POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - cap 24 a 30(att 10/03/2014)

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Sheu
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POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - cap 24 a 30(att 10/03/2014)

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Resumo: 19 anos depois, a nova geração de Potter, Granger-Weasley e Malfoy estão de volta a Hogwarts e não estão sozinhos. Ao que tudo indica, Dumbledore deixou herdeiros. É possível? E um novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas é convidado para lecionar este ano. Mas as coisas não estão calmas na escola. Incidentes estranhos geram a suspeita de que a magia de Hogwarts está acabando. Uma misteriosa voz pede socorro. Que segredo é este que Hogwarts guarda? Quem será o herói desta vez?

Uma fic baseada no epílogo deixado por JK Rowling no último livro. A narrativa segue a linha de aventura para todas as idades. Levem em consideração que as crianças têm apenas 11 anos e estão iniciando os conhecimentos em magia. Esta é apenas a primeira aventura de uma série.

Se você ainda não leu Harry Potter e as Relíquias da Morte, por favor, não continue.



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1
EXPRESSO HOGWARTS
EPÍLOGO DE JK ROWLING + CONTINUAÇÃO
Dezenove anos depois...

O outono parecia ter chegado de repente naquele ano. A manhã do primeiro de Setembro estava dourada como uma maçã. E enquanto a pequena família vinha andando, os escapes dos carros e a respiração dos pedestres circulavam como teias de aranha no ar frio. Duas grandes gaiolas balançavam no topo do carrinho que os pais empurravam, as corujas que estavam dentro chiavam indignadas, e uma garotinha com o cabelo vermelho ia andando atrás dos irmãos segurando o braço de seu pai.

– Não vai demorar até que você vá também. - disse Harry a ela.

– Dois anos! - choramingou Lílian – Eu quero ir agora!

As pessoas na estação olhavam as corujas com curiosidade à medida que a família fazia seu caminho para a plataforma 9 ¾. A voz de Alvo chegou aos ouvidos de Harry, seus filhos retomaram a discussão que havia começado no carro.

– Eu não! Eu não vou para a Sonserina!

– James, dê um tempo - disse Gina

– Eu só disse que ele poderia ir - disse James, dando um risinho para seu irmão – Não há problema com isso. Ele poderia ficar na Sonserina

Mas James percebeu o olhar da sua mãe e fez silêncio. Os cinco Potters se aproximaram da barreira. James olhou por cima de seu ombro para o irmão mais novo, pegou o carrinho de sua mãe e correu. Um momento depois, desapareceu.

– Vocês me escreverão, não é? - Alvo perguntou aos seus pais.

– Todo dia se você quiser - disse Gina.

– Todo dia não - disse Alvo rapidamente – James disse que as pessoas só recebem cartas de casa uma vez no mês.

– Escrevemos para James três vezes na semana no ano passado - disse Gina.

– E você não deve acreditar em tudo que ele fala sobre Hogwarts - Harry acrescentou – Seu irmão gosta de brincadeiras.

Lado a lado eles empurraram o segundo carrinho. Quando se aproximaram da barreira, Alvo hesitou, mas não houve colisão. Ao invés disso, a família emergiu na plataforma 9 ¾ que estava coberta em fumaça branca que saía do Expresso de Hogwarts. Figuras andavam na fumaça, na qual James já havia desaparecido.

– Onde estão eles? - perguntou Alvo enquanto via as formas escuras passarem pela fumaça.

– Nós os encontraremos - disse Gina.

Mas o vapor estava denso e era difícil ver o rosto de qualquer pessoa. Sem os seus donos serem vistos, as vozes pareciam bem altas. Harry achou ter ouvido Percy discursando sobre a regulamentação das vassouras, e ficou agradecido dele não parar para dar um alô...

– Acho que são eles, Al – disse Gina de repente.

Um grupo de quatro pessoas emergiu da fumaça, esperando de pé ao lado do último vagão. Seus rostos só ficaram visíveis quando Harry, Gina, Lilían e Alvo ficaram bem de frente para eles.

– Oi! - disse Alvo parecendo bem aliviado

Rose, que já estava usando suas novas vestes de Hogwarts, riu para ele.

– Estacionou direito, então? - Ron perguntou a Harry – Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu havia passado no teste de direção dos trouxas. Ela achou que eu tive que confundir o examinador.

– Eu não - disse Hermione – Eu tenho fé total em você.

– Só pra esclarecer, eu o confundi - Ron murmurou para Harry, enquanto eles colocavam a mala e a coruja de Alvo no trem – Eu só esqueci de olhar no retrovisor, e vamos ser honestos, só precisa usar um feitiço super-sensorial para isso.

