- Falou a senhora sabe-tudo. Você não fica muito atrás MOCINHA. Tratas teu irmão como se fosses a dona dele e ainda vai me mandar crescer? Olha quem tu é sugeitinha, não tem coragem pra nada e ainda fica fiscalizando o irmão.
- Olha aqui, minha filha - e colocou suas mãos na cintura, com o rosto explodindo de raiva - VOCÊ - e tornou a meter o dedo na cara da outra - Não sabe absolutamente nada do que nós passamos na nossa vida! Não sabe das promessas que fizemos um para o outro! Talvez nesse mundo nossa família seja apenas nós dois e temos que nos proteger a todo custo. Pelo visto você não sabe absolutamente NADA dessa vida. Você deve ser uma filha amargurada e sozinha! - vociferou.
- Olha aqui garotinha, não venhas tentar me enrolar que isso não dará certo. Eu sei muito bem que não abri barreira nenhuma. EU NÃO PERDI O CONTROLE, VOCÊ QUE É UMA INSOLENTE QUE SE ACHA NO DIREITO DE ENTRAR NA MENTE DOS OUTROS SEM NEM AO MENOS CONHECÊ-LAS. Eu não mandei mensagem para ninguém, diferente de pessoas como você, eu não fico lendo a mente das pessoas sem a sua permissão. Você é uma linguaruda, isso sim, ou achas que eu não percebi que você está tentando desviar do assunto. Mesmo se eu tivesse usando leglimência em alguém, ninguém entra na mente dos outros sem querer entrar, ou você tem alguma explicação para como descobristes o que eu pensei naquele momento?
Sem prestar atenção na garota, Sheu tentou abrir a porta com o Alorromora.
- Ora Ora Ora, parece que a senhorita-sou-a-maioral não sabe nem destrancar uma portinha com um feitiço infantil como este? Uma leglimente que não sabe nem usar um alohomora, aonde o mundo bruxo vai parar?!
A cara de Sheu ficou inflada e vermelha de raiva. É claro que tinha usado o feitiço de forma eficaz, mas devia ter algo a mais ali, uma magia mais poderosa que impedia os de sair. Talvez obra dos professores ou talvez obra do assassino. Mas esses pensamentos foram rapidamente varridos para um canto qualquer quando a outra continuou falando.
- Olha, eu não estou impedindo ninguém de sair daqui, a culpa não é minha se você não tem nem capacidade para usar um feitiço simples como este. Será que você ainda pode dizer que é uma leglimente controlada se nem ao menos tem controle para usar um feitiço simples destes? Se você quiser posso te dar uma aulinhas, minha cara.
- Eu vou te mostrar agora o que é um feitiço bem feito!
A raiva que parecia nascer do seu sangue e se espalhar por todo o seu corpo, finalmente havia apagado as lamparinas do seu juízo. Sheu apontou a varinha perigosamente no rosto da outra garota, disposta a realmente machucá-la.
- POR FAVOR AS DUAS!! - Gritou Jão
Com o súbito grito do irmão, que poderia ser ouvido do lado de fora da cabine, sem exagero, Sheu deu um pulo e pôs a mão no coração. Nunca tinha visto seu irmão com este temperamento antes e olhava para ele como se o visse pela primeira vez.
- Vocês são muito adultas não são?! Por Merlin! se dizem adultas e ficam discutindo por besteiras. O que importa quem falou coisas ou quem pensou ou até quem leu!
Sheu sentia uma pontada de orgulho e vergonha. Orgulho por Jão finalmente parecer se portar como um adolescente responsável e uma grande vergonha por suas atitudes insensatas terem ocasionado tudo isso. Baixou sua varinha vagarosamente, ainda surpresa, e sentou no banco. Mal notou que a garota estava do seu lado, pois tratou de encarar um ponto qualquer da parede do vagão.
