importava. Ou pelo menos era disso que ela estava tentando se convencer a algumas horas.

A comemoração do Natal durou até metade da madrugada e aos poucos as pessoas foram se retirando, indo para suas camas.
-Hey, Hermione? –Gina chamou. –Vai ficar aí até o Sol aparecer? –deu uma risadinha junto com Harry.
Hermione apenas sorriu e falou:
-Só vou ficar mais um pouco – deu à amiga um sorriso tímido ao qual Gina respondeu da mesma forma.
-Okay.
-Boa Noite, Mione. –Harry disse acenando e já subindo as escadas. Gina foi logo atrás, ainda dando uns olhares para a amiga querendo verificar se estava tudo bem.
Hermione percebendo, acenou com a cabeça e assistiu Gina e Harry sumirem pelas escadas.
Mione estava sentada no sofá de frente para a lareira e dando um olhar ao redor, percebeu que fora a única que sobrou.
É, parece que não haveria milagres de Natal pra ela.

Mais uma vez, seus olhos encheram d’água, mas a menina se recusou a chorar. Isso era o que pessoas fracas faziam, ficar chorando ao invés de procurar uma solução para o problema. E essa não era ela, não era Hermione Granger.
Hermione Granger era racional e não emocional. Logo, seu coração não tinha muita moral, o que havia lhe permitido se concentrar nos estudos, ser bem sucedida na escola, conseguir tomar decisões sérias e resolver seus problemas. Isso. Essa sim era ela. Hermione sabia que isso lhe trouxe grandes vantagens e já podia sentir seu futuro garantido como uma Auror, como vários professores lhe diziam.

Ela parou por um momento, percebendo algo. Onde essa menina tinha parado?
Quer dizer, não que ela estivesse desaparecido totalmente, mas se olhando agora e vendo a situação que se encontrava... Bom, não podia afirmar que essa definição lhe correspondia em 100%. Ela continuava desse jeito, mas uma nova Hermione havia crescido dentro dela. Uma Hermione emocional, que ligava para que um certo menino chamado Ronald Weasley dizia, que se sentia magoada e machucada por eles não estarem juntos, uma menina que chorava por causa desse menino, uma Hermione fraca.

Ou talvez essa parte sempre estivera lá e esse ruivo idiota foi quem despertou.
Então é isso. Ela brigava tanto por ele porque ele a enfraquecia.
Quando Hermione estava com ele, ela não era mais a menina sabe-tudo, ela era apenas ela com todos seus sentimentos, aberta, vulnerável. Por isso a irritabilidade direcionada a ele, pois Hermione tinha certeza que não gostava dessa parte dela.
Ela desejava voltar a época na qual as únicas coisas com as quais se importava era trabalhos, testes e provas, a época que a única coisa que lhe deixava nervosa era a espera das notas.
Talvez fosse melhor se eles nunca tivessem se conhecido, afinal. Se fosse apenas Hermione Granger amiga de Harry Potter, sem um Ronald Weasley adicionado.

Ela sacudiu a cabeça e voltou à realidade, calando seus pensamentos.
Ficou mais alguns minutos apenas admirando as chamas da lareira a sua frente e por fim se levantou e foi se deitar.

Quando acordou na manhã seguinte, já quase perto do meio-dia, percebeu que Gina já havia se levantando como esperava.
-Bom dia – voz masculina entrou pelo quarto e Hermione se assustou.
-Oh, bom dia Harry! –a menina lhe deu um sorriso tímido.
-A Sra. Weasley mandou lhe trazer – Harry disse apontando para uma bandeja de café da manhã que segurava.
-Oh Merlin! Não precisava! Não queria dar trabalho e...
-Só coma. – Harry falou cortando-a.
Hermione franziu o cenho e o menino explicou:
-Foi o que ela mandou lhe dizer, pois sabia que você ia falar isso.
Os dois riram.
Após uns minutos de silêncio Hermione finalmente disse:
-Estou tão feliz que as coisas voltaram ao normal entre você e Gina.
-Eu também. – garoto sorriu. –Hermione, você realmente desconfiou que fosse eu com a Vane naquela noite?
Ela fez que não com a cabeça e disse:
-Sabia que era o Malfoy. Você a ama de mais pra fazer isso.
Eles sorriram um pro outro.
-Sabe, eu fiquei um pouco incomodado pela Gina ter desconfiado de mim.
-Pensei que isso provavelmente iria acontecer. Mas Harry, não a culpe ok?
É só que... quando você ama alguém, bem... acho que ela só estava com medo de te perder. Insegura sabe?
Ele apenas acenou com a cabeça.
-Hey será que você me empresta a Edwiges? –Hermione de repente falou.
-Er, ok. –Harry disse intrigado, mas não perguntou o porquê.