De volta à plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma discussão animada sobre qual casa eles iriam ficar quando finalmente fossem para Hogwarts.

– Se você não ficar na Grifinória, vamos deserdá-lo - disse Rony – Mas sem pressão.

– Rony!

Lílian e Hugo riram, mas Rose e Alvo pareceram sérios.

– Ele não quis dizer isso - disseram Hermione e Gina, mas Ron não estava mais prestando atenção. Seguindo o olhar de Harry eles olharam mais a frente em um ponto que a fumaça havia se esvaído e viram três pessoas .

– Veja só quem é.

Draco Malfoy estava parado com sua esposa e seu filho, um casaco abotoado até seu pescoço. Seu cabelo recuava um pouco, o que acentuava seu queixo fino. O filho dele parecia com Draco, assim como Alvo parecia com Harry. Draco viu Harry, Ron, Hermione e Gina olhando para ele, acenou com a cabeça rapidamente e foi embora.

– Então esse é o escorpiãozinho - disse Ron – Bata ele em todos os testes, Rosie. Graças a Deus que você herdou o cérebro da sua mãe.

– Ron, pelo amor de Deus! - disse Hermione, um pouco brava e um pouco sorrindo – Não tente colocá-los uns contra os outros antes mesmo da escola começar.

– Você está certa, sinto muito - mas incapaz de se segurar ele acrescentou – Não seja amigável com ele também, Rosie. Vovô Weasley nunca a perdoaria se casasse com um sangue-puro.

– Hei!

James apareceu. Já havia se livrado de seu malão, sua gaiola e seu carrinho. E parecia que já tinha novidades para contar.

– Teddy está ali - disse ele apontando por cima de seu ombro para a fumaça - Acabei de vê-lo e adivinhe o que ele está fazendo? Flertando com Vitorie.

Ele encarou os adultos, desapontado pela reação deles.

– Nosso Teddy! Teddy Lupin! Flertando com nossa Vitorie! Nossa prima! E eu perguntei a Teddy o que ele estava fazendo

– Você os interrompeu? - disse Gina. – Você é igualzinho ao Ron.

– E ele disse que tinha vindo para vê-la ir! E depois me mandou ir embora. Ele está flertando com ela. - repetiu James como se ninguém tivesse entendido antes.

– Oh, seria maravilhoso se eles se casassem. - murmurou Lílian sarcasticamente – Teddy finalmente faria parte da família.

– Ele já aparece pra jantar mais ou menos quatro vezes por semana - disse Harry – Por que nós não simplesmente o convidamos para viver conosco e acabamos com isso?

– Sim! - disse James entusiasmado – Eu não me importo de dividir meu quarto com o Al. Teddy pode ficar no meu quarto!

– Não. - disse Harry firmemente – Você e Al só irão dividir um quarto quando eu quiser que a casa seja demolida.

Ele checou o velho relógio que havia sido de Fabian Prewett.

– Já são quase onze horas. É melhor vocês subirem a bordo.

– Não se esqueça de mandar nosso amor a Neville! - Gina disse a James enquanto o abraçava.

– Mãe! Eu não posso mandar amor a um professor!

– Mas você conhece Neville.

James rolou os olhos.

– Fora da escola, sim. Mas na escola ele é o Professor Longbotton, não é? Eu não posso entrar na sala de Herbologia e lhe acariciar...

Balançando a cabeça por causa da bobagem de sua mãe, ele direcionou seus sentimentos a Alvo.

– Te vejo mais tarde, Al. Cuidado com os testrálios.

– Eu pensei que eles fossem invisíveis! Você disse que eles são invisíveis!

Mas James apenas riu, permitiu que sua mãe o beijasse, deu um abraço em seu pai e entrou rapidamente no trem. Eles o viram acenar e depois andar pelo corredor procurando seus amigos.

– Não precisa se preocupar com os testrálios. - Harry disse a Alvo. – Eles são criaturas gentis, não há nada de assustador neles. De qualquer modo, você não irá para a escola nas carruagens, você irá nos barcos.

Gina deu uma beijo de adeus em Alvo.

– Nos vemos no Natal.

– Adeus, Al - disse Harry enquanto seu filho o abraçava. – Não esqueça do chá com o Hagrid na sexta. Não mexa com Pirraça. Não duele com ninguém até aprender como. E não deixe James o aborrecer.

– E se eu for para a Sonserina?

Ele murmurou somente para seu pai e Harry sabia que somente o momento da partida poderia ter forçado Alvo a revelar o quão grande e sincero seu medo era. Harry baixou sua cabeça até que ficasse no mesmo nível da de Alvo. Das três crianças de Harry, somente Alvo havia herdado os olhos de Lílian.