*O que está acontecendo comigo? Por que eu estou fazendo isso? Eu não sou assim. O que há nessa menina para me deixar tão fora de controle? Eu, que sempre fui uma pessoa centrada, equilibrada... Será que realmente tem a ver com ela? Ou será que eu fiquei mais abalada com a morte do garoto do que imaginava? Ou... ou será que depois de tudo o que aconteceu...do que eu vi e senti...eu não sou mais eu?*
Jão continuava com sua lição de moral, ignorando o fato de Sheu não estar exatamente olhando para ele. Talvez ele pensasse que ela estava apenas com vergonha de olhar em seus olhos claros e transparentes. Sheu sentia que sua alma não era mais tão pura assim: algo havia despertado.
-Eu com dor de cabeça por causa do tombo que cai lá fora e vocês fazendo intriguinhas? aaaaaaaaaaaahhhh poupem-me!!- Magias? feitiços? Qualquer um sabe isso se estudar. Ficam comparando pra ver quem é melhor, quem é não sei o que..
Um barulho consideravelmente alto, além da voz do irmão, tirou Sheu de seus devaneios. Ele balançava a porta com força, desesperadamente, tentando, inutilmente, abri-la sem magia. Sheu não conseguiu resistir a um sorriso no canto da boca.
*Esse é o Jão*
- Vocês sabiam que alguma coisa aconteceu aqui no expresso? sabiam ? Pois éé minhas caras brigonas. Não sabe-se certo o que foi. Bem eu não sei, enfim, as duas conseguiram me deixar louco!
Sheu pensou em rir, mas o dedo acusatório do irmão pareceu tirar-lhe a diversão.
- Começando por você Sheu. Nunca imaginei atos como esses vindo de ti! Tú SEMPRE foi a mais centrada! Papai não ficaria nem um pouco contente de saber disso ,aonde quer que ele esteja.
A irmã baixou os olhos. Se seu pai estivesse morto... realmente poderia reprovar as suas atitudes de onde estava. Mas e se ele não tivesse ido parar lá em cima, como dizem os trouxas? Se fosse para baixo?
*E se ele for o assassino? Reprovaria?*
Um riso irônico, talvez maldoso, tentou surgir do lado esquerdo do seu lábio, como um tic, mas a garota tratou de afastar esses pensamentos.
*Por Merlim!*
- E você Ohannah.. nem te conheço direito, mas pelo que falou uma béla moça de Beauxbatons com essas atitudes? Só pode mesmo né, a diretora de vocês é uma meio-gigante! Não é de se espantar com tamanha hostilidade.
Enfim, após as palavras ditas, corretas para a situação é verdade, Jão se jogou no banco diante das meninas e cobriu o rosto com seu casaco. Sheu demorou um pouco para conseguir colocar a mente no lugar e depois falar com o irmão. Tinha virado o rosto na direção da porta do vagão, de costas para a garota.
- Jão? - Sheu começou ao notar que ele estava se mexendo - Me desculpe - disse, sem meias palavras - Eu não deveria ter me exaltado, sequer cedido às provocações dessa menina aí - Sheu viu que seu discurso não estava indo para o lugar que ela tinha imaginado e respirou fundo para continuar - de Ohanna, é esse seu nome? E nem mesmo provocado. Tudo não passou de um mal entendido com uma boa dose de anseio, por conta da morte do garotinho. Não deveria ter sacado a varinha. É o mal de sermos bruxos, eu acho, tentamos resolver tudo com ela. Pra mim, essa discussão já deu. Da minha parte, vou tentar manter os ânimos calmos aqui, mas se não abrirem logo essa porta... eu mesma explodo ela - e olhou para a outra garota - Minha paciência tem limite.
Off: desculpe a demoraaaa...coisinhas coisinhas
off²: mega coments da nossa briga...uebaaa...a gente dá ibope
off³: lamparinas do juízo foi podre ~foge
off4zinhu: cabooooou...por hora (eu acho)
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narração ~ fala ~ pensamento ~ outros personagens ~ off
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