**Obliviate** - E se Voldemort vencesse a Grande Guerra?

Espaço para os Betas das Fanfics Pós-Hogwarts

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Mia Galvez
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**Obliviate** - E se Voldemort vencesse a Grande Guerra?

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Trilogia dos Feitiços

Parte I - http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=16906

Parte II - http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=18366

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Prológo

A guerra acabou.

O Mal venceu.

Voldemort assumiu o Ministério da Magia e baniu do mundo bruxo todos aqueles que recusaram uma aliança com as Artes das Trevas.

A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts foi fechada e, em seu lugar, criou-se um instituto de ensino de magia negra. Eram aceitos apenas bruxos de famílias puro sangue ou aquelas que prestassem serviços ao Lorde das Trevas.

Varinhas foram quebradas, chaves de portal destruídas, vassouras confiscadas e todo o estoque de Pó-de-Flu foi retirado dos que faziam parte dos Renegados. A Polícia Negra identificou e confiscou quaisquer objetos mágicos de suas casas. Os Renegados foram banidos e expulsos, condenados a viver entre os trouxas para todo o sempre. E sem poder utilizar magia. Caso não cumprissem as regras, seriam cassados e enviados para Askaban. A tirania era a palavra de ordem dos anos negros da Ditadura Voldemort.

Vinte anos se passaram depois da derrota na Grande Guerra. A família Weasley tenta viver como trouxa e evitar que a única filha do casal, Mia, manifeste os poderes herdados dos pais. Desde os tempos da Última Batalha, os Weasley não encontram os Potter, que também faziam parte dos Renegados.

Mas o destino prega peças quando faz as coisas em nome do amor. Uma união inusitada pode trazer a ruína para uma família. Mas a descoberta do poder pode ajudar a salvar o mundo bruxo.

"Tem coisas que preciso esquecer...

Então deixe a magia fluir..."

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Capítulo 1 - Pequena grande mudança

O ônibus vermelho de dois andares estava lotado quando chegou no ponto. O calor do lado de fora era infernal e o Senhor Weasley esperava que, dentro do veículo, o ar condicionado refrigerasse suas idéias. No entanto, quando a porta automática abriu e ele espremeu o corpo contra os outros passageiros para tentar entrar, o bafo quente denunciou que o ar não estava funcionando.

”Muito bem, ótimo! Meu dia está completo! Lá vamos nós para mais um pouco de estresse antes de chegar em casa com a bomba..."

Ele tirou o chapéu que usava todos os dias, embora dissessem que o acessório estava fora de moda. Não importava. Aquilo o fazia lembrar dos tempos de escola, quando o artefato fazia parte de seu uniforme. Um chapéu cônico, comprido e pontudo. E, com um sorriso, lembrou até mesmo que fora um velho e esfiapado chapéu que o mandara para a Grifinória. Fazia tanto tempo...

Os cabelos ruivos do senhor Weasley estavam manchados pelos fios brancos, e os olhos tinham um aspecto cansado, com bolsinhas ao redor. Apesar disso, ainda possuíam o brilho castanho muito vivo, atento a tudo o que estivesse ao redor.

Ao tentar passar pela roleta para pagar a passagem, um jovem apressado cheio de tatuagens esbarrou na pesada pasta de documentos que ele carregava. O fecho se abriu e espalhou pelo chão vários pedaços de papel, canetas e um objeto vermelho e rendondo, que saiu rolando até o fundo do ônibus.

”Por Merlim, meu Lembrol!"

O senhor Weasley pediu licença aos outros passageiros e recolheu às pressas os papéis espalhados. Pagou a passagem e se deslocou para o fundo do ônibus o mais depressa que pôde, sem esperar pelo troco. No penúltimo banco, sentada na poltrona do corredor, uma senhora de cabelos muito brancos e presos num coque segurava o Lembrol com um olhar curioso.

- Eu me lembro de ter visto isso em algum lugar, sabe? Mas não sei o que é... o que é isso?

- Nada... é uma lembrança de uma viagem que fiz para Paris. Uma bugiganga comprada na rua, nada demais – disse o senhor Weasley, tirando das mãos da velha o Lembrol e guardando no bolso da jeans.

- Ah... é... uma lembrança. Se ao menos eu pudesse lembrar onde já vi isso...

Sem deixar que ela continuasse questionando, o senhor Weasley virou para o lado oposto e suspirou, pensando desalentado:

”Mais uma... não basta ser um Renegado, alguns ainda tem que ser submetidos a esse feitiço horroroso. Ah, por Merlim, o que aconteceu com o nosso mundo? O que foi que nós fizemos com o nosso povo?"


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- MIAAAAAAA!!! VEM CÁ!

Ela simplesmente detestava quando a mãe a chamava daquele jeito. Parecia que dera a ela um nome curto apenas para ter o prazer de prolongá-lo quando gritasse por ela naquela voz estridente.

- Sim, mamãe. O que você precisa?

- Seu pai está chegando – a senhora Weasley começou a falar. – E eu preciso terminar o jantar! Portanto, não posso colocar comida para o Bichento! E ele está miando sem parar e arranhando a madeira da porta. Vá lá fora e alimente o gato, por favor!

- Sim senhora...

Mia saiu a passos lentos, arrastando os tênis no chão para fazer barulho. Passou pela despensa, pegou a ração do gato e foi para o jardim dos fundos da casa. O sol já tinha sumido e a noite de verão continuava quente. A lua cheia já brilhava no céu ao leste, e as flores que a senhora Weasley cultivava com tanto cuidado já enchiam o ar com um perfume fresco e adocicado.

Mia parou por um momento, piscando os olhos grandes e castanhos. Adorava as noites de lua cheia. Fechou os olhos e levantou a cabeça para sentir o perfume no ar, balançando os cabelos compridos e ruivos de um lado para o outro. Um sorriso tomou conta do rosto da menina. Amava aquele jardim. Era seu refúgio. Com certeza lá havia toda a sorte de criaturas mágicas que Mia via nos livros. Sua mãe dizia que aquilo tudo era tolice. Mas ela acreditava. Sabia que a magia estava ali, escondida, esperando para se revelar num dia qualquer àqueles que pudessem ser puros o bastante para percebê-la.

Bichento apareceu por detrás da sebe que separava a casa dos Weasley de seus vizinhos. Vinha ronronando, os olhos atentos ao pacote nas mãos de Mia.

“Gato interresseiro!”

- Vem, Bichento, vem!

Aquele animal era um mistério para Mia. Ele era maior do que qualquer gato que ela já tinha visto. A cor dele, puxada para o laranja, também era diferente dos felinos normais, lembrava muito mais um leão. E Bichento era eterno! Pelo menos era o que parecia. Mia achava intrigante o fato de que o animal já estava na família desde que ela nascera. Há mais de 15 anos, pelo menos.

O pai chegou em casa enquanto Mia afagava o topo da cabeça de Bichento. Ela colocou a comida na vasilha do gato e entrou pela cozinha no exato momento em que a senhora Weasley explodia com o marido:

- RONALD ARHTUR WEASLEY! EU NÃO ACREDITO! – os olhos injetados da senhora Weasley brilhavam, os cabelos estavam mais revoltos do que nunca. – DEMITIDO, RONALD! DEMITIDO!

- Hermione, calma, eu...

- AH, EU NÃO QUERO SABER DE CALMA! NÃO BASTA QUE NOSSA VIDA SEJA TÃO DIFÍCIL, QUE TENHAMOS QUE FAZER TANTOS SACRÍFICIOS, VIVER NO MEIO DOS TROUXAS, RENUNCIANDO NOSSAS TRADIÇÕES, SEM UM PINGO DE...

- Hermione, por favor, a Mia!

A senhora Weasley virou os olhos e encontrou os da filha, que estava parada na porta da cozinha, meio perdida. O pai estava desempregado outra vez? Já era a terceira vez no ano. Sua mãe estava brava com razão.

- Como eu ia dizendo, Hermione, Mia, nós vamos nos mudar. Vamos morar num prédio de apartamentos perto da estação Kings Cross, no centro de Londres. Não posso mais manter esta casa enquanto estiver desempregado. Mas acho que a situação não vai demorar muito para se resolver... é só por uns tempos. Depois podemos voltar a uma casa, talvez um pouco menor que essa, mas uma casa de verdade, com jardim e lareira, como sei que vocês gostam.

Mia estava a beira das lágrimas. A senhora Weasley sentara, os olhos perdidos e o rosto apoiado nas mãos. Vendo que nenhuma das duas falava nada, o senhor Weasley continuou, como que para se desculpar:

- Eu tentei, queridas... eu tentei...
Last edited by Mia Galvez on 25/05/07, 16:29, edited 2 times in total.
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Post by Malu Chan »

gostei!!!!
embora eu n goste mto da ideia d ver o tio voldie vencendo a guerra eu gostei da história!!!!

posta o proximo cap!!!!!!
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Lord Edward Elric
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Post by Lord Edward Elric »

:shock:

mtoo boa a fic, boa msm :palmas :palmas :palmas
vo acompanha essa, em..
continua^^
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**Obliviate** - E se Voldemort vencesse a Guerra? [CAP2!]

Post by Mia Galvez »

Capítulo 2 - Encontro no elevador

Qual não foi a surpresa de Mia ao descobrir que “o apartamento em Kings Cross” era a casa da vovó Molly! Até que o lugar era espaçoso, mas atulhado de coisas. O problema mesmo era a falta do jardim que Mia e a mãe tanto apreciavam. Para Mia, era o que mais doía na mudança. Abandonar a escola não significava nada. Era a quinta vez na vida que faria isso. Em tantos anos de estudo, Mia não conhecera uma única pessoa que pudesse chamar de amigo. Claro, ela tinha colegas, não era completamente isolada. Mas não conseguia confiar em ninguém. Sentia-se uma estranha no meio daquela gente, o patinho feio do colégio. Só não sabia se algum dia se transformaria em cisne, como no conto de fadas que ela tanto ouviu e leu quando era mais nova, ou se sua vida continuaria sempre assim, um dia após o outro, sem saber direito quem ela era. A única certeza em seu coração era que ainda não havia encontrado a si mesma.

Mia era uma adolescente diferente das outras, assim como fora quando criança. Sempre gostou de estudar, ler muito, cuidar do jardim e passar longos momentos sozinha para observar a natureza. Principalmente a Lua, que exercia um fascínio diferente sobre a menina. Não que ela não apreciasse o dia e a luz do sol, mas era a noite que sempre a colocava pensativa e saudosa sabe-se lá de quê.

”A noite esconde os segredos que eu não posso ver... mas um dia eu hei de desvendá-los...” - era o que ela costumava pensar.

A mudança para Kings Cross deu menos trabalho do que os Weasley imaginavam. Não tinham tantas coisas miúdas, pertences pessoais, e a maioria dos móveis ficou na antiga casa. Afinal, como Mia já sabia, seu novo lar era um lugar lotado de coisas bastante curiosas. A lembrança que Mia guardava do apartamento de vovó Molly era que este era tão cheio que ela não sabia como caberiam os pertences de seus pais e dela ali. Mas não havia outra solução para o desemprego do senhor Weasley, pelo menos naquele momento.

A melhor parte da mudança era vovó Molly. Ela era a avó mais extraordinária do mundo, pelo menos na opinião da neta. Os Grangers, pais da senhora Weasley, eram um tanto quanto recatados, e moravam numa província distante de Londres. Mia via os avós maternos apenas nas festas de fim de ano, ocasiões em que eles sempre discutiam com reprovação os rumos tomados pela filha ao se casar com o senhor Weasley. Mas Mia nunca podia ouvir as conversar, era menina demais, seus pais sempre diziam. Aos 15 anos esse discurso já passava a irritá-la um pouco. Por que, afinal, tantos aspectos do passado de sua família eram assuntos indiscutíveis?

