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O último dia. Ted Lupin reservou algumas horas desse dia para passear pelos corredores, tentando deixar marcado na memória os detalhes do castelo que fazia parte de sua vida. O tempo passou tão rápido que mal notou que era hora de partir. Sete anos de grandes aventuras, amizades e romance. Victoire sorria para ele ao fim do corredor e logo deram as mãos para deixarem, juntos, a escola.
- Não será a mesma coisa sem você, Teddy!
- Eu que vou ficar sofrendo, Victoire, sabendo que você estará aqui sozinha à mercê das segundas intenções desses caras – disse ao lançar um olhar duro ao corvinal que sorria em um canto para ela.
- Mas você sabe que eles não me interessam. Eles não têm o seu charme. – respondeu com uma piscadela.
Teddy sorriu para ela e passou a mão em seus cabelos azulados.
- É, eu sei.
Ambos sorriram e tomaram o caminho do Expresso Hogwarts. Permaneceram toda a viagem bem juntinhos, trocando idéias com os colegas. Ao desembarcarem na Plataforma 9 ¾ foram recepcionados por Gui e Fleur.
- Não vai conosco para a Toca?
- Não desta vez, Sr Weasley. Prometi a minha vó que a visitaria assim que chegasse.
- Está bem então. Vamos, Victoire.
A garota deu um adeus para ele, que retribuiu, com um sorriso. Ted caminhou até uma parte mais vazia da Estação, rodopiou em seu próprio eixo e desaparatou. Em questões de segundos, aparatou em um terreno baldio, ao fim de uma longa rua de chalés trouxas. Carregou seu malão, falando educadamente com as pessoas que via. Quando chegou à casa com um belo jardim, repleto de flores lilás, rosa pink e violeta, sorriu. Abriu o portão, atravessou o caminho de madeira e abriu a porta com delicadeza, falando bem alto:
- Vó! Cheguei!
Andrômeda Tonks estava na cozinha e logo apareceu de braços abertos para abraçar o neto. – E então, como foi?
- Ah, vó. É chato sair de Hogwarts, não é? A gente acha que vai ficar lá para sempre até que acaba.
- Quando começa o estágio no Ministério?
- Daqui a 2 semanas.
- Então terei 2 semanas para lhe mimar muito. Sabe como fico sozinha aqui. – Andromeda acariciou o rosto do neto. – Preparei um banquete especial para nós dois, mas vai demorar um pouquinho ainda. Por que não sobe para o seu quarto e deixa a mala lá? Ah! E pode me fazer um favor? Tem um bicho papão que está tirando o meu sossego desde ontem. Ele se enfiou em algum lugar no quarto de Ninfadora e eu não consigo achá-lo.
- Pode deixar, vó. Eu dou um jeito nisso.
- Obrigada, querido – e deu-lhe um beijo estalado na bochecha.
Ted aparatou em seu quarto e depois no quarto de sua mãe. Andrômeda ainda mantinha tudo no mesmo lugar há 17 anos, na mais perfeita limpeza. Seu berço ainda estava lá, os porta-retratos com fotos dos amigos, tantos momentos que lhe foram tirados. Os pensamentos logo lhe fugiram, pois o bicho papão fez um grande barulho. Teddy revirou baús, abriu caixas, olhou debaixo da cama, no armário e nada. Notou, então, uma marca do tempo atrás do criado-mudo, revelado apenas porque ele havia se movido. De varinha em punho, disse:
- Flipendo!
O objeto se moveu, revelando absolutamente nada, mas o barulho do bicho papão vinha exatamente daquele lugar.
- Revelium!
Uma forma de portinhola surgiu na parede e começou a chacoalhar-se com muito barulho. O bicho papão certamente estava ali há muitos anos e havia despertado quando Andrômeda fez a última limpeza. Preparou-se para enfrentá-lo.
- Alorromora!
A tranca fez um barulho engraçado quando foi aberta e uma fumaça amorfa tomou conta do ambiente com muita velocidade. Aos poucos foi tomando forma, até que um homem com aspecto de poucos amigos e com o crachá do Ministério desatou a falar em um tom de desgosto:
- Ted Tonks Lupin. Você não serve para este trabalho. Você não passa de um garoto órfão que quer estudar a doença de seu pai. Entenda isso meu caro: VOCÊ NÃO É BOM O SUFICIENTE PARA SER AUROR E NEM IRÁ PÔR OS PÉS NESTE MINISTÉRIO PARA INTERFERIR NOS ESTUDOS SOBRE OS LOBISOMENS!
- Riddikulus!
O homem, notadamente seu avaliador para o estágio, simplesmente começou a falar como um guaxinim gripado com focinho entupido, com pintinhas cor de rosa ao redor dos olhos, fazendo Ted rir daquilo tudo. Logo ele o prendeu no recipiente devido e o deixou em cima da mesa, pois algo havia chamado sua atenção. Havia um pacote dentro e ele meteu a mão para pegar, mas o objeto estava envolvo em baba de bicho papão. Notadamente, aquele tinha sido seu travesseiro. Após limpar o objeto com um aceno de varinha, seu coração acelerou descontrolado. Tinha em suas mãos um livro encapado com papel de veludo roxo, com muitos corações e estrelas de cola de purpurina colorida. Os fios de lã laranja contrastavam de forma berrante para revelar a seguinte grafia:
Meu Diário
de Tonks, é claro! Dãaaa!
de Tonks, é claro! Dãaaa!