Ala Hospitalar

Curta as magias do Castelo de Hogwarts!

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David Bergerson
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Re: Ala Hospitalar

Post by David Bergerson »

No caminho, silêncio quase que total. Quase. Os olhares – de ambos – faziam perfeitamente o papel da fala, cada qual com suas intenções – e impressões. David, por sua vez, ignorou os costumeiros olhares curiosos de alguns alunos – agora mais do que antes, dada a presença da mulher, certamente estranha a eles, ao seu lado – que jaziam na extensão dos jardins. Não era como se ele se importasse muito com isso. Não tanto, ao menos.

O entardecer. Ainda que cinzento, não deixava de ser belo. A transição do dia para a noite, o céu diurno parcial e lentamente envolvido pelo manto negro da noite. Fora num entardecer como aquele que ele tivera uma das melhores – raras – notícias de sua não tão simplória vida. Ela estava linda. Como sempre. Os cabelos castanho-claros, sedosos, esvoaçavam ao vento. O rosto alvo, ponta do nariz e bochechas levemente coradas por causa do frio, tudo contrastando com a paisagem cinzenta do inverno holandês. Ele a aguardava já há alguns minutos na Magere Brug, no centro da cidade, olhando desatenciosamente para o Amstel, que refletia o cinza do céu. Não conteve o largo sorriso quando a avistou.


"Olá, querido", Anyah dissera, sorrindo como sempre, mas um pouco mais animada que de costume. "Tenho uma notícia."

A mudança no tom de voz dela para algo mais sério acabou por deixá-lo preocupado. Tinha medo de que aquilo se acabasse. Obviamente não pôde conter a indagação.

"Que notícia? Você... Está tudo bem com você?

"Bem, sim, dependendo do ponto de vista", ela respondeu de pronto, mas já deixando escapar um sorriso no canto dos lábios. "Estou grávida."

Ela franziu a testa e fez menção de choro, mas não de tristeza. Ele a abraçou, não sabendo se ria, falava ou simplesmente mantinha o silêncio. Talvez não fosse necessário que fizesse coisa alguma. E se soubesse o que viria pela frente, talvez tivesse desejado que jamais houvesse acontecido. Teria sido melhor, de fato. Por que fora tão idiota? Tão ingênuo? Ainda era muito jovem, talvez por esse motivo. Ainda assim, isso não justificaria. Ele a beijou, no entanto. E achou que, no fim das contas, havia valido a pena ter passado por tudo aquilo em Hogwarts. Estúpido.

Finalmente chegaram ao local de destino. As memórias fizeram com que ele não reparasse que a mulher caminhara muito bem por aqueles confusos corredores. Entretanto, não se surpreenderia, talvez, se tivesse notado. Não deu ouvidos, também, aos sons de vidros estilhaçando quando ainda na proximidade da ala – e só se deu conta de que algo estava acontecendo quando Raina parou diante da porta e espiou para dentro da ala.Após alguns instantes, foi praticamente puxado por ela para dentro, e então avistou um garoto sentado em uma maca, a mão sangrando sem parar. E ao redor dele, uma bagunça sem fim. Era só o que faltava...

Preparou-se para caminhar até o garoto e dizer-lhe algumas palavras, mas foi detido – sim, detido por Raina, que lhe sorriu e disse calmamente, como se nada tivesse acontecido ali:


- Ele não vai prestar atenção no que disser mesmo enquanto estiver sangrando, vá. Nem eu sou tão chata assim.

Desde quando...? Calou-se. Apenas a observou se dirigir ao garoto e, após tomar um pedaço de tecido, enfaixar-lhe a mão, não sem trocar algumas palavras com ele. Logo depois, ela retornou até David e o garoto saiu. O bruxo simplesmente deixou que ele passasse sem dizer palavra. Não era como se estivesse disposto a se desgastar ainda mais, afinal. Olhou para Raina, que agora retornava a ele com o resto do tecido e um frasco nas mãos. Ela não estava pensando em...?

Sim, estava. Ouviu a explicação dela sobre o garoto, os alunos, os machucados, a poção. E não que não estivesse atento a isso tudo, mas ela o fazia lembrar alguém, o que o deixou levemente perturbado. Sua mente voltou ao ambiente quando Raina fez sinal para que ele retirasse a capa e se sentasse, o que ele acabou fazendo, mesmo sem saber por que. Ela passou o pano umidecido com a poção sobre os arranhões do bruxo, e ele apertou levemente os lábios ao sentí-los arder.

Ouviu-a falar discorrer sobre o fato de os bruxos se tornarem mal-acostumados por causa das varinhas – e com o que David poderia dizer que concordava, mas preferiu manter-se calado –, explicando que dizia aquilo apenas porque aprendera a lição da pior maneira. Ela não parecia ter idade tão avançada assim a ponto de aprender lições, mas não era como se ele também não tivesse e já houvesse passado por centenas de coisas. A última frase da mulher, no entanto, destoou completamente do assunto tratado, e David a fitou com certa perplexidade – não sabendo dizer se por conta do teor das palavras em si ou se pela mudança brusca no tema.

Ela riu, e imediatamente passou a cuidar dos joelhos do professor. Ele manteve-se a observando, apenas, sem achar que fosse necessário dizer qualquer coisa – até para que não acabasse se complicando ao ter de comentar as últimas coisas que Raina dissera. Entretanto, um novo comentário da bruxa fez com que ele quase arregalasse os olhos:


- Se bem que não creio que seja particularmente incômodo para você receber uma bronca a respeito de curas e afins. Não é como se professores de Astronomia tivessem obrigação de saber esse tipo de coisa.

- Mas como voc...? – ele balbuciou, mas não pôde continuar.

Não se recordava ter revelado à moça que era professor de Astronomia – de fato não o fizera. Por isso mesmo, não fazia sentido que ela soubesse disso. A não ser que o conhecesse. Se fosse o caso, não era recíproco, apesar da impressão que ele ainda tinha de tê-la visto em algum lugar. Ela calou-se dessa vez, e ele não fez diferente – sabia que ela não diria mais coisa alguma se ele não perguntasse. E, desta feita, não era como se ele pudesse conter a indagação – ainda que por uma questão de segurança.

Levantou-se quando ela terminou com seus joelhos, fazendo um leve sinal com a cabeça em agradecimento. Palavras seriam desnecessárias, mais uma vez. Ele olhou para a janela ao ouvir o som do vento que parecia ter soprado ainda mais forte lá fora. Voltou-se novamente para Raina, e então finalmente disse:


- De onde... me conhece?

Teria, afinal, a prova de que precisava?




Off- ahaahaau o ava tinha que dar resultado uma hora =z *abraça

e pig-post (*copia Gui) lixento só pra sequenciar .-.
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Gaby Lovegood
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Re: Ala Hospitalar

Post by Gaby Lovegood »

Defina estranho?!

Seria estranho o fato da curandeira ter discutido com dois funcionarioa do castelo em menos de meia hora? Ou o fato de que outros tres funcionarios ignoraram completamente suas argumentações, ou diria presença? Bom, Gabriella nunca foi um modelo de popularidade, ou uma pessoa repleta de amigos - ao contrario de seu irmao, que sempre foi muito bem conhecido pela escola, e sempre teve seus fieis companheiros- Mas por outro lado ela também nunca tinha se sentido tão estrangeira em sua propria casa, pois afinal podia dizer que Hogwarts era sua casa ja que viveu ali quase que toda sua vida, e aquela era a primeira vez que não tinha amigos por ali, sem contar que já não podia dizer nem que tinha irmão, pois este ainda a despresava com uma visivel raiva, e embora fosse justificado, era estranho que depois de tantos meses a raiva não tinha se disipado nem um pouco.
Era confortavel ter recebido a simpatia de Hakuto neste momento, embora não se conhececem, o rapaz se mostrou gentil. E mesmo achando que este tinha decidido acompanha-la até a Ala para ficar de olho na garota que havia sido atacada por uma coruja, era um bom sentimento saber que já estava em sua compania a aproximadamente 15 minutos sem que grandes prejuizos fossem somados ao seu dia, talvez isso significasse que de agora em diante ela teria alguem com quem conversar no castelo.

Mais do que sem convite seus pensamentos foram preenchidos por uma incrivel nostalgia, lembrou-se de professores que já não lecionavam ali, e daqueles que passavam horas na enfermaria - estando ou nao necessitados de seus cuidados- e daquela que tinha se tornado uma amiga depois de tanto precisar de repouso na ala hospital. Havia muito tempo que não a via, desde aquele dia em que ela se deu alta da enfermaria e desapareceu. Não que elas tivessem perdido totalmente o contato, pois encontraram um modo de se comunicar, porém não era muito facil o que as deixavam tempos sem se falar, assim como agora, a muito não recebia noticias sobre ela, e tratando-se de quem era, não podia afirmar que voltaria a falar com ela em breve.

Abriu a porta da enfermaria de modo que Morgana passace por ela sem esbarra e indicou uma maca.


- Eu só preciso de um minuto para pegar algumas poções e já damos um jeito nis...
- Como de costume seus olhos vasculharam a enfermaria em busca de mais alguém que pudesse ter chego ali, não se espantou em encontrar sentado em uma maca o professor de Astronomia, pois já na sala dos professores ela sabia que ele precisava de cuidados, porém, com ele havia uma garota, QUE ESTAVA BANCANDO A CURANDEIRA COMO TODOS NOS CASTELO GOSTAVAM DE FAZER!


- Pelo visto eu realmente posso pedir demição, pois há curandeiros demais nesse castelo! - Com fogo nos olhos fitou a garota, que a encarou com um sorriso debochado quando lhe ouviu, um sorriso debochado que fez com que Gabriella parace de se mover, um sorriso debochado que ela conhecia muito bem, e que embora não pertencesse aquele rosto de adolescente, não tinha duvidas de a quem pertecia.


- Ra... Ra... Rav...
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Morgana Flamel
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Re: Ala Hospitalar

Post by Morgana Flamel »

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Narração: *...*
Fala: - ...
Fala de outros: - ...
Pensamento: "..."

*Morgana acompanhava Gaby, estava calada pensando no que falar para Hokuto, ele estava logo atras delas e ela fazia de tudo para não encara-lo, queria evitar ao máximo o momento que ela sabia que viria e junto dele as perguntas.... A curandeira abriu a porta da enfermaria de modo que a sonserina passasse por ela sem esbarrar e indicou uma maca que a garota não alcança, pois para no meio do caminho olhando para um ponto especifico*

- Eu só preciso de um minuto para pegar algumas poções e já damos um jeito nis... *ela olhou a enfermaria e se depara com uma cena no minimo inusitada, um professor sentado em uma maca, professor esse que Morgana não conhecia, pois ainda não havia tido aula com o mesmo... Com ele havia uma garota, que estava cuidando dele e ao olhos da francesa, Gaby n ão havia gostado muito disso* Pelo visto eu realmente posso pedir demição, pois há curandeiros demais nesse castelo!... Ra... Ra... Rav...
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Raven
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Re: Ala Hospitalar

Post by Raven »

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  • Ele estava calado, sem que ela pudesse sequer imaginar se por estar constrangido, incomodado ou simplesmente perdido em pensamentos. O que quer que o levara até a floresta proibida... Fazia com que Raina se sentisse uma figurante em uma história bastante pessoal; intrusa, talvez. Isso, junto ao estado semi-catatônico em que o professor parecia se encontrar, lhe dava a certeza de que tirá-lo de lá fora um bom plano de ação.

    Pessoas em seu estado normal de consciência já corriam riscos naquela floresta – apesar de ela não saber por que razão alguém em seu estado normal de consciência entraria ali – e a jornada do professor, do jeito como ele estava se comportando, não teria acabado bem... Ou talvez conhecê-la viesse a se provar a conseqüência negativa de tal aventura; como saber?