A família paterna era mais próxima, apesar de Mia não ter conhecido o avô. Segundo seu pai, Arthur Weasley, ou vovô Arthur, morrera na guerra. Mia aceitara bem esta idéia até que começou a estudar História mais a fundo no colégio. Algo não fazia sentido, as datas não batiam. A última guerra na qual a Inglaterra tomou parte foi em dois mil e um, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque. Mesmo assim, poucas tropas inglesas foram enviadas para lá, apenas para a força de paz. Certo, alguns soldados morreram em combate, mas mesmo assim ainda havia uma lacuna nisso tudo: por que o exército mandara para a guerra um homem de quase 50 anos? Pois Mia calculava que o avô deveria ter esta idade no período da guerra. Quando a menina tentou questionar os pais sobre o assunto, o senhor Weasley teve um acesso de tosse e ficou escarlate, com as orelhas muito vermelhas. A senhora Weasley ficara tão atrapalhada que quebrara a tigela em cima da mesa (embora Mia não entendesse como isso acontecera, já que a mãe estava na pia lavando os pratos quando a tigela quebrou). Ambos foram categóricos: aquele era um assunto proibido na casa, porque causava muita dor. Com a mudança para Kings Cross, no entanto, o tema voltou a tona e Mia resolveu, por desencargo de consciência, questionar novamente os pais.

- Mia Granger Weasley! Proíbo você de tocar neste assunto com sua avó – a senhora Weasley ordenara enquanto arrumava algumas panelas numa caixa de papelão. – Ela está em idade avançada e a lembrança de Arthur poderia causar algum problema de saúde ao qual ela não resistisse, não é mesmo, Ronald?

- É isso mesmo, Mia. Obedeça sua mãe – o senhor Weasley, que tentava retirar um quadro da parede da sala, apenas concordou com a esposa, deixando transparecer um ar cansado e conformado.

E assim Mia foi obrigada a guardar a dúvida para uma ocasião mais propícia. A menina não era de esquecer tão fácil e era muito paciente.

Quando chegaram a casa, vovó Molly recebeu-os no portão do prédio de quinze andares.

- Meus queridos – envolveu Mia num abraço sufocante que a fez sorrir por debaixo dos panos embolados do avental da avó. – Sejam bem vindos à minha casa, que agora é nossa, claro!

O senhor Weasley sorriu um tanto sem graça e deixou que a mãe também o envolvesse num abraço de quebrar as costelas, como ela sempre fazia desde os tempos de... bem, desde os tempos em que ele era menino. Ela costumava abraçar o melhor amigo dele assim também. Onde esse amigo estaria agora?

- Venha, Hermione, querida, vamos colocar essas caixas no elevador. Vocês trouxeram poucas coisas, não foi?

- É, senhora Weasley, a mobília não era necessária já que o apartamento já tem os móveis que precisamos...

A conversa prosseguiu enquanto Mia ajudava a descarregar o velho Ford Anglia, ano 1978, que ainda pertencia ao senhor Weasley. Também, quem é que gostaria de comprar aquele carro? Apenas um museu ou um ferro velho. Ele não poderia servir para mais nada mesmo. Mia nem sabia como ele andava. Mas o pai cuidava muito bem do automóvel, e aos domingos costumava polir a lataria enquanto ela e a mãe cuidavam do jardim nos fundos da casa. Depois que ele terminava, entrava gritando pelos corredores até chegar onde mãe e filha estavam, querendo esfregar-lhes na testa o resto de cera para carros. Elas corriam, tentando se esquivar, até que ele conseguisse agarrá-las. Muitas vezes a brincadeira só terminava quando o senhor Weasley já estava sem fôlego de tanto correr atrás de Mia, que era muito mais rápida que ele. Esta lembrança tão recente aquecera o coração da menina. Mas ao mesmo tempo a entristecera, pois ela sabia que não voltaria a ver o lar onde crescera novamente.

Vovó Molly segurava a porta do elevador quando o senhor Weasley conseguiu colocar a última e pesada caixa. Os quatro entraram e Mia, que era a mais próxima do quadro eletrônico, apertou o botão do décimo quinto andar. A porta começou a se mexer quando um par de olhos muito verdes apareceu no quadradinho de vidro.

- Ei! Segura o elevador pra mim, por favor!

Mia colocou a mão involuntariamente para parar a porta no momento exato em que esta se fechou. Apesar de o sistema eletrônico ter funcionado e feito a porta regredir, o braço da menina fora meio espremido e ela não pode conter um pequeno gemido de dor. O menino puxou a porta externa e entrou no elevador, enquanto Mia massageava o pulso dolorido.

- Desculpe! E obrigado – começou o menino, olhando para o braço de Mia e depois para seus olhos marejados. – É... é que eu preciso chegar logo em casa, meu pai...

Ele parou de falar e olhou para os Weasley no elevador. Com exceção da senhora Weasley, todos eram muito ruivos e tinham sardas no rosto. Os olhos castanhos unânimes fitavam o rosto do menino e esperavam.

- Eu sou Daniel. Sou novo aqui... muito prazer!

- Oi Daniel – foi Mia quem respondeu, já refeita do apertão. – Eu sou Mia, esta é minha mãe Hermione, meu pai Ronald e minha avó Molly. Vovó já morava aqui, mas eu, papai e mamãe estamos nos mudando hoje também.

- Que bom! Será que você pode apertar o sétimo andar para mim, por favor?

Mia pressionou o botão com o número sete desenhado em vermelho e meio desgastado. Depois, voltou-se para o garoto, que sorria. Ela já tinha visto os olhos dele pelo vidro do elevador, mas eram muito mais bonitos sem o material embaçado entre eles. Formavam uma moldura verde para o rosto claro do garoto. O cabelo preto desalinhado dava a Daniel um ar de quem acabara de levantar da cama. A roupa não ficava muito atrás no quesito desleixo: ele usava uma jeans surrada e uma camiseta lisa e branca. Os tênis tinham os cadarços amarrados de uma forma despretensiosa, e arrastavam pelo chão. Mas... o sorriso. O quer era aquilo? Ele tinha charme. Mia não entendia, mas alguma coisa em Daniel falara mais alto dentro dela. Alguma coisa que não conseguiu explicar de imediato. Uma força... uma luz... algo.

O sétimo andar veio e se foi, e Daniel saiu com um aceno de cabeça e um murmúrio de até mais.

Vovó Molly desatou a rir quando a porta do elevador fechou. Mia olhou a avó estupefata, sem entender o motivo da risada.

- O que foi vovó?

- Ah, minha Mia – começou Molly, apoiando a mão na caixa mais próxima e olhando a neta com um olhar conciliador. – Seus olhos brilharam... seus olhos brilharam...

-------------------------------------------------------------------------------------

N/A

O que será que vai acontecer com Mia no novo apartamento?

E o menino do elevador, Daniel? Eles vão se encontrar de novo?

Para responder essas e outras perguntas, aguardem o terceiro capítulo!

Galera, valeu pelas reviews! Se gostaram, divulguem! É assim que funciona o trabalho em equipe! :-D :roll: E esperem que o terceiro capítulo vem logo mais!
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Post by Lord Edward Elric »

Aeee!!

ta cada vez mais interessante a fic...

continua logoo!!

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Lord Edward Elric
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Post by Lord Edward Elric »

nossa!!
eu acabei de ler o 3° e 4°cap la na F&B,

a fic ta mto boa msm!!!!

espero q vc n demore mto a atualizar!!!

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Malu Chan
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Post by Malu Chan »

aiaiaiaiaai
Posta o proximo cap, logo!!!

to tendo gatinhos de antecipação!!!

mto boa msm!!!!
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Mia Galvez
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Post by Mia Galvez »

N/A: Galera, um mega obrigada pra quem comenta e está gostando da história! E também pra quem leu e não se sente a vontade pra comentar, não tem problema! O importante é saber que tem gente lendo e gostando da fic! E quem gostou, dá uma força, comenta, divulga e tudo o mais. Isso é muito importante para quem escreve, pode ter certeza, gente!

Obrigadinha e vamos ao que interessa! :P

Capítulo 3
O passeio do gato


Bichento protestou com alguns miados estridentes quando escapuliu da caixa onde fora carregado por Mia durante a mudança. O animal fez o reconhecimento do apartamento ainda sob alguns protestos, mas depois refestelou-se no sofá da sala de vovó Molly e adormeceu enroscado nas almofadas. Pena que a paz para o gato não durou muito tempo.

Com o passar dos dias, depois que as coisas já estavam relativamente organizadas, Mia começou a dedicar seu tempo para a leitura de livros. Vovó Molly tinha uma estante cheia deles, num pequeno quartinho nos fundos do apartamento. Eram prateleiras de madeira desgastada que forravam a parede de cima a baixo, envergadas pelo peso de vários exemplares dos mais diversos tamanhos e formatos, dispostos sem nenhuma ordem aparente. As capas coloridas e a luz difusa davam ao quartinho uma espécie de aura intelectual que Mia adorava. Era uma pequena e fantástica biblioteca particular, que Mia fazia questão de devorar nas temporadas que costumava passar com a avó nas férias de verão. E não seria diferente agora que morava no apartamento.

As aulas não haviam começado ainda, mas o início do ano letivo estava próximo. Mia já estava matriculada num colégio vizinho, no fim da rua e do lado da estação de trem de Kings Cross. A senhora Weasley conseguira um emprego numa loja do centro movimentado de Londres, e o senhor Weasley saia todos os dias bem cedo para procurar alguma ocupação também. Mia passava a maior parte do dia com vovó Molly, que contava histórias fantásticas e fazia piadas com todos os programas de televisão. Mas a maior parte do tempo de Mia era dedicado mesmo à pequena biblioteca, onde a menina devorava alguns dos exemplares empoeirados. O único problema capaz de macular a paz da menina nesses dias era Bichento.

O gato estava impaciente de tanto ficar preso dentro do apartamento. Arranhou o sofá, rasgou as almofadas da cama e afiou as unhas nas cortinas da sala. Ronronava de modo emburrado para a janela entreaberta, atento ao menor barulho do trem rangendo nos trilhos lá embaixo. Num dia em que estava tão quente que Mia achava que seus miolos fossem derreter, Bichento escapuliu pela porta aberta quando vovó Molly foi receber um vendedor. Ele saiu miando pelo corredor e entrou pela porta corta-fogo, determinado a alcançar a escada. Intrigada pelo senso de orientação do gato, Mia saiu correndo atrás dele, perplexa com o fato de vovó Molly ficar apenas sorrindo em sua direção enquanto via o gato da nora escapulir pelo corredor.

"Droga de gato maluco! Devia ter ido passear com ele antes. Se Bichento sumir, mamãe vai me matar!"

Abriu a porta corta-fogo, que rangeu sinistramente. As dobradiças eram velhas, assim como todo o resto da contrução, e a pintura vermelha descascava nos cantos. Ao fechar a porta atrás de si com um baque surdo, Mia viu-se numa escadaria escura, contornada por grades. Olhando para baixo, via o fim da escada e uma pequena e distante luminosidade amarelada. Tateou a parede a procura do interruptor, mas não conseguia encontrá-lo.

"Ai! Preciso de luz. Como vou achar Bichento sem enxergar nem ao menos o degrau a minha frente? Luz, luz, preciso de luz, LUZ!"

Os olhos de Mia se fecharam quando as paredes ficaram claras demais e a escada brilhou, completamente iluminada. A menina franziu a testa e olhou ao redor. O interruptor estava na parede oposta, longe dela.

"Bom, deve haver algum tipo de sensor, essas coisas tecnológicas."

Concentrou-se no fato de que precisava encontrar o gato e rumou para a escada. Como moravam no último andar do prédio, a única opção para Bichento era descer. A menina olhava nos cantos das portas e chamava o nome do animal enquanto se movia rapidamente pelos degraus, pulando de dois em dois. Chegou ao térreo, onde a porta estava escancarada, e viu que ela dava num pequeno jardim nos fundos do edifício.

"Deveria ter saído para dar uma volta antes. Não tem o esplendor do jardim que mamãe cultivava em nossa casa, mas é sem dúvida um espaço agradável para leitura quando o apartamento ficar abafado demais."

Bichento estava sentado num banco de pedra rústica, embaixo da pequena e única árvore que o jardim comportava. Junto com o gato estava um menino dos cabelos negros e desgrenhados. Ele usava a mesma jeans do encontro no elevador, mas tinha trocado a camiseta branca por uma verde-musgo, que combinava perfeitamente com seus olhos assustadoramente verdes e profundos. E ele sorria.

- Ei! Oi, Mia! Parece que seu gato queria dar uma voltinha por aí, não é mesmo? – falou o menino, enquanto afagava o pescoço de Bichento. O gato contorcia o corpo e ronronava de puro prazer diante do carinho de Daniel.

- Hã, é..., hã... oi, Daniel... – Mia perdera a fala.