– Alvo Severo - disse Harry baixinho para que ninguém exceto Gina pudesse ouvi-lo, e ela fingiu que estava se despedindo de Rose – Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina, e talvez um dos homens mais corajosos que eu já conheci.

– Mas se eu for...

– A casa de sonserina terá ganhado um aluno excelente, não é? Isso não importa pra nós, Al. Mas se importa pra você, você será capaz de escolher Grifinória ao invés de Sonserina. O Chapéu Seletor leva em conta sua escolha.

– Verdade?

– Comigo foi assim.

Ele ainda não havia contado aquilo a nenhum de seus filhos e ele viu o espanto no rosto de Alvo quando o disse. Mas como as portas estavam sendo fechadas ao longo do trem vermelho e as silhuetas borradas de pais dando beijos em seus filhos e lembretes de última hora, Alvo pulou no vagão e Gina fechou a porta atrás dele. Estudantes olhavam das janelas próximas deles. Um grande número de rostos, de dentro e fora do trem, estavam viradas para Harry.

– Por que eles todos estão olhando? - perguntou Alvo, enquanto ele e Rose se viraram para olhar os outros estudantes.

– Não se preocupe com isso - disse Rony – Sou eu, eu sou extremamente famoso!

Alvo, Rose, Hugo e Lílian riram. O trem começou a se mover, e Harry andou ao seu lado, olhando o rosto fino de seu filho, já coberto de animação. Harry continuou sorrindo e acenando, mesmo que fosse por pouco tempo, vendo seu filho se afastar... O último rastro de fumaça evaporou no ar do outono. O trem fez uma curva. A mão de Harry ainda estava levantada em adeus.

– Ele vai ficar bem - murmurou Gina.

Enquanto Harry a olhava, ele baixou sua mão e tocou a cicatriz em sua testa.

– Eu sei que vai.

A cicatriz não doía há dezenove anos. Tudo estava bem.

Alvo e Rose foram pegos de surpresa quando um menino de pele negra e cabelos encaracolados abriu a cabine. Seu olhar assustado e confuso deixou claro que aquela era a sua primeira vez no Expresso Hogwarts.

– Pode sentar. Tem bastante espaço aqui - falou Rose.

– O-obrigado - respondeu cabisbaixo.

– Eu sou Rose Weasley e esse é meu primo Alvo Potter.

O pequeno vagão permaneceu em silêncio.

– É a sua primeira vez, não é?

O menino apenas afirmou com a cabeça, o que deixou Rose impaciente. Antes que ela fosse expressiva demais, Alvo interrompeu.

– Você é filho de bruxos ou trouxas?

– T-tro-trouxas.

– Ah...você é gago. Sabia que existe um feitiço para acabar com a gagueira? Eu li no livro de minha mãe. Eu posso ajudar você. Assim, é claro, que eu conseguir lançar os feitiços básicos. O que minha mãe disse que é muito fácil.

– Ju-ju-jura?! Po-po-popo...poxa, muito b-br-bri-obrigado Me-meu no-no-nome é Pe-peter Ca-ca-cana – tomou fôlego e continuou – Canaghan.

– Muito prazer - sorriu alegremente Rose.

A auto-confiança de Rose levou Alvo a sorrir e divagar através das paisagens. Ele pensou em tudo o que James havia lhe contado sobre Hogwarts e estava muito ansioso para chegar lá e finalmente poder usar a magia. Mas também estava muito receoso. Apavorado, na verdade. E se ele não fosse da Grifinória? E se ele não conseguisse se sair bem nos estudos? Bom, melhor do que Rose ele não seria mesmo. Mas e se ele passasse como um Zé-ninguém por Hogwarts, depois de tudo o que o pai dele fez pelo colégio? Embora tenha revelado ao pai seu medo de sair na Sonserina, Alvo não teve coragem suficiente de revelar que seu pavor maior era não ser digno de ser filho do famoso Harry Potter. Embora em casa tudo fosse muito normal, ele sabia que, em Hogwarts, ele seria comparado ao pai, como James foi. Para ele seria um desafio a mais, já que era tão parecido com Harry. Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta. Um carrinho empurrado por uma simpática senhora trouxe o cheiro de gostosuras no ar.

– Gostariam de alguns doces? Tenho sapinhos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores, chiclete de explosão vulcânica, pipocas baú do tesouro, suco de abóbora...

