O Paciente Inglês [Fic Nova da Regina] TERMINADA!!!

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Não se esqueçam de também postarem no Floreioseborroes.net.

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Belzinha
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O Paciente Inglês [Fic Nova da Regina] TERMINADA!!!

Post by Belzinha »

Observação: Estou postanto o primeiro capítulo à pedido da Regina McGonnagal, que está com alguns problemas de acessar à página.

O paciente inglês

Observações importantes:
Esta fic se passa no “pós guerra bruxa”, ou seja, após a vitória de Harry Potter sobre Lord Voldemort, definitivamente.
Se vocês encontrarem alguma semelhança entre personagens originais dessa fic e pessoas ou fatos reais terá sido uma coincidência extraordinária (exceto naqueles casos que serão apontados pela autora quando ocorrerem...)

Parte I – Uma mente sem lembranças

Cap 1

- Como está nosso paciente hoje, meninas?
- Ah... sem alterações. Mas à noite esteve agitado, murmurando palavras estranhas. – uma das enfermeiras respondeu.
- Inglês, novamente? – a Assistente social indagou, enquanto lia o relatório na papeleta do paciente do leito 7.
- Desta vez, acho que não... parecia latim... Sabe, aquelas frases enroladas que os padres falavam antigamente.
- Não sou tão velha assim, não me lembro! – ela retrucou, as enfermeiras riram, todas bem humoradas, risonhas e falantes, como sempre.
Sarah Laurent sorriu, enquanto continuava seu caminho pela enfermaria masculina naquela manhã. Naquela unidade, estavam os doentes ou feridos em acidentes que já estavam em condições de receber alta, mas não tinham como ir pra casa – geralmente moradores de cidadezinhas distantes e sem parentes conhecidos na Capital, ou então, como era o caso do paciente do leito 7, sem identificação segura.
O pessoal do hospital os chamava maldosamente de “os esquecidos” e à própria enfermaria de “Asilo”, mas isso longe da “Dra” Sarah...
Ela sabia disso, e se entristecia com a falta de consideração por pessoas tão sofridas como aqueles homens, que muitas vezes nem tinham uma casa realmente para voltar. Por isso, ela estava ali: para avaliar cada um desses casos, encontrar uma solução, conseguir contato com parentes, disponibilizar veículo para a condução e coisas desse tipo.
Mas o paciente do leito 7 era um caso raro e difícil. Encontrado muito ferido em um beco da cidade, próximo ao local onde ocorria um grande incêndio, fora levado pela polícia para o atendimento de urgência. Nenhum documento, nada, nem mesmo um pedaço de papel com algum endereço ou telefone.
Sarah riu do nome que inventaram para o pobre homem: John. Smith . Como em alguns momentos de delírio, ele gritara palavras em inglês, o haviam chamado assim.
- Ora – justificara a funcionária da internação – John Smith pros gringos não é que nem João da Silva pra nós? Então, se ninguém sabe o nome dele, pode ser esse, não pode?
Como não deixava de ser verdade, ficou por isso mesmo. E o desconhecido passou a ser tratado assim: de John Smith, ou, simplesmente, se referiam a ele como “o paciente inglês”, brincando com o nome de um filme que a maioria havia assistido.
Mas, para Sarah, ele tinha alguma coisa a mais, que não sabia explicar. Não era como os mendigos que circulavam pelo centro, muitos com família até em boa situação financeira, mas vivendo à margem de tudo, devido ao vício da bebida ou a doenças psíquicas. De vez em quando, as famílias até os recolhiam, alimentavam, tratavam, mas logo estavam de novo pelas ruas e praças da cidade.
Depois de conversar com todos os outros pacientes, chegou finalmente ao leito 7 e fitou com atenção seu ocupante.
Cabelos negros, escorridos pela face pálida e magra, já meio coberta pela barba sem fazer há vários dias, olhos também negros que refletiam uma dor contida e não revelada. Alheio a tudo em volta, ele fixara o olhar na janela defronte, que deixava ver uma réstia de céu muito azul além da espessa copa das árvores.
- “Bom dia!” – Sarah disse em seu bom inglês – “Como você se sente hoje?”
Ele a fitou por um segundo, mas não respondeu. Ela insistiu:
- “As enfermeiras da noite disseram que teve um sono agitado... Lembra-se de alguma coisa?”
- “Não.” – a voz seca saiu num murmúrio.
- “Alguma coisa veio á sua mente, algum detalhe? Qualquer coisa, por menor que pareça, pode nos ajudar a...”
- “Já disse que não. E vocês não podem me ajudar.”
- “Como pode ter certeza disso? Creia, me esforçarei ao máximo para..”.
- “E não adiantará nada.”
- Estamos falantes hoje, hein? – a enfermeira que trazia o medicamento do paciente no leito ao lado gracejou – A senhora foi brindada com 3 respostas. É mais do que qualquer uma de nós conseguiu até agora.
- Bom, vocês não falam inglês, né? Isso pode ter atrapalhado... – Sarah respondeu à mulher, em português, tentando disfarçar o quanto a fala do homem a incomodara.
Mas sorriu para ele, sentando-se na cadeira ao lado do leito. Fazendo de conta que ele não questionara sua capacidade profissional tão claramente, explicou com voz tranqüila, como fazia com todos os outros:
- “Já estou verificando nos registros de desaparecidos, inclusive com os consulados de língua inglesa, se há algo sobre alguém com a sua descrição. Se você era ou fazia parte de um grupo de turistas, ou nas listas de vistos de entrada. Mas qualquer coisa que você lembrasse, um nome ou lugar...”
- “Minha mente está vazia.” – ele comentou, depois de alguns minutos – “Como se...” – mas se interrompeu bruscamente, franzindo a testa, expressão curiosa.
- “Como se a tivessem apagado com mágica?” – ela tentou brincar, mas sua expressão de espanto foi tão assustadora que ela se retraiu – “Desculpe, não quis ofendê-lo, apenas uma forma de descrever o que aconteceu... bem, não sabemos ao certo, não é mesmo?”
Ele pareceu querer dizer algo, mas se calou. Parecia agora completamente imerso em pensamentos dolorosos.
Sarah, por sua vez, não sabia exatamente porque dissera aquilo. Vendo que não conseguiria mais nada com ele, afastou-se. Tinha muito trabalho a fazer, ainda pela manhã, pois à tarde já estaria em outro lugar, numa fundação em que trabalhava exaustivamente para encontrar lares adotivos para órfãos e meninos de rua que não tinham família. Sorriu, ao se lembrar dos “seus” meninos. Era muito mais agradável trabalhar com crianças, disso tinha certeza. Nenhuma era tão intratável como o Sr. John Smith...
Last edited by Belzinha on 17/05/06, 14:09, edited 2 times in total.
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Post by Morpheus-O- »

Parece que vai ser bem longa!
1 Capitulo e ainda não deu tantas pistas assim...
Vou esperar ansioso...
:wink:
Ps:Entre, leia e comente as minhas fic's:
---------->História da Fundação-<----------
e a nova:
----------> Resolvendo o Passado (Lupin/Mary)<----------

sem mais,
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Post by Tina Granger »

baba baby baba... a fic está otima, linda.... pena que seja só um capitulo... :roll: E uma coisa deu pra perceber: ´John é tao doce quanto algumas pessoas que conheco... (nao estou olhando no espelho para falar isso)
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Duas mulheres - A um passo - A irmã da Serpente

mais fics? olhe no fanfiction.net...

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Belzinha
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Post by Belzinha »

Capítulo misterioooooooooso!

Já começou super-bem. Está dentro da minha classificação "Biotônico Fontoura" para capítulos: aqueles que "abrem o apetite" e dão fome de saber o que vai acontecer em seguida!
Last edited by Belzinha on 19/04/06, 10:08, edited 1 time in total.
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Post by Lillith »

Boa, muito boa! Super bem escrita e bem bolada, essa fic promete :D
Ajude a Lillith a arranjar uma assinatura!
Kimberly Desiree
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Post by Kimberly Desiree »

*-* wow. eu. quero. ler. mais. ._.V

ficou muito bom ;P~ suspenses rox ^^
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Regina McGonagall
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Post by Regina McGonagall »

Primeiro: Belzinha, valeu! :D
Segundo: Gente, hoje tá normal :lol: (por enquanto)


Quem será John Smith?

Hehe... pra quem não desconfia... este capítulo vai dar algumas pistas...

Ah, seguinte: pra facilitar, estou editando as falas em inglês em itálico e na cor azul, ok?

E, por favor, se tá ficando extenso e enrolado, me digam... que tento melhorar nos próximos capítulos (coisa difícil pra uma vocação hermiônica, não é, Belzinha?)

============================================
Cap 2

Em sua sala de trabalho, Sarah preparou-se para mais uma rodada de busca pela Internet. Pela enésima vez... Por sorte, todos os outros casos da Enfermaria “E” já estavam encaminhados. Alguns sairiam neste fim de semana. Outros esperavam a chegada dos parentes para o final da outra. Sarah já providenciara o envio de recurso para compra de passagens de três familiares do Interior. Agora era só aguardar. Mas o John Smith...

Há duas semanas que tentava insistentemente, sempre que tinha uma chance. E mais uma vez, o dia passou sem que encontrasse nada. Naquele dia, não ia à fundação infantil em que trabalhava à tarde, então resolvera intensificar a pesquisa. Nem saíra para almoçar, comera um lanche que uma funcionária lhe trouxera a seu pedido. Consultara sites de consulados e embaixadas. Nada. Nenhuma notícia de algum turista ou funcionário inglês perdido no Brasil.

Assustou-se ao ver que já eram quase seis horas da tarde. Nem percebera o tempo passar, mas o corpo reclamava do esforço excessivo, isso ela não podia negar.
Suspirando profundamente, afastou-se um pouco da mesa e fez uma longa seção de alongamento. Sentia dores nas costas, nos ombros, nos braços...

Levantou-se e foi fazer uma “ronda final”, já que estava ali mesmo. Depois de desejar boa noite a todos os outros cinco pacientes da enfermaria, chegou ao leito sete. Seu ocupante mantinha-se quieto, ao contrário dos outros que conversavam sentados, ou jogavam damas ou viam tv. Claro que a barreira da língua contribuía muito com esta condição, já que nenhum dos pacientes falava inglês e as enfermeiras que estudavam o idioma ainda não dominavam o suficiente para se arriscar a uma conversação com alguém tão arredio. Só lhe arrancavam respostas monossilábicas. Entretanto, parecia entender as ordens médicas, pois sempre seguira as orientações dos fisioterapeutas com seriedade, e já se exercitava e caminhava normalmente, em pouco tempo de tratamento. Afinal, o acidente ocorrera há pouco mais de um mês...

Sarah chegou até ele, sentou-se na cadeira ao lado da cama, e o fitou em silêncio. Aquele homem era intrigante. Nas duas semanas que estava ali, depois da liberação da ala clínica, não fizera o mínimo esforço para se relacionar como os demais, ou ser gentil com a enfermagem, mas ela tinha certeza de que alguma coisa ele já entendia do português. Se já se lembrava de alguma coisa a cerca de quem era ou de onde viera, não demonstrava.

- Por que? – ela indagou mentalmente, ainda pensando se adiantaria perguntar em voz alta – Por que se recusa a nos deixar ajudá-lo?
- Porque vocês não podem
.
– a resposta dele em voz baixa e rude a assustou.
- Como faz isso? – indagou já em voz alta.
- Isso... o que? – ele a fitou.
- Como sabia o que eu estava pensando? – ela retribuiu o olhar, sem medo.
Mas ele pareceu não ter resposta. Seu olhar ficou perdido por uns segundos, antes de completar com voz cuidadosa:
- Eu simplesmente adivinhei, pela sua expressão. – mas parecia não convencer nem a si mesmo.