- É um belo animal – continuou Daniel, concentrando o olhar no gesto de afagar o gato sem, no entanto, parar de sorrir. Depois, fixou os olhos na menina e perguntou – Como ele se chama?

- Bichento – Mia firmara a voz com todo o auto controle que lhe era possível. – Mas ele é um gato muito mal educado, isso sim!

- Por que diz isso, Mia?

- Porque ele fugiu do apartamento na primeira oportunidade que surgiu! O que ele queria, que a minha mãe enlouquecesse sem ele? Que ficasse ainda mais nervosa? Já aconteceu tanta coisa nessas férias de verão que eu não quero nem imaginar se algo acontecesse com o Bichento. Sabe, mamãe e papai andam bem nervosos com o desemprego e a mudança e eu...

Mia levou a mão a boca para impedir as palavras de fluírem. Por que estava dizendo tudo aquilo para um completo estranho? Quem era aquele menino senão um vizinho de apartamento, alguém com quem não se deve ter intimidade? Só porque ele era aproximadamente da idade dela, não significava que pudesse soltar o verbo e exteriorizar seus problemas familiares para alguém que não tinha nada a ver com isso.

- Quantos anos você tem?

A pergunta escapara entre os dedos de Mia. Daniel continuava sorrindo, os olhos mais brilhantes do que nunca quando se levantou e a encarou. Era como se o mundo fosse parar. Era como se eles já se conhecessem durante uma vida inteira. Era como se um poder emanasse dele e fosse essencial para a sobrevivência dela. Ao menos era isso que parecia.

- Eu tenho 16 anos recém completos. Você também deve ter por aí...

- É, tenho 15, mas faço 16 anos em 31 de julho, então está bem perto.

- Eu fiz em 15 de junho.

A conversa fluiu por mais um tempo, coisas triviais. O sol aquecia as costas de Mia, e produzia pequenas gotas de suor na testa de Daniel. Mia não conseguia se concentrar completamente na conversa porque não deixava de prestar atenção nos olhos do garoto.

"Eles ficam mais verdes com o sol, como se dançassem conforme uma música que só eu posso ouvir. Como ficariam sob a luz do luar?"

- Mia! Mia!

A menina voltou a si e disse polidamente:

- Sim?

- Eu estava falando que preciso voltar para o apartamento. Meu pai... sabe como é... a gente se vê.

Mia concordou com um aceno de cabeça e já estava pronta para dar o primeiro passo e recolher Bichento do banco, quando Daniel segurou o braço dela de maneira delicada, mas firme.

- Posso te convidar para tomarmos um sorvete qualquer dia desses?

- Claro! – pronunciou a palavra única rapidamente e tomou Bichento nos braços, rumo ao elevador, deixando Daniel para trás. Ela esperava que ele não tivesse notado suas sardas inflamadas pela pele vermelha de vergonha das bochechas.

<hr>

Mia entrou no apartamento e colocou Bichento no chão da sala. Ele permaneceu parado, olhando para a menina com um jeito de quem havia aprontado. Mas no fim das contas tinha sido algo bom para ela. O rosto de Daniel flutuou em sua mente até a hora do jantar, quando o senhor e a senhora Weasley chegaram juntos em casa, ambos com cara de poucos amigos. A refeição seguiu em silêncio, e a casa permaneceu assim até que a senhora Weasley, alegando uma dor de cabeça forte, resolveu se retirar para o quarto.

Vovó Molly e o senhor Weasley também foram se deitar. Mia ficou na sala um pouco mais, olhando vidrada para um televisor onde não via nada e afagando a barriga de Bichento. Desligou o aparelho quando acabou o programa de entrevistas da noite e seguiu para o quarto que dividia com a avó. No entanto, deteve-se ao passar pela porta entreaberta dos aposentos dos pais. Ao invés de conversarem de forma amigável, pareciam discutir alguma coisa num tom de voz que tentava ser um sussurro, mas era bem mais audível que isso.

- Rony, eu não aguento mais! Ninguém merece a vida que estamos levando. E não faz pouco tempo, já são mais de vinte anos! Será que não vai surgir ninguém capaz de mudar essa situação?

- É complicado para nós dois, Mione. Você acha que me sinto feliz assim, vivendo como trouxa? Não sou um deles, nunca fui! Você ainda nasceu assim, sabia como era antes de Hogwarts. E eu? E eu?

- Mas você precisa fazer algo! Nós precisamos! Tanta inteligência, tantos livros, e agora sinto-me de mãos atadas! Preciso fazer alguma coisa para encontrarmos os outros Renegados!

- Como? Como? – a voz do senhor Weasley ficara mais alta e a esposa protestou, tentando fazê-lo falar mais baixo sem sucesso. – Como encontraremos os Renegados se perdemos contato até com o Harry! Nem sabemos se ele está vivo! Já não basta a dor de não saber se ele e Gina sobreviveram. E nós já conversamos sobre isso diversas vezes, nunca conseguimos descobrir onde encontrá-los.

- Mas... mas... – a senhora Weasley estava claramente em dúvida, e sua voz parecia chorosa.

- Além disso, ainda há aquela maldita e cruel arma. E todas as conseqüências que ela causa! O que fazer, Mionezinha, o que fazer?

Mia sentiu uma movimentação no quarto e correu para a cama. Bem no momento em que encostou a porta de seu próprio aposento, uma nesga de luz entrou pela abertura lateral. Encostada na madeira da porta e tentando conter a respiração para não acordar a avó, o cérebro de Mia trabalhava freneticamente.

"Trouxas? Renegados? Arma? Do que é que eles estavam falando?"
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N/A: Capítulo 4 chegando para vocês! Quem ainda não comentou, comenta galera, eu sei que vocês estão lendo, tem várias views! rs...

E vamos ao que interessa:

Capítulo 4
Centelha do destino


Os dias passaram rápido e Bichento não fez mais nenhuma excursão pelo prédio. Parecia satisfeito com o resultado do último passeio e agora concentrava-se apenas no sofá da sala, onde estava sempre enrolado nas almofadas.

Mia não esquecera as estranhas palavras que ouvira na conversa do casal Weasley. Pensou em muitas possibilidades, mas realmente não conseguia entender o que significavam. Guardou-as mentalmente por alguns dias e esperava a melhor oportunidade para confrontar os pais e perguntar o que elas significavam de verdade. A curiosidade de Mia jamais conseguira ser maior que a paciência que ela tinha com determinadas coisas, e os pais eram um grande exemplo disso.

Certa noite o senhor Weasley chegou em casa com a novidade: havia conseguido um emprego como vigia numa loja de departamentos próxima ao trabalho da senhora Weasley. Mia achava que o pai estava velho para esse tipo de serviço. Já na primeira semana, o senhor Weasley exibia no rosto e no andar curvado um cansaço tão grande que não permitia que ele ficasse acordado com a família por muito tempo. Recolhia-se cedo para a cama e os roncos ecoavam pela casa muito antes de Mia sentir o sono chegar.

Numa das noites em que o senhor Weasley já se levantara do sofá e rumava para a cama, Mia surpreendeu-o no corredor. A senhora Weasley vinha logo atrás, e a menina parou ambos com um olhar travesso.

- Papai, mamãe, vocês me amam?

- Claro, minha filha! – o senhor Weasley a envolveu num abraço, afagando os cabelos ruivos. A senhora Weasley apenas sorriu. – Por que essa pergunta agora?

- Então... – Mia começou, desvencilhando-se delicadamente do abraço do pai e encarando também a mãe – eu-quero-saber-o-que-são-<i>Renegados</i>-e-trouxas-e-de-que-armas-vocês-estavam-falando.

Mia falou rapidamente e o casal ainda permaneceu por um tempo processando a informação. Os olhos da senhora Weasley saltaram quando o ar de compreensão tomou conta de seu rosto.

- Andou ouvindo atrás das portas, mocinha? – perguntou o pai, com um olhar entre preocupado e orgulhoso para a filha.

- Ronald! Não! – era Hermione, o tom de desespero claro na voz rouca que saiu de sua garganta.

- O que é isso? Uma reunião no corredor e ninguém me convidou? – vovó Molly veio arrastando as gigantescas pantufas de lã azul, o robe comprido da mesma cor farfalhando pelo chão e uma risada zombeteira no rosto.

- Vovó! Eu só perguntei o que são <i>Renegados</i> e trouxas!

O rosto de vovó Molly empalideceu e ela deixou o sorriso escorregar ao trocar olhares de cumplicidade com o filho e a nora. Mia sustentava o olhar diante dos três e percebia que o assunto era bastante delicado.

- Filha... – a senhora Weasley olhou de maneira terna para Mia, tocando seu rosto delicadamente e afastando uma mecha de cabelo ruivo que escorregava pela testa da menina. – Um dia eu prometo que vamos poder te explicar tudo. Aliás, vamos mostrar para você o significado destes e de muitos outros termos. Mas por enquanto, você tem que me prometer que não irá mais escutar atrás das portas, tocar neste assunto, nem comentar o que você ouviu com absolutamente mais ninguém.

- Mia, sua mãe tem razão – o senhor Weasley continuou. – É um tema delicado, mas chegará a hora em que as coisas se acertarão. Ao menos é o que estamos buscando fazer. Por favor, seja paciente, Miazinha.

Sem argumentos, Mia resolveu não insistir. Confiava nos pais e sabia que, quando pudessem, explicariam o que ela queria saber. No entanto, assustava-a o fato de ver a reação de vovó Molly depois de sua pergunta. Ela permaneceu quieta até o momento em que se recolheu para a cama. Esqueceu-se do habitual beijo de “boa noite” e Mia deixou seu pensamento vagar pelas possibilidades do que poderia afinal assustar tanto uma pessoa feliz e divertida como vovó Molly.

<hr>

O jardim do prédio era o lugar de refúgio de Mia agora que ela o havia descoberto. Descia algumas vezes com um bom livro na mão para descansar embaixo da sombra da única árvore. Chamava-a Lonely Lady. Encostava no tronco da planta para ler, mas o coração permanecia sempre inquieto. Olhava a todo momento para a porta de entrada do prédio, que dava no corredor dos elevadores. Sabia o que esperava, mas quando dava por si, balançava a cabeça e tentava concentrar o pensamento na leitura. Era impossível. Tudo o que conseguia ver era um mar verde diante de seus olhos, um convite para navegar e esquecer o resto do mundo.

<i>”Para quê eu quero terra firme se posso ter um oceano inteiro?”</i>, pensava.

Mas Daniel não apareceu naqueles dias. E nem até o fim do mês. Mia sabia que quando as aulas começassem, teria bem menos tempo para desfrutar do jardim, dos livros e da companhia dele. Mas sua coragem não era suficiente para tocar a campainha do apartamento do menino. Mesmo porque ela não sabia qual era o número. Sabia apenas que ficava no sétimo andar.
<i>”Sétimo andar... um número tão misterioso e místico quanto o próprio Daniel.”</i>

O tempo veio e se foi no mesmo marasmo. Até que Mia acordou sobressaltada na noite que antecedia seu décimo sexto aniversário. Lá fora o céu rugia numa imensa tempestade. <i>“Pelo jeito terei um belo aniversário chuvoso, como sempre”</i>. Ao ser acordada pela torrente que ribombava na janela de alumínio do quarto, Mia notou a respiração pesada de vovó Molly ao lado da cama e sorriu. Virando-se para o lado oposto, viu as horas no relógio. Faltava ainda quinze minutos para a meia noite de 31 de julho. O último dia do sétimo mês. Um aperto repentino oprimiu o peito de Mia, fazendo-a se sentir inquieta. Apesar de saber que a noite estava sem luar, foi até a janela da sala para dar uma espiada no céu. O deleite da noite deu lugar a um profundo espanto quando um trovão iluminou o céu e Mia viu um vulto que se arrastava pelo jardim lá embaixo. O que estaria acontecendo?

Movida por uma curiosidade natural, Mia abriu a porta da casa devagar e saiu para o hall do elevador. Um lado da ruiva sabia que estava cometendo uma loucura, sair de casa assim, no meio da noite e da tempestade. O outro lado ela não podia controlar. Era aquele que a impulsionava para baixo, apertando o botão do térreo inúmeras vezes como se isso pudesse acelerar a descida do elevador. Quando a voz metálica e desgastada anunciou <i>Piso térreo</i>, Mia escancarou a porta com ambos os braços e correu para os fundos do prédio, onde ficava o seu tão conhecido refúgio.