A cada doce citado, a expressão de Peter alternava entre vislumbre, desconfiança e nojo. Afinal, como alguém poderia beber suco de abóbora em caixinha? Rose e Alvo trataram de comprar um pouco de tudo. Quando Alvo foi pagar a gentil senhora, deu de cara com um menino de rosto fino e olhar petulante, com cabelos loiros e escorridos, bem penteados e curtos. Rose perdeu o fôlego. Aquele era o filho dos Malfoy: Deymon. Ele manteve seu olhar em Alvo, pagou um chiclete de explosão vulcânica e saiu, sendo empurrado por um menino truculento. Deymon lançou um olhar de raiva para ele.

– É nisso que dá os pais dele terem feito o que fizeram. Agora nem os Goyle querem saber dos Malfoy - disse Rose depois que o carrinho deixou o vagão.

– O-o que acon-aco-acont-houve?

– Nossa, essa é uma longa história - respondeu Alvo abrindo seu sapo de chocolate que saltou pela janela aberta do vagão sob os olhos surpresos de Peter – E envolve toda a nossa família e amigos. Depois a gente conta! - continuou.

– O que...

– São sapos de chocolate - interrompeu Rose – Eles normalmente só pulam uma vez, mas parece que Alvo tem o dom de perder quase todos os sapos de chocolates que ele ganha – ela sorriu – O que interessa mesmo são as figurinhas que vem dentro. Você pode fazer uma coleção e trocar com seus amigos. Meu pai tem a coleção completa e agora é a minha vez de começar outra. Os personagens mudam todo ano. Quem você tirou, Alvo?

– Diretora McGonagall, pela sexta vez. Toma, Peter. Pode ficar para você. Esta é a diretora da nossa escola

– Ela...e-ela...

– Ah, é! Você nunca deve ter visto as fotos com movimento. Minha mãe disse que no mundo dos trouxas as fotos são como um flash eternizado de um momento. Eu acho chato.

– Uau! Is-isso é mu-muito le-le-legal!

– E tem muito mais coisa pra você ver. Espere só chegar a Hogwarts e ver o céu artificial iluminado por várias velas acesas no Salão Principal onde ficam as mesas de todas as casas. Te explicaram isso, né? Para qual você quer entrar? - perguntou ansiosa Rose.

– Ta-tanto f-faz!

– Você pode sair em qualquer uma, menos da Sonserina. Todos os bruxos que saíram de lá fizeram coisas muito ruins. Eu vou ser da Grifinória, como minha mãe e meu pai. Aliás, como todo mundo da família Weasley têm sido e o Al também vai.

– Tomara que você saia na mesma casa que a gente.

– To-to-mara!

Todos deram um pulo de seus assentos quando James abriu a porta rapidamente e gritando. Atrás dele vieram seus amigos caindo na gargalhada. Todos vestidos com seus uniformes de Hogwarts.

– Galera, esse é meu irmão do meio, Alvo Severo e minha prima, Rose. O Nicolau vocês já conhecem porque ele passa mais tempo lá em casa do que qualquer outra coisa, quando o Prof. Lognbottom viaja. Esses são meus amigos: Oliver Wood, da Grifinória; e Lucyle Thomas, da Lufa-Lufa, que vocês também já conhecem.

– Que bonitinho! O James Potter veio cuidar do irmãozinho! - caçoou Bella Parkison, pela porta aberta do vagão.

– Por que você não vai procurar o que fazer com seus amiguinhos da Sonserina? – esbravejou Wood, enquanto ela saía.

– Oi, Alvo! Oi, Rose! - sorriu Longbottom.

– Oi! - responderam juntos, como se fosse tudo ensaiado.

– Venha! - chamou Wood. – Esta é minha irmã, Angélica Wood. Ela também vai pela primeira vez para Hogwarts.

– Está nervosa? - Rose perguntou amigavelmente para ela.

– Um pouco. E vocês?

– Também - responderam em uníssono.

– Quem é o novo amigo de vocês? - perguntou Lucy, com o jeito gentil e tranqüilo de sua mãe.

– Esse é o Peter Canaghan. Ele é trouxa. - se apressou Alvo.

– Seja bem-vindo ao mundo dos bruxos!

Lucy apertou sua mão e passou uma paz que deixou Peter totalmente relaxado e, ao mesmo tempo, encabulado.

– E então? Estão prontos para Hogwarts? Todas as maravilhas e desafios da escola? - Wood perguntou desafiante. – Quem quer jogar quadribol?

– Eu! - Alvo respondeu rapidamente.

– Mas só a partir do segundo ano, Al. - desanimou Rose.

– Mas meu pai foi o mais jovem apanhador de Hogwarts! No primeiro ano! - Alvo pareceu desgostoso com o desânimo de Rose.