Harry foi até o quarto em que estava e trouxe Edwiges na gaiola.
-Aqui está.
Hermione abriu seu malão e amarrou, apenas um pacote sem nenhuma identificação, na perninha da coruja que pareceu reclamar com um pio.
-Não se preocupe Edwiges, não é uma viagem longa. –Hermione falou.
O menino apenas olhava para a amiga sem nada perguntar e não foi até que sua coruja voou pela janela que ele disse:
-O que era?
Hermione ainda olhava pra onde Edwiges acabara de sair e sem encontrar o olhar de Harry respondeu:
-O presente de Natal de Ronald.
-Eu não acredito Hermione! – Harry disse indignado.
-O que? Eu não entreguei ontem.
-Ah e você precisa da minha coruja sendo que vocês estão, a hum..., provavelmente cinco metros distantes um do outro.
-Preciso! Não quero mais ter contato com ele, ponto.
Harry riu sem humor e saiu do quarto.
Hermione sentou na sua cama, sem entender. Ela esperava que o amigo fosse gritar com ela ou sei lá, fazer alguma coisa.

O que aconteceu foi que uns dez minutos mais tarde Rony rompeu pelo quarto com um pacote na mão, andou até ela e lhe perguntou:
-O que é isso?
Hermione olhou pra dentro da caixa e respondeu:
-Me parece um kit de proteção para quadr...
-Não seja cínica, Hermione! –Rony disse meio irritado.
-O que?! –Hermione disse raivosamente.
A menina ia saindo do quarto e sentiu uma mão agarrando seu braço.
-Me solta, Ronald Weasley!
-Huh, usando meu nome inteiro, mãe?
-Deixa de ser ridículo!
-Ridículo eu? Quem mandou um presente por uma coruja estando na mesma residência que eu foi você.
-Ah é mesmo? Porque? Tinha algum bilhete dizendo de quem era o presente? - Ela puxou seu braço pra si.
Rony riu sem humor e falou:
-Harry me disse.
Eles se olharam por alguns minutos e quem quebrou o silêncio foi Rony:
-Pra que você fez isso? Eu esperava uma atitude mais crescida de você!
Hermione gargalhou e disse:
-Como você pode saber o que é uma atitude dessas se você nem sequer as conhece.
-Ah, cala a boca!
-Ta vendo – Hermione apontou pra ele. –Você tem o que? 9 anos de idade?
-É eu tenho! E você deve ter 6, não é mesmo?
Hermione, extremamente indignada virou de costas pra ele o que só fez ele aumentar seu discurso de que ela era uma criança.
E Hermione sabia que era verdade. Se fosse outra pessoa que estivesse assistindo essa cena, ela provavelmente estaria rindo. Sua irritação só ia aumentando a cada vez que Rony falava e ela poderia enforcá-lo agora mesmo.

Ele foi pra frente dela e começou a falar novamente, aliás, ele estava praticamente gritando. Hermione queria gritar de volta, mas ela estava paralisada. Ao contrário disso, seus olhos ameaçaram encher de lágrimas novamente.

Ali estava ela diante dele. Tão fraca quanto se odiava sentir, totalmente vulnerável sendo machucada por cada palavra que ele gritava. Mas ela podia parar aquilo, se ela quisesse. E ela queria. Ela queria que ele parasse de gritar e lhe abraçasse. Mas ele não fazia, ele só estava lá fazendo discursinhos.

-Chega. –Hermione disse quase inaudívelmente e Rony sequer percebeu.
-Porque você não foi até mim, huh? Você não percebe o quanto isso é infantil e...
-Chega! – disse alto e Rony hesitou mínimos segundos, mas continuou.
-Chega? Chega de que Hermione? Você deveria dizer chega pra essas suas atitu...
-Chega, Rony! Eu te amo!
Rony abriu a boca mais uma vez, mas foi pego de total surpresa.
-É isso! Eu te amo! Não quero mais brigar com você. – enquanto dizia as palavras Hermione se deu conta que a parte que havia crescido dentro de si, era parte dela querendo ou não. Não existia mais a antiga Hermione só. As duas partes coexistiam e se complementavam.

Eles se olharam por mais algum curto tempo e Rony que ainda estava segurando a caixa com o kit, largou-a no meio do chão, fechou a curta distância entre os dois e a olhou nos olhos. Hermione segurou a respiração um pouco pensando que ele fosse gritar ainda mais.
OK, provavelmente ela sairia dessa com cacos no lugar do coração.

Porém o menino pegou o rosto dela com as mãos e lhe beijou. Um beijo doce, profundo e com muitas saudades. Mesmo terminado o beijo, eles mantiveram suas testas juntas.
Hermione dirigiu seu olhar aos olhos do menino que brilhavam como a muito tempo ela não via. E eles não estavam “expulsando-a” ou “julgando-a” desta vez, eles não pareciam portas fechadas. Eles eram ternos e a envolvia.
Ele sorriu e ainda mais profundamente como Hermione pensou que não fosse capaz, a olhou e disse:
-Eu te amo.
A menina sorriu e abraçou Rony fortemente. Dessa vez ela não conseguiu impedir e algumas lágrimas correram pelo seu rosto. O ruivo enxugou-as e lhe beijou novamente. O menino de repente quebrou o beijo e pegou algo em seu bolso.