    Ouviu o aluno deixar a ala sem sequer levantar os olhos de sua tarefa atual, dando a Bergerson privacidade em seus pensamentos, os que o haviam levado à floresta e os que o levavam a ainda estar junto dela, até que por fim terminasse com seus joelhos e endireitasse as costas, ainda o encarando de baixo, de qualquer forma, já que ele logo se pôs de pé e fez valer a diferença de altura que os separava.

    A pergunta chegou, finalmente elaborada em uma frase coerente, e ela apenas sorriu, a ironia esparramada por toda sua expressão enquanto utilizava a desculpa de deixar o frasco de poção em sua mão sobre a maca atrás dele para se aproximar, uma intenção velada demonstrada apenas em seu olhar.

    “Hogwarts,” pausa rápida, apenas para dar-lhe alguns segundos para que se confundisse, “nos encontramos na floresta, não se lembra? De que outro lugar eu poderia conhecê-lo para que se preocupe tanto, prof. Bergerson? David.”

    O som produzido pela porta da enfermaria ao se abrir rompeu a atmosfera tensa que o não tão incidental deslize acerca da profissão de David criara, e antes que pudesse realmente pensar no que motivava tal gesto Raina acrescentou um passo à distância que a separava do professor como se procurasse ocultar algo errado que era feito ali até então. Gabriella, acompanhada.

    Raina virou-se totalmente de frente para a curandeira, incapaz de conter a ampliação natural da ironia em seu sorriso e olhar diante das palavras que lhe foram dirigidas. Por todo o tempo em que estivera em Hogwarts sua impressão sempre havia sido que a curandeira lhe desaprovava, para colocar de uma forma simpática, principalmente, em seus últimos momentos, no que dizia respeito ao diretor...

    Até que sua saída da escola teve de ser adiada por razões de força maior, quando se viu forçada a ficar naquela mesma ala por um longo período de tempo. Aquele convívio de semanas, ainda que forçado e que envolvesse uma de suas partes desacordada na maior parte do tempo, fora mais eficiente para uni-las do que todos os anos em que estiveram sob o teto da escola juntas; ou apenas as levou a enxergar o quanto todas aquelas outras experiências aproximavam todos por ali sem que sequer notassem.

    Nunca teria imaginado, por exemplo, que poderia sentir qualquer coisa por Renan até que tivesse de encarar a perspectiva de não mais se verem... Ou brigarem um com o outro.

    Cruzou os braços, se limitando a encarar Gabriella por alguns momentos... Ou, ao menos, até que notasse o nome que ela começava a balbuciar. Cedo demais para abrir mão deste jogo, pensou, olhando de esguelha para David. Antes que Gabriella pudesse encontrar as palavras, adiantou-se em sua direção em um movimento suave, pousando um único dedo sobre os lábios da outra bem a tempo de impedir que as palavras escapassem.

    Raina. Sim, sou eu mesma.” Ela removeu seu dedo, tornando a cruzar os braços e se afastando apenas um pouco antes de continuar, todos seus gestos procurando conferir o máximo possível de casualidade ao reencontro “Não deixe que minha presença interfira em seu trabalho; acho que curei um sangramento severo, alguns minutos atrás, com um pedaço de pano e uma lição dolorida. Só pensei em me ocupar com David enquanto esperava.”

    Indicou os pacientes presentes com uma das mãos, esperando apenas que a curandeira começasse a se dedicar a eles antes de passar a segui-la e falar: “Sua última ligação me deixou preocupada com você, além de meu eterno interesse em Hogwarts que bem conhece. No mais, preciso do auxílio de algum curandeiro em algumas, hm, complicações resultantes de alguma magia que andei experimentando;” piscou para David, ainda seguindo Gabriella como se esperasse por alguma indicação quanto a que poderia fazer para ajudar “confio em apenas dois, e ambos estão neste castelo. Precisamos conversar em particular, quando não houver ninguém partido ao meio por aqui.”

    Não pensou realmente que, naquela escola,
    sempre havia alguém partido ao meio na Ala Hospitalar... Ou a caminho dela.
Sono demais para conferir se tem algo bizarro x.x
Dvd, vai chegar MT gente, depois punho o gato uu
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Re: Ala Hospitalar

Post by Gaby Lovegood »

E no final, quem pode explicar o verdadeiro significado de amizade?!

Durante anos se cruzaram nos corredores de Hogwarts, se estranharam por terem comportamentos diferentes –ou seriam estes iguais demais – Gabriella havia a amaldiçoado cada vez que seu irmão teve um arranham por ter se metido em um duelo com ela, e mais ainda quando percebeu que o ódio entre os dois tinha outro sentimento escondido, mas é assim que as coisas são, não? Do ódio nascem o amor e a amizade.
Além disso, Gabriella sempre teve certeza que amigo era aquele que iria lhe atirar na cara verdade da maneira menos delicada possível, mesmo que com isso parecesse mais um inimigo, então na medida do possível, aquela pessoa parada de braços cruzados era sua melhor amiga. Não que elas precisassem admitir isso para alguém.

Antes que se desse conta a garota pousou o dedo sobre sua boca, e como se já não bastasse aquela face de adolescente que a encarava, se dizia Raina. Afinal de contas o que ela estava pensando??? E como quem caça borboletas por diversão, Rav... ou melhor Raina, lhe explicou o porque estava curando o professor de Astronomia. E embora a curandeira pudesse confiar na “garota” para esse tipo simples de tratamento, não deixou de pensar que já era hora de arrumar uma forma de fazer com que os habitantes do castelo parassem de curarem-se uns aos outros como quem troca mensagens escondidas durante a aula.

Segurando suas perguntas, e sua vontade de voar no pescoço de Raina até ter todas suas respostas – afinal de contas professores e alunos estavam presentes- Gabriella caminhou até seu armário de poções pegando o que era necessário. Algumas pomadas, algumas poções e um pouco de gases. Raina a seguia falando, o que fez Gaby pensar em crianças quando fazem algo errado e não querem que os mais velhos descubram, elas começam a falar sem parar de todos os assuntos possíveis, até que finalmente o que poderia levar ao seu erro é esquecido.


- Agora sim alguma coisa faz sentido...Você não poderia ter voltado só porque sentiu falta da minha ilustre presença, não é mesmo?! Não, não... Ela também precisa de ajuda. – Embora a todos ali presente aquilo fosse o começo de uma discussão, Raina sabia que a curandeira estava apenas implicando com ela por força do habito. Assim como a própria costumava fazer. – Ra – Acertar o nome estava se mostrando a parte mais difícil. – RA I NA, eu tenho certeza que seja lá com o que você se meteu agente podia ter resolvido isso por telefone, afinal o feitiço se mostrou eficaz o bastante e os aparelhos funcionam muito bem... – A curandeira depositou os frascos em uma maca próxima a Morgana que ainda continuava de pé, tirou a varinha que prendia os cabelos em um coque, fazendo com que estes caíssem pelos seus ombros, e a apontou ao travesseiro, arremessando o sem dó contra a cara de Raina que ainda a seguia agora esperando por instruções que a permitisse ajudar, Gabriella ficou esperando com um sorriso na cara, o travesseiro cair ao chão, revelando a cara incrédula de Raina.

- Não me olha assim, você podia pelo menos ter me avisado que estava vindo, este foi uma parte de seu castigo, agora já que começou a curar o Professor. Bergerson, me ajude enquanto cuido por aqui.

Gabriella atirou a Raina um vidrinho de poção revigorante, que estranhamente brilhava em um tom de lilás, um pote de pomada e algumas gases, ela sabia o que fazer com ela, então não se estendeu a explicações. – e pode estar certa que vamos ter nossa conversa, embora você saiba muito bem que a Ala nunca é assim tão inabitada. – e começou a averiguar o estrago feito na mão de Morgana, que agora estava sentada na maca. – Ah, Raina... – Ela acrescentou antes que a ‘garota’ pudesse virar-se completamente – é bom vê-la novamente.


Ainda sustentando um sorriso, quase que infantil e cheio de descontração, que encheu sua face de uma leveza até então não vista por muitos, incluindo o professor Hakuto, se virou para este mesmo dizendo. – Desculpe a cena professor, mas em breve entenderá que a Ala Hospitalar é um mundo a parte em Hogwarts, e que por aqui as coisas são mais estranhas do que em qualquer outro lugar. – Ela sorriu ainda mais para o professor. – Alguns dizem que isso é culpa de quem cuida da Ala, me pergunto se pode ser verdade...


Continuou a limpar o ferimento na mão de Morgana, que agora já não sangrava mais, o estrago não havia sido tão grande, nada que um pouco de pomada e cuidado da garota não resolveria o problema em dois ou três dias.
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Re: Ala Hospitalar

Post by Raven »

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  • Gabriella estava irritada com sua atitude, mas isso era mais do que esperado – era parte, até, da razão pela qual não informara sua intenção de invadir visitar a escola à curandeira, o prazer simples de ver a expressão em seu rosto. Além do que, Gabriella provavelmente a teria apanhado na estação e arrastado por aí alegremente, boicotando os momentos de quieta reflexão que sua entrada alternativa e posterior passeio pela floresta lhe haviam propiciado.

    Apenas sorriu diante da pequena provocação acerca de suas segundas, terceiras e quartas intenções, dando de ombros, sem uma explicação, quando a outra deu a entender que não fora ali realmente pelo que alegava, apenas meio atenta ao gesto amplo da outra para apanhar a varinha – dificilmente cabelos poderiam ser considerados lugares seguros para se guardar uma, não? – enquanto se segurava para não corrigi-la e informar que não, não era algo que poderia ser resolvido por telefone.

    “É claro que funcionam muito bem; eu os enfeiticei...” Murmurou, baixo demais para que a audição da curandeira pudesse captá-la, mas ainda no alcance da de David. Se lembrava da forma como Gabriella a encarara quando, antes de partir, lhe mostrara os dois telefones celulares e explicara que eram para o caso de precisarem se comunicar urgentemente... Ou de só quererem conversar. Ela a encarara como se fosse maluca e tratara de logo explicar que, bem, mesmo que telefones funcionassem em Hogwarts, dificilmente aquilo teria antena ali.

    Enfeitiçado, o telefone era, como as câmeras que acabavam funcionando mesmo com a magia da escola. Enfeitiçado para que? Ora, essa... Para funcionar sem antena. Uma solução tão simples que beirava a idiotice, e que levara um sorriso ao rosto de Gabriella. Win win.

    Perdeu sua linha de raciocínio para o travesseiro que lhe atingiu a cara em cheio, sem se preocupar em apanhá-la de volta no lugar de encarar a curandeira, a boca aberta em um protesto que não chegou a encontrar as palavras adequadas para sair. Apenas amarrou a cara quando a explicação da travesseirada lhe foi dada, abusando de toda sua força de vontade para resistir ao impulso de devolvê-la e transformar aquilo em uma guerra de travesseiros.

    Gaze e poções na mão, começou a se virar novamente para David à fim de tentar adiantar o momento em que poderia resolver suas pendências com a bruxa, sendo detida por ela quando já ia se dirigir ao professor. O comentário, bem como a sinceridade singela em que fora proferido, a desarmou completamente, e mais uma vez sua boca se abriu em busca das palavras certas, apenas para que a fechasse um instante depois, quando não vieram, sorrisse e acenasse positivamente com a cabeça, desconcertada.