– Mas você não é o papai, é, Alvo? Eu já sou do time desde o segundo ano. O melhor atacante da Grifinória, como a mamãe foi. Eu agora sou o capitão do time e faço as jogadas mais espetaculares que Hogwarts já viu, né, Oliver?

– Com certeza, James. A gente deixa a Sonserina comendo poeira!

– D-de-decul-desculpe, m-mas o-o-o que é qu-qua-quadri-quadridri...

– Quadribol? - Wood perguntou incrédulo. – Você não sabe?

– Ele é filho de trouxas. - Rose olhou Wood com reprovação.

– Bom, o Quadribol é o esporte mais famoso entre os bruxos. Ele é jogado em um campo oval de 152 metros de comprimento e possuem três aros de cada lado do campo que é onde os artilheiros tentam fazer o gol. Cada casa tem um time que é formado por sete jogadores: três artilheiros, dois batedores, um apanhador e um goleiro, que sou eu - disse Wood, orgulhoso.

– Existem três tipos de bolas no Quadribol: a goles, que os artilheiros tentam acertar nos aros, os balaços, que tentam te acertar durante todo o jogo pra te fazer cair e parar de jogar que são rebatidas pelos batedores, tipo baseball e o pomo de ouro, que é uma bolinha deste tamanho com asas, toda de ouro, que dá ao time 150 pontos e termina o jogo. O apanhador tem que pegá-la, e acredite, é muito difícil! - sorriu James.

– P-parece-ce le-le-legal.

– É a melhor coisa do mundo! - James praticamente gritou no vagão. – Sem falar que tudo isso é feito voando em vassouras.

– V-va-vava-vassou-vassouras?

– É, Peter. Vocês vão logo aprender a voar em vassouras no primeiro ano. Alguns nascem com o dom, outros demoram um pouco mais, como foi o meu caso - Lucy ficou um pouco corada. – Vamos voltar para o nosso vagão, James. Lena Jordan já deve estar lá! Ela disse que não ia demorar.
Alvo viu muito bem que as orelhas de James ficaram rosadas.

– Desculpe, mas eu tenho que ir. Eu já estou em outro vagão com outras meninas

– Tudo bem, Angélica. A gente se vê no Salão Principal. - Rose sorriu.

– Vão logo vestir suas vestes porque já estamos chegando. Por que você não é esperto como a Rose que já vestiu a dela? - perguntou James. – Vamos pessoal!

Ao saírem pela porta, James recuou um pouco e chamou pelo irmão.

– O que?

– Cuidado com o monstro!

– Meu pai disse que nós não vamos de testrálios. Vamos de barco!

– Mas eu tô falando justamente disso. É melhor você não cair do barco, porque do jeito que você nada, um dos monstros do Lago de Hogwarts pode te pegar

– Não existem monstros no Lago de Hogwarts, só sereieiros e lulas! - mas James já tinha saído. – Existe, Rose?

– Eu li no Profeta Diário que hoje em dia, muitas espécies vivem por lá. Minha mãe sempre disse que Hogwarts é uma casa muito antiga, com antigos segredos mágicos. Você sabe que nossos pais exploraram muito o local, mas eu acho que ainda existem muitas coisas em Hogwarts.

– Co-como mon-momo-monstros?

– Com certeza! E feitiços e passagens secretas e muitos perigos. Meu pai sempre disse que ele nunca pensou que Hogwarts podia ser tão perigosa. Mas também, foram naqueles tempos...

– Q-q-que te-tententen-tempos?

– Nos tempos da guerra contra os bruxos do mal - disse, seco, Alvo.

– E-existem bru-bru-bruxos do m-mal?

– Não existem pessoas ruins no mundo dos trouxas? É a mesma coisa aqui - Rose explicou.

Eles trocaram de roupa e permaneceram em silêncio por um bom tempo.
Last edited by Sheu on 10/03/14, 10:30, edited 18 times in total.
Spoiler
RPG
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2
O RESGATE DOS DUMBLEDORE
Enquanto isso, longe dali, um ricochete tão forte lançava Luna Lovegood no meio da plantação do vizinho da rua dos Lineiros, no interior da cidade de NewCastle. Dino Thomas aparatou e desaparatou a tempo suficiente para segurar sua mulher nos braços.

– Eu fico imaginando quantas coisas lindas ele imaginava. Você viu sua forma? Que lindas borboletas - disse Luna com seu jeito tranqüilo e distante.

– Ainda bem que eu estava aqui para lhe salvar, não? - sorriu Dino.

– Você está bem, Luna? - disse Cho Chang, preocupada e logo aliviada ao aceno positivo de Luna – Acho que deveríamos parar por hoje. Sem o resto do pessoal, acho que não vai dar certo.