Sarah suspirou, antes de continuar o diálogo em inglês, que os outros pacientes, agora calados, acompanhavam mesmo sem entender praticamente nada. Gostavam da assistente social, e recriminavam aquele estranho por sua constante grosseria com alguém tão atenciosa e gentil com todos.

- Eu não entendo porque você não confia...
- Em sua capacidade profissional? Não é esta a questão. Apenas sei que, veja bem, no “meu” caso, ela não vai adiantar muito. Mesmo com toda essa... experiência em casos difíceis que você parece ter.
- Por que não?
- Porque eu não sou um de seus costumeiros “casos difíceis”...
- E o que é, então?
- Sinceramente... gostaria de saber. Mas estou sem respostas, por enquanto. Sinto muito.

Ele fez um gesto de impaciência, demonstrando o quanto estava igualmente frustrado por não conseguir se lembrar de nada ainda.
- Parece que tudo sumiu... como foi que você disse? Ah, sim! Num passe de “mágica”!
O tom irônico da última frase se deu a Sarah a certeza de que ele registrava tudo à sua volta e só não cooperava porque não queria.
- Está bem. Quando achar que eu posso servir pra alguma coisa, mande me chamar então. Porque tenho certeza de que você já se vira o suficiente pra fazer isso.. em nossa língua. – ela completou em português, depois fez um último aceno para a enfermeira que observava do fundo do aposento, fingindo estar apenas ajeitando uma cama, e saiu, cumprimentando os demais com a cabeça.

Entretanto, ao fechar a porta escutou o paciente do leito 6, o Sr. Justino, um lavrador que aguardava a filha para levá-lo pra casa, comentar:
- Ela fez mais por você do que por qualquer um de nós, o que já não é pouco...
- Why? – John indagou, sem conter o espanto, mas ainda não dando o braço a torcer de que entendia o que o outro estava falando.
- Ela lhe deu seu sangue, amigo. Isso é pra qualquer um ter pelo menos um pingo de gratidão.

Sarah não pode ver, mas John Smith entendera perfeitamente o colega de alojamento, e isso só serviu pra deixá-lo mais confuso. Enquanto todos retomavam o que faziam antes, deixando de prestar atenção no “gringo turrão”, ele tentou se lembrar de como chegara ali.

Só conseguia se lembrar do instante em que abrira os olhos, deparando com uma luz forte sobre sua cabeça, que o fez fechá-los novamente. Sentia que pessoas o tocavam, ouvia conversas sussurradas e rápidas, ordens curtas que se sucediam... sim, eram ordens, que alguém cumpria em completo silêncio, mas ele ouvia ruídos de pessoas se movendo, objetos de metal se chocando levemente... mas não entendia uma única palavra do que conseguia captar. Um cheiro estranho que não identificava tornava ainda pior a sensação de estar completamente insensível à dor. Isso, o fato de não sentir dor, era o mais intrigante. Será que morrera? Por isso não sentia nada? Tentou fazer força para respirar, e percebeu que um estranho objeto transparente estava preso ao seu rosto, mas não o impedira. Pelo contrário, o “ar” entrara límpido e fácil até os seus pulmões.

Alguém comentou alguma coisa, à sua esquerda, outro alguém se aproximou pelo lado direito. Notou-lhe os olhos abertos, trouxe um instrumento pequeno com uma luz na ponta – a primeira coisa levemente familiar que viu – e examinou seus olhos com atenção. Curioso: usava uma máscara e uma touca verde, os olhos azuis atrás de lentes redondas sorriram e outro comentário que ele não entendeu foi feito.
Tentou levantar os braços, e não conseguiu. Sentiu uma mão gentil, embora coberta por algum tipo de material que ele não reconhecia, segurar seu pulso, examinando o braço. Alguma coisa ali queimava levemente, mas ele não conseguiu erguer a cabeça. Virou-se lentamente, mas a visão se turvou, numa vertigem. Murmurou alguma coisa. O homem ao seu lado se virou para os demais – sim, porque tinham outros na sala, isso ele tinha certeza, e perguntou algo. Alguém à sua esquerda respondeu em voz baixa, uma voz feminina.

Então, depois de alguns minutos, a voz soou mais clara, agora compreensível para ele. Alguém, uma mulher, também naqueles estranhos trajes verdes, a voz suave meio abafada pela máscara em sua boca, falou com ele em um inglês límpido e claro:
- Está tudo bem, agora. A transfusão correu bem, e você logo se sentirá melhor. Fique tranqüilo, esta é a melhor equipe médica do melhor hospital da cidade. Você está em boas mãos.
Equipe médica? Hospital? Transfusão? Aquilo tudo soava muito estranho pra ele. Algo lhe dizia que nunca em sua vida vira qualquer uma daquelas coisas de... como era mesmo o nome?
Então, abismado, ele percebeu. Não se lembrava de nada! Quem era, onde estava, porque... Apenas uma vaga lembrança de uma... explosão de luzes. Essa era sua única certeza, antes de abrir os olhos naquele lugar estranho, iluminado e intensamente limpo.

- Não se esforce agora. Você se feriu bastante, principalmente nas pernas. A explosão atirou você longe. Mas vai se recuperar totalmente. ela tinha a voz gentil, como se falasse a uma criança, e o som parecia querer arrancar alguma coisa do fundo de sua mente, mas quanto mais se esforçava, mais a cabeça latejava.
Depois, a enfermaria, as agulhas em seu braço, incomodando-o terrivelmente. Os cuidados da enfermagem, aquelas estranhas pessoas de roupas verdes ou brancas... E ela.

Sim, Sarah, a dona da voz suave, estivera presente naqueles dias estranhos. Quase sempre vestida de branco, invariavelmente com uma camisa estranha e longa sobre as roupas, e um homem negro, também com roupas brancas, e a mesma veste branca que ele logo registrou como sendo “jaleco”... uma das primeiras palavras que registrou daquela língua estranha aos seus ouvidos, embora sentisse que conhecia sua base...

