Nome do autor: Perséfone Black
Título: Desire, Power and Control
Ship: sem ship
Gênero: General
Classificação: K
Formato: Ficlet
Observações: POV do Tom/Voldemort/O-que-você-quiser-chamar
Link: Aqui
Desire, Power and Control
Eu já havia lido sobre ele. O Espelho de Ojesed. O espelho dos desejos escondidos.
Eu o admirava tão de perto – sonhava tanto com o que ele me mostrava – que passei a conhecer cada detalhe seu, como um objeto de estudo infinitamente precioso. Ele era, por si só, uma peça rara. Sua magia era incrível e tão imensamente verdadeira que devastaria aqueles de mente fraca – mas não eu.
"Não mostro o seu rosto, mas o desejo em seu coração".
Essas palavras constituíam a descrição mais perfeita que eu poderia conceber.
E eu admirava aquela imagem com os olhos cheios de promessas, um sorriso irônico e o coração exposto somente ao Espelho. Eu não confiava em ninguém e as emoções estavam sempre contidas – eu tinha o controle em minhas mãos.
Mas eu tinha noção de que o Espelho poderia ser a minha ruína.
Ou melhor.
Que a imagem que ele me mostrava pudesse ser a minha ruína – talvez ela fosse demasiado grande e fizesse-me perder-me a meio caminho de alcançá-la. Mas eu não me deixaria sucumbir – eu iria até o fim, porque eu sabia que poderia ser poderoso o suficiente.
Eu tinha a inteligência. Eu tinha o controle. Eu conseguiria o poder.
O Espelho me mostrava a soma de tudo – mostrava a mim no futuro.
E eu tornar-me-ia a personificação exata da imagem que eu passara a vivenciar dia após dia. Todos os meus passos foram para alcançar a imagem que o Espelho me mostrava – porque ela não poderia ser nada mais que não felicidade para mim, mesmo que incompleta e incompreendida.
Sempre que podia eu voltava a vê-la, fosse frente ao Espelho, fosse através de memórias. Ela me mostrava o que eu seria e isso me dava novas energias para lograr esse objetivo abstrato.
Eu tentei – sob a segurança das sombras, das máscaras, da persuasão e inteligência – transformar tais ilusões do Espelho em realidade.
E encontrei os meios, restavam apenas os fins – conseqüências todo ato traz, mas as conseqüências deste em especial pareciam a mim tão mínimas que eu não via razões para parar. Eu continuaria no controle. E teria o poder.
Sim, eu teria o poder. O Espelho me mostrava o que ninguém antes havia visto – nem mesmo o profundo e desconfiado Albus Dumbledore.
E eu mostraria a Albus – aquele que sempre duvidou, sempre tentou manipular-me – que eu poderia ser tão grande quanto ele. Que eu poderia ser o maior bruxo do mundo – como quando eu era apenas um menino tolo com poderes que não conhecia, vivendo de roubar e machucar outros ainda mais tolos que eu.
E o Espelho de Ojesed mostrava a mim.
Mostrava um Tom mais velho, mais maduro – mais poderoso. O Tom do Espelho exalava superioridade, desenvoltura, autoridade – ameaça. Eu via a mim manejando a melhor das varinhas e com aquele mesmo brilho com o qual eu observava o Espelho – um olhar determinado de promessas de orgulho e vingança.
Atrás de mim – o Tom do Espelho – um enorme relógio girava loucamente, sem sentido nem direção. E aquele objeto consistia no meu maior desejo: ser o senhor do tempo.
Atravessá-lo de um extremo a outro, sem preocupar-me com a morte – a mais vergonhosa fraqueza humana. Ter o tempo em minhas mãos – rendido a mim.
Eu me via como o maior bruxo do mundo: poderoso e imortal.
O Espelho podia não mostrar o futuro – mas a mim mostrava.