    As palavras finais da curandeira, embora simples, haviam posicionado uma tímida sensação confortável no fundo de seu peito à qual não estava habituada, e se viu sorrindo antes que entendesse por que, tentando disfarçar ao virar-se rapidamente para David e procurar se ocupar com as poções. Não estava acostumada a demonstrações de afeto, ainda que discretas, e a espontaneidade que as de Gabriella sempre pareciam possuir a desarmaria pelo resto da vida.

    “Hm...” Resmungou baixo, conferindo os frascos das poções em suas mãos após deixar a gaze ao seu lado, antes de entregar o frasco com a poção mais densa para o bruxo, indicando que a bebesse, e abrisse o vidrinho de poção lilás à fim de espalhar seu conteúdo pelos machucados do bruxo. “A razão para que eu esteja em Hogwarts; mais tranqüilo agora que sabe que não é você, professor? Beba isso logo, vamos... O que está esperando?”


Dvd, poções estão trocadas. Beba a errada, mesmo, e se divirta inventando o que faz u_u
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Re: Ala Hospitalar

Post by Morgana Flamel »

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Narração: *...*
Fala: - ...
Fala de outros: - ...
Pensamento: "..."

*Morgana observava tudo impassivel, via a curandeira conversar com a outra mulher que estava na ala, na verdade ela já não sabia mais se a curandeira estava brava ou não. Olhou para o professor Bergerson que estava sentado em uma maca próximo a ela e baixou a cabeça sem graça, talvez ela tivesse interrompido algo, olhou para outro canto e viu Hokuto encostado perto da entrada, percebeu que Gaby vinha em sua direção com alguns frascos, quando a sonserina se preparava para sentar na maca, fica mais uma vez estática. A curandeira acabara de jogar um travesseiro no rosto da amiga? E sorria?? Elas trocaram algumas palavras e passaram a cuidar de seus pacientes. Morgana que sentara na maca com o susto, observava a situação e sorrindo discretamente pensava, enquanto Gabriella se voltava para seu tutor*

"Céus, elas são iguais aos meus irmãos..."


*A francesa passou a prestar atenção aos cuidados dispensados em sua mão que estava mais machucada, a dor começava a passar e o sangramento havia parado, aliviada sorriu para Gabriella em agradecimento*
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Re: Ala Hospitalar

Post by Sheu »

Desde os primórdios da humanidade, obter o controle sobre essa vil criação dos homens, o tempo, tem sido a busca incessante dos mais laboriosos estudos científicos. Levar uma vida na dependência e pressão do tic tac de um relógio poderia ser considerado um feito comum, mas nunca seria uma vida plena. Portanto, era de se esperar que o desperdício de tempo a que Zaphyra estava submetida naquele momento a irritava profundamente.

Caminhando em silêncio pelos corredores, Zaphyra podia ouvir o estalar provocado pelo salto de sua bota em atrito com o chão de pedra daquela escola. O cadenciar lembrava o tic tac de um relógio, como se a pressão por um deadline envolvesse seu próprio mundo, alertando-a de que seu prazo se encurtava mais e mais, a cada lua nova.

O corpo da Profª Crawfort flutuava confortável ao seu lado e a Srta Di Fiore a acompanhava também em silêncio do outro. Duas jovens moças, jovens como um dia Zaphyra já fora e com desejos e sonhos possivelmente ainda infantis: um amor, uma vida, uma família, um reconhecimento... Há muito tudo isso já tinha ficado para trás. A inocência e a rebeldia da juventude lhe pareciam agora o resquício de uma vida passada.

Avançou a passos firmes quando avistou, enfim, a entrada para a Ala Hospitalar. O caminho estava livre e vazio, pois certamente todos os alunos estavam em Hogsmeade, como havia mandado o diretor. Sorriu consigo mesma, afinal, ela e o diretor acreditavam fazer o necessário para o bem maior.

- Siamo arrivati, signorina Di Fiore. Mi auguro che il modo in cui è sembrato familiare¹.

Zaphyra esperava encontrar somente a curandeira na Ala Hospitalar, mas parecia que isto era uma coisa impossível naquela escola. O Sr Bergerson também estava ali, acompanhado de duas alunas.

- Boa tarde! - disse, ao passar por todos até chegar em uma cama vazia.

Com um movimento de varinha depositou o corpo inerte da Srta Crawfort e desfez o feitiço que mantinha a professora invisível. Logo pôde notar as exclamações de surpresa daqueles que a conheciam.

- Por gentileza, Srta Skuli, poderia dar um pouco de sua atenção a Srta Crawfort? Srta Di Fiore e eu a encontramos no corredor. Acredito que tenha exagerado um pouco no whisky de fogo e, dessa forma, desmaiou. Tentamos reanimá-la e tivemos êxito, mas ela se deixou desabar mais uma vez. Certamente, ela estará mais segura sob os seus cuidados.

Fez uma mesura reconhecendo a eficácia da curandeira da escola e se afastou, permitindo que os outros se aproximassem. Disse um breve "olá" ao Sr Bergerson e só então notou a jovem moça que estava ali, sem a farda da escola.

No momento em que todas as atenções estavam voltadas para a Srta Crawfort, seus olhos se encontraram por um instante e, a julgar pelo espanto também presente na íris que a encarava, reconheceram-se. Um tom violeta se apoderou dos olhos de Zaphyra, como uma tsunami que invadia a terra sem perdoar. Não importava a aparência que tivesse, poderia identificá-la sem titubear a partir da aura e da magia que envolvia a atual situação daquela jovem.

- Raina... - sibilou num sussurro inaudível.

Ergueu seu olhar para relembrá-la de sua condição superior. Aquilo ia totalmente de encontro com seus interesses e objetivos. O tabuleiro de xadrez, mais uma vez, fazia uma manobra surreal para criar obstáculos no caminho de Zaphyra. Raina era uma peça perigosa, muito perigosa para ser incluída em joguetes do destino. Ela era a última pessoa que Zaphyra pensaria em encontrar ainda nesta vida.

Há muito em jogo. Não posso deixar que ela me exponha. É provável que tenha de matá-la o quanto antes, mas preciso ter cautela. Ela com certeza evolui muito e não será tão fácil. Além disso, me parece que as pessoas daqui a conhecem. Isso torna as coisas muito mais complexas do que eu imaginava. Uma simples missão agora pode-se tornar uma grande catástrofe.

Continuou a encarar a jovem, que se aproximava. Precisava urgentemente desenvolver uma estratégia para lidar com aquilo. Imediatamente seu semblante hostil se desmanchou e uma expressão de reconhecimento, ainda que sem maiores emoções, assumiu o lugar.

- Raina, será mesmo você? Por um momento, pensei que alguma aluna havia desobedecido às ordens do diretor - lançou um olhar cortante para a garota sonserina, ainda presente - Já faz algum tempo desde nosso último encontro - fez uma breve e comedida mesura - Devo dizer que os anos foram gentis com você - havia um tom de sutil ironia em suas palavras e prosseguiu - O destino, de fato, sabe pregar peças. Zaphyra Elliot Qwysking, nova professora de Poções - completou, antecipando-se a qualquer gafe que a outra poderia, por ventura, fazer.

Manter os amigos pertos e os potenciais inimigos mais perto ainda é uma estratégia eficaz. Os anos têm me provado isso. Certamente, teremos de nos encontrar em particular. Por hora, acredito que temos muito a expor uma à outra. Fingir que não a conheço seria, por demais, imprudente da minha parte.

¹Chegamos, srta Di Fiore. Espero que o caminho tenha lhe parecido familiar.
Off: Ahhhh, demorei (corre e se esconde da raven). O post tava pronto de tarde, mas na hora o GP não tava funfando, aí deu minha hora e tive que sair.
Off2: "Desde os primóridos da humanidade" em homenagem ao Gui
Off3: Post descoisadinho T.T
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David Bergerson
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Re: Ala Hospitalar

Post by David Bergerson »

Observou com atenção o desenrolar do reencontro entre Raina e a srta. Skulli. Havia outras pessoas ali – uma aluna –, mas ele esforçou-se para não tirar a atenção das duas. Não havia dúvidas de que se conheciam de fato. O problema era que Raina parecia jovem demais para alguém que criara tanta intimidade com a curandeira – e não era como se David já não estivesse ali há dois anos para ter tomado conhecimento disso. E era por esse motivo que precisava observá-las atentamente.

As duas estavam sendo totalmente discretas, era verdade. Era óbvio que se houvesse algo qualquer, não entregariam ali, não diante de David. Mas, por alguma razão, parecia ao bruxo que havia no ar muito mais do que meras palavras. E isso ninguém conseguiria esconder. O bruxo, no entanto, manteve-se encarando Raina quando ela voltou-se a ele, com gazes e poções nas mãos. Ela analisou os frascos e entregou-lhe um para que bebesse enquanto abria o outro para espalhar o líquido pelos ferimentos do professor.


- A razão para que eu esteja em Hogwarts; mais tranqüilo agora que sabe que não é você, professor? Beba isso logo, vamos... O que está esperando? – disse Raina, com o tom jocoso já habitual.

Ele tomou o frasco e o abriu, encarando o líquido de aparência nada agradável que jazia dentro dele. Bem, não era como se fosse um garoto que iria fazer manha para não tomar o remédio – e nem como se quisesse parecer isso. Embora achasse totalmente desnecessário – mas achou por bem não dizer isso, para que não parecesse se enquadrar na situação que imaginara –, levou o frasco à boca e, com certa dificuldade, dada a densidade um tanto quanto incomum do conteúdo, ingeriu o líquido, não podendo, no entanto, evitar uma leve careta ao sentir um aroma extremamente amargo tomar-lhe o paladar.


- Argh! Vocês costumam usar isso para curar ou para matar de uma vez? – permitiu-se a brincadeira, ainda que a expressão de seu rosto fosse de total desagrado e denotasse um tom um tanto mais ácido – e embora não soubesse, de fato, o quanto aquilo poderia realmente ser verdade.

Não houve tempo para que dissesse mais nada. No mesmo instante, a srta. Qwysking e a srta. Di Fiore adentraram a ala, com uma srta. Crawfort inerte ao lado delas. Teria sido mais uma a...? Não. Estava apenas desmaiada. Ainda assim, por algum motivo, David sentiu-se um tanto mal com aquela imagem – uma leve sensação de enjôo tomou-lhe o estômago enquanto observava a srta. Crawfort ser depositada em uma maca próxima de onde estava.

O enjôo, no entanto, aumentou a ponto de transformar-sem em tontura. Em instantes, a ala pareceu começar a girar, em velocidade cada vez maior – de tal maneira que David já não pôde discernir a conversa entre Raina e a professora de Poções, quando este se aproximou. De súbito, o bruxo sentiu as pálpebras pesarem-lhe os olhos. O sangue parecia percorrer-lhe as veias com velocidade inferior à comum. A poção? Não podia ser que... Por fim, a queda. E a escuridão total.


...

Um beco escuro em Londres, iluminado apenas parcialmente pelo brilho da lua cheia que reinava absoluta no céu londrino incomumente limpo. O frio, entretanto, era o mesmo de quase sempre. Segurando a varinha com força e a apontando à frente, as mãos do garoto tremiam.


"Você sabe o que tem de fazer", disse calmamente o velho, alvo da varinha do jovem.

"Eu sei. Matar você.", respondeu o garoto, claramente inseguro, as mãos ainda mais trêmulas.

"Você não quer fazer isso."

"Q-quem disse?"

"Seus olhos. Você não precisa ser como eles. Você não quer ser como eles. Você não é como eles."

"C-cala a boca! Já chega disso!"

O garoto esforçou-se para firmar a varinha e deu dois passos à frente.

"Você é rebelde, rapaz. Não, não da mesma maneira que eles. Você é rebelde justamente porque é diferente deles. Não é nisso que consiste a rebeldia? Uma oposição a algo que está vigente? Mas se quer seguir adiante com isso, vá em frente, garoto. Deixe-se ser levado pela correnteza. Não tentarei nada para impedí-lo.

O velho baixou a cabeça e esperou. Na escuridão da noite, nenhum deles poderia atentar para a expressão do rosto de outrem. As mãos do garoto acalmaram-se e pararam de tremer. Ele baixou a varinha. Silêncio.

(...)

Não demorou muito até que os outros chegassem. Na penumbra, o garoto podia ver seus olhos apenas, curiosos, atentos. Sagazes. A pergunta logo veio, saindo da boca de Leyb junto com o vapor provocado pelo frio.


"E então?"

"Eu.. eu... matei ele.", respondeu o garoto com certa naturalidade, com um discreto sorriso nos lábios, atrás dele nenhum resquício do que quer que fosse.

Os outros entreolharam-se, duvidosos. Porém, ainda que aos parcos 13 anos de idade, quase 14 completos, o garoto sabia o que tinha de fazer a partir de então. Ele sabia muito bem.




Off- nhé, não gostei do post .-. tô meio travado pra escrever esses dias ._.
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Gui M.
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Re: Ala Hospitalar

Post by Gui M. »

  • Procurando por palavras que melhor pudessem definir o momento, ele não encontrou; nenhuma, sequer. Sua linguagem representava um crivo para a razão e a percepção do mundo ao redor. Irônico, inacreditável, surpreendente. Recursos semânticos tão distintos, mas que, ao se aproximarem da situação vivenciado naquele espaço de tempo, encaixavam-se perfeitamente, em mútua cooperação. Não pôde deixar de se animar com tudo aquilo. Afinal, adorava uma boa surpresa.

    Saboreava com bom paladar os minuciosos caminhos que o destino lhe pregava. Destino este, inexistente, na sua concepção de corrente ideológica. Uma verdadeira herdeira de seus antigos companheiros de combate, anos depois, sendo quase morta ao presenciar o segredo que guardava por anos à fio... Mistério pairou triunfante. Munido dessas informações, preciosas tais como peças raras, elas ainda embaralhavam a razão do bruxo. Qual o próximo passo a tomar?

    Entregaria-se aos braços sagazes do sono; não o fazia há muitos dias. A necessidade biológica começava a sobrepujar a sua força, assim como a capacidade de raciocínio. Nunca gostou da euforia, assim como sentia nesse momento: perturbava a lógica, a compreensão e, o pior de todos os fatores, colocava os sentimentos em um patamar que não cabia a eles. Era tudo muito perigoso, demais para ser esclarecido sem a devida atenção. Precisava agora, mais do que nunca, de tempo. Por clemência, peço-te que estenda-se sobre mim, ó Tempo!

    Desorientava-se pelos seus aposentos, almejando algum lugar para que pudesse recostar e fechar os seus olhos, por um momento. Viu-se que ainda estava na floresta, na medida que a Van Tassel se despedia do seu novo mestre. Assentiu com a cabeça, deixando-a ir pela estrada que dava acesso ao vilarejo de Hogsmeade. Em condições acadêmicas normais, teria impedida, mas o motivo era tão pífio e irrelevante que optou por simplesmente ignorar esse descuido. Ao castelo, deveria ir. Pressentia fortes presenças em seu encalço, como não sentia há tempos. Uma nova atmosfera circundava os seus pensamentos e, por conseguinte, suas possíveis ações. Engrandecia-se a cada exalar da respiração. Grande, mais uma vez.

    Não tinha o controle sobre o seu corpo. A Vontade, como personificação de algo que o dominava, era mais poderosa. Já em seus aposentos, a cama – tão graciosamente conquistada – não oferecia aquilo que realmente procurava; onde encontraria, então, o silêncio? O ambiente, claro, estava esparramado de quietude e harmonia. Mas, a verdadeira balbúrdia estava dentro de sua mente, inquietante, trabalhando em uma velocidade perigosamente fatal.

    Teve, posteriormente, a não menos previsível idéia de encontrar a curandeira e pedir qualquer poção que o pudesse ajudar a ter alguns minutos de sono. Desceu as escadas que davam acesso aos seus aposentos, atingindo os corredores com certa pressa e agitação. Os passos acelerados logo se transformariam em uma corrida desenfreada; prestes a adentrar a enfermaria, parou. Respirou pesadamente, acalmando-se de imediato; afinal, precisaria manter as aparências. E, pelo que via pelo lado de fora, um certo tipo de reunião independente acontecia dentro da ala hospitalar.


    “Já começo a achar que vocês adoram uma agitação particular...” – profetizava, ao andar pelo local com um olhar não menos investigativo. Prosseguiu, com certo tom de ironia: – “Não sei quanto a todos aqui, mas não pretendo alongar muito a minha visita. Por favor, não insistam, tenho deveres a cumprir. Só estou interrompendo esta confraternização amistosa pois preciso de algo que me faça... Onde está a responsável por este local? Hum, aí está.”

    Seu campo de visão tornou-se maior, percebendo que havia, em partes, cometido um erro. Ali estavam a desconfiada professora de Poções, a quem Ariel se limitou em lançar um olhar de cordialidade, meneando a cabeça em um cumprimento exageradamente pomposo. Em uma maca encostada próximo a seu corpo, a jovem professora Sophie. Ao que lhe parecia, havia ultrapassado o limite máximo de álcool para um ser orgânico. Lembrou-se então que ela ainda estava com o seu chapéu, oh, tão estimado. Além, claro, de outras pendências que os dois ainda precisariam discutir e, aqui entre nós, com bastante seriedade.

    Aproximou-se de seu corpo injetado em total mazela, agachando-se até o ponto do rosto da professora. Meio palmo os separavam. Recuou, involuntariamente, ao ser tomado pelo cheiro desagradável que irrompia pela respiração da enferma. Armou uma expressão de pena – falsa compaixão, melhor representando – para logo depois ir em direção da curandeira, por fim avistada em um canto.


    “Parece que andaram se divertindo muito por aqui. Se aquela ali não entrar em profundo coma alcóolico, por favor, contatem-me, antes que venha a morrer. Sabe, não quero perder alguns de meus pertences mais valiosos, que, por infortúnio, estão fora de minha posse”. – indicou despreocupadamente o topo de sua cabeça, onde seus cabelos ligeiramente embaraçados faziam parte de uma paisagem não comumente associada ao professor, o qual fizera uma imagem deveras forte e peculiar com o acessório constantemente pendurado em seu corpo.

    Precisava encontrar algo... Com receio da reação de Gabriella frente a sua possível abordagem, decidiu, abusadamente, procurar algum conteúdo por entre os frascos expostos que explicitasse claramente um “combate à insônia”. Apenas acompanhou as estantes com um olhar aguçado, mesmo tendo pouco ou quase nulo conhecimento sobre aquelas artes.

    Virou-se, então, para a curandeira incestuosa, pronunciando no tom mais baixo que conseguiu reproduzir.


    “Será que tem alguma poção que pudesse me situar uma pouco mais depressa aos braços de Morfeu? Se, claro, estiver compreendendo com exatidão a mensagem que estou lhe passando... Mas o quê é isso?”

    Um baque surdo entrecortou as suas palavras e o fizeram desviar a sua atenção da real proposta a que se dignara ao comparecer naquele local. Estava próximo, mas só agora perceptível para o mestre de Artes das Trevas: o professor Bergerson, caíra desacordado no chão, sem nenhum motivo aparente. Logo teve uma mínima felicidade que sentiu ao imaginar a almejada morte do colega, mas percebendo que o outro ainda respirava, caiu em decepção. Foi até o encontro do corpo, permanecendo em pé, parado, diante dele; mas sem ao menos solicitar qualquer tipo de ajuda para o bruxo na atual situação em que se encontrava. Mas foi então, que lhe veio à mente...

    Antes que pudesse concretizar as ideias que afloravam pela sua cabeça, ainda perturbada dos momentos anteriores na floresta, seus olhos – tão descuidados e desalentos naquele dia – pousaram sobre outra pessoa, dessa vez, diferente de todas. Observou com curiosidade a bruxa de feições jovens e altivas, que até então acompanhava o sabe-se lá bêbado astrônomo. Inquiriu uma rápida investigação em sua memória, à procura de rostos que lhe pudessem parecer, seja por detalhes ínfimos, ao da moça que dispunha-se no momento como uma estranha novidade.

    Demorou-se mais do que pretendia na fixação ocular, liberando, após, um sorriso misterioso, mas ao mesmo tempo galante e aterrador. Talvez pudesse ser uma funcionária qualquer, recém contratada – e julgando-se pelo atual estado de sanidade do diretor, não seria difícil rejeitar a hipótese – ou então, uma contratada pelos ali presentes para fazer uma apresentação de dança ou stripe-tease, para esquentar os ânimos daquilo que comparava-se a uma festividade singela e restrita ao grande público, no qual Ariel havia ficado de fora; contudo, descobrira o tal segredo infame, guardado através dos tempos, em uma revelação que poderia abalar a instituição...


    “Permita-me levá-lo comigo, minha cara...” – lançou, a fim de uma confirmação do nome da outra, mas não esperou pela resposta, emendando logo em seguida: “Pelo que vejo aqui, ele me parece muito mal, mesmo, e todos nós não queremos perder um docente tão competente, não é mesmo? Vou apenas ajudá-lo. Não que eu duvide da capacidade da nossa enfermeira, longe disso, por favor. Bem, estou prejudicando a saúde do nosso companheiro, estendendo esta conversa sem fim... Com licença.”

    Contemplou-se, triunfante, se mascarando com um leve sorriso de deboche. Ignorou qualquer tipo de manifestação que porventura acontecesse, deixando apenas seus braços deslizarem até o cabo da varinha, a qual reproduziu com um floreio rápido, um leito que estendeu-se por debaixo do corpo do professor Bergerson, conduzindo a massa inerte, assim, para o lado exterior da ala hospitalar.

    Era o momento de extrair tudo o que sempre desejou saber, sem qualquer tipo de pudor.



Off ~ Sequestrei, há.
Para os aposentos do tio Ariel uu'
. Come into the light
Let me show you how we stay alive.

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Re: Ala Hospitalar

Post by Renan »

  • O som dos passos bem marcados pelos sapatos negros chegava a ecoar pelos corredores do castelo, tão vazios que estavam. O Diretor era apenas tranqüilidade, expressa no rosto, nas mãos, no balanço suave da capa negra. Brincava com a varinha entre os dedos da mão direita, enquanto mexia distraidamente no cabelo com a outra.

    Ao se aproximar da Ala Hospitalar, divisou um vulto negro a se distanciar a passos largos, levitando o uma maca ao seu lado, ocupada por David Bergerson. Com um olhar mais atento e um mínimo de perspicácia, identificou o outro bruxo: o mestre de Defesa Contra as Artes das Trevas, Ariel Ruthven, com quem tinha uma pendência desde o funesto episódio do Salão Principal. Agradeceu mentalmente por ele ter saído e poupado Renan do esforço que o encontro requereria logo antes de adentrar a enfermaria e se dar conta de que, provavelmente, todos os professores combinaram uma reunião de emergência ou, menos provavelmente, acidentaram-se praticamente ao mesmo tempo.

    A professora Crawfort jazia inerte numa das macas mais próximas, perto da mestra de Poções e da bibliotecária, Stella. Já se contava quatro membros que ali estavam antes da chegada do Diretor, o que já era muito. Dois leitos adiante, ao lado de uma maca recém deixada, Gabriella tratava de uma aluna de sonserina enquanto dirigia sua atenção ocasionalmente a outra jovem, desconhecida, cujos cabelos azulados chamavam atenção. Ainda além e numa dimensão aparte, encontrava-se Hokuto. Considerando-se a falta de um professor de Trato das Criaturas Mágicas e o desaparecimento do mestre de História da Magia, a única docente que não havia sido comunicada do encontro de professores seria Primaver – ou teria ela chegado ainda mais cedo?

    Lembrou-se de seu recado, contudo, e decidiu que o melhor naquele momento era agir do mesmo modo que fizera nos corredores, calculando que a vice-diretora já estaria em Hogsmeade. Renan enfim avançou pela Ala em direção à moça com quem Gabriella conversava. Encarou-a por alguns segundos, mais do que desejava, e vasculhou memórias e memórias na tentativa de recuperar qualquer lembrança que lhe remetesse àquele rosto, àquela expressão. Nada.

    “Minha cara”, principiou, muito mais cortês em relação ao seu encontro com os rapazes perdidos nos corredores, “não me lembro de tê-la visto neste castelo, mas de qualquer forma a ordem agora é evacuá-lo. Acredito que Gabriella não a tenha informado mas, de qualquer modo, peço que se dirija ao vilarejo de Hogsmeade o quanto antes, como estão fazendo todos os alunos, sim?”, encerrou, arriscando um olhar para a sonserina que certamente ouvira o recado.

    Finalizou o ato ensaiado com o menear da cabeça, desprezando qualquer expressão da jovem, mas sem conseguir ignorar a cara vexada da curandeira. Era como se Renan tivesse o dever de reconhecer aquela garota... Demorou o olhar por mais um segundo sobre a irmã e depois voltou-se novamente à intrusa. Nada, de novo. Deu-lhes então as costas e, tranqüila e displicentemente, desejou boa tarde baixinho para Zaphyra enquanto caminhava em linha reta até a Srta. di Fiore, perto da parede esquerda daquela sala.

    “Acho que lhe devo desculpas”, disse-lhe tomando a mão e beijando-a delicadamente em seguida. Mirou os olhos da mulher com ternura, como que se desculpando sem dizer – e tomando a desculpa em si por dada. “Preciso indicar seu caminho, ainda; agora, se for de seu agrado.”

    Parou por um átimo e estudou-lhe a expressão. Sorriu. Curioso era como definia o que havia entre os dois. Em tempos como aqueles, a leveza de Stella era uma das pouquíssimas variáveis que o Diretor poderia considerar garantida – ainda que não devesse ser assim.

    “Se quiser, fique aqui no castelo enquanto cuidamos dos assuntos em Hogsmeade, se lhe for conveniente. Que me diz?”, indagou com um sorriso nos lábios e na voz, relevando à presença da moça todos os acontecimentos mais recentes; afivelando à face a desejada serenidade.



    Enfim sós postei!
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Re: Ala Hospitalar

Post by Raven »

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  • Se acreditasse em Deus, Raina o teria agradecido – não acreditando, agradeceu ao que quer que fosse em que acreditava – por ter retornado a um de seus alias’ passados, ao invés de brincar de inventar um novo nome, como diziam que gostava tanto de fazer. Entenda; não fosse ela Raina, daquela vez, seria conhecida naquele local por três nomes diferentes.

    Estando ela ocupada demais em supervisionar David, a entrada de mais pessoas na ala mal foi registrada por sua mente que estava, em todo caso, ocupada demais com toda a situação que envolvia Gabriella e seu retorno. Hogwarts parecia ter o talento de sempre atraí-la de volta para o interior de suas paredes, não importava por que razões, e isso nunca, nunca, acabava bem. Daquela vez, ainda que não fosse admiti-lo, haviam sido as pessoas dali a razão final para que buscasse ajuda ali, dentre todos os lugares em que poderia achar curandeiros.

    Queria ir para Hogwarts, e até então não se dedicara muito a entender como acabaria mal daquela vez... Não até que seus olhos encontrassem os de uma das recém chegadas, ao menos.

    A resposta ao comentário do professor de Astronomia ficou presa em sua garganta e se a intenção da hostil superioridade no olhar da bruxa fosse de definir de vez os termos daquele reencontro... Funcionou perfeitamente. Em uma fração de segundo Raina deixou de ser a visitante estranha de Gabriella e a companhia misteriosa de David que se divertia dando-lhe nós na cabeça. Diante dela era como se os últimos anos jamais tivessem acontecido.

    Era como se, não importasse o que fizesse, o quanto aprendesse ou crescesse, aos olhos da outra jamais fosse chegar aos seus pés.

    Se adiantou alguns passos na direção da mulher, desligada de tudo mais ao redor, como se para conferir que ela estava mesmo ali, que sua mente não viajara até algum passado remoto em busca de razões para que estar ali, naquele Castelo, fosse uma má idéia. A mulher pareceu se recompor logo, dirigindo-lhe a palavra em um tom que carecia de qualquer tipo de emoção. As palavras levaram alguns segundos para ser digeridas, misturando-se em sua mente; Zaphyra, nova professora, a ironia em suas palavras e seu último encontro...

    Aquilo era ruim; muito ruim.

    A ilusão de segurança que Raina nutria ao pensar que todas as pessoas que um dia temera já não mais existiam se quebrou repentinamente, e ela passou a ser apenas a garota que parecia ser. Queria sair dali, e queria fazer isso logo. Talvez levar Gabriella consigo; falariam sobre algo idiota, como focas ou artistas trouxas, e ela se distrairia. Tudo ficaria bem.

    A outra ainda a observava, parecendo aguardar por uma resposta, de forma que engoliu a confusão que tomara conta de sua cabeça, repetindo para si mesma que nunca tivera, realmente, qualquer razão para temer Zaphyra. Ela lhe parecera intimidadora quando se conheceram e nunca lidara com isso propriamente, era só. Com tudo pelo que j’a havia passado, dificilmente a outra seria uma ameaça mesmo que...

    A quem pensava enganar? Estava ferrada.

    “Professora Qwysking; como eu poderia esquecê-la?” respondeu, devolvendo-lhe a mesura brevemente, sem deixar de associar tal gesto ao que era feito antes de um duelo “Me parece que tempo algum passou, realmente.”

    A firmeza em sua voz não era correspondida por seu olhar, e sabia que a outra podia ver diretamente através disso... E Gabriella também, se estivesse olhando naquela direção. Aquela demonstração, ainda que involuntária, de fraqueza diante da outra a envergonhou no instante em que pensou a respeito, e por outras razões viu-se no desejo de sair dali imediatamente. Precisava pensar direito a respeito, e estava perfeitamente ciente de que não seria possível fazê-lo ali.

    Não podia ser a Raina de Gabriella, a de David e decidir qual seria a de Zaphyra ao mesmo tempo.

    Esse foi o momento que David escolheu para desmaiar, e não poderia ter sido mais oportuno mesmo que ele o houvesse cronometrado. Outra distração se apresentou, no entanto, no momento em que deu as costas à professora de Poções rapidamente, grata pela justa razão que tinha para fazê-lo. Um homem, estranho em vários sentidos, com um sorriso que combinava com tal adjetivo, ainda que possuísse um certo carisma misterioso.

    Estreitou os olhos diante de tal sorriso, incapaz, naquele momento, de sequer pensar em mascarar a suspeita que aquele conjunto de impressões passava, mas não chegou a ser capaz de responder qualquer dos questionamentos lançados pelo bruxo, visto que ele logo se apossou do corpo inconsciente que se apressara em socorrer e, com umas poucas palavras espalhadas pela ala, saiu por aí com ele. Não lhe parecia que qualquer coisa que pudesse partir daquilo poderia ser boa para David, mas, então, não era como se o conhecesse o bastante para saber se o que não seria bom para outros seria ou não bom para ele, ou mesmo se merecia qualquer male que pudesse chegar a lhe advir.

    Com a saída do estranho bruxo e do inconsciente professor, foi-se, também, sua desculpa. Correu os olhos pela ala, sem saber ao certo o que procurava, antes de soltar as palavras, incerta se para Gabriella, Zaphyra ou qualquer dos outros. “Acho que esta é minha deixa para ir, também. Acredito que tenha ouvido alguns alunos falarem de um passeio a Hogsmeade, correto?” Hesitou, olhando para a professora de Poções brevemente antes de aproximar-se da curandeira “Hm... Nos vemos depois; suponho que tenhamos muito a conversar. Até breve.”

    Uma virada para a porta e um aperto no peito, que só tinha potencial para aumentar dali em diante. O diretor estava ali. Parou onde estava, como que paralisada, tentando definir em sua cabeça o que esperar daquilo... Certamente não o que recebeu. A formalidade, a distância, lhe atingiu como um tapa, e ao contrário de, em seu estado desequilibrado pela presença de Zaphyra, abalá-la ainda mais, serviu para acordá-la. Como se uma ilusão morresse.

    Tentava se convencer, inutilmente, que não era esperado que ele a reconhecesse – estava, afinal de contas, muito diferente em diversos aspectos, mas... Gabriella a reconhecera com apenas um olhar; mesmo David, a quem só esbarrara ocasionalmente, a encarara como se esperasse lembrar-se de onde a conhecia. De Renan, nem isso. Justo ele que... Deteve tal pensamento, só então notando que suas mãos haviam se tornado punhos mas não se dando ao trabalho de procurar relaxá-las.

    O diretor não parecia ter terminado, no entanto, visto que logo se dirigiu a outra das presentes, alguém que entrara com Zaphyra e a quem Raina sequer dirigira um segundo olhar. Os gestos, em si, pouco tinham de comprometedor, era mais a ternura que podia ser lida em cada um deles, a intimidade que... Antes que pudesse pensar a respeito – ou mesmo checar se Gabriella realmente parecera prestes a intervir de algum jeito ou se fora impressão sua – venceu a pouca distância que a separava do diretor e da mulher com quem falava, chamando sua atenção com um pouco gentil puxão no braço que o fez virar-se para encará-la.

    “E eu que tinha a ilusão que fiz ou causei o bastante nessa escola e em sua vida para ao menos ser lembrada depois de partir. Nunca fiz, exatamente, o tipo ciumento, e não é como se esperasse alguma satisfação acerca do que faz, mas... Ser completamente ignorada? Existem limites, não?” suspirou, a expressão no rosto do homem apenas servindo para irritá-la mais “É só... Não sei. Talvez o que houve entre nós é tão habitual para você que seria demais esperar que sequer me reconhecesse” lançou um olhar rápido para a mulher que o acompanhava, seu olhar estreito quando retornou para o diretor “ou talvez eu deva retomar o básico, recordar-lhe do início de nossa relação. Se não me engano, nós dois sempre gostamos das coisas violentas.”

    Deu as costas à dupla sem esperar por uma resposta, desta vez se dirigindo à curandeira com muito mais firmeza do que antes “Se aquela não era, esta certamente é minha deixa para ir embora. Me procure, quando terminar por aqui; estarei no Três Vassouras” indicação rápida de Renan com a cabeça “em Hogsmeade. Boa tarde a todos.”

    E, antes que qualquer um pudesse reagir ao pequeno chilique, dirigiu-se à porta. Hogwarts, de fato, tinha o talento de levá-la a fazer e sentir coisas que jamais poderia em outro lugar.


Tá uma merda e foi feito parcelado, uma parte pode ser pouco coerente com outra =X
Não tenho tempo de corrigir qualquer coisinha q esteja errada ou de revisar.

Off para Hogsmeade, suponho...(?)
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Re: Ala Hospitalar

Post by Stella Di Fiore »

Outros
Fala
Narração

  • - Siamo arrivati, signorina Di Fiore. Mi auguro che il modo in cui è sembrato familiare. - Disse Zaphyra.

    Stella furtou-se de dizer algo. Mas tivesse dito, seria algo como "Não. Desculpe-me, mas não me é familiar." em bom italiano. Na verdade, ela estava mergulhada em algum limbo da consciência. Era melhor não pensar em nada a fazer por coisas que doíam. E estar só doía. Não, pelo menos, quando soubera o que é estar com alguém. E todo aquele arroubo a assustava. Por que ele tinha todo aquele poder sobre ela? Era ridículo como estava, considerando que há três semanas atrás, ele não era ninguém para ela. Ninguém mesmo, pois na sua bela Itália, o diretor de Hogwarts não representava nada, status algum.

    Então amar era aquilo? Estar segura com este alguém? Não podia ser. Pelo menos não era só isto. Oficialmente fora do limbo mental, Stella considerava que ser tão dependente de alguém doía. Ao mesmo tempo, era bom que alguém dependesse de suas atenções. O que certamente não era o caso dele. E piorava consideravelmente as coisas, afinal...

    Sua frustração aumentou, afinal seus pensamentos pareciam cíclicos e monotemáticos: Renan! Sentada naquela maca perto da parede esquerda, sem qualquer postura ou classe, Stella se condoía do seu momento de auto-piedade e auto-espezinhamento. Era bom tocar na ferida e tirar sangue dela. Analisar sua mediocridade e falta de sentido no mundo. E constatar que, exceto, talvez, para os pais, não faria falta a ninguém.

    Querer ser importante e útil e não saber como era tão... Humilhante.

    Quando ele apareceu e falou sobre desculpas, enquanto beijava a sua mão e lhe olhava com ternura, ela lhe sorriu com sinceridade, toda aquela profusão de sentimentos estava de volta. Estava segura de novo. Tinha de volta aquele homem para lhe indicar as direções e lhe dar segurança.

    E o abraçou, sussurrando um sim do qual nunca tivera tanta certeza da vida - afinal das contas, quando ele estaria disponível de novo? -. Não podia assumir pra si mesma, mas Stella sabia que não podia deixá-lo ir e por isto segurou a mão dele com delicadeza, como se o toque fosse capaz de detê-lo para si. Quando molhou a camisa do rapaz, percebeu que estivera chorando silenciosamente e se sentiu constrangida por aquele arroubo de fraqueza.

    - Desculpe. - Ela sussurrou, baixando a cabeça para limpar as lágrimas relutantes e recuperar o controle.

    Por fim o olhou sorrindo, ainda que algumas lágrimas teimosas insistissem em fugir. Seu nariz deveria estar vermelho e estar ciente disto era ainda mais constrangedor. Ela contraiu os lábios parecendo uma criança com vergonha.

    - Se quiser, fique aqui no castelo enquanto cuidamos dos assuntos em Hogsmeade, se lhe for conveniente. Que me diz? - Junto com as revelações dos acontecimentos.

    Oh, man! Que bagunça no mundo real, do qual Stella não era o centro!

    - Eu gostaria que você ficasse comigo, mas com tantos problemas a resolver, seria tão egoísta da minha parte... Oh... - Falara demais, como sempre.

    Mas quando ia tentar remediar a situação, uma moça - que Stella nem percebera ali - aproximou-se e desatou a falar.

    - E eu que tinha a ilusão que fiz ou causei o bastante nessa escola e em sua vida para ao menos ser lembrada depois de partir. Nunca fiz, exatamente, o tipo ciumento, e não é como se esperasse alguma satisfação acerca do que faz, mas... Ser completamente ignorada? Existem limites, não? É só... Não sei. Talvez o que houve entre nós é tão habitual para você que seria demais esperar que sequer me reconhecesse. Ou talvez eu deva retomar o básico, recordar-lhe do início de nossa relação. Se não me engano, nós dois sempre gostamos das coisas violentas. - E virou-se e foi embora, depois um bla bla bla qualquer.

    Stella ficou chocada. Sua boca desenhava um "o" minusculo perfeito e os olhos arregalados. Era uma intrusa ali! DEFINITIVAMENTE! E não podia sentir-se traída, porque não tinha nada com ele, além de alguns amassos e um sentimento ridiculamente grande e inapropriado - mesmo antes do barraco. Olhou para aquele homem, buscando alguma reação, alguma explicação. Afinal, levara um míssil na cara, sem direito a resposta ou mesmo sequer sabia o motivo de compartilhar o arroubo de raiva dela.

    Sua vontade era dizer: "O que diabos foi isto?!", mas ao invés disto, falou serenamente e agora com sua serenidade habitual:

    - Se eu fosse chutar, diria que ela é sua ex-namorada. - Aqui um toque de constrangimento. - Você costuma esquecê-las com facilidade ou fui precipitada em meu julgamento? Ademais, depois dela e suas palavras, não sei se agora posso esperar que você vá comigo aos meus aposentos ou me dê o prazer de sua companhia. Quero dizer, eu não sei quais são suas intenções comigo ou qual seu relacionamento com ela... Você me entende? - Ela perguntou serenamente, sem perceber que, apesar de tudo, ainda não largara a mão dele - que nem lembrava de estar segurando, naturalmente.

    Stella usava as palavras com naturalidade, sem indicar que seus sentimentos eram, de fato, fortes por aquele homem. Fora aquilo, aquela moça indicava uma batalha, um desafio. Não tinha certeza se valia a pena lutar por alguém que não sabia sua verdadeira intenção. O que ele sentia por ela? E seria Renan verdadeiro com ela?

    E o mundo lá fora ameaçava cair na cabeça de todos. A ponto de não saber se estaria viva no dia seguinte, e aí sim concluir se valia a pena lutar por ele. "Guia-me, meu bom Deus. Per favore."

    As coisas estavam se tornando mais complicadas, definitivamente. E ela rezava para que sua existência valesse a pena, apesar de ser ridiculamente a menor e irrelevante das coisas diante do mundo de fatos, invenções e acontecimentos que a cercavam.
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Re: Ala Hospitalar

Post by Morgana Flamel »

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Narração: *...*
Fala: - ...
Fala de outros: - ...
Pensamento: "..."

*Morgana prestava atenção na forma que a curandeira cuidava de seus machucados, quando num rompante entra uma professora carregando uma mulher inconciente numa maca*

- Boa tarde! *disse, ao passar por todos até chegar em uma cama vazia. Com um movimento de varinha depositou o corpo inerte da Srta Crawfort e desfez o feitiço que mantinha a professora invisível. Logo pôde notar as exclamações de surpresa daqueles que a conheciam.*

*Para a surpresa da garota, uma outra mulher se materializa ao lado da professora que falava em tom sério*

- Por gentileza, Srta Skuli, poderia dar um pouco de sua atenção a Srta Crawfort? Srta Di Fiore e eu a encontramos no corredor. Acredito que tenha exagerado um pouco no whisky de fogo e, dessa forma, desmaiou. Tentamos reanimá-la e tivemos êxito, mas ela se deixou desabar mais uma vez. Certamente, ela estará mais segura sob os seus cuidados.

*Morgana olhava espantada para mulher desacordada e acaba por perder o embate silêncioso entre a professora e a amiga da curandeira, ela só sai do "transe", quando nota que a reprimenda indireta que a professora lhe dá*

- Raina... Raina, será mesmo você? Por um momento, pensei que alguma aluna havia desobedecido às ordens do diretor - lançou um olhar cortante para a garota sonserina, ainda presente - Já faz algum tempo desde nosso último encontro - fez uma breve e comedida mesura - Devo dizer que os anos foram gentis com você - havia um tom de sutil ironia em suas palavras e prosseguiu - O destino, de fato, sabe pregar peças. Zaphyra Elliot Qwysking, nova professora de Poções - completou, antecipando-se a qualquer gafe que a outra poderia, por ventura, fazer.

*A sonserina por sua vez bufou indignada com a indireta que levou da professora de poções enquanto pensava*

"Mas que absurdo!!! Será que ela não vê que estou sendo tratada?!?! Ou ela acha que estou a passeio aqui na enfermaria??? E que ordens são essas? Não ouvi nada! Antipática!!!"

*Seus pensamentos foram interrompidos pelo desmaio repentino do professor Bergerson e a entrada de um outro professor que ela ainda não conhecia e que fez questão de ignorar sua presença na sala, dando importância à amiga da senhorita Skulli, a própria curandeira e ao desmaiado professor Bergerson. Morgana mal processara as informções e o estranho professor saiu dali carregando o outro desmaiado numa maca. Tudo estava acontecendo depressa demais para o gosto da garota, acabara de sair dois professores pela porta e quase que imediatamente entra o diretor?*

"Mas o que está acontecendo aqui?!?!"

*Notou que ele olhava pensativamente o local, para depois de um tempo ir na direção em que estava sendo tratada e se dirigiu a amiga da curandeira*

"Minha cara”, principiou, muito mais cortês em relação ao seu encontro com os rapazes perdidos nos corredores, “não me lembro de tê-la visto neste castelo, mas de qualquer forma a ordem agora é evacuá-lo. Acredito que Gabriella não a tenha informado mas, de qualquer modo, peço que se dirija ao vilarejo de Hogsmeade o quanto antes, como estão fazendo todos os alunos, sim?”, encerrou, arriscando um olhar para a sonserina que certamente ouvira o recado.

*Morgana franciu o senho com a fala do diretor, mas assintiu positivamente a cabeça, mostrando que ouvira o recado, logo depois ele se voltou para outro canto e conversava com a outra mulher que havia junto da professora trazido a desacordada, mordendo o lábio, a francesa olhou para Hokuto que estava longe dela, ela voltou sua atenção para a curandeira, falando baixinho*

- Senhorita Skuli... Sou nova aqui... Não conheço Hogsmeade... Nem sei como faço para chegar lá... E agora? *baixando seu olhar para o curativo, falou* Falta muito para terminar? Não quero atrapalhar e já vi que minha presença aqui está se tornando inconveniente...

*A sonserina mal terminou de se pronunciar e presenciou uma cena, no mínimo constrangedora para ela, a senhorita Raina, atravessou a sala e para diante do diretor e da moça com quem ele conversava e fez um discurso indignado*

“E eu que tinha a ilusão que fiz ou causei o bastante nessa escola e em sua vida para ao menos ser lembrada depois de partir. Nunca fiz, exatamente, o tipo ciumento, e não é como se esperasse alguma satisfação acerca do que faz, mas... Ser completamente ignorada? Existem limites, não?” suspirou, a expressão no rosto do homem apenas servindo para irritá-la mais “É só... Não sei. Talvez o que houve entre nós é tão habitual para você que seria demais esperar que sequer me reconhecesse” lançou um olhar rápido para a mulher que o acompanhava, seu olhar estreito quando retornou para o diretor “ou talvez eu deva retomar o básico, recordar-lhe do início de nossa relação. Se não me engano, nós dois sempre gostamos das coisas violentas.” Deu as costas à dupla sem esperar por uma resposta, desta vez se dirigindo à curandeira com muito mais firmeza do que antes “Se aquela não era, esta certamente é minha deixa para ir embora. Me procure, quando terminar por aqui; estarei no Três Vassouras” indicação rápida de Renan com a cabeça “em Hogsmeade. Boa tarde a todos.”

*A moça que estava em companhia do diretor se manifestou*

- Se eu fosse chutar, diria que ela é sua ex-namorada. - Aqui um toque de constrangimento. - Você costuma esquecê-las com facilidade ou fui precipitada em meu julgamento? Ademais, depois dela e suas palavras, não sei se agora posso esperar que você vá comigo aos meus aposentos ou me dê o prazer de sua companhia. Quero dizer, eu não sei quais são suas intenções comigo ou qual seu relacionamento com ela... Você me entende? - Ela perguntou serenamente, sem perceber que, apesar de tudo, ainda não largara a mão dele - que nem lembrava de estar segurando, naturalmente.