O homem, Dr. Felipe, também conversava com ele em inglês quando o visitava, mas além dele e Sarah, ninguém mais parecia saber falar inglês. Então, foram eles que lhe contaram estar no Brasil, numa cidade cujo nome tinha certeza nunca ter ouvido mas que soava agradável.

Percebeu também que ele e Sarah deviam ser íntimos, pois se tratavam pelo primeiro nome e sorriam com naturalidade. Mas isso não queria dizer muito. Todos ali pareciam se tratar com demasiada intimidade, e sorrisos eram constantes. E uma de suas poucas certezas era de que não estava acostumado com tanta amabilidade... e intimidade.

Vieram homens fazer-lhe perguntas, de terno ou de roupas militares, mas sempre Sarah a lhes servir de intérprete. Viera um funcionário do tal de Consulado da Inglaterra, este sim, conversara mais tranqüilamente com ele, mas de nada adiantou. Não se lembrava de nada, e a única coisa que conseguira concluir fora o fato de ser um “súdito de Sua Majestade”... como o tal oficial do Consulado dissera.

Com o passar dos dias e semanas, a sensação de inadequação a tudo aquilo apenas aumentara, mas ele de alguma forma sabia que estava a salvo... de que, não entendia, mas isso o fazia permanecer ali, apesar de tudo. Afinal, não saberia pra onde nem como ir, se saísse agora.
Atento e silencioso, conseguira sim, assimilar muitos vocábulos e expressões. Os companheiros de enfermaria pareciam fazer questão de conversar de forma que ele acompanhasse os assuntos, então ele já entendia muito, embora não se arriscasse a falar, ou a demonstrar que entendia.

Mas aquela mulher era esperta. Percebera isso. “Lera” seus pensamentos naquela tarde, depois de constatar por dias seguidos que se fixasse alguém poderia perceber algo de seus pensamentos, sem entender direito como isso acontecia. Então, sabia que ela desconfiava de que já os compreendia pelo menos parcialmente, e também que estava ressentida por não confiar nela.

Por outro lado, ouvira as enfermeiras comentando com um dos homens que, antes dela assumir a função, passavam-se meses antes que muitos conseguissem voltar para casa ou pelo menos ter notícias dos parentes. Todos a respeitavam e admiravam. Por isso, a chamavam de “Dra”.

Mas... aquela história de sangue... algo estava errado... Pensou nisso, e pela manhã, tentando falar o mais amistosamente possível, dirigiu-se ao velho Justino.

- Por favor... – começou, hesitante.
O velhinho, já sentado em sua cama, aparentemente fazendo suas orações matinais em silêncio, olhou pra ele, surpreso. Mas sorriu, e isso lhe pareceu lembrar outro velho... Será que fragmentos de sua memória estavam emergindo? Então, perguntou:
- O senhor... falou ...sobre... sangue... Não entendi. O que... quis dizer?
- A transfusão... – Justino viu seu ar de desconhecimento – Você não sabe? Precisou de sangue. Estava muito ferido. Quase morto.
- Mas... como? Eu nunca vi isso – essa era uma de suas poucas certezas.
- Meu filho. Você recebeu sangue da Dra. Ela é doadora e tem seu tipo sanguíneo, um tipo muito raro, ouvi dizer.

John Smith tentava absorver as palavras, ditas bem devagar pelo outro homem, com a intenção clara de se fazer entender o melhor possível. Compreendeu afinal, que ela estava naquela sala com ele, no momento em que acordou, por este motivo. Seu sangue... Mas como faziam isso? Odiava ser ignorante de alguma coisa. Mas no momento, era ignorante de praticamente tudo, então, se deu por vencido, caindo novamente no travesseiro.

Como o outro ainda o observasse, esperando alguma coisa, murmurou com esforço:
- Thank... Obrigado.
- De nada. – Justino sorriu. E levantou-se para usar o banheiro, antes que os outros companheiros acordassem.

Lá fora, o dia clareava ainda. E John Smith tomou uma decisão inusitada: a partir dali, seria mais gentil com a assistente social. Alguma coisa lhe dizia que, afinal de contas, sem a sua ajuda não conseguiria se lembrar de quem era e voltar para casa. Se tivesse uma para onde voltar...

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Last edited by Regina McGonagall on 12/04/06, 08:45, edited 1 time in total.
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Post by Drusilla_Julli »

Por um minuto achei que vc tinha começado uma nova fic, Belzinha. Mas, não se preocupe Regina, vou ler esta.
Ser gentil e respeitar os outros não é sinônimo de fraqueza

Vivam um dia de cada vez.
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Post by Morpheus-O- »

Olha, continua com a mesma opinião...
2 capitulos, ainda não descobri tanto assim sobre Johne só a curiosidade almenta!
Muito legal, mas posso pedir uma descrições fisicas do John?
Sinti falta disso...
:wink:
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Post by Regina McGonagall »

Morpheus-O- wrote:Muito legal, mas posso pedir uma descrições fisicas do John?
Sinti falta disso...
:wink:
Bem... acho melhor você voltar ao primeiro capítulo:
Cabelos negros, escorridos pela face pálida e magra, já meio coberta pela barba sem fazer há vários dias, olhos também negros que refletiam uma dor contida e não revelada. Alheio a tudo em volta, ele fixara o olhar na janela defronte, que deixava ver uma réstia de céu muito azul além da espessa copa das árvores.
este trecho já dá uma pista, não?

e no segundo capítulo, este pequeno diálogo é bem... "entregando o ouro":
Por que? – ela indagou mentalmente, ainda pensando se adiantaria perguntar em voz alta – Por que se recusa a nos deixar ajudá-lo?
- Porque vocês não podem. – a resposta dele em voz baixa e rude a assustou.
- Como faz isso? – indagou já em voz alta.
- Isso... o que? – ele a fitou.
- Como sabia o que eu estava pensando? – ela retribuiu o olhar, sem medo.
espero ter ajudado... e que você continue gostando da fic.

e daqui a pouquinho, posto o 3.
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Post by Belzinha »

É... Ter vocação Hermiônica não é fácil... Hehehe! :lol:

Adoro seu jeito de escrever! Diz o que é preciso e diz tudo. Perfeito! E já estou amando esta nova personagem. Aliás, todos. Dá para praticamente "ver" o que está acontecendo através dos olhos dos personagens. É como "estar" lá enquanto se lê!

Um súdito de sua magestade! Sim... Já consigo imaginar um certo personagem harrypotteriano, com as descrições que vc deu... :shock:
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Post by Morpheus-O- »

Regina McGonagall,
Nossa! Que feio... Realmente vc deixou as caracteristicas lá...
E acho que agora reconheço alguém tb...
Tanks! :wink:
Ps:Entre, leia e comente as minhas fic's:
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e a nova:
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Post by Regina McGonagall »

Sem problema, Morpheus...

Bem, como estou fora todo o feriadão, vou colocar mais um pouco. Acredito que teremos mais material... se bem que a pergunta podemudar, daqui a alguns capítulos... não será mais "Who is John Smith?"... (Cala-te boca... :oops: )

======================================
Cap. 3

O despertador tocou.
Sarah estendeu o braço e o desligou. Mas permaneceu quieta. Por trás das cortinas, via que o dia ainda estava escuro, o sol não nascera. Mas era hora de se levantar, de se preparar para mais um dia de trabalho.
Tivera um sonho estranho, estava em Londres, presenciava uma explosão... Há muito não sonhava com aquele acidente esquisito. Imaginou que teria puxado isso do seu inconsciente de novo, por causa do “Caso John Smith”. Ou então, por causa dos recentes atentados terroristas em Londres...

Lembrou-se do relato dos policiais que haviam o socorrido. Trabalhavam no isolamento de segurança em volta de uma fábrica clandestina de fogos que explodira, enquanto os bombeiros combatiam as chamas, quando o encontraram. Muito ferido no peito e nas pernas e com as roupas queimadas, deu-lhes a impressão de ter sido atirado longe pela explosão. Perdera muito sangue, era evidente pela poça vermelha em que estava. Uma ambulância do Resgate foi acionada e o levaram para o Pronto Socorro. No caminho, ele balbuciara palavras como “escuridão", “senhor”, “morte” e outras coisas estranhas, tudo em inglês. Por isso, ela foi acionada assim que deram entrada na emergência. Estava de plantão naquela noite, por sorte, pois falava inglês fluentemente.

Enquanto a Atendente do plantão ouvia o relato do policial, as primeiras providências de socorro eram tomadas. Ele tinha ferimentos graves, perdera muito sangue, estava em choque. Saraha judou a funcionária, que estava inutilmente tentando achar algum tipo de identificação nas roupas chamuscadas que ele usava, que já haviam sido trocadas pelas roupas esterilizadas do hospital e nos poucos pertences encontrados em seus bolsos. Poucos e estranhos...
Quando o cirurgião a chamou de dentro do bloco, espantou-se ao ouvir o que lhe era pedido. Isso acontecia tão raramente, precisarem de seu sangue, que quase se esquecia de que possuía um tipo extremamente raro.

Então, dali a pouco, lhe pediram também para conversar com ele, em inglês, pois despertara do choque e não dava sinais de estar entendendo nada que lhe falassem. Quem sabe, ele a entenderia, já que suas únicas palavras inteligíveis haviam sido naquela língua?

Aquele fora seu primeiro contato, e logo lá estava o misterioso John Smith sob sua responsabilidade na Enfermaria “E”... Misterioso, esquisito, mal-educado...
Com um murmúrio de impaciência, pulou da cama e foi direto para o chuveiro. Não ia deixar o “terrível Sr. Smith” arruinar seu dia logo cedo.

==
Uma hora depois, estava em sua sala. Conferiu documentos, checou informações, e sorriu satisfeita. Naquele dia, após o almoço, o Sr. Justino e mais quatro companheiros partiriam para casa. Sentiria falta deles, fora uma das turmas mais tranqüilas que tivera “hospedada” ali.
Ao entrar na enfermaria, rindo e saudando a todos com um bom dia, foi avisada pela enfermeira que o Dr. Felipe estava na sala de consultas e queria vê-la.

Encaminhou-se direto pra lá e entrou sorrindo, depois de uma batidinha na porta.
- Chamou, Dr? – ela perguntou em tom profissional, mas o sorriso do médico a desarmou, quando disse:
- Bom dia pra você também, sua lesma descorada!
- Ora! Bom dia, Dr. Minhocussú... – ela riu, mas ficou séria imediatamente ao ver quem era o paciente sentado na cadeira em frente à mesa: John Smith.
Ele apenas os observava, atento e enigmático. Sarah fez força para agir naturalmente, mas instintivamente tentava controlar a própria mente, enquanto era abraçada pelo médico e beijada ruidosamente na face.
O médico virou-se para o paciente, ainda sorrindo, e comentou:
- Essa minha irmã é linda, não é? Mas continua parecendo uma lesma descorada... Por mais sol que tome.. se bem que – ele se virou para Sarah – Qual foi a última vez que a senhorita se deixou ficar pelo menos uns 15 minutinhos à beira de uma piscina?
- Felipe... Dr. Felipe. – ela deu ênfase ao título – Isso não é hora pra este assunto. Por que queria me ver, afinal? Ou era só pra questionar meu tom de pele pela milionésima vez na vida?
Mas o inglês os examinava com atenção. Como podiam ser irmãos? O médico era negro, e ela, bem, sua pele tinha um tom bronzeado, mas era uma mulher branca...
O médico pareceu perceber sua estranheza, e comentou:
- Somos irmãos, sim, você é capaz de acreditar? Mas, infelizmente, não consangüíneos. Sarah foi encontrada por meu pai... Meu Deus, se ele não a tivesse escutado chorar...
- Berrar, você quer dizer! – ela riu – ele sempre diz que pensou que fosse uma sirene...
Ele não conseguiu entender porque, mas esta informação foi importante. O médico continuou.
- Bem, Sarah, sente-se. O assunto é grave.
Quando ambos se acomodaram, ele apontou a papeleta de John Smith, sobre a mesa.
- Bom. Temos que mandá-lo pra casa. Está completamente restabelecido. A parte clínica,quero dizer. Quanto à amnésia, não há nada que a ciência possa fazer. Por isso: conseguiu alguma coisa?
- Nada – ela olhou para os dois e baixou os olhos. Sentia-se completamente atordoada, mas não conseguira nada – Nenhum sinal de alguém desaparecido que combine com a descrição dele. Ontem, até achei algo que podia ser, mas...
- Sim?
- Bom, era de alguém que desapareceu, em Londres, há oito anos atrás...sei lá. E é muito estranho, não acredito que tenha a ver com... ele.
- Como assim? – ele agora pareceu inquieto. Londres... com certeza, lembrava-se de algo a ver com Londres... mas a lembrança fugiu, desnaveceu-se da mesma forma que veio.
- Bom, era um chamado de “procura-se”... Entendem? O anúncio sobre um criminoso de guerra ou algo parecido. Parecia coisa de maluco.

Os dois homens mal respiravam. O que ela estava sugerindo? Que ele era um criminoso procurado?
Sarah se sentia confusa, as informações neste site eram muito estranhas... Mas o inglês a encarara e perguntou:
- Por que não quer falar da tatuagem?
Ela o encarou, replicando:
- Você fez de novo!
Felipe olhou de um para o outro, sem entender.
- Do que vocês estão falando? E, “o que” ele fez de novo?
Sarah piscou. Depois, respirou fundo, antes de continuar.
- Ele tem dons telepáticos... de vez em quando sabe o que estou pensando. E, quanto à tatuagem, eles descrevem algo que chamam de “marca negra”, o símbolo de um grupo de fanáticos racistas, ao que parece.
O médico instintivamente se endireitou, fixando o homem à sua frente com mais atenção, que retribuiu seu olhar com tranqüilidade e retrucou:
– Bem, isso é fácil de averiguar, não?
Num gesto tranqüilo mas determinado, puxou para cima a manga do agasalho de moleton cinza que usava, emprestado pelo hospital. Em seu antebraço, havia uma mancha muito fraca na pele, mas em nada parecida com uma tatuagem.
- Acredito que isso não seja cicatriz de tatuagem retirada – Dr. Felipe comentou, depois de examinar atentamente – embora dermatologia não seja minha área, sei que a tentativa de se retirar tatuagens deixa marcas muito fortes. Isso no máximo pode ser a lembrança de uma simples queimadura ou machucado na infância... isso é normal em indivíduos da raça branca. Isso pode ser até causado por suco de limão derramado na pele, pelo tom.

Sarah não podia entender porque se sentia tão aliviada. Mas ele fitava o próprio braço, com o cenho franzido. Quase comentou com eles que ao despertar no hospital sentira aquela pele arder, mas isso pareceu mais perigoso do que se tivesse mesmo a tal marca... O que ela havia dito mesmo?
Mas o Dr. Felipe já voltara ao assunto principal.
- A Administração não quer assumir esta responsabilidade por mais do que uma semana, infelizmente. Teremos que achar alguma solução. Pedi ao Edmundo que avaliasse o caso dele, mas isso será feito em seu consultório, em alguns horários especiais que ele ainda vai verificar para mim. Então...
- Uma semana? – Sarah indagou – é este o tempo que eu tenho?
- Minha querida! – Felipe sorriu – pra você isso é quase que todo o tempo do mundo!

Sarah balançou a cabeça, desalentada. Estava a ponto de concordar com John Smith: ela não seria capaz de ajudá-lo. Não mesmo. A menos que... Não. Não poderia fazer isso.

Enquanto Felipe finalizava seu relatório na pasta do paciente, os dois se olharam em silêncio.. Mas ela desviou o olhar e se levantou, dizendo que tinha muitas providências a tomar.

Pediu licença, beijou o médico na face, e saiu.
John Smith não conseguia acreditar que ela estivesse realmente pensando o que percebera, mas não disse nada. Esperou que o médico o liberasse, e foi juntar-se aos outros no pátio ensolarado.

================================
Hehe... eu não disse? mais pistas... ou não? :roll:

Ah, Boa Páscoa para todos!
E cuidado! Ouvi dizer que algumas pantufas enfeitiçadas estão se fingindo de coelhos... e dando "coelhadas" por aí...
:shock:
Last edited by Regina McGonagall on 12/04/06, 16:48, edited 1 time in total.
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Post by Lillith »

òtimo capítulo! Estou vidrada nessa fic, ela é do tipo que prende :)
E acho que sei quem é esse paciente inglês :roll:
Ajude a Lillith a arranjar uma assinatura!
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Post by Morpheus-O- »

Bota pista nisso!
Risos...
E está realmente muito interessante!
Ps:Entre, leia e comente as minhas fic's:
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e a nova:
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sem mais,
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Post by Kimberly Desiree »

capítulo dois: simplesmente magnífico. ^^ eu já tinha minhas suspeitas e tenho certeza quase absoluta (só não porque você não disse, né :roll: ) que elas foram confirmadas. ;)~

bom, bem, bem... vou ler o próximo. x)~ hehehe
Kimberly Desiree
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Post by Kimberly Desiree »

capítulo três lido. um último comentário: EU QUERO O QUATRO AGORA!! >.<

muito bom, eu devo dizer, excelente. ^^ a-do-rei! x)~
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Post by Jaja Weasley »

Hmmm Fic nova da Tia Rê...

Coisa boa, muito boa!!!
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Post by AndromedaBlack »

aah que maravilha, fazia tempo que uma fic nao me prendia assim; e olha que eu sou a pessoa que menos gosta de fics no estilo "personagem do HP vem parar no brasil e se envolve com PO" (mas tudo bem, eu adoro pagar com a língua, quando é algo bem escrito e envolvente assim); e não que o, erm... paciente inglês tenha se envolvido ou vá se envolver - porque só li os dois primeiros capítulos ;D

mas enfim. muito boa, MESMO! vou acompanhar de perto a atualização.
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Post by Regina McGonagall »

Aí vai um novo capítulo para os corajosos que resolveram acompanhar essa maluquice...

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Cap. 4

- Muito bem. Vamos tentar uma coisa. – Sarah sorria, parecia acreditar que daria mesmo certo.
John a fitou, curioso. Eles haviam decidido que ela o trataria apenas por John. Smith lhe incomodava, algo lhe dizia que não tinha nada a ver com este nome. Estavam na sala da assistente social, que ele já podia descrever de olhos fechados, embora o nome de algumas coisas lhe fosse completamente desconhecido ou parecesse estranho.

Na manhã anterior, quando ela colocara sobre a estante um novo enfeite de vidro, ele se surpreendera com o objeto.
- O que é isso? – perguntara, querendo se certificar de que estava certo em suspeitar que fosse...
- Um almofariz. Alguns chamam de gral, os leigos de pilão. Por que? – e ela percebeu imediatamente a expressão de vitória dele, sinal de que o objeto o fizera se lembrar de algo.
- Eu conheço isso. – ele dissera, simplesmente.

Por isso, agora, ela o chamara novamente, dizendo querer lhe aplicar um teste simples.
- Pois bem. Vou lhe dizendo o nome das profissões, e você me diz quando algum título lhe chamar atenção, ok? Vou começar pelos que têm alguma relação com os objetos que você já reconhece. Começando pelo almofariz. Pronto?
- Sim.
- Químico. – ele fez que não – Farmacêutico – de novo não – Bioquímico... - e mais uma vez, a cada profissão que ela tentava se lembrar de ter alguma coisa a ver com laboratórios e aquele tipo de instrumento.
Por fim, começando a desanimar, Sarah apelou:
- Alquimista.
O homem levantou uma sobrancelha. Alguma coisa soou no fundo da sua mente, e ele exclamou a palavra “Pedra”!
- Hein? – Sarah estranhou, piscando várias vezes.
- Alguma coisa a ver com pedra... – ele também parecia confuso.
- Está bem. – Sarah disse – Vamos ver... o que sei sobre alquimistas e pedras? Ah! – ela deu um sorriso, antes de lhe perguntar, quase se deitando sobre a mesa para aproximar bem o seu rosto do dele, no intuito de não perder por nada sua expressão – Será que você sabe quem foi Nicolau Flamel?
- O criador da pedra filosofal, capaz de produzir o elixir da longa vida...
- Ou transformar qualquer metal em ouro... Isso é só uma lenda, mas já é um começo.
- Não.
- O que? Não acha que já é um começo você demonstrar conhecer isso?
- Não. Não é uma lenda. Flamel ainda viverá alguns anos, graças ao pequeno estoque que ainda possui do elixir da vida, pois a pedra foi destruída por...Mas que diabos!
De novo, ele se calou, frustrado. Mais uma vez, uma sombra parecera querer saltar de seu inconsciente, e mais uma vez tudo sumira.
Mas Sarah não compartilhava de seu desânimo. Já tinham um dado interessante, embora muito curioso. Mas, para animá-lo, resolveu comunicar-lhe o que só pensara em contar no dia seguinte:
- Ah, já temos um lugar para você ficar... hospedado, até conseguirmos descobrir de onde você veio, afinal. Você deixa o hospital na sexta, após o almoço. Feliz?
- Não entendi... Pra onde eu vou? – ele se lembrou da idéia que “vira” em sua mente alguns dias atrás, mas preferia ouvir dela mesma.

Sarah, de repente, pareceu sem jeito pra dizer. Estava revivendo os piores momentos que passara em sua vida profissional, defendendo sua idéia na reunião da tarde anterior. Apenas Felipe, como sempre, concordara a princípio. Mas, como a Administração estava com um “pepino” nas mãos, eles acabaram concordando também, apesar de ainda discutirem algumas implicações, e de alguém até insinuar se ela não estaria “se envolvendo demais” com aquele paciente em especial...
- Não te falei ainda? –ela respondeu por fim, como se falasse algo completamente banal – Você vai ficar em minha casa, e como estou entrando de férias, poderei pesquisar pela Internet, poderemos visitar alguns lugares, para ver se despertam alguma lembrança sua, enfim: teremos todo o tempo do mundo, como meu querido irmão gasta tanto de repetir.
- Isso não causará problemas para... sua família? – ele estava reticente em perguntar. Por mais informais que os brasileiros lhe parecessem até agora, não conseguia imaginar um marido ou namorado aceitando sua presença com naturalidade.
- Eu moro sozinha, John. Bem, nos fins de semana, vou pra casa de meus pais, numa cidade aqui perto. Mas já falei com ela. Você...
- Ela quem? – John indagou, interrompendo-a.
- Minha mãe! E claro que você será bem-vindo, se quiser ir comigo pra lá no sábado. Ela já deve até ter arrumado o quarto de meu irmão André pra você. Ele está em Londres.
- Verdade? – ele cada vez se surpreendia mais. Não conseguia imaginar algo assim tão despojado de preconceito... ou prudência. Afinal, a única pista que tinham de seu passado apontava para a possibilidade de ser um criminoso – Mas isso não parece usual ou... correto.
- De fato. – ela admitiu – E vamos ouvir algumas gracinhas a respeito até na sexta, se isso vazar... Esteja preparado.
- Sempre estou. – ele respondeu automaticamente, sem entender porque.
Sarah piscou, ele se ergueu e saiu, sem dizer mais nada.
Estava cada vez mais surpreso e confuso. Aquela mulher tinha atitudes muito estranhas em relação a ele. E, ao mesmo tempo que se exasperava com seu jeito maternal, ele aceitava como se fosse tudo o que esperasse dela. Não se lembrava de ter agido assim com mulher alguma, mas, que diabos! Não se lembrava de nada mesmo!

Com um suspiro involuntário, caminhou até a sala de jogos, sentando-se em frente ao tabuleiro de xadrez e olhando para as peças, como se esperasse que algo acontecesse... até que um homem chegou e perguntou se queria um parceiro para jogar.
John se desculpou e saiu. Não queria jogar xadrez, apenas tivera uma impressão forte a respeito e tentara forçar a mente a se lembrar. Mas não funcionou.
Pelo jeito, teria mesmo que se contentar em ser hóspede da “Dra” Sarah, pelo menos por enquanto. Manter posição, e esperar. O pensamento veio à sua mente repentinamente, como uma ordem gravada e repetida muitas e muitas vezes...
Estava quase chegando à enfermaria E, quando alguém às suas costas gritou:
- Ei! Professor!
- Sim? – ele se voltou, para ver quem o chamava, e só viu um jovem que chegava perto de um daqueles médicos, com os braços cheios de livros, obviamente pra fazer alguma pergunta acadêmica.

Um novo estalo em sua mente, e John saiu quase correndo, de volta ao escritório de Sarah.
Entrou quase como um tufão, fazendo a mulher desviar a atenção daquilo que chamava de computador para ver quem chegara assim tão intempestivo.
- John, o que... – ela começou, mas ele já se apoiava na mesa com as mãos, debruçando-se até falar bem perto dela:
- Professor... Sou algum tipo de professor. Consigo me ver vagamente em uma classe cheia de... crianças... não, jovens... mas muito novos, suponho.
- E... – ela o incentivou a continuar.
- Não sei... Só vejo sombras, como se o lugar fosse escuro, frio...
- Mas que maravilha! – ela levantou-se e rodeou a mesa, abraçando-o efusivamente.
John quase caiu, tal a surpresa, mas ela já se afastava e voltava para o computador, para a tal Internet.
- Vamos ver. Isso é um dado precioso. Professor, com conhecimentos antigos... quem sabe, professor de história? Ou de alguma matéria ligada à Química, que não conseguimos ver... Vou passar um correio para um amigo meu, que é do Depto de Química da Universidade. Ele tem contato com outros centros, de outros países. Às vezes tem alguma pista. Algum professor desaparecido em viagem ou pesquisa...

Ela não parava de falar, enquanto digitava freneticamente. John sentia-se levemente irritado, como se toda aquela animação e barulho fossem completamente incompreensíveis e desnecessários.
Das poucas coisas de que conseguia se lembrar até agora, uma era de que adorava silêncio, sossego, solidão. As melhores horas, para ele, eram sempre as noturnas, onde os outros dormiam e ele podia pensar, sem ter alguém tentando conversar ou atraí-lo para alguma atividade... como era mesmo o nome?

Por algum motivo, sabia que palavras importantes lhe faltavam. Palavras que aquelas pessoas não usavam freqüentemente, então, ele ainda não as escutara para se lembrar o que eram. Então, na sexta, partiria. Quem sabe, assim, teria contato com outras pessoas, que tivessem informações capazes de preencher aquelas grandes lacunas em sua mente?
Agora, já sabia que era um professor. Embora sentisse que isso não lhe fosse totalmente agradável, como que... um desperdício. Como se os alunos, quem quer que fossem, não tivessem a capacidade de compreender na íntegra o que tentava lhes ensinar.

Mas não disse nada disso a Sarah. Ela continuava ali, a mandar os tais “correios”, coisa que também o intrigava. Sabia com certeza não ter nenhuma familiaridade com algum daqueles aparelhos e máquinas estranhas de que ela se utilizava o tempo todo. Computador, telefone, fax... não conhecia nem mesmo a tal televisão, onde acompanhara com os companheiros de internação noticiários e outros programas. Mas nenhum deles havia despertado sua atenção em especial
- Prontinho. Talvez, hoje mesmo, tenhamos alguma resposta interessante. – ela falou, enfim, virando-se definitivamente para ele – Que bom que você se lembrou disso, John. Como foi?
- Ah, eu ouvi alguém chamando no corredor e respondi instintivamente. – ele explicou.
- Que ótimo. Ótimo mesmo. Isso significa que sua mente já está querendo se abrir. É só uma questão de tempo...
- E temos todo o tempo do mundo – ele repetiu.
- Exatamente! – Sarah sorriu. Neste momento, ele se enterneceu com a expressão dela, que demonstrava estar feliz... por ele.
E ele sorriu também, embora tristemente.
- O que foi? – ela indagou.
- É que... você sempre me surpreende.
- Eu? – ela ficou encabulada – Por que? Não faço nada de mais. Esse é o meu trabalho.
- Mas você gosta do seu trabalho. E parece gostar de todos... até de mim.
- Por que não gostaria? – ela sorriu ainda mais encabulada – Olha, realmente faço o que gosto, e nem todos podem se dar a este luxo. E sou assim mesmo, gosto de todo mundo, mas... por que não deveria gostar de você? – ela tinha um brilho estranho no olhar.
- Não sei. Isso não me parece... normal.
- Lá vem você de novo com essa história de parecer normal... Tudo bem, sei que os ingleses são mais secos... os europeus, pelo menos os não latinos, são mais frios mesmo,sei disso. Mas você age como se qualquer demonstração de apreço fosse novidade pra você. Como se tivesse vivido sempre rodeado de inimigos... Alerta o tempo todo, como um espião.
Ele deu um salto que assustou até a ela.
Mas Sarah riu tanto em seguida, que o motivo do susto foi perdido.

E John retornou à enfermaria, sem pensar mais naquilo. Pelo menos por enquanto.

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Aí está, mais uma série de perguntas sem respostas pro nosso paciente com amnésia... alguém se habilita a responder?
Regina McGonagall
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