Um garoto chegou, oferecendo-se para me ajudar. Em seguida, me convidou para ir para a cabine onde ele estava. Mas eu não podia simplesmente.. Talvez ele pudesse me ajudar a pensar no que fazer. Virei-me para falar com ele, mas o garoto já caminhava de volta para sua cabine.
- Espere... não posso... tem dois...
O garoto parecia tão animado e ansioso para voltar para a cabine que nem me ouviu. Voltei-me de novo na direção da cabine onde os dois discutiam; sim, podia ouvir que discutiam, mas não podia entender exatamente o que diziam. Eu temia que acabasse acontecendo algo pior ali dentro. Mas estava estático, confuso, indeciso. Nisto, percebi que alguém estava do meu lado; era Ph, que pelo visto também acompanhara, mas um pouco mais de longe, o que acontecera.
- O que tá acontecendo? Eles estão se matando aí? Hummm, a gente vai acabar arrumando confusão se ficarmos aqui, não sei porque.. e tô vendo que esse ano vai ser looongo! Vamo procurar a cabine dos professores e avisar que tão se matando aí dentro?!
- S-sim, mas... será mesmo?... B-bom, acho que é o melhor a fazer..
Estávamos prontos para procurar os professores, quando Vik, a outra aluna que estava conosco na cabine, apareceu. Parecia também assustada, e foi logo dizendo:
- Ei, estão querendo se meter em confusões já na chegada? O que está acontecendo? E onde está o outro garoto? Você é PH não? E você é?
- Eu sou David e... Tem dois.. bom, nós vamos..
Respondi praticamente balbuciando; estava mais preocupado e distraído com o que acontecia dentro daquela cabine. Só podia ver os reflexos dos dois através da pequena janela da porta. Ouvi Ph dizer alguma coisa a Vik, e em seguida vik também disse algo, aconselhando que saíssemos dali e voltássemos para a cabine. Mas eu não podia... Será que os outros não entendiam que algo muito sério estava acontecendo ali e que poderia acabar nos afetando? Olhei para Ph; ela também parecia confusa.
- Hãn?! Vc viu isso? Ai ai.. Tá, e ai? O que vamos fazer? Voltamos ou vamos na cabine dos professores?
Eu também não sabia. Realmente não sabia.. Olhei para Ph com um olhar mais confuso ainda. Senti que se acabássemos nos metendo naquilo, iríamos arranjar encrenca... Isso era algo que eu queria evitar. Ao mesmo tempo, se nós não fizéssemos nada, quem faria? Os colegas estavam tão empolgados que não percebiam nada.. E os professores deviam estar longe para não ter ouvido aquele estrondo.. Alguns segundos refletindo, e finalmente concluí que seria melhor mesmo avisar algum professor. Apertei os lábios com firmeza e depois disse a Ph:
- Bom, vamos procurar os pr...
Contudo, antes mesmo que eu terminasse a frase, uma moça apareceu no corredor (imaginei que ela fosse uma aluna do 6º ou 7º ano) e deu uma espiada na cabine onde os dois estavam. Em seguida, abriu a porta e disse algo, parecia um feitiço. Eu não estava entendendo nada. Olhei para Ph, e ela parecia estranhamente admirada com o que tinha visto. Pensei que ficaria assustada.. como eu. Depois, a jovem disse alguma coisa aos dois (novamente, não pude entender, por causa do barulho do trem e dos alunos que estavam nas cabines), e afastou-se da porta. Imaginei que fosse para que os dois saíssem da cabine que - para o meu espanto - não tinha chão! Pude perceber isso, apesar de me encontrar a alguns metros de distância.
A mulher estranha saiu da cabine, e percebi que ela se desequilibrara e para não cair agarrara na roupa da jovem. Não pude conter um risinho ao ver a cena; normalmente eu não faria isso (muito menos numa situação como aquela), mas de fato aquilo havia sido um tanto engraçado. A mulher andou para a frente do trem (como se nada tivesse acontecido), e pouco depois, sabe-se lá por quê, deu com o ombro na porta de uma cabine, como se novamente tivesse se desequilibrado. Outro sorriso surgiu no meu rosto. Ela abriu a porta da cabine, entrou, e em seguida um aluno saiu de lá, com cara de assustado (muito mais do que a minha e a do gato que eu tinha nos braços juntas!) . Apenas o olhei quando ele passou por nós, mas achei melhor não perguntar nada. Vi que a jovem se dirigia à cabine na qual a mulher estranha entrara; a jovem também entrou lá. Vire-me para Ph e apenas dei de ombros. Olhei na direção da cabine sem chão, de onde o homem agora saía também. Eu disse baixinho para Ph:
- E agora?
Off- 1. Ops! Acho que agora eu exagerei..
foi mal pelo post gigante, Ph..
2. Não estamos interrompendo, apenas observando, atônitos, obrigado! u_u