Um homem se arrastava próximo a Lonely Lady. Quando avistou Mia, o medo da garota parece que foi transferido para ele. O olhar amedrontado do homem se manteve fixo na menina enquanto ela avançava e já sentia a chuva gelada colar o pijama de malha ao corpo. O medo deu lugar a uma aura de reconhecimento. Quando Mia se aproximou, ele olhou-a no fundo dos olhos como se estivesse a desvendar-lhe a alma.

- É VOCÊ! VOCÊ! – ele gritava, tentando ultrapassar o barulho da tempestade.

- QUEM É O SENHOR? – Mia encarava os olhos verdes e os cabelos já brancos e ralos que cobriam a cabeça do estranho homem.

- EU SOU O DESTINO! AHAHAHHHHAHA – o homem explodiu em gargalhadas, assustando Mia. – E VOCÊ TAMBÉM O É!

Ele caiu na lama e parecia imóvel. Mia aproximou-se mais ainda do homem para tentar acordá-lo, mas parou no meio do caminho ao ouvir um grito.

- NÃOOOOOOO!!!

Virou-se abruptamente e deparou com a figura de Daniel, iluminada por um raio que riscou o céu negro. Seu rosto parecia feroz e os passos decididos alcançaram o homem que jazia desacordado no chão. Daniel arrumou o corpo inerte e pesado em seu ombro e olhou de uma maneira séria para Mia, aproximando sua boca do ouvido da garota para dizer:

- Nunca mais pense em tocar nele! Nunca, entendeu? Esqueça o que viu hoje, Mia, ESQUEÇA!

Assustada, Mia permaneceu no meio da chuva, cada vez mais molhada e com o corpo tremendo. Observou Daniel se afastar por trás da porta de vidro que separava o jardim do corredor. A menina levantou os olhos para o céu e, sem saber porquê, murmurou em meio a tempestade ensurdecedora:

- Eu sou o destino...[/b]
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Capítulo 5
Perdas e danos


Mia ainda permaneceu mais um tempo debaixo do temporal até se dar conta de onde estava. Apesar de ser verão, o frio da tempestade gelava até os ossos. Quando conseguiu controlar as emoções, a ruiva correu para se proteger, parando no corredor iluminado pelas luzes automáticas para chamar o elevador. Este demorou para descer e, ao entrar, Mia precisou controlar o ímpeto de apertar o botão do sétimo andar e descobrir de uma vez por todas quem era aquele homem e por quê Daniel descera para resgatá-lo. Dominou a si mesma e subiu para o décimo quinto andar, pensativa. Entrou no apartamento pingando, os cabelos ruivos grudados nas costas e tremendo levemente. Sentia-se cansada, como se tivesse acabado de correr por horas a fio, e um nó apertava a boca de seu estômago. A vontade latente era de alcançar sua cama e voltar a dormir. Só parou quando, já no meio da sala, tropeçou em alguma coisa que gemeu de uma maneira esquisita e agourenta.

”Mas o quê... Oh, não!”

Mia olhou para o chão escuro da sala de estar e reconheceu o corpo de vovó Molly. A blusa do pijama estava rasgada na manga e exibia um corte lateral, provocado talvez por uma luta corpo a corpo. Os olhos da avó estavam esbugalhados e a boca aberta parecia ter sido interrompida no momento exato em que pretendera soltar um grito, o qual nunca saiu. Mia correu até o interruptor e acendeu a luz, revelando um cômodo totalmente revirado. Papéis foram retirados dos armários, os bibelôs derrubados da mesinha de centro e quebrados, as portas dos armários abertas. O medo começou a tomar conta do coração da menina. Mia agarrou as mãos da avó e sentiu o quanto estavam geladas, mais até do que o corpo da própria menina que havia acabado de sair do meio de uma tempestade.

- Vovó Molly, o que aconteceu? Onde estão mamãe e papai?

Os olhos da senhora reviraram nas órbitas e ela murmurava palavras desconexas. Mia levantou-se de um salto e começou a chamar pelos pais. O apartamento tão pequeno parecia gigantesco nos momentos seguintes. O coração de Mia sufocava no peito, um gosto amargo tomava conta da boca da menina e o desespero fazia com que ela quisesse derrubar o restante dos móveis que ainda não estava no chão. A casa toda estava revirada, mas Mia não conseguiu perceber nada que tivesse sido roubado. Os aparelhos eletrônicos, jóias e até mesmo o dinheiro que o senhor Weasley guardava embaixo do colchão permaneciam na casa, embora bagunçados e fora de lugar.

A busca pelos pais foi em vão. Depois de vistoriar todos os cômodos da casa, Mia teve certeza de que o senhor e a senhora Weasley haviam desaparecido. Voltou para a sala com o nó na garganta cada vez mais apertado. Deteve-se no corpo de vovó Molly jogado ao chão, e foi como se o visse pela primeira vez. Deu-se conta de que precisava ajudá-la o mais rápido possível, antes que algo acontecesse a ela e Mia ficasse completamente só. Vovó Molly murmurava palavras desconexas num tom de voz muito baixo. Mia agachou o corpo e segurou a mão gelada da avó pela segunda vez na noite. Tentou tomar-lhe o pulso, como vira tantas vezes na TV, mas não sabia exatamente como fazer isso. Para quem pedir ajuda? Para quem gritar por socorro? Ela estava completamente abandonada e nunca se dera ao trabalho de saber onde moravam ou qual era o telefone dos outros filhos de Molly. Afinal, sempre os encontrava na casa da avó. Pensando nisso, correu para a mesinha ao lado do sofá, a procura da caderneta de telefones guardada na gaveta. Quando estava prestes a abri-la, vovó Molly tossiu e Mia voltou atrás, jogando-se de qualquer jeito no chão para agarrar de novo a mão da avó.

- O que aconteceu, vovó? Fale comigo! Onde estão meus pais?

- Potter... procure... Harry... procure os Potter...- o rosto de vovó Molly mostrou o mais profundo assombro antes que ela fechasse completamente os olhos e desmaiasse.

Um raio arrebentou do lado de fora da janela, seguido por um trovão ensurdecedor, e a energia do prédio caiu, deixando Mia na mais completa escuridão. Bichento miou em algum canto da sala, o que trouxe um alívio momentâneo para a menina. Revigorada, voltou-se novamente para o telefone, retirou-o do gancho e, por alguns segundos, esperou o barulho da linha. Nada. O telefone estava mudo por conta da falta de energia. A falta de esperanças crescia enquanto Mia observava o corpo inerte da avó jogado no chão, as pernas e braços posicionados num ângulo estranho e a boca entreaberta. A menina girava de um lado para o outro, andando em círculos pela pequena sala escura.

”Pense, Mia, pense! O que eu faço? O que eu faço?”

A possibilidade surgiu como num lampejo diante dos olhos de Mia. Era a única opção, a única saída, mesmo que precisasse enfrentar a rejeição depois. Ele não negaria ajuda. Não naquela situação. Afinal, era uma emergência! Encorajada por este pensamento, Mia desceu a escada por detrás da porta corta-fogo do prédio até o sétimo andar. Parou ofegante diante de quatro portas perfeitamente iguais, de madeira e pintadas de cinza. A única exceção eram os números marcados com tinta preta no topo de cada uma: 71, 73, 77 e 79.

”Qual é? Qual é a casa dele? Por favor, qual é a porta correta? Mostre-me, por favor, mostre-me!”

De olhos fechados, Mia concentrava o pensamento para tentar adivinhar qual era a porta que encerrava a única chance de tentar salvar sua avó e descobrir o que acontecera com seus pais. E principalmente, saber quem fizera tudo aquilo. Imagens difusas começaram a surgir diante dos olhos fechados de Mia, como se estivessem gravadas por dentro das pálpebras. Um movimento, uma respiração conhecida chamou a atenção da menina. Ela virou na direção do barulho com o mínimo de movimentos possíveis, para não dispersá-lo. Então viu nos olhos fechados a porta marcada a fogo, brilhando amarelada diante de si. Abriu os olhos assustada, mas constatou que não havia fogo algum.

”É essa! - pensou, e sem perder mais tempo, apertou a campainha estridente do número 77. Mia ouvia o som de passos abafados arrastando-se no apartamento, cada vez mais próximos.

- Quem está aí? – questionou a voz, um tanto embargada pelo sono.

- Daniel... – Mia começou, sem saber direito como explicar. – Sou eu, Mia. Por favor, abre a porta, eu preciso de ajuda!

O tom de desespero na voz da menina pareceu convincente, afinal, a porta abriu logo em seguida, revelando um Daniel de rosto apreensivo e olhar duro. Ela sabia que tinha cometido um erro ao tentar se aproximar do homem no jardim, mas fora um erro inconsciente. Ele observou a ruiva dos pés a cabeça, e ela se deu conta do quanto deveria estar despenteada e molhada naquele momento. Mas continuava ali, parada, de pés descalços e vestindo pijamas diante da casa de um quase desconhecido. O olhar dela era de puro desespero, e os olhos verdes de Daniel pareceram ceder diante da figura indefesa parada a sua frente.

- O que aconteceu, Mia? – ele perguntou, tentando manter a porta aberta o mínimo possível e escondendo com o corpo o interior da casa. No entanto, Mia não estava preocupada com isso agora. Apenas precisa de ajuda para salvar o que restava de sua família.

- É a minha avó! Vovó Molly! Eu cheguei em casa e ela estava desmaiada, o apartamento estava todo revirado, papéis espalhados, coisas quebradas pela casa inteira! E meus pais desapareceram!

- Como assim? – Daniel franziu as sobrancelhas de um modo intrigado.

- É isso mesmo, eu não sei onde eles estão! Nada foi roubado, só levaram – e nesse momento Mia engoliu em seco – os meus pais!

Daniel entrou brevemente no apartamento sem responder mais nada. Não levou mais que um minuto e voltou com a chave na mão, vestindo um blusão vermelho e uma calça de moletom azul marinho. Os cabelos negros estavam totalmente rebeldes, espetados no topo da cabeça.

O prédio continuava sem luz. Ambos rumaram silenciosos para a porta corta-fogo, subindo as escadas de dois em dois degraus. Daniel ia na frente, parecia conhecer o caminho, e ao chegar ao décimo quinto andar, entrou na porta correta sem nem ao menos hesitar. Mia percebeu que ele torceu o nariz ao observar a cena, mas logo dispersou essa imagem, tentando passar confiança para a ruiva. Olhou rapidamente o estrago na sala de estar do apartamento. Abaixou ao lado do corpo de vovó Molly e segurou o pulso da senhora, que continuava desacordada. Fixou então as órbitas verdes no rosto de Mia.

- Precisamos tirar sua avó daqui. Vou interfonar para o porteiro da noite e pedir para que ele arranje uma ambulância. Eles tem geradores que mantém os interfones funcionando no caso de emergências. Quanto a você, vista uma roupa qualquer e enxugue um pouco os cabelos, antes que apanhe uma gripe por causa da chuva.

Enquanto ia para o quarto, ainda ouvindo a voz de Daniel que falava com o porteiro pelo interfone, Mia pensou no quanto ele aparentava ser mais maduro que ela. Tinham quase a mesma idade, mas as ações dele eram de um adulto. Mia deixara o pânico tomar conta de si mesma e não viu a atitude óbvia que deveria ter tomado: o telefone podia não funcionar, mas o interfone estava ali. Simples. Mas agora não era hora para pensar nisso. Vestiu a jeans surrada e uma blusa branca de malha. Enxugou os cabelos vermelhos com uma toalha que estava jogada no chão do quarto e correu para a sala, onde Daniel a esperava.

- Pegue os documentos de sua avó. Vamos precisar deles no hospital.

Mia voltou para o quarto e pegou a bolsa da avó, que repousava sobre a escrivaninha de madeira. Qual não foi a surpresa da menina quando avistou, ao lado da bolsa, algo que não pertencia àquela casa. No meio de toda a bagunça, havia um estranho tipo de papel, parecido com um pergaminho antigo, enrolado e selado por uma camada de cera vermelha. Mia observou o carimbo e pôde Polícia Negra antes de jogar o pergaminho na bolsa da avó, levando tudo consigo para a sala.

- Pronto, Daniel!

- Ótimo! O porteiro ligou para dizer que os paramédicos estão subindo. Vai ficar tudo bem, ok?