– Alguém tinha que levar as crianças, não é? E era a primeira vez do Alvo e da Rose. Se bem que confesso estar preocupado com Lucy. Será que ela chegou a tempo? Ela é tão desligada, às vezes. - disse Dino.

– Temos que deixar as crianças crescerem para serem adultos autênticos, sem muita proteção e influência de julgamento dos pais. Assim eles vão revelar seu verdadeiro caráter - respondeu Luna.

– Vamos fazer uma pausa? - sugeriu Larry Gouderman, também um auror. – Sem um bom descanso não teremos novas idéias e nós sabemos muito bem que Dumbledore era bom em idéias.

– Desde os acontecimentos daquele ano, quando as coisas voltaram ao normal e o testamento secreto do diretor foi entregue pelos duendes de Gringotes a McGonagall, a gente tenta ultrapassar essa barreira de feitiços que Dumbledore criou. Sinceramente, acho que isso é tão forte que a gente nunca vai conseguir passar. Ele realmente levava a sério essa história de proteção familiar - desabafou Tenessa Raufkof.

– Eu acho – disse Luna – que cada encanto tem um tempo certo para amadurecer. Era uma coisa que os professores falavam muito em Hogwarts. De alguma forma, Dumbledore sempre sabia das coisas no tempo certo. Talvez tenha um tempo certo para essas crianças também.

– Você tem toda razão, Luna - concordou Gouderman. – Acho que McGonagall também pensa assim, mas temos que continuar tentando todo o tipo de contra-feitiço, não é? Lembra quando Harry quase conseguiu, quando Hermione e Rony estiveram aqui, ajudando?

– Mas é meio frustrante vê-los trabalhando todo o dia nesta fazendinha, com seus poderes se manifestando e gerando confusão, sem eles saberem quem são. E ninguém vê a gente. Somos fantasmas em todo esse perímetro! - reclamou Raufkof.

– Hoje tem festa. Dá pra sentir o cheiro dos quitutes daqui.

– Credo, Larry! Você só pensa em comida!

– Ora, Tenessa, saco vazio não fica de pé, não é?

Decidida, Luna foi até a plantinha mais próxima, pediu licença e arrancou um galho repleto de folhas. Em cada uma ela lançou um feitiço e atirou a primeira folha que, ao encontrar na barreira de proteção, foi queimada. Foi bem no limite que ela resolveu sentar.

– Amorzinho, o que você está fazendo?

– Esperando, Dino.

– Esperando... o que, exatamente?

– O feitiço de Dumbledore terminar

Ele deu um leve suspiro.

– Então... - ele tentou disfarçar o embaraço – Quem vai preparar a comida de hoje? Vamos recuperar as energias e arquitetar novos planos.

– É bom tirar a cabana desse lado, não acham? - alertou Raufkouf – Se hoje vai ter festa, provavelmente vão chegar muitas pessoas. E não vai ser engraçado se elas tropeçarem em algo invisível.

Gouderman riu. Não pôde deixar de imaginar um trouxa caindo por cima do outro, tropeçando no nada e sujando as roupas com o barro da estrada. E os que tivessem mais sorte poderiam cair em cima de um cocô de cavalo. Hilário.

***

Dentro da casa, desde antes do galo cantar, a Sra Carter, sua irmã e as ajudantes estavam na cozinha preparando tudo para a festa. A Sr Ana Carter era muito bondosa e rechonchuda, com seu rosto redondo, de bochechas rosadas. Tinha mãos de fada para o trabalho doméstico e era muito amorosa com todos. Sua irmã, Anatéia, era a mais velha e solteirona. Tinha ficado para titia por escolha, já que achava que nenhum homem era digno da sua inteligência. Morava com Ana há 11 anos e ajudou na criação das crianças. Elizabeth era sua favorita, por ter um temperamento parecido com o seu.

O cheiro gostoso que vinha da cozinha foi se espalhando pela casa, passando pela modesta sala com dois sofás, uma grande lareira e a TV recentemente trocada, pela mesa em que o Sr Carter agradecia pelo alimento em todas as refeições, até começar a subir as escadas em direção aos quartos, como quem dançava ao som de uma música clássica, com movimentos suaves para lá e para cá. A porta entreaberta do quarto do menino era um convite irresistível para a invasão de um cheiro tão inquietante. Como um animal que espreita de mansinho, o odor foi chegando cada vez mais perto da cama, desviando dos brinquedos de madeira, do trem armado no meio do quarto, da bola de futebol e dos aviões pendurados pelo teto que imitavam o céu cheio de nuvens e alaranjado pelo pôr-do-sol. Sorrateiramente, o cheiro alcançou o rosto do menino que, em um respiro profundo, acordou de sobressalto.

