POR QUE A PATINAÇÃO NO GELO FOI INSPIRADA NO QUADRIBOL
Tese escrita por Garin
1. Introdução
A patinação no gelo é um esporte de inverno trouxa que consegue encantar até mesmo aos bruxos, pela simplicidade com que os movimentos tornam-se belos e harmônicos. O equilíbrio de um patinador é tão impecável que muitos especialistas afirmam que essa prática deva ter surgido em terras bruxas. Existem muitas controvérsias sobre esse assunto, no entanto. O objetivo principal dessa tese é detalhar a pesquisa feita sobre o assunto e revelar de uma vez por todas qual é a verdade. A patinação no gelo possui origem bruxa ou trouxa? Para responder a essa pergunta, foram traçados uma série de objetivos intermediários:
- Investigar a história da patinação no gelo;
- Identificar os equipamentos utilizados por um patinador e estabelecer uma relação destes com os acessórios bruxos;
- Identificar os países onde a patinação no gelo é mais praticada e a sua relação com a comunidade bruxa;
- Investigar se algum grande patinador no gelo tem (ou teve) origem bruxa.
2. Método de Pesquisa
Essa pesquisa possui caráter qualitativo, porque busca explicar se existe alguma relação entre a patinação no gelo e o mundo bruxo. Para fechar a triangulação dos dados, foram utilizados os seguintes artifícios:
a) Entrevista: diversas entrevistas foram realizadas com grandes nomes da patinação do gelo que integram o cenário trouxa atual;
b) Análise de Documentos: A Associação Americana de Patinação no Gelo concedeu diversos documentos de registro de atletas e campeonatos para análise;
c) Método de Observação: Para um melhor entendimento de como funciona a patinação no gelo, assistiu-se uma apresentação no Centro de Patinação no Gelo Olímpico, em Melbourne, Austrália.
3. Desenvolvimento
De acordo com a história trouxa, a patinação no gelo teve origem no continente europeu. Antigamente, patinar era simplesmente um meio de locomoção, usado para se atravessar lagos e canais que durante o inverno ficavam congelados. Foi com o tempo que patinar tornou-se uma forma de recreação. Patinadores começavam a fazer desenhos no gelo com as lâminas dos patins. A partir daí, começou-se a organizar desafios, nos quais os desenhos feitos no gelo eram avaliados e o mais original, complexo e bonito, naturalmente, ganhava o concurso. Isso deu margem para uma modalidade esportiva que atualmente é denominada Patinação Artística.
A versão trouxa, no entanto, bate de frente com o que dizem os livros bruxos. Tudo começou com a publicação de uma manchete n’O Profeta Vespertino de 1º de agosto de 1856. A Copa Mundial de Quadribol estava sendo realizada no sul da Austrália, em pleno inverno. Segundo o jornal, a neblina era tanta que nem os espectadores do estádio conseguiam acompanhar o jogo nitidamente. Naquela época, a utilização de mágicas que alterassem as condições climáticas eram contra as regras do esporte, portanto, a neblina, mesmo que intensa, tinha que continuar.
Foi quando seis jogadores de quadribol, desorientados pela dificuldade na visão, acabaram se afastando do estádio em suas vassouras e se perderam. Quatro jogadores da equipe da seleção australiana, anfitriã do torneio e dois jogares da seleção romena tinham desaparecido. Eles se afastaram da cidade de Adelaide, onde acontecia o jogo, e seguiram pelo rio Torrens cerca de 255km. O mais curioso é que os jogadores, semanas depois, afirmaram que não tinham percebido que eles tinham saído do campo de quadribol. Eles continuaram com o jogo, mesmo sobre as águas límpidas do Rio Torrens.