Mesmo que Daniel dissesse isso, o coração de Mia ainda ribombava no peito quando viu a avó descer as escadas na maca e ser levada para a ambulância. Um paramédico deteve Daniel quando este entrava no veículo para acompanhar Mia.

- Só os parentes, mocinho!

- Mia, fique com isso e mantenha-me informado – o menino atirou o celular no colo da ruiva antes que a porta da ambulância fechasse e a sirene saísse cortando a noite chuvosa, numa briga para ver se era capaz de fazer mais barulho que os trovões.

N/A: Comentem, comentem, comentem! rs...
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Post by duxx Andrade »

O.o
Ahh, eu adorei! Sabe, essas histórias em que o Voldemort ganha sempre me deixam confuso (não fazem sentido com a história!) mas eu SEMPRE adoro. Faço parte de um RPG em que Voldemort ganhou também, mas é uma realidade paralela, em que Harry, Rony e Hermione morreram e tal.
Bom, eu tô realmente curioso pelo próximo capítulo, só queria dizer umas coisas:
1- o nome do meio do Rony é Bilius, e não Arthur. Eu acho que o Gui ficou com Arthur como nome do meio.
2- o trio deve ter uns 40 e poucos anos, mas tá todo mundo parecendo tão velho e cansado!

mas, enfim.... O QUE SERÁ QUE ACONTECEU COM O CASAL WEASLEY? o.O
uuuuhhh Eu quero descobrir!
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Post by Mia Galvez »

duxx Andrade wrote: 1- o nome do meio do Rony é Bilius, e não Arthur. Eu acho que o Gui ficou com Arthur como nome do meio.
2- o trio deve ter uns 40 e poucos anos, mas tá todo mundo parecendo tão velho e cansado!
Oi Duxx! Fui olhar no livro e realmente, coloquei o nome do meio do Rony errado! Falha nossa, vou consertar na F&B, obrigada pelo toque.
E quanto ao fato de eles parecerem velhos e cansados, é proposital. E eles tem que parecer tristes também. Porque é assim que eles estão se sentindo. Eles tem por volta dessa idade mesmo, 40 anos, mas passaram por algumas coisinhas... bem! rs... Só lendo mesmo... rs...

Ainda hoje posto o próximo capítulo, gente!

E as dicas são supeeeeer importantes pra mim!
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Post by Mia Galvez »

Capítulo 6
Um misterioso pergaminho


A bolsa estava no colo. O banco, gelado. Os cotovelos apoiados no joelho e as mãos no queixo. Os olhos perdidos, quase fechados pelo sono, mas bem abertos a cada movimentação dos médicos plantonistas. A chuva lá fora parecia enfim ter dado uma trégua.

Mia não gostava de hospitais. O clima era desagradável, as pessoas doentes inspiravam pena na menina e ela não gostava daquela aura de morte. Alguns tentavam convencê-la que o local também podia trazer vida, afinal, muitas pessoas eram salvas pelos procedimentos que ali aconteciam e ainda havia o setor de maternidade. Mas mesmo assim, o clima não era nada agradável na emergência naquela noite. Para Mia, o mundo virara de cabeça para baixo e tudo o que conseguia sentir era aquele gosto amargo na boca e um nó na garganta que não se desfazia.

Como não havia muito o que fazer, a não ser esperar, Mia pegou o celular de Daniel no bolso da jeans e passou os olhos pelos nomes da lista. Não havia muitos telefones, e ela logo encontrou um que dizia Casa. Olhou para o relógio. Já eram quase quatro horas da manhã.

"Belo aniversário! Lembrarei de esquecer para sempre a noite em que completei dezesseis anos.”

Apertou o botão verde do aparelho e encostou-o no ouvido, sentindo o frio do material. A linha começou a chamar, o toque persistente zumbindo como se tentasse hipnotizá-la. Mas o tempo hábil não foi suficiente, pois três toques depois uma voz conhecida atendeu a chamada.

- Olá, Mia. Como estão as coisas por aí? E Molly?

- Oi, Daniel – ao falar, Mia percebeu o quanto sua voz estava longínqua, como se fosse uma múmia encerrada num sarcofágo. – Os médicos não disseram nada ainda... eu só... eu só precisava falar com alguém.

- Entendo... – Daniel parecia refletir sobre as palavras que usaria como se escolhesse flores num jardim de primavera para presenteá-la. – Escute, Mia, vai ficar tudo bem, ok? Ela estava respirando, não havia problema algum aparentemente. Sua avó parecia apenas adormecida, não fosse pelo corte no braço.

- Não consigo entender o que aconteceu, Daniel! Onde estão meus pais?

- Falando nisso, como foi que tudo aconteceu?

Mia começou a narrar os fatos para o menino, tomando o cuidado de não dizer nada sobre o encontro deles no jardim. Era um acordo tácito em que ambos não pretendem falar sobre o assunto. Daniel prestava atenção e fazia pequenos comentários entre as frases da narrativa. Mia segurava o choro e isso dificultava ainda mais a conversa, pois a voz saia entrecortada por pequenos soluços.

- Tente se acalmar – Daniel recomeçara quando ela suspirou e demorou um pouco mais para dizer algo, indicando o fim da narrativa. – Procurei na agenda do seu apartamento depois que você saiu e encontrei os telefones de Fred e Jorge Weasley. São seus parentes, não?

- Sim! São meus tios, irmãos do meu pai! – Mia respondeu, o coração ribombando de expectativa.

- Então, anote aí o telefone deles e avise-os sobre Molly. Acredito que eles vão gostar de saber, e também poderão te ajudar agora que... bem... agora que você precisa de ajuda.

- Você já ajudou muito, Daniel – a voz da ruiva, apesar de cansada, deixava transparecer o carinho pelo garoto. – Obrigada!

- O que é isso, Mia! A propósito, sei que não é um bom momento, mas queria te dar os parabéns pelos dezesseis anos.

- Ah! É... obrigada – a menina parecia entre chocada e deliciosamente surpresa.

- De nada. Agora ligue para seus tios e vá resolver seus problemas. Qualquer coisa estou por aqui. Tchau.

- Tchau.

Mia retirou o aparelho do ouvido e finalizou a ligação pressionando o botão vermelho, distraída. O papel onde anotara o telefone dos gêmeos ficou amassado pelo punho fechado de tensão da menina quando um médico chamou-a.

- Mia Granger Weasley?

- Sim, sou eu – respondeu a menina, pondo-se de pé com a agilidade de um animal acuado por um predador. – Como está minha avó?

- Está melhor. Já acordou. Mas... – nesse momento, o médico pareceu pensar na melhor maneira de contar alguma coisa a Mia. – Por favor, venha comigo e verá com seus próprios olhos.

O coração de Mia apertou no peito e fez com que ela se sentisse tonta. Balançando a cabeça de um lado para o outro para se recuperar, seguiu os passos decididos do doutor pela porta que levava a enfermaria. Enquanto passava pelo corredor, observava diversas outras portas entreabertas, abrigando nos quartos inúmeras pessoas que sofriam de diferentes enfermidades. Todas pareciam não se importar quando ela passava no corredor, e Mia imaginou que já deveriam estar há tanto tempo ali, sozinhas, que já haviam se acostumado a ignorar os movimentos externos. Era como se vivessem em suas próprias cascas, sem tempo para ver o mundo lá fora. Não queria que sua avó ficasse assim.

O médico parou diante de uma das portas. Dentro do quarto, uma enfermeira atarefada conversava com vovó Molly, que apenas balançava a cabeça em sinal de concordância, mas que na verdade parecia não prestar muita atenção. A um sinal do médico, Mia entrou enquanto ele dizia:

- Senhora Molly, aqui está sua neta.

Mia sorriu, mas logo a alegria do alívio deu lugar ao medo diante da expressão da avó. Ela tinha rugas profundas, marcadas logo abaixo do olhar vazio, como se sua alma tivesse sido arrancada. Olhou para Mia com a testa ligeiramente enrugada pelo esforço, os olhos encheram-se de lágrimas e ela disse debilmente:

- Não me lembro... não me lembro!

Sem entender o que acontecia, Mia buscou o médico com um olhar indagador. Ele ainda olhava para vovó Molly, como se estivesse buscando entender o que acontecia clinicamente com ela. Então, virou-se para Mia e pediu para que ela o acompanhasse por alguns minutos do lado de fora da enfermaria. Ao fechar a porta atrás de si, o médico começou, com olhar fraternal:

- Mia, acredito que sua avó sofra de um tipo de doença cerebral, comum em pessoas que passam por eventos traumáticos. Ela perdeu a memória, tanto recente como antiga. Não se lembra nem ao menos de quem é ela - o assombro no rosto de Mia ficou evidente enquanto ouvia o pronunciamento do doutor. – O mais estranho é que fizemos alguns exames e não conseguimos encontrar nenhum vestígio de dano no lado esquerdo, onde o cérebro armazena as lembranças e o problema deveria estar. Com exceção do arranhão no braço, sua avó goza de excelente saúde, não parece ter sofrido nada.

O médico informou que procederia com outros exames para identificar a possível causa da falta de memória. Ao sair, autorizou Mia a fazer companhia à avó naquele momento, apesar de ela estar adormecida por conta dos medicamentos. A menina preferiu dar uma volta pelo jardim do hospital, para tentar espairecer um pouco. Enquanto rumava para lá, telefonava aos gêmeos. A tensão era evidente em seu corpo, os ombros rijos causavam dores nas costas e a testa enrugada mostrava o quanto ela estava preocupada. Era evidente que alguém havia invadido sua casa. Mas o susto fora tão grande que deixara sua avó sem memória. Será que os eventos tinham alguma coisa a ver com as palavras que ouvira quando os pais estavam conversando, e sobre as quais ela os questionara?

Enquanto pensava nas possibilidades, ouvia o barulho do telefone, indicando que a linha chamava. Já eram seis horas da manhã e provavelmente eles não ficariam tão nervosos quando ela contasse o motivo real pelo qual estava ligando.

- Alôooouaaaaaaá! – alguém finalmente atendera o telefone, misturando o alô com um enorme bocejo.

- Tio?

- Tio? Hã? – a voz ainda parecia muito sonolenta. – Ah, sim, tio! É a Mia, filha do Rony e da Hermione?

- Sim tio... hã... tio...

- Fred! É o Fred, querida, como vai você? Aproveitando bastante as férias? Vai mudar de colégio, não é mesmo? Deve estar deixando seus pais malucos – tio Fred não parava sequer para respirar, não dando a chance de Mia explicar o que acontecera. – E os namorados? Já está na idade! Como vai a minha mãe, soube que Rony precisou mudar de casa porque perdeu o emprego. Ah, ele nunca teve mesmo uma visão inovadora e moderna como eu e Jorge e...

- Tio! Eu preciso falar uma coisa – Mia aproveitou uma pausa do tio Fred para respirar e, antes que ele continuasse, começou a falar. – Aconteceu algo muito ruim e vovó Molly está no hospital. Meus pais desapareceram.

Mia explicou o que acontecera durante a madrugada, tentando utilizar o mínimo de palavras possíveis para otimizar o tempo da ligação. Do outro lado da linha, tio Fred entrecortava a história com murmúrios e exclamações de surpresa. Quando a garota terminou, ele assobiou baixinho e disse, meio que conversando consigo mesmo:

- Então já começou...

- Começou o quê, tio? – Mia perguntou, curiosa.

- Nada, querida, nada! Pelo menos por enquanto – e baixou o tom de voz ao completar a frase, voltando depois para a altura normal. – Oh, mãe... justo a senhora! Mia, dê-me o endereço do hospital, eu e Jorge estaremos aí em alguns minutos.

A ruiva forneceu o endereço e desligou o telefone depois de marcar um encontro com os tios na sala de espera do hospital. O jardim teria que esperar. Sentou-se numa das cadeiras duras e frias do local e deixou os pensamentos vagarem livremente, pensando no que poderia ter começado. Os tios sabiam de algo mais. Talvez soubessem onde os pais dela estavam! Enquanto pensava, abriu a bolsa para procurar alguma coisa com que se distrair, talvez um livro de bolso que a avó costumava carregar. Ao revirar o interior do acessório, avistou o pergaminho antigo que havia encontrado na escrivaninha de seu quarto e jogado na bolsa antes de sair correndo para o hospital. De maneira delicada, embora o pergaminho já estivesse amassado, retirou-o da bolsa. Observou novamente a cera que procurava fechar a carta, lendo pausadamente as palavras <i>Polícia Negra</i> escritas numa caligrafia de convite de casamento. Percebeu que a carta parecia já ter sido aberta, pois a cera estava recortada em um certo ponto. Depois de observar atentamente o exterior do pergaminho, passou o dedo indicador sobre a fenda e esta se abriu facilmente. Mia desenrolou a pequena carta, escrita numa caligrafia ainda mais caprichada, com um tipo de caneta tinteiro, talvez. Na verdade, parecia um daqueles manuscritos de antigas cartas escritas com penas que Mia tinha visto no museu de Londres.

”Impossível. Ninguém mais utiliza essa forma de escrita hoje em dia. Pelo menos eu acho” - pensava ela enquanto corria os olhos pela carta.

O choque foi instantâneo.

À Ronald Arthur Weasley e Hermione Granger Weasley

A Polícia Negra do soberano imperador, Lorde Voldemort (Vida Longa ao Lorde!) vem por meio desta informar-lhes que foi constatada a utilização da magia no endereço onde residem Vossas Senhorias, no dia 29 de julho de 2018.

Vossa família faz parte do grupo dos chamados <i>Renegados</i>, que foram banidos por este Ministério e proibidos de utilizar seus poderes.

Portanto, como punição, um Obliviador irá até a residência de vocês para cumprir a sentença de prisão perpétua em Askaban. Qualquer resistência o fará recorrer ao poder que lhe cabe.

Atenciosamente,

Polícia Negra – a serviço do Ministério da Magia
Vida Longa ao Lorde!
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Post by duxx Andrade »

Ahhh tadinhos do Rony e da Hermione =// Azkaban =/
E o Harry doidão de cabelo branco? Será que foi ele que executou magia? (e não tente me dizer que aquele não é o Harry!)
auhuahuhauhauauh

Tá muito boa Mia, mas mais uma vez eu tenho que enxer o saco...
Os olhos do Rony são azuis....
Sim, eu sou chato ;p Me sinto até mal por pentelhar tanto ;p
Continue escrevendo! ;****
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Post by Mia Galvez »

duxx Andrade wrote:Tá muito boa Mia, mas mais uma vez eu tenho que enxer o saco...Os olhos do Rony são azuis....
Sim, eu sou chato ;p Me sinto até mal por pentelhar tanto ;p
Continue escrevendo! ;****
Ei! Vc não está enchendo!!! Se me dar toques para melhorar a fic for encher, então faça porque estou te pedindo, ok?

Já já posto o próximo capítulo! E pessoal que está lendo, inspirem-se no Duxx e me mandem as opiniões de vocês!
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Post by Mia Galvez »

Capítulo 7
A mui antiga e nobre casa dos gêmeos Weasley


Vovó Molly apresentara uma melhora física quase que instantânea, mas depois de uma semana internada, ainda se encontrava no hospital. Apesar dos exames minuciosos aos quais fora submetida diariamente, os médicos não encontraram a doença ou trauma que lhe retirara a memória.

Para não ficar sozinha no apartamento, Mia recorreu ao teto dos tios gêmeos. Não se lembrava de tê-los visitado nenhuma vez até então. Ao chegar à casa deles na primeira noite, surpreendeu-se com o que via. Por fora, um casarão que parecia estar às ruínas, janelas quebradas e paredes encardidas, com um enorme jardim onde o mato crescia e ultrapassava o perímetro dos portões de ferro preto. Mas dentro, a casa era acolhedora. Uma lareira ardia no centro da grande sala circular, mesmo no verão, mas parecia não aquecer. Na verdade, o fogo era diferente, Mia não vira nada que o alimentasse, como lenha ou algo parecido. Mas isso era só uma das coisas estranhas da casa. Os tios tinham uma enorme biblioteca, que Mia pediu para ver, mas que permanecia sempre trancada. Alegavam que aquele era o lugar de suas pesquisas, coisas que não interessariam a uma jovem como ela. A chave ficava em poder deles e não havia outra cópia com os empregados, como Mia logo constatara. Aliás, nem mesmo aqueles que faziam a limpeza dos enormes aposentos da casa dos gêmeos Weasley sabiam o que havia de fato naquela sala.

Quem pareceu ficar bem a vontade com o novo lar foi Bichento. Permanecia grande parte do tempo nos jardins, onde provavelmente caçava ratos e outros bichos parecidos. Por vezes Mia encontrava o gato passeando despretensiosamente por vários aposentos da casa, como se experimentasse a energia (e as camas, sofás e poltronas) de cada um deles.

O pergaminho da Polícia Negra permanecera guardado na mala que Mia trouxera do apartamento em Kings Cross. A casa de Fred e Jorge não ficava distante do local, o que foi bom para Mia, pois ela precisava retornar às aulas na semana seguinte. De fato, os estudos no Centro Educacional Joan of Arc começaram um dia depois de seu aniversário, mas como a avó estava no hospital, conseguiu enrolar os tios por um tempo. Mia gostava de estudar, mas não sentia a menor vontade de ir para o colégio com os últimos acontecimentos. Tinha muito o que pensar e conseguiu enrolar os tios até a noite do domingo seguinte, quando Jorge questionou-a durante o jantar:

- Mia, quando começa o ano letivo no Joan of Arc? Foi lá que Rony matriculou você, não foi?

- É, tio – Mia tentou sorrir, mas tudo que conseguiu foi produzir uma careta. – Na verdade, acho que as aulas já começaram na semana passada.

- Ah, menina – era Fred desta vez quem falava, e Mia ainda tinha dificuldades para distinguir entre um gêmeo e outro. – Então a senhorita pode tratar de arrumar suas coisas, deixaremos você no colégio amanhã antes de irmos para o trabalho.

Mia assentiu com a cabeça, em sinal de concordância. Aproveitando a conversa, resolveu questionar os tios sobre os assuntos que não a deixavam dormir tranqüila, apesar de não ter a intenção de citar ainda o pergaminho encontrado.

- Tio Fred e tio Jorge, há algo de muito estranho em tudo isso que aconteceu. Vovó Molly não se lembra de nada, não sei onde estão meus pais e vocês não parecem estar tão preocupados quanto eu acho que deveriam estar. Aliás, depois que tio Fred deixou escapar no telefone que algo começara, fiquei mais intrigada ainda: vocês sabem o que está acontecendo e não querem me contar. Sei que posso parecer uma menina para vocês, mas já passei por poucas e boas sendo filha de Hermione Granger e Ronald Weasley, e vocês os conhecem bem. Então, porque não posso saber o que de fato aconteceu com meus pais?

Nesse momento, Mia não foi capaz de conter as lágrimas que afloravam de seus olhos, guardadas há um longo tempo pela determinação e auto controle da menina.

- Ei, criança, não chore – era Jorge, dirigindo-se a ela fraternalmente. O problema foi que a forma utilizada pelo tio não agradou Mia, já nervosa com a atitude dos adultos para com ela.

- NÃO SOU CRIANÇA! – explodira, perdendo a paciência, um fato raro.

- Sabemos que não – começou Fred, que parecia ter mais tato com a ruiva, enquanto Jorge apenas balançava a cabeça e olhava para o alto. – Mas há mais coisas envolvidas nessa trama do que você imagina, Mia, e se não te contamos nada ainda, é porque você não está preparada.

- Mas sabemos que em breve estará – completou Jorge ao ver o olhar injuriado de Mia a fuzilar o outro tio.

- E quando vai chegar esse dia afinal? Quando vocês também forem raptados? Ou quando vovó Molly for? Ou quem sabe quando EU for pega por esses malucos que andam por aí nos chamando de Renegados, trouxas e sei lá mais o quê! – Mia tentava em vão controlar a voz, que saia alta e era ampliada pelo eco do teto alto do casarão.

- Mia! Por favor, não pronuncie essas palavras em voz alta, entendeu? – Fred pedira. – Isso é importantíssimo para obtermos sucesso. Seja paciente.

- Ah! Para o inferno com a paciência de vocês! Acho que perdi a fome – e, ao dizer isso, empurrou o prato da mesa, derrubando o copo de suco no chão, e saiu batendo os calcanhares pela escada.

Fred cruzou os braços diante da cadeira, retirou uma ripa de madeira do bolso e, apontando para o copo quebrado, murmurou <i>Reparo</i>. O copo se refez. Depois, dirigiu o objeto para o suco derramado e completou com um Limpar, depois do qual o líquido sumiu do piso de madeira do salão de jantar.

- Eu bem que avisei para o Rony não casar com a Hermione – era Jorge falando, enquanto o irmão realizava a limpeza. – Olhe só o monstrinho que eles produziram – completou, com um ar divertido.

O que os Gêmeos não sabiam é que Mia não era uma pessoa que desistia de forma fácil das coisas. Conheciam pouco a sobrinha, pois não haviam convivido muito com Rony e Hermione depois da Grande Guerra. Mia subira a escadaria do casarão batendo os pés de propósito, para que depois pudesse retornar para o andar de baixo sem ser percebida. No dia anterior, percebera que Bichento sabia como entrar na Biblioteca misteriosa dos tios. Vira o gato sair de lá sorrateiramente quando Fred e Jorge não estavam em casa, e agora tinha certeza de que havia alguma coisa diferente com aquele animal. Como se ele também soubesse do que acontecia, e apenas ela fosse a iludida da história. Evitando um ímpeto de esganar o gato, encontrou-o refestelado numa poltrona de uma saleta próxima. Pegou-o no colo e disse com voz de comando evidente:

- Não mie.

Por incrível que pareça, Bichento pareceu entender e permaneceu quieto no colo da menina. Ao chegar a porta de madeira escura e trabalhada, colocou o gato no chão e murmurou o mais baixo que pôde em seu ouvido:

- Você quer a mamãe de volta tanto quanto eu, não quer, Bichento? Então, abra a porta.

Bichento piscou os olhos amarelados. Suas costas arquearam e, no momento seguinte, os pêlos alaranjados que a recobriam se arrepiaram. O felino abriu a boca e Mia temeu que ele fosse miar. Segurou a respiração no segundo que pareceu uma vida. Mas Bichento não miou, e a porta se abriu com um clik. Ele voltou a olhar para a dona, com um olhar satisfeito e orgulhoso.

- Bichento! Como você faz isso, gato maluco? Acho que subestimei você durante toda a minha vida – Mia sorriu, e afagou o topo da cabeça do felino, tentando em vão abaixar os pêlos ainda arrepiados.

Mia entrou na sala e descobriu que aquilo não era apenas uma biblioteca. Havia livros, era inegável, mas havia muito mais coisas interessantes. A luz do local era meio amarelada, e as cortinas permaneciam cerradas, por mais que Mia tentasse abri-las. No canto mais escuro do amplo aposento, várias caixas de papelão descansavam umas sobre as outras. Muitas delas não continham nenhuma inscrição. Mas algumas possuíam um selo dourado que ostentava um brasão e uma inscrição. Mia se aproximou das caixas e observou melhor o desenho de duas hastes de madeira cruzadas, uma delas metade transformada em um rato. Logo abaixo, em auto relevo, escrito numa letra caprichada e redonda, Gemialidades Weasley.

Com receio de mexer nas caixas e provocar algum barulho que chamasse a atenção, voltou-se para algo que parecia ser uma mesa de experiências químicas. Várias vidrarias de laboratório se encontravam ali, bem como em duas prateleiras do lado direito da bancada, abarrotadas de líquidos e sólidos coloridos e estranhos. Química era uma das matérias que Mia considerava mais fascinante, a ciência menos exata das exatas, como ela mesma costumava dizer. Mas não entendia tanto assim da matéria a ponto de poder afirmar com propriedade o que eram aqueles produtos contidos nos frascos. Imaginou se os tios estavam fazendo alguma coisa ilegal. Será que eram traficantes de entorpecentes? Afinal, como tinham aquela casa gigante e ostentavam tanto luxo enquanto os outros Weasley, e mesmo os próprios pais de Mia, eram tão pobres?

Bichento miou baixinho e a atenção de Mia se voltou para o lado oposto da sala. Lá, um grande espelho dominava uma parte da parede, o gato parado defronte a ele. A moldura estava oxidada, com a cor dourada descascando nas bordas. Ao se aproximar do objeto, Mia estranhou a atitude do gato, que saiu rapidamente do campo de reflexão do espelho. Intrigada, voltou a observar o próprio reflexo e ficou fascinada com o que via: lá estava ela mesma, ao lado de Daniel. Ruborizou naquele momento e virou o pescoço para os lados, a procura dos olhos garoto. Mas ele não estava lá. O rosto dela parecia triste no reflexo. Do lado de Daniel, apareceram seus pais. Ambos sorriam e acenavam, mas mesmo assim o rosto de Mia não se alegrava. Mais uma vez Bichento miou em outro local da sala e chamou a atenção da ruiva.

”Esses miados vão alertar meus tios!” - pensava a menina enquanto rumava para o gato, para tentar acalmá-lo.

Agora ele estava parado diante de um armário. Um pequeno guarda-roupas de madeira clara, envernizado e muito bem conservado. O desenho da madeira era bastante detalhado, mas não era possível reconhecê-lo, era algo abstrato. Mia tocou de leve as ranhuras do material, e o armário estremeceu. Retirando a mão rapidamente, Mia olhou para Bichento, que continuava postado diante do objeto.

"Bichento, Bichento... só espero que não me meta em confusão...”

Mia abriu a porta do armário e ele estava vazio. Colocou a cabeça lá dentro para tentar enxergar melhor, pois aquela luz esquisita que tomava conta da sala secreta dos gêmeos não ajudava em nada. Ao posicionar a cabeça mais no fundo, sentiu uma força que a sugava para dentro do móvel. Moveu o corpo todo para trás, assustada, o coração palpitando no peito. Olhou Bichento. O gato parecia sorrir. Com um ímpeto de coragem repentino, Mia atirou-se dentro do armário. A última coisa que percebeu antes de começar a girar foi que Bichento também se jogara com ela, fechando por detrás de si a porta do único mundo que Mia conhecia até então.
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Post by duxx Andrade »

O.o
os gêmeos podem fazer magia!
Ojesed!!!
E que armário estranho é esse? O.o
ahhhhhh Mia, isso é tortura =//
uahuhahauuhauhauha
mal posso esperar o próximo capítulo!
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Post by Mia Galvez »

Duxx! Vc ficou bravo comigo! Vi seu comentário na F&B! Você me perdoa?
Vou postar logo mais os cap. que faltam aqui... é que, não sei porque, meu PC demora mais pra carregar as páginas do Grimmauld, por isso que tem mais cap. na Floreios! :oops:

Prometo que não faço mais! rs...

Mais tarde atualizo todos aqui!

Bjos e obrigada pelos comentários! E pra quem lê, não custa nada dizer o que está achando né, galera!? :P
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Post by Mia Galvez »

Capítulo 8
O Oráculo


Mia coçou o nariz e espirrou. A poeira do interior do armário provocara uma alergia. Quando o mundo parou de girar, ela piscou os olhos, mas a escuridão não cessava. Podia sentir Bichento roçando sua perna direita. Sentia-se apreensiva, mas por mais incrível que fosse, não havia medo em seu coração. Só uma curiosidade excessiva diante de tantos fatos que pareciam não ter uma explicação plausível retirada do mundo que ela conhecia.

Tateou na escuridão em direção à porta do armário. Quando a encontrou, instintivamente empurrou para que a luz do lado de fora adentrasse na pequena mobília. A claridade intensa que invadiu o interior do móvel não deixava dúvidas de que Mia não mais se encontrava na estranha biblioteca dos tios gêmeos. Empurrou mais a porta e Bichento pulou para fora do armário, miando de um jeito matreiro. A ruiva seguiu o gato, os pés se movendo com cuidado e os olhos piscando apressados, para se acostumar à luminosidade. Quando conseguiu focar a visão, deparou-se com uma estranha sala. As paredes brancas eram forradas por pequenas inscrições, algo que parecia ser latim, todas pintadas em preto. Alguns lugares estavam tão cobertos de palavras que chegavam a formar um borrão, outros tinham grandes espaços que mostravam mais a pintura alva da sala. Archotes ardiam em alguns pontos, o fogo brilhando intensamente. Tudo tinha um aspecto antigo, porém conservado. Um divã marrom estava encostado a um canto, próximo de uma janela, e no centro do aposento uma bacia de pedra clara brilhava, emitindo uma luminosidade azulada. Mia se aproximou do estranho objeto, analisando seu conteúdo. Dentro da bacia algo rodopiava, alternando a direção de tempos em tempos. A menina não conseguia definir se o conteúdo era líquido ou sólido.

”Parece uma massa feita de sonhos e pensamentos, se é que isso é possível. Onde estou afinal?”

Um instinto se apoderou de Mia e ela se aproximou mais da bacia, as mãos apoiadas na borda e os pés ligeiramente levantados do chão. Começou a enxergar pequenas formas dentro da massa rodopiante, colorações difusas e imagens desfocadas. Na tentativa de enxergar melhor, aproximou ainda mais o rosto do conteúdo, os pés levantados o máximo que podia. As imagens formavam uma estranha cena, num local bastante escuro. Era como se ela estivesse assistindo tudo por uma janelinha instalada no teto. Não conseguia escutar o que as pessoas diziam. No segundo seguinte o nariz de Mia tocou o conteúdo da bacia e ela foi sugada para dentro, caindo com um baque surdo em frente a duas pessoas que conversavam. Ambas vestiam longas capas negras que ocultavam seus rostos. Olhou na direção delas e, levantando-se de modo rápido, apressou-se em dizer:

- Desculpe! É... eu não sei como isso aconteceu.

Mas logo percebeu que eles não podiam ouvi-la. Tentou chamar a atenção balançando as mãos diante deles, mas notou que também não podiam vê-la. E seu coração quase saiu pela boca quando eles começaram a andar e simplesmente passaram por ela, por dentro de seu corpo, como se ela não fosse sólida.

”Será que eu morri? Não é possível! Se morrer é isso, estou achando tudo muito estranho.”

Apressou o passo para seguir os dois, que agora não mais conversavam. Ao se aproximarem do muro de uma enorme construção, baixaram o capuz das capas e Mia levou um susto: aqueles dois se pareciam incrivelmente com...

- Rony, eu estou com medo! – a mulher de cabelos cheios e castanhos falava, um olhar amedrontando expresso no rosto magro e profundamente marcado por olheiras confirmando o que dizia. – Como vamos conseguir falar com ele? Acho que perdemos Harry para sempre, não deveríamos estar aqui.

- Você enlouqueceu, Hermione? Nós somos tudo o que Harry tem! Nós precisamos tentar salvá-lo antes que eles o executem. Não basta A Arma que já usaram contra ele – o rapaz ruivo ao lado dela falava, o rosto tão ou mais descarnado quanto o dela, mas com um traço de coragem que só poderia pertencer a alguém que não tem quase mais nada a perder.

Sem sombra de dúvidas, Mia sabia que aqueles dois eram seus pais, pelo menos 20 anos mais jovens e muitos quilos mais magros.

- Como você sabe disso, Rony? Como pode ter tanta certeza que eles já utilizaram? Eu disse que A Arma era apenas uma suposição minha, estudei o comportamento de Neville depois que ele foi banido. Procurei em vários livros e sei que apenas isso poderia fazer com que Neville ficasse do jeito que ficou. Mas até aí, será que eles estão mesmo usando nos Renegados?

- Logo vamos saber, Hermione. Não vamos conseguir fugir por muito mais tempo. Por isso, precisamos ajudar o Harry agora, antes que nossas únicas esperanças de acabar com tudo sejam destruídas. Anda, ponha esse capuz e vem comigo!

A cabeça de Mia entrava em parafuso enquanto corria atrás dos pais, que deveriam ser pouco mais velhos que ela naquele momento. Como ela podia ter voltado no passado? Como podia reviver aquelas cenas de uma vida que não era sua? E que lugar esquisito era aquele? Enquanto acompanhava o senhor e a senhora Weasley jovens, observou que nenhuma planta crescia ali e não havia nenhum ser vivo por perto. Era impossível dizer se era dia ou noite e o frio era de gelar os ossos, o que complicava a situação de Mia, pois ela estava apenas com uma malha leve de verão. Com os braços cruzados no peito para tentar espantar o frio, via sua respiração se condensar e subir enquanto cruzava o descampado, ladeando a construção. As paredes negras e altas não deixavam ver a fortaleza que se encerrava depois delas.

- Luna disse que eles deveriam estar por aqui. Venha... – o senhor Weasley jovem puxava a mão da senhora Weasley.

Logo encontraram o que procuravam, como Mia supôs. Mas ela não era capaz de enxergar do que se tratava realmente. O senhor Weasley sacou do bolso uma ripa comprida de madeira e, em silêncio, tocou a ponta de sua própria cabeça, fazendo o mesmo com a senhora Weasley em seguida. Mia ficou assombrada: ambos se tornaram algo parecido com um camaleão, pois não era mais possível distingui-los do resto da paisagem, a não ser quando se moviam. A ruiva já estava de olhos arregalados diante de tal feito dos pais. Mas sua boca se escancarou quando eles começaram a se mover como se estivessem montando em alguma coisa que Mia não conseguia enxergar. Em questão de segundos, seus pais estavam levitando pelos céus negros e ela os perdeu de vista.

”E agora, o que faço?”

A ruiva andou de um lado para o outro do muro, pensando em como poderia sair dali e continuar a seguir os pais. Lembrou-se de súbito que não conseguira tocá-los, o que significava que talvez, como um fantasma, pudesse ultrapassar as paredes. Fechando os olhos apertados, seguiu em direção ao enorme muro de pedra maciça e tocou-o com a mão, de leve. No entanto, não conseguia senti-lo, como se ele fizesse parte apenas do pensamento de alguém. Forçou um pouco o braço, receosa, e este atravessou facilmente a parede, fazendo com que a menina concluísse que só poderia ter virado um fantasma.

Forçou o corpo todo pelo muro e ultrapassou-o, com uma sensação estranha de rompimento de barreiras. Vira o material do qual o muro era feito, uma pedra negra e rústica, antes de sair do outro lado. Os olhos subiram até o topo de uma enorme construção feita do mesmo material que o muro. Ao redor dela, vários encapuzados pareciam levitar, como se patrulhassem o local. Mia começou a se sentir desconfortável, pensamentos tristes afluindo sem controle em sua mente. Podia ver as mãos cobertas de feridas daqueles seres que não pareciam ser humanos, além de suas respirações condensadas que saiam por debaixo do capuz negro e envelhecido. Antes que a tristeza tomasse conta, no entanto, lembrou-se de que precisava encontrar seus pais e correu o olho pelo terreno. Avistou-os ainda como camaleões, esgueirando-se por uma parede lateral. Eles estavam prestes a entrar na construção.

”Se meus pais não puderam me ver, estas criaturas também não podem.” - pensou Mia, correndo no encalço deles.

Ao alcançá-los, ambos iniciavam a descida de uma longa escada, fracamente iluminada por archotes acesos. O cheiro de morte era insuportável e infectava as narinas de Mia, provocando espasmos estomacais involuntários. A menina levou a mão ao estômago, sem deixar de seguir os passos dos pais. O senhor Weasley ia à frente, com a ripa de madeira empunhada como se fosse uma espada. Quando alcançaram o fim da escada, o que Mia viu e ouviu congelou cada músculo da ruiva, e ela não soube como continuou a caminhar. Em toda a extensão do corredor, várias celas sujas exalavam um cheiro insuportável. Em algumas era possível ouvir gritos desesperados de agonia, em outras apenas pequenos murmúrios, e naquelas onde o fedor era mais acentuado, o silêncio predominava. Estava numa prisão.

Olhou para seu pai, que pareceu vacilar por um momento. Sua mãe assumiu então a dianteira e tomou a ripa de madeira das mãos do senhor Weasley, que em seguida levara a mão à boca controlando uma tosse. Ao chegar à última cela do corredor, completamente silenciosa, a senhora Weasley apontou para o enorme cadeado enferrujado e murmurou algo que Mia não compreendeu. Com um estalo, a porta da cela se abriu. Dentro, a imagem da desgraça humana: um homem estava pendurado à parede por correntes grossas e apertadas que lhe cortavam o pulso. Estava tão magro que mal conseguia se mexer, mas por esse motivo era mais fácil perceber que estava vivo, graças à subida e descida inconstante do peito nu. Mia não conseguia despregar os olhos do homem, como se houvesse nele algo de familiar. Só percebeu que os pais haviam voltado ao estado normal quando eles entraram novamente em seu campo de visão, logo à frente do prisioneiro dependurado na cela. Lágrimas grossas escorriam pelo rosto de sua mãe, e seu pai tinha a expressão vazia.

- Harry... – a senhora Weasley murmurou entre dentes.

O homem abriu os olhos diretamente na direção de Mia. Não houve tempo para que ela processasse a idéia do susto. No instante seguinte, Mia sentiu um puxão e ouviu nitidamente:

- Acho que já viste o suficiente por enquanto, Wyrdfell.

A ruiva fechou os olhos com a claridade dos archotes que brilhavam na sala onde havia estado antes. Seus pés estavam novamente no chão, e as mãos apoiadas na borda da bacia. Girou a cabeça e avistou Bichento, que estava deitado no divã marrom e lambia as patas, completamente acomodado. Empoleirada no encosto do divã havia uma águia grande e marrom que batia o bico, ameaçadoramente, como se estivesse prestes a piar. Mia não conseguia desviar os olhos da criatura, que a encarava. Mas ao invés de piar, a ave fechou o bico e levantou vôo no exato momento em que se transformava, diante da visão apavorada de Mia, em um homem.

Incapaz de dizer qualquer coisa, Mia observava o estranho. Sua pele era alva e ele parecia não ter um único pêlo em todo o corpo, inclusive na cabeça, que brilhava com a luz dos archotes. Usava uma espécie de túnica verde esmeralda, com detalhes em marrom e dourado, as longas mangas cobrindo-lhe as mãos. Os olhos do humano eram exatamente iguais aos da águia, escuros e atentos. A orelha era ligeiramente pontuda no topo. E quando falou, a voz parecia ter acumulada em si toda a força e autoridade do destino.

- Mia Wyrdfell, eu sou Togira Ikonoka Obede Wyrda. Mais conhecido entre os Renegados como O Oráculo.
Grindeldore como você nunca viu...
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Mia Galvez
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Capítulo 9
Perguntas sem respostas


Ao passar o choque inicial de tudo o que havia presenciado até então, dentro e fora da bacia de pedra, Mia não pode se conter por mais nem um instante e desatou a perguntar:

- Oráculo? Um oráculo como nos filmes do Matrix que vi no cinema? E senhor, deve haver algum engano, meu sobrenome é Weasley, não Wyrdafeli ou qualquer coisa do tipo. Aliás, como você sabe o meu nome? E que lugar é esse? Como consegui voltar ao passado dentro dessa bacia? O senhor é algum tipo de cientista maluco como no filme De volta para o futuro, só que ao contrário? E...

- Calma, Wyrdfell. A pressa não condiz com vossa missão e não te levará a parte alguma. Tu saberás de tudo o que necessitares no tempo correto e não serei eu a dar-te todas as respostas, e sim a força que habita dentro de teu próprio ser. Está tudo aqui, na cabeça de Wyrda – falou o estranho homem, apontando um longo dedo desprovido de unhas ou articulações para sua própria cabeça.

O cérebro de Mia estava próximo de um colapso. Era muita coisa para processar. Sem pedir licença, deixou-se sentar no divã marrom, soltando todo o peso do corpo cansado ao lado de Bichento. Este continuava o higiênico trabalho de lamber as patas, como se achasse natural estar num lugar desconhecido com um ser parecido com um humano, capaz de se transformar em águia e que tinha uma bacia de pedra que mostrava o passado de outras pessoas. Aquele tal de Wyrda conhecia os pais de Mia, sem dúvida, afinal, falara dos mesmos Renegados sobre os quais um dia eles conversaram.

Wyrda caminhava pela sala, as mãos cruzadas nas costas e apoiadas suavemente sobre as vestes verde-esmeralda. Os longos punhos não deixavam Mia ver seus dedos, a não ser que O Oráculo elevasse os braços, como fizera quando apontou para a própria cabeça. Mais uma vez, Mia deixou escapar:

- O senhor... é humano?

O Oráculo parou de andar, mas não olhou de imediato para a ruiva. Mia questionava a si mesma se deveria repetir a pergunta, mas achou melhor esperar que ele respondesse, pois era impossível que não tivesse escutado naquela sala silenciosa. Algo dentro dela dizia que era o momento de ser paciente. Wyrda virou a cabeça lentamente, levantando-a como se isso custasse o esforço de uma vida. Seus olhos de águia brilhavam.

- Sim e não. Sou O imperfeito que é perfeito e sou O Oráculo. Mas a alcunha que os humanos me deram é a que prevalece: Wyrda. Sendo assim, não há como ser cem por cento humano quando se acumula o poder e a responsabilidade de ver o que está por vir. Tu, com toda a sabedoria que teu mundo permite, sabes o que é um Oráculo?

Mia fazia esforço para puxar pela memória o que conhecia sobre o assunto. Não queria fazer feio diante daquele ser que parecia tão sábio. Já ouvira falar de um Oráculo nas aulas de história no colégio. O que estava estudando mesmo? Mitologia grega, talvez?

- Lembro-me do Oráculo de Delfos, no qual o deus Apolo se consultava sobre o futuro de suas batalhas e dos outros deuses da mitologia grega. Oráculos são adivinhos, não é isso?

- Adivinhação é um tema amplo e abrangente na magia. Requer diversos fatores e até mesmo um leve toque de inspiração divina para o correto funcionamento. Por isso, à Mia Wyrdfell basta saber que um Oráculo é um mestre em adivinhação inspirado por poderes mágicos ocultos.

- Poderes mágicos? – Mia questionou, a surpresa evidente em sua voz. – O que você quer dizer com poderes mágicos?

- Algo que vem de vosso passado. E que pertence ao futuro dos Escolhidos.

Mia perdia-se nos enigmas do Oráculo e começava a ficar irritada. O medo de que algo de errado pudesse ter acontecido com seus pais crescia a cada minuto, estimulado pela visão na bacia de pedra. Ela sabia que o que presenciara fazia parte do passado. Era possível reconhecer a juventude estampada nos rostos de seus pais, acompanhada, no entanto, pelas marcas de um sofrimento sobre-humano. O passado chocava e justificava o presente, o desaparecimento, o pergaminho da Polícia Negra. E instalava em Mia uma dúvida: quem eram seus pais?

- Quem são meus pais? – Mia ouviu-se perguntando em voz alta ao mesmo tempo em que pensava.

- Vossos pais são estes que viste na minha Penseira. Esta é uma lembrança que extraí de vosso pai, Ronald. Fazia parte do nosso plano para orientar-te. Precisávamos de tantas lembranças quanto fosse possível colher antes da captura pelas forças do Lorde das Trevas. O problema é que o tempo não trabalhou a nosso favor.

- Que estes na bacia... na Penseira, como você disse, são meus pais, eu sei – Mia não queria parecer grosseira, mas era incapaz de se controlar. - Mas O QUÊ eles são?

- Ronald Weasley e Hermione Granger são responsáveis pela resistência dos Renegados, assim como toda a família Weasley. Ou pelo menos todos os que conseguimos localizar. Trabalhamos para combater o Lorde das Trevas.

Lorde das Trevas. Claro! Mia sabia reproduzir em sua mente com perfeição o conteúdo da carta que encontrara na fatídica noite em que seus pais sumiram e vovó Molly fora atacada. Lorde das Trevas. Vida Longa ao Lorde.

- O Lorde das Trevas é algum general do exército ou coisa parecida? É talvez uma seita religiosa maluca que quer derrubar o Rei William?

- Ah, não, senhorita – O oráculo sorria, de modo irônico. - Wyrda não se ocupa de coisas tão pequenas quanto política trouxa. O Oráculo está aqui para servir aos Renegados, esta é a minha missão. A história é longa e tu precisas de preparo, Mia Wyrdfell.

- O que é Wyrdfell?

- Quer dizer Destino dos Renegados. Tu és a sacerdotisa do novo tempo!

A impressão que qualquer um teria ao presenciar a cena era de que os interlocutores falavam de assuntos completamente diversos. Wyrda tinha toda a sabedoria do universo encerrada dentro de si, mas era incapaz de responder diretamente a qualquer pergunta que Mia lhe dirigisse. Enquanto isso, a ruiva se afundava num mar de dúvidas, mais perguntas que respostas pairavam em seu pensamento, e quanto mais ela questionava, mais confusa ficava.

- E onde estão meus pais?

- Ronald e Hermione estão em Azkaban. E agora os Renegados têm a chance de provar seu valor para tentar resgatá-los. Vejo o futuro, mas não posso intervir nos acontecimentos. Ainda haverá muita dor.

- O que é Azkaban? – a voz saiu fraca, Mia estava prestes a chorar, as lágrimas acumulando no canto dos olhos.

- É a prisão do teu povo.

Mia respirou fundo, como se o ar fresco dentro dos pulmões pudesse trazer algum alento. Cerrou as pálpebras, enquanto duas lágrimas rolavam por sua face, tentava prever qual seria o próximo passo naquele jogo de loucuras. Pensava, com uma pontinha de esperança, que quando voltasse a abrir os olhos descobriria que estava apenas sonhando, nada daquilo era real e ela ainda estava no apartamento em Kings Cross, com os pais, com vovó Molly e sua memória perfeita, e talvez com uma visita esporádica e divertida dos tios gêmeos. Um gemido tirou de vez a esperança de Mia. Ela abriu lentamente os olhos e O Oráculo continuava parado à sua frente. Mas a expressão de Wyrda mudara radicalmente. Ele levara ambas as mãos à têmpora, pressionando como se quisesse se autoflagelar. Os olhos estavam fechados, e seu rosto expressava profunda dor. Perdeu então a postura altiva e curvou as costas, como se carregasse um grande peso. As extremidades das orelhas pontudas ficaram rubras como os cabelos de Mia. A ruiva apenas observava, intrigada, seguida de perto por um Bichento que interrompera o serviço de limpeza e começara a farejar o ar, como se procurasse algo de estranho. Mia pode ouvir a voz de Wyrda, muito fraca. Ele permanecia de olhos fechados.

- Alguém está usando Legilimência contra O Oráculo. Eu sou capaz de defender minha mente, mas tu não o és. Por isso, vá, vá agora, entre novamente no armário sumidouro e volte para a casa de teus tios! Rápido, Wyrdfell, não temos mais tempo.

Assustada, Mia não conseguia dar um único passo. Olhava para a posição frágil do ser que outrora lhe passara tanta força, tanta sabedoria. Era atacado por algo invisível, algo que Mia desconhecia, mas podia sentir uma presença intrusa na sala. Sentia as vibrações de ódio, um cheiro de sangue e uma única frase ecoava em sua mente com força total: Vida Longa ao Lorde. Wyrda abriu os olhos, sua face se encheu de um pavor evidente, a expressão contorcida.

- Tu tens que deixar o que sentes fluir... a magia está em teu sangue e em teu coração.

- E quando nos encontraremos de novo? – Mia ainda teve tempo para questionar, enquanto tomava Bichento no colo. O gato miava desconfortavelmente.

- Wyrda tem meios para encontrar-te. Enquanto isso não acontecer, procure pelos Potter. Agora, VÁ!!!

Mia entrou no armário, fechando a porta atrás de si. Não pôde deixar de reparar que O Oráculo caíra de joelhos no chão, e uma aura escura envolveu o corpo de Wyrda antes que a escuridão do armário tomasse conta da visão de Mia.

”Pela segunda vez, mandam-me procurar os Potter. Mas quem são eles?” – a menina pensava, desesperada. – ”Afinal, quem sou eu?”


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- MIA! – Jorge exclamara quando a ruiva abriu a porta do armário, chegando novamente à casa dos gêmeos Weasley com cara de poucos amigos.

- Como foi que você conseguiu entrar na nossa biblioteca? – questionou Fred, entre surpreso e irônico.

A menina não conseguia sequer falar. Colocou Bichento no chão, a emoção dos últimos acontecimentos aflorando, a tontura pelo giro dentro do armário sumidouro fazendo com que Mia cambaleasse pela sala.

- O que foi que aconteceu? – questionaram os irmãos, preocupados, Fred perdendo toda a ironia da voz.

- Eu... eu preciso... – sem completar a frase, Mia dobrou os joelhos involuntariamente, caindo desmaiada aos pés dos gêmeos.
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