*Boquiaberta, extremamente constrangida e muito vermelha, Morgana balbucia para a curandeira*

- Ah.. Se-senhorita Skuli... Por favor? *A garota queria desesperadamente sair dali*
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Re: Ala Hospitalar

Post by Gaby Lovegood »

Caos... Desordem... Uma segunda dimensão de seres malignos?? Alguém por favor, poderia me explicar o que acontece na Ala Hospitalar de Hogwarts???

Enquanto terminava o curativo na mão da aluna, Gabriella mal olhava em direção a Raina, não que não quisesse, já que havia pelo menos umas 100 perguntas até o momento para a amiga, mas o problema era que as coisas na Ala hospitalar, aconteciam rápido demais para até mesmo um bruxo acompanhar. Contudo, se tivesse olhado para aquele lado um breve segundo talvez tivesse impedido a ESTÚPIDA Raina de dar a poção errada ao professor Bergerson, não que aquilo iria matá-lo nem nada parecido, embora na condição em que se encontrava ficaria apagado uns bons minutos, ou talvez uma prevê hora, e no final apenas mais dor de cabeça para acompanhá-lo, Mas era definitivamente inadmissível que Raina errasse a poção.


- Boa tarde!

Ouviu uma voz agora bem conhecida, se dirigir a todos na ala. Gabriella não pode conter a leve torção de nariz para aquela voz, não que não gostasse da profes- Por gentileza, Srta Skuli, poderia dar um pouco de sua atenção a Srta Crawfort? Srta Di Fiore e eu a encontramos no corredor. Acredito que tenha exagerado um pouco no whisky de fogo e, dessa forma, desmaiou. Tentamos reanimá-la e tivemos êxito, mas ela se deixou desabar mais uma vez. Certamente, ela estará mais segura sob os seus cuidados. – Okay, ela não gostava da professora, aparentemente ela era arrogante demais para a curandeira.

- Se o problema é bebida, creio que não há necessidade de mais cuidados até que ela acorde por si mesma, dessa forma evitamos uma professora falando asneiras pela bebida na frente de alunos não concorda? – se deu ao trabalho de olhar de canto de olho para a Srta. Crawfort, afinal, era curandeira e tinha que garantir que estava mesmo tudo bem. E estava. – Meus cuidados serão úteis assim que ela acordar com uma bela ressaca, e pelo que vejo não tardará a acontece, enquanto isso não ocorre aconselho que a deixe descansar, enquanto a professora pode cuidar de assuntos mais urgentes, como a evacuação do cast...


Já foi mencionado que Gabriella não gosta da professora Zaphira? Pois é, se antes era uma suposição agora era uma afirmativa, pois aparentemente a professora nem tinha lhe dado ouvidos, litros de saliva gastos a toa e ela ali falando com Raina como se a conhecesse há anos.

Falando com Raina?

Como assim a professora Zaphira conhecia a Rav... Raina? E não apenas um simples conhecer, pela forma com que Zaphira olhava para Raina, ela tinha muito mais a falar sobre ela do que um casual reencontro poderia supor. Gabriella correu o olhar imediatamente até Raina, e o que viu a pegou ainda mais de surpresa, Raina sempre tão confiante, cambaleava diante das próprias palavras.

E quando o ar já não ousava se movimentar um único milímetro com medo do que pudesse lhe acontecer, Eis que entre na Ala o professor Ariel, como sempre totalmente ignorante ao mundo e as pessoas a sua volta, enchendo a Ala com seu irritante jeito de ser, e enquanto ele borboleteava pela Ala aos demais apenas restava à tentativa de voltar a respirar. Quando finalmente voltou a focar o professor com maior clareza o encontrou fuçando em seus frascos de poções.


- Mais que diabos o Senhor pensa que est... – Já não bastava ter virado um hobby entre os professores a pratica da cura, como agora iriam revirar sua enfermaria ao bel prazer?

“Será que tem alguma poção que pudesse me situar uma pouco mais depressa aos braços de Morfeu? Se, claro, estiver compreendendo com exatidão a mensagem que estou lhe passando... Mas o quê é isso?”

Há claro, então era isso, o professor era orgulhoso demais para que alguém ouvisse que ele sofria de insônia, é claro que ele tinha que agir como um completo idiota e sair revirando a enfermaria como se fosse o dono do mundo, não podia simplesmente ter pedido a poção desde o inicio.

- O mundo seria tão mais simples se você tivesse simplesmente pedido.

Eu acho que não é mais necessário mencionar em como as coisas acontecem extremamente rápidas na Ala Hospitalar? Ou é? Talvez a Ala realmente seja situada em outra dimensão onde o tempo tem sérios problemas mentais.
O que aconteceu dali em diante em poucos segundos foi: David caiu no chão como uma jaca madura, o que chamou a atenção de todos na ala, mas apenas da curandeira para o frasco ERRADO na mão do homem, o que a fez instintivamente olhar de forma ameaçadora para Raina, e quando a curandeira ameaçou dirigir-se até o professor a fim de concertar a cagada feita por Raina, este já se encontrava na porta da Ala sendo ARRASTADO para fora pelo professor Ariel, que garantia que iria cuidar do professor, e então quando ela se virou a fim de seguir o Professor SEQUESTRADOR e salvar a sanidade do professor DESACORDADO, eis que entra na Ala nosso querido diretor, e mesmo que ela estivesse preocupada o bastante com o Professor Bergerson, a combinação de professores presente na Ala não parecia muito segura de se deixar sozinha, ainda mais agora que Renan reencontraria Raina ao mesmo tempo em que Stella estava na Ala, Sendo assim a curandeira parou o passo e respirou. e enquanto tudo isso acontecia Hakuto se mantinha em transe

“Qual é a do meu irmão agora? Como ele pode não reconhecer a Raina, tudo bem que ela está diferente, e eu não espero que os outros professores que já a viram a reconheça, mas o Renan a conhece tão bem quanto eu ou muito melhor hoho, ele TEM que saber quem ela é. Ou será que isso é só pra ele não ter que dar satisfações para a bibliotecária.”

E enquanto tentava encontrar um resposta para o comportamento doentio do irmão, ele confirma a linha de pensamento da curandeira, com mais comportamentos doentios, em outras palavras: frases melosas para a bibliotecária.

- É por isso que eu preferia a Raaaina, eles tentavam SE matar, e não ME matar de náuseas.

“Se quiser, fique aqui no castelo enquanto cuidamos dos assuntos em Hogsmeade, se lhe for conveniente. Que me diz?”

- ohhh serio! Eu vou vomitar a qualquer momento. – e Embora seus comentários fossem tão baixos quanto possíveis não estava certa de que alguém poderia ouvi-la.

Aparentemente o choque pelo diretor não ter demonstrado conhecimento a identidade de Raina não foi só da curandeira, pois a mesma, sem aviso o que é MUITO estranho vindo dela, estoura em uma bomba que gosto de chamar de ciúmes, o que é mais estranho ainda, mesmo que ela morresse antes de admitir algo parecido.
E enquanto Gabriella tentava achar as palavras certas, se deu conta dos “cutucões” urgentes de Morgana.

- Ah.. Se-senhorita Skuli... Por favor?

- Desculpa, é que como pode ver as coisas acontecem por aqui, Sua mão está ok, Só tenha cuidado com ela até que o ferimento se feche totalmente não tire o curativo até amanha, e saia correndo atrás da garota estranha de cabelos azulado que você chegará em Hogsmeade, se ela reclamar de algo no caminho diga que eu pedi que ela te mostrasse o caminho até a dedos de mel... Você precisa de um pouco de doce.

Finalizando com a Aluna, e esperando que ela fosse rápida o bastante para seguir Raina, a curandeira se voltou ao irmão antes que este pudesse responder Stella, independente do que eles tivessem que resolver, ela precisava dizer algo muito IMPORTANTE ao irmão:

- VOCÊ BEBEU!?

O homem a encarou sem expressão, e independente de se ele ainda a odiava ou pior, agora somente ignorava sua existência, ele não podia fazer o mesmo com Raina, pois se ela tinha voltado ao castelo não era apenas porque considerava Gabriella sua curandeira particular egoísta, mas porque queria revê-lo, embora mais uma vez ela não admitiria aquilo, e além de tudo isso junto, era uma falta de respeito do irmão ignora daquela forma Raina, aquela não era a educação que os dois tinham recebido e naquele momento seus pais deveriam estar se contorcendo em seus caixões – se é que ainda tinha como se contorcerem mais do que já haviam nos últimos anos.

- Me ignorar é uma coisa, mas não é possível que você esteja estendendo isso a todos aqueles que fazem parte do nosso passado! Pois por mais que ela esteja diferente não tem como VOCÊ não reconhecer justo ELA!
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Re: Ala Hospitalar

Post by Sheu »

Encontros. Por que o jocoso destino adora colocar no mesmo caminho àqueles que não devem estar frente à frente? Os trouxas chamam isso de Lei de Murphy ou coincidência. Para Zaphyra, aquilo era apenas convergência de energia, como se a magia de um atraísse a magia do outro. Maldita hora em que Raina Vaughn era reintroduzida em sua vida.

Sentiu, através do titubear da resposta daquela mulher, diante de sua apresentação levemente hostil e irônica, que ela, de fato, sabia qual era o seu lugar. Não que algum dia Zaphyra suspeitasse que ela ousaria enfrentá-la de alguma forma - ainda que fosse prazeiroso e prático acabar com seus infortúnios de uma vez só. Enquanto analisava o breve silêncio entre elas, acompanhado pelo olhar enviesado da curandeira, mais um elemento daquele maldito tabuleiro de xadrez se juntou a todos.

Durante anos de aperfeiçoamento em magia, Zaphyra havia desenvolvido o dom de reconhecer o efeito que a magia inerente a cada bruxo exercia ao seu redor. Não foi surpresa quando sentiu a presença do Sr Ruthven, embora aquele não fosse o melhor momento para tal. Cumprimentou-o como exigia a etiqueta, embora o outro fosse exagerado em tudo o que fizesse de cortês; algo que a irritava em demasiado. Mas ela estava diante de um problema maior do que ele, aparentemente. Contudo, não pôde deixar de notar, com sua visão periférica e seus ouvidos em alerta, que ele se dirigia à Srta Crawfort com um interesse peculiar. Aquilo poderia vir a ser útil. Voltou sua atenção total à jovem velha conhecida diante de si.

“Professora Qwysking; como eu poderia esquecê-la? Me parece que tempo algum passou, realmente.”

Ela está mais madura, pensou Zaphyra, enquanto observava a firmeza na voz de Raina. Havia muito mais presença de espírito dela, embora seus olhos ainda a denunciassem. Quais olhos, por mais treinados que fossem, não explicitavam o que havia de mais profundo em nosso ser? Janelas da alma como eram, somente um ser desprovido dela poderia ser totalmente inalcançável. Zaphyra não desejava isso a ninguém.

Antes que pudesse ter o desprazer de respondê-la, um baque surdo chamou a atenção de todos. Aparentemente, o Sr Bergerson havia se juntado ao círculo de professores desmaiados da tarde. A julgar pelo comportamento inaceitável do Sr Ruthven, em retirar o corpo inerte do lugar apropriado para tal, havia algo ali que valia a pena ser investigado. A julgar pelo comportamento galanteador diante de Raina, ele não tinha conhecimento de quão potencialmente problemática poderia se tornar sua situação. Bom, certamente não seria ela a alertá-lo.

“Acho que esta é minha deixa para ir, também. Acredito que tenha ouvido alguns alunos falarem de um passeio a Hogsmeade, correto?”

- De fato... - limitou-se a dizer.

Raina aproveitou-se do momento propício para ensaiar retirar-se do local, sem maior alarde. Zaphyra teria feito o mesmo, não fosse o fato de que seu cérebro formulava algo com relação aos senhores Ruthven e Bergerson. A curandeira teve a intenção de impedir o possível abuso que o professor de Astronomia certamente sofreria, nas garras daquele que lhe parecia seu perseguidor.

A professora de poções preparava também sua retirada, quando uma ilustre presença chamou sua atenção. O diretor que andava desaparecido, estava de volta. Ele passou por ela desejando-lhe uma boa tarde ao que Zaphyra o cumprimentou, intrigada. Havia um rastro, de um perfume, que ela estava angustiada para compreender. Era um cheiro sedutor demais e, por esse motivo, aguçava sua mente. Algo não se encaixava, contudo, seus pensamentos logo foram colocados à parte devido a uma série de discussões amorosas desencadeadas por Raina. Não pôde evitar esboçar um leve sorriso, desdenhoso.

Patético, pensou.

Aproveitando-se da confusão, caminhou a passos silenciosos enquanto ouvia a curandeira, Srta Skuli, perguntar se o irmão havia bebido. Não seria uma novidade, certamente. Fruto de pouca criatividade, afinal, parecia que todos aqueles professores eram alcoólatras. Saiu, furtiva, a caminho dos corredores. Estava mais interessada no sequestro do Sr Bergerson do que nos infortúnios amorosos do diretor, que, ao que lhe parecia, tinha um sério problema de triangulação. Havia algo de muito suspeito em Ariel e Zaphyra descobriria o que era.

Off
Sala do Ariel :twisted:
Post descoisado. O próximo será malignomelhor
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Re: Ala Hospitalar

Post by Morgana Flamel »

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Narração: *...*
Fala: - ...
Fala de outros: - ...
Pensamento: "..."

*Boquiaberta, extremamente constrangida e muito vermelha, Morgana balbucia para a curandeira*

- Ah.. Se-senhorita Skuli... Por favor? *A garota queria desesperadamente sair dali*[/quote]

*Finalmente a curandeira dá atenção para a garota*

- Desculpa, é que como pode ver as coisas acontecem por aqui, Sua mão está ok, Só tenha cuidado com ela até que o ferimento se feche totalmente não tire o curativo até amanha, e saia correndo atrás da garota estranha de cabelos azulado que você chegará em Hogsmeade, se ela reclamar de algo no caminho diga que eu pedi que ela te mostrasse o caminho até a dedos de mel... Você precisa de um pouco de doce.

- Pode deixar, muito obrigada!! *pulando da maca, Morgana sai apressada e extremamente aliviada, sem olhar para Hokuto ou qualquer outra pessoa que estava ali na ala, já havia visto e ouvido demais para o seu gosto*


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Off: Saindo correndo atrás da Raina
Para os corredores!! \o/
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Re: Ala Hospitalar

Post by Rah ~ »

  • Sua vida não estava a mil maravilhas, muito pelo contrario... Estava tudo tão confuso devido aos últimos acontecimentos e a perda do seu amado objeto deixou as coisas ainda piores. Talvez essas coisas estivessem acontecendo porque como ela sempre teve o colar para ajudá-la a equilibrar e controlar sua magia, agora com sua perda, as coisas em sua mente tenha se complicado um pouco mais.
    Sentia um vazio em seu consciente, algo que não sabia explica apenas sentir. Aquela sensação trazia agonia e era extremamente ruim.

    Ela devia estar enlouquecendo talvez, deveria procurar um curandeiro, mas negava se a fazer isso. Mas algo estava errado, isso tinha certeza. Em relação ao colar, sentia-se como se fosse uma droga que deveria usá-la o mais rápido possível antes de enlouquecer de vez.

    Ouviu vozes ao fundo de sua cabeça, tudo estava escuro, não sabia onde estava até que calmamente abriu os olhos azuis para ver o que tinha acontecido. Sabia que tinha desmaiado e que encontrara duas mulheres pelos corredores. Quando olhou viu um cenário já conhecido, estava na Ala Hospitalar.

    Sua cabeça explodia, mas fez um esforço para sentar na maca e olhar em volta o que estava acontecendo. Havia algumas pessoas na Ala, mas não puxou nenhum tipo de conversa sua cabeça latejava de dor. Pior coisa que fizera foi ter comprado aquele Whisky. Direcionou a mão para a cabeça e levantou-se da maca, não queria ficar ali. Olhou para os que estavam na Ala e levemente cumprimentou-os com a cabeça e logo andou para seus aposentos.

    Tinha que ler alguns livros... E certa carta. Resolver logo esse problema e descobrir a origem daquilo tudo.


off: lixo mas só pra correr la pro aposentos u.u
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Re: Ala Hospitalar

Post by Renan »

Os olhos esbugalhados já não podiam se abrir mais. Gabriella havia avançado feito uma tempestade em sua direção, a face totalmente distorcida numa mescla de espanto e raiva. A enfermeira indagou-lhe como poderia não reconhecer justo ela, a mesma garota que, há segundos atrás, atacara-o com semelhante incredulidade e asco. Além de tudo, ao seu lado havia uma Stella em frangalhos – não declaradamente, não!; a finesse impedia. De qualquer modo, a moça murchara, e apesar disso lhe comunicava com ternura suas dúvidas tão íntimas.

O diretor se acalmava ao passo que pesava todas as palavras contra ele desferidas sem dizer qualquer palavra, até que enfim decidiu ser a mulher a sua frente a maior de todas as preocupações naquele momento. Imediatamente relaxou os músculos da face e mirou com firmeza seus olhos nos dela.

“Desculpe-me Gabriella, mas poderia ser um pouco menos barulhenta no seu próprio ambiente de trabalho, não é? Que dirão de uma curandeira assim? Tsc...”, pronunciou-se finalmente, a fala desleixada não combinando com o olhar intenso. “Além do mais, deveria ser mais clara a respeito de quem lhe cumpre visitas exatamente, antes que mal-entendidos assim ocorressem.”

Olhava-a de forma anormal, ainda. Nada. Renan simplesmente não conseguia entender aqueles acessos de raiva, de forma alguma! Teria de investigar suas memórias de novo, e de novo... Mas antes disso, deveria se dedicar a outro afazer. Virou-se abruptamente para o lado, para Stella. Abriu a boca para falar, mas nenhuma palavra se fez ouvir. Baixou a cabeça assim que olhou a expressão chorosa de Stella e passou a considerar possibilidades. Quando lhe dirigiu o olhar, já não parecia tão terno.

“Perdoe-me por isso, Stella”, pontuou, sem empregar à voz o então costumeiro tom aveludado. “Eu lhe explico tudo, mas precisamos de calma, e você de descanso; duas coisas que certamente não encontraremos aqui”, finalizou, arriscando um olhar incisivo na direção da enfermeira.

Acético, tomou a mão da bibliotecária sem demora, apertando-a ligeiramente, científico; calibrando a pressão necessária que a convenceria a sair dali com ele no próximo segundo. O contido sorriso tímido pintado na cara, segundos atrás inexpressiva, foi o toque final.

“Vamos, por favor. Eu lhe mostro seus aposentos.”

Puxou-a com delicadeza e, sem sentir resistência, afastou-se com ela de Gabriella. Intimamente, desejou que não se encontrasse com a curandeira tão logo, ou que pelo menos o pudesse fazer a sós. O pequeno tumulto na Ala Hospitalar provara-se bastante problemático, e ele agora deveria reorganizar sua lista de prioridades, o que aqui significa levar Stella para seus aposentos para então se dedicar ao inimigo mais próximo. Coçou a nuca com a mão livre antes de se dirigir resoluto para a última bruxa do lugar.

“Até”, sentenciou, saindo pela porta numa fração de segundo.


OFF: Hogsmeade
RPG // Renan Shellden Skuli

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Gaby Lovegood
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Re: Ala Hospitalar

Post by Gaby Lovegood »


Independente do que ela havia feito anos atrás, independente do quanto seu irmão a odiava pelo seu passado, aquele homem que se dirigia a ela era o pior lado de seu irmão, o lado mais hipócrita, sínico e dissimulado. E definitivamente toda sua vontade de fazer as pazes com o gêmeo estava a cada dia mais minguando em uma mera lembrança sem importância, pois se aquilo era o que seu irmão tinha se transformado -mesmo que por culpa dela- então não havia mais sentido, pois naquele momento ambos não tinham mais nada em comum, e Gabriella começava a desconfiar se seus sangues algum dia realmente carregavam o mesmo DNA, talvez tivessem sido trocados no parto e a briga que tiveram por conta do passado da curandeira serviu para mostrar o quanto era diferentes e incompatíveis.


“Desculpe-me Gabriella, mas poderia ser um pouco menos barulhenta no seu próprio ambiente de trabalho, não é? Que dirão de uma curandeira assim? Tsc...”, pronunciou-se finalmente, a fala desleixada não combinando com o olhar intenso. “Além do mais, deveria ser mais clara a respeito de quem lhe cumpre visitas exatamente, antes que mal-entendidos assim ocorressem.”

- Francamente Renan, Ódio eu entendo mas isso... Isso é ridículo, fala como se você não tivesse sido o estopim de trocentas algazarras nesta Ala, como se você fosse a pessoa mais centrada deste colégio, pois por trás desta voz contida e doçura exagerada, eu vejo nada além de um homem em decadência, perdendo o controle da própria instituição... Como curandeira recomendaria que recomponha seus pensamentos e volte a ser o homem cheio de vigor que um dia foi, antes que seus próprios funcionários voltem-se contra você - Era isso que ela teria dito a ele, se tivesse tempo ou vontade de fazê-lo, pois ao ve-lo falando com Stella, e virando as costas a ela em retirada da ala, não teve razão de falar, não teve vontade de gastar saliva, apenas não valia mais a pena, e mesmo que valesse, ela não estava afim no momento.

Deixada para trás com o silencio agourento da sala, desejou não estar sozinha, respirou fundo buscando encher os pulmões com um pouco de esperança, e olhando ao seu redor, avistou caída ao lado de uma maca, uma varinha, ao se aproximar não teve duvidas de a quem ela pertencia, Rav... Raina. "bi bi bi bi bi bi bi bi"

O som que crescia descontroladamente vinha de dentro de uma gaveta da sua mesa no fundo da Ala, ela sabia exatamente o que era e quem era, pois somente uma pessoa tinha acesso a aquele telefone.


- Fala.

A curandeira normalmente não era tão fria com Raina, não mesmo, mas ela realmente não estava com vontade de ser simpática com ninguém naquele momento, principalmente depois de saber que o que ela esperava estava acontecendo, Alunos tendo crises em Hogsmeade, bom pelo menos quem sabe depois disso alguém começaria a dar mais atenção ao que ela falava.
Desligou o celular e colocou o no bolso da calça, por algum motivo decidiu que era melhor mante-lo por perto. Enrolou o cabelo com a varinha, e guardou a de Raina no mesmo emaranhado de cabelo, separou algumas poções nos bolsos e caminhou até seu aposento atrás de uma porta na ala, atrás da porta estava sua vassoura, correu a mão até a mesma e saltou pela primeira janela que avistou, saída dramática, talvez, mas por nada no mundo ela ia bancar a curandeira certinha e ir de alguma maneira convencional até Hogsmeade. Afinal, a escola estava um caos, porque ela ia se manter normal.


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