-Eu trouxe... hum... seu presente de Natal – disse timidamente. Eles sorriram um pro outro e Hermione pegou a caixinha de suas mãos.
A caixa era azul e estava amarrada com uma delicada fita branca de seda.
Ela de repente olhou pra ele alarmada.
Ai meu Merlin! Ele vai pedir pra casar comigo. –pensou.

Não entendam mal. Ela amava ele com a certeza de todas as células de seu corpo e ela queria casar com ele, mas não agora. Eles ainda eram adolescentes e...
-Hey, abra. Não é um anel de casamento. – Rony disse cortando o pensamento de Hermione e riu nervosamente. A menina riu sem graça.
-Não vou pedir sua mão... –o menino disse divertido e com um sussurro falou no ouvido dela. -Pelo menos não agora.
Ambos sorriram e Hermione deu mais um beijo no menino. Logo depois ela finalmente abriu o pequeno pacote.

Era sim uma jóia. Mas não era um anel e sim uma pulseira. A corrente era de ouro e delicada e pendurada nela havia um pingente, uma coroa.
Hermione sorriu lembrando-se de como a torcida chamava Rony nos jogos de quadribol.
-Eu estava vindo te entregar quando Edwiges entrou no quarto... Eu... er... pesquisei em alguns livros e...
-Hã? –Hermione elevou as sobrancelhas.
Ele riu e continuou: -Pois é. Então eu achei esse símbolo e vi que ele combinava com você.
-Mas eu pensei que...
-Bom – ele cortou ela gentilmente, pegou a pulseira e começou a colocar em volta de seu punho. – Esse símbolo é relacionado a mérito, vitória... – fechou a pulseira no fecho, a abraçou e continuou – É também símbolo de amor puro, poder, força, de pessoas que lutam pelo que desejam, das que não suportam que brinquem com seus sentimentos... soa familiar?
Ela riu e respondeu:
-Algumas partes.
Eles riram um pouco e se beijaram rapidamente.
-E claro, que vai te lembrar de mim. –Rony confessou timidamente e Hermione riu sabendo que ele falava de seu “apelido” nos jogos de quadribol, como havia pensado mais cedo.
-Que namorado humilde que tenho. –Hermione disse e logo se arrependeu. Namorados? Era isso que eles eram? Os dois de repente ficaram sérios e um breve silêncio caiu.
-Você pode dizer isso de novo? –Rony perguntou.
Hermione franziu o cenho.
-Err... o que? Desculpa eu não quis...
-Só aquela palavra.
-Humilde? –Hermione disse com certo receio de dizer a outra.
-Não, não. –Rony disse e um sorriso esperto cresceu em seu rosto. –A outra.
Hermione sentiu seu rosto esquentar e disse:
-Err... namorado. –ela sorriu amplamente.
-Você sabe a quanto tempo eu quero ouvir você dizendo isso? – ainda com o sorriso de antes no rosto.
-Há provavelmente tanto tempo quanto eu quero ouvir você dizendo o que eu sou sua.
-Você? –ele coçou a cabeça fingindo que estava pensando. –É minha namo... Não.
Hermione arregalou os olhos e Rony sorriu abraçando ela mais forte:
-Minha rainha. –Ele disse pegando gentilmente o pulso da menina e mostrando a coroa. Hermione derreteu internamente. –E minha namorada. –Ele finalmente disse e depois de rir um pouco eles se beijaram novamente.

Ela ficou totalmente envolvida pelo beijo como se naquele momento só houvessem os dois em todo o mundo. Nada mais importava, todas as preocupações eram apenas obstáculos vencidos. Os braços do menino ainda a rodeavam e a apertavam gentilmente, o que fazia ela se sentir... segura. Então, assim como quando ele enxugou as atrevidas lágrimas que correram a pouco, ela soube que por mais vulnerável que ela estivesse, por mais fraca que ela se sentisse, Hermione tinha certeza que Rony estaria ali por ela.

~FIM~
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 24/01 o/

Post by Emmeline Lupin »

Milla adorei!!!!
Muito lindo esse capítulo
Fiquei derretida aqui

só fiquei com dó do draco...tadenhooo

vou ficar com saudades dela

linda, linda, linda essa fic*_*
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 24/01 o/

Post by Sugar. »

Ownn *--*
Muitíssimo obrigada Emme por ter acompanhado e fico muuito felliz que você gostou ^^
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Re: A muitos passos de um final R/Hr- ATUALIZADO! 24/01 o/

Post by Luu »

aaaaaaaaaaaaaaaaaawn qe liiindooooo *----*
ainda não tinha visto que voce tinha postadoo ..
liindo, liindo mesmo esse final, adooorei *--*

parabééns, linda fic Sugarzinha :D
tbm ficarei com saudades dela ..
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Re: A muitos passos de um final.

Post by Sugar. »

Luuzinhaaa *-*
muito obrigadaa ^^

cês sabem que fazem uma pessoa feliz quando comentam hauahuah

beijos e mordidas.
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