O que se especula a partir disso é que a pequena comunidade local da cidade de Adelaide teria visto o show aéreo dado pelos jogadores de quadribol desaparecidos. Loops, mortais, giros, e movimentos acrobáticos teriam encantado os australianos que viram os seis jogadores de quadribol daquelas seleções. Foi essa apresentação que possibilitou mais tarde a origem da patinação no gelo. Há uma série de indícios que tornam isso possível, a começar:
a) O Rio Torrens não estava coberto pela neblina naquele dia. Como os jogadores não se deram conta disso, é um mistério. Mas sabe-se que boa parte da população de Adelaide presenciou o feito. O Ministério da Magia, na época, estava ocupado demais com a organização da Copa Mundial de Quadribol para se dar conta de que trouxas tinham visto bruxos bizarros montados em vassouras aladas;
b) Em vez de gritar de terror, chamando os bruxos de alienígenas, os trouxas ficaram encantados com o pseudo-jogo de quadribol particular sobre o Rio Torrens. Historiadores afirmam que os bruxos teriam sido confundidos com fadas voadoras, mito de origem celta trazido à Austrália pelos viajantes europeus;
c) Dias depois da aparição dos bruxos aos trouxas, a cidade de Adelaide sofreu uma das piores nevascas de todos os tempos, que teriam feito o Rio Torrens congelar parcialmente. Moradores da região na época registraram que a visão era tão maravilhosa que só podia se tratar de um milagre trazido pelas fadas de vassoura;
Segue poema escrito por Timothy Morgan, em 1856, dentro de sua obra Estação de Inverno na Terra-Nova:
Intenso gelo desconhecido
Trouxe seres fantásticos aos olhos
Pequeninos e voadores
Montados em troncos de cerejeira
Perfumam o meandro sulista
Jorram o seu pó mágico
Congelam os peixes azuis
Revelam os segredos de cristal.
d) Os trouxas acreditaram que o rio congelado era um presente das fadas. Alguns moradores teriam tentado andar sobre o gelo, sem proteção ou qualquer equipamento. Muitos acabaram quebrando o gelo e caíram no buraco de água, morrendo congelados. Outros no entanto, saíram ilesos e consideraram-se abençoados pelo poder divino das fadas de poder andar sobre o gelo. Muitos desses moradores eram navegadores europeus e acabaram voltando para a sua terra-natal anos depois.
e) O que se sabe depois disso é que sempre que algum lago ou canal congelava na Europa, aqueles que tinham presenciado os jogadores de quadribol na Austrália tentaram repetir o feito no Rio Torrens: caminhar sobre o gelo. Os outros europeus ficavam confusos: por que alguém ia se arriscar a andar sobre um lago congelado? Foi quando os navegadores explicaram a história das fadas, mas ninguém acreditou. Na tentativa de convencer seus amigos europeus, Liam Likuin criou sapatos especiais para andar no gelo, que continham lâminas na sola que lhe adquiriam equilíbrio, velocidade e sensibilidade de movimento. Ele acreditou que se tentasse imitar os movimentos aéreos vistos na Austrália, poderia chamar a atenção das fadas e fazê-las aparecer outra vez. O que se sabe é que nunca mais as “tais fadas” teriam aparecido para os trouxas, mas a beleza com que se os movimentos sobre o gelo se sobressaíam encantara tanto aos europeus, que todos decidiram andar sobre os lagos congelados também. O que se segue então, é a criação da patinação artística com os desenhos sobre o gelo e a difusão da patinação no gelo pelo mundo.
Muitos movimentos conhecidos da patinação no gelo na realidade foram copiados do Quadribol. Quando Liam Likuin patinou no gelo, ele tentou reproduzir os movimentos feitos pelos jogadores de quadribol que ele tinha visto na Austrália. Com o passar do tempo, esses movimentos sofreram evoluções, mas ainda assim continuam muito parecidos com alguns dos movimentos do quadribol atual, a saber:
• Trabalho de pés: notável semelhança com o vôo de vassoura. As seqüencias de movimentos em linha reta ou em círculos certamente se parecem muito com as jogadas ensaiadas do quadribol, e a serpentina é um movimento praticamente idêntico ao criado pela artilheira canadense Joana Hopfner Hibbs no século XIV para desviar de seus adversários, e que mais tarde passou a ser utilizado por todos os artilheiros e conhecido como “Movimento S de Hopfner”.
O atual artilheiro da seleção francesa de quadribol, Jacques Dugain, divulga mais detalhes sobre esse movimento. “O movimento S de Hopfner imita justamente o movimento espiral tipicamente realizado por uma serpente. Ele é muito útil para desviar o adversário e confundi-lo. Esse movimento faz com que o artilheiro ganhe tempo e se afaste dos outros jogadores mais rapidamente. Qualquer artilheiro que se preze deve conhecer essa tática.” Quando convidado para assistir a uma apresentação de patinação no gelo em Melbourne, na Austrália, Jacques Dugain não teve dúvidas: o movimento de serpentina no gelo lembrava muito o movimento S de Hopfner.
• Piruetas: o giro do patinador em torno de seu próprio eixo é o famoso giro de visão do apanhador, aquele que o jogador faz à procura do pomo pelo campo de quadribol;
• Saltos: o movimento de salto no gelo é muito parecido com as guinadas que os jogadores geralmente dão para tentar escapar de um Balaço;
• Levantamento: na patinação no gelo, o levantamento é quando uma pessoa segura o seu par acima de sua cabeça. Mais uma vez, esse movimento é muito parecido com a jogada ensaiada inventada pela seleção russa no século XVII. Nessa jogada, um artilheiro pula na vassoura de outro artilheiro e os dois ficam sobre a mesma vassoura. Em seguida, um artilheiro sobe em cima do outro e atira a goles para um dos arcos. Essa tática foi inventada justamente para impressionar e assustar o goleiro e ficou conhecida como “O Lance do Terror”. É extremamente difícil de se realizar, mas na época foi uma jogada que teve bastante ênfase.
O país com o maior número de patinadores registrados oficialmente como atletas é os Estados Unidos. Ao observar o registro de atletas, notou-se que uma das maiores patinadoras do mundo, e também ginasta artística, Shawn Johnson, é bruxa e jogou como apanhadora no time Red Brooms por cinco anos. Seu antigo treinador de quadribol contara que Shawn Johnson era brilhante em campo e o fato dela ser uma das maiores (senão a maior) ginastas e patinadoras olímpicas do mundo não é mera coincidência. “Qualquer bruxo que jogue um bom quadribol terá facilidade em patinar no gelo. Os movimentos são quase os mesmos. É como trocar a vassoura por patins.”, ele diz.
Os Estados Unidos também é o país com o maior número de times de quadribol registrados pelo Ministério da Magia. Acredita-se que muitos jogadores de quadribol acabem migrando para a patinação no gelo, por ser mais desafiador para os bruxos.
A seleção norueguesa de quadribol é hoje uma das mais bem sucedidas do mundo. Carregando quatro títulos internacionais, o treinador conta que todos os jogadores costumam patinar no gelo durante o inverno. “Patinar no gelo é um ótimo exercício para os jogadores de quadribol porque os ajuda a acentuar melhor os seus movimentos em jogo”.
Os equipamentos de um patinador no gelo, segundo a história, teriam surgido com o tempo, trazidos por jogadores de quadribol que utilizavam a patinação como meio de treinamento. “Equipamentos de proteção ao patinador estão localizados em áreas estratégicas, as mesmas necessárias para qualquer jogador de quadribol”, diz Viktor Izbasa, capitão da atual seleção romena de quadribol. “Além disso, a elasticidade na roupa também é característica nos uniformes de jogadores mais velozes”.
4. Conclusão
O que se pode notar com todas as evidências apresentadas é que a patinação no gelo, de fato, existe graças ao Quadribol. Ainda que os trouxas não façam idéia da existência do esporte bruxo, a patinação é a ponte esportiva mais curta entre os dois mundos. A utilização da patinação como treinamento para o quadribol, além disso, tem se mostrado como uma estratégia cada vez mais difundida e tendenciosa, e que certamente traz bons resultados para quem pratica.