– É hoje, é hoje!

Levantou-se depressa e desceu as escadas. Seus olhos azuis estavam brilhando e os cabelos batendo nos ombros, negros e ondulados pareciam ter lutado a noite toda contra o travesseiro: estavam uma loucura.

– Bom dia, mamãe! Bom dia, tia! Oi, gente! Cadê o meu pai?

– Olha só que felicidade, Dona Ana! Parece que Jonathan vai explodir! -
disse uma das ajudantes.

– Já fez seus deveres da manhã?

– Não, mãe.

– Então vá providenciar. Depois você ganha seu presente.

– Oba! - e subiu correndo as escadas.

– Aproveite e acorde sua irmã!

Entrar no quarto dela era entrar em zona proibida, com resultados terríveis. Principalmente quando não batiam na porta. E Jonathan NUNCA batia na porta. Sua irmã Elizabeth tinha feito a própria decoração do quarto, com a ajuda da mãe e da tia, sem falar no talento de carpintaria do pai. Todos os móveis eram de um lilás suave, que contrastava com o prata das molduras do armário e da cama, sem falar no teto que imitava o céu estrelado. Pendurado, estava o sistema solar. Logo ao lado, na escrivaninha, estavam seus experimentos de química e física, que lhe garantiram o prêmio de ciências da escola.

– Lizzie! Oh, Lizzieeee! Minha mãe mandou eu acordar você.

Dois olhos verdes despertam já incomodados com a luz da janela aberta por Jonathan.

– Por que você nunca bate na porta, John? - disse ainda meio sonolenta. - O que eu já te disse sobre entrar no meu quarto sem bater? Que saco!

Por pouco Jonathan não leva um abajur na cabeça.

– Foi minha mãe que mandou. Deixa de ser chata, Lizzie. Acorda que a mamãe ta fazendo os doces da festa.

– Sai logo do meu quarto!

Ela apontou para a porta, Jonathan revirou os olhos e saiu. Ele esperou por ela do lado de fora até ir para o banheiro escovar os dentes. Elizabeth amarrou delicadamente seu cabelo longo, ondulado e extremamente preto em uma linda fita amarela, sendo observada com carinho pelo irmão.

– Hoje é nosso aniversário, Lizzie. Vai estar cheio de gente por aqui!

Os dois pegam as escovas azul e verde, como a cor de seus olhos, com o cabo de borracha e o desenho do Big Bang e do Palácio de Buckingham.

– Eu sei disso. Todos os anos acontece a mesma coisa, com as mesmas pessoas.

– Você não gosta daqui, né? - passa a pasta na escova e devolve ao irmão.

– E quem gosta?

– Eu.

Os dois começam a escovar os dentes e continuam a falar com a boca cheia de espuma.

– Ai...você não tem futuro mesmo. Vai virar fazendeiro e viver da roça.

– Claro. Você também! Pensa que eu não sei que você sai de noite pra ficar perto dos cavalos, lá no estábulo? Só não sei como você consegue sair sem fazer barulho.

– Bom, pelo visto eu faço barulho, né? Você me vê sair!

– Mas é porque somos gêmeos e temos ligação mental de gêmeos.

– Ai, faça-me o favor! Você não tem coisa para fazer, não? Pular da janela, ordenhar rebanho, quebrar aparelhos de televisão...

– Aquilo foi um acidente!

– Sei! - gargarejam e cuspiram ao mesmo tempo.

– Verdade! Eu não sei como foi acontecer. E nem sei se fui eu mesmo.

– Claro que foi! Você é muito esquisito. Como da vez que você caiu da árvore e foi tudo em câmera lenta.

– Você também caiu do cavalo e não teve nada!

– Foi só sorte.

– Sei. Você viu meus óculos?

– Você perdeu de novo? Se duvidar você sentou neles mais uma vez. Uma hora dessas o papai não vai mais ter dinheiro para consertar os óculos e você vai ter que ficar míope para sempre!

– Há-há, engraçadinha. Ei, o último a se vestir come toda a porcaria do mundo!

– Você é tão infantil! Isso é coisa de gente boba!

– Mas a gente sempre brincou disso...

– E eu sempre ganhei. Tchau!

– Ei, não vale, Lizzie! Você saiu na frente! Você roubou!

Como um raio, Jonathan entra em seu quarto, veste a roupa que havia separado na noite anterior e escorrega pelo corrimão da escada para chegar mais rápido do que Elizabeth. Mas quando ele chega na sala, seu sorriso se transforma em uma expressão derrotada, pois sua irmã já está sentada no sofá, sorrindo para ele.

– Poxa, você demorou tanto!

– Eu não sei como é que você consegue fazer isso.

– O que foi, Lizzie? Por que seu irmão está com essa cara inchada?

– Ah, mãe! Ele não gosta de perder, é só isso!

– Mas você roubou!

– Não roubei não. Fui mais esperta. Diga pra ele, mãe, que as meninas se desenvolvem muito mais rápido do que os meninos

– Mãe! - reclamou John.

– Já começaram a brigar, tão cedo? - perguntou um homem robusto que entrava na sala e parecia preencher todo o espaço restante. Bill Carter era um homem duro e sério, que vivia para o trabalho e para a família. Lidava com seus subordinados como um carrasco e com seus filhos como um pai amoroso, porém contido. A honra era seu maior bem e a disciplina, sua diretriz. Não era de se duvidar da fama de modelo de família que ele possuía na região.

– Pai!

Em um salto, Jonathan saiu do sofá e foi parar nos braços do pai que o ergueu para cima, como se fosse um travesseiro de penas.

– Feliz aniversário! Para os dois. - disse olhando para Lizzie. – Por que não vamos lá fora e damos uma olhada no presente de vocês?

Não foi preciso dizer mais nada. Ambos saíram correndo para fora da casa. Uma estrutura de dois andares e alongada horizontalmente, com sótão e porão, paredes de pedra e telhas de um vermelho rubro. A varanda na frente imitava uma das casas que ele havia visto na cidade: uma relíquia dos tempos da guerra. Quatro vigas sustentavam o telhado um pouco puxado para a frente e alongado no meio. Duas das vigas seguravam a estrutura nas pontas e duas na largura da porta, que ascendiam em um formato que se assemelhava à torre do Big Bang, onde ficava o Sótão do Relógio, como eles chamavam. Em cada lado desta estrutura ficavam as janelas dos quartos das crianças. A da esquerda era de Elizabeth e da direita, de Jonathan. Uma das mais bonitas casas da região, construídas pelo próprio Sr Carter.

O que chamava a atenção dos garotos eram as duas pessoas ali na frente. Na verdade, era o que estava ao lado deles. Um trator pequeno, laranja, com as rodas traseiras enormes e o escapamento para o motor bem alto que, com certeza, daria para Jonathan dirigir; e um cavalo ainda jovem, com um pelo negro que brilhava e incríveis olhos verdes, separados por uma marca de nascença branca que parecia uma meia lua com a estrela no meio, se olhada com muita criatividade.

– Obrigado, pai! Obrigado, mãe! - disseram os dois.

– Vamos, tratem logo de dar uma volta neles, porque daqui a algumas horas começam a chegar as visitas! E tentem não se sujar, ouviram? Ouviu Jonathan?

Mas eles já partiam pelo terreno. Elizabeth foi a primeira a sair, afinal, montar em um cavalo não tinha muito mistério. Jonathan, ao contrário, teve que se adaptar aos pedais e ao volante. Era muito diferente dirigir com o pai do lado ensinando a ele do que fazer por conta própria. Depois de algumas barbeiragens de fazenda, ele começou a pegar a manha do trator e a dirigir com mais segurança. Dali a algumas horas, Jonathan já dominava perfeitamente a máquina. Foi Elizabeth que veio ao seu encontro, em disparada, no alto do morro na fazenda.

– Já ta se amostrando, né, Lizzie?

– Vem comigo!

– Eu não. Quero dirigir o meu trator!

– Ai, garoto! Vem comigo. Quero te mostrar uma coisa.

– Da última vez que você falou isso eu passei a maior vergonha na frente de...

– Eu sei o que aconteceu, mas não é isso, eu juro. É uma coisa estranha. Vem ver!

Jonathan desligou o trator e subiu no cavalo. Eles desceram a colina e foram até o grande carvalho ao leste da propriedade que dava para a estrada principal. Mais um pouco e eles dariam a volta em um círculo perfeito na fazenda.

– Ali!- apontou Elizabeth – Bem ali, no canto esquerdo da estrada. Você vê?

– Ver o que? Não vejo nada!

– Ali, ó! - insistiu. – No chão.

– No chão? Eu só vejo o barro da estrada.

– Olha direito, John. Eu sei que está ali. Eu só lhe chamei depois de ver três vezes. É como se fosse um pisca-pisca de natal. Ele aparece e desaparece. Continua olhando.

Meio desconfiado, Jonathan deu uma olhadela ao redor para conferir se não tinha ninguém escondido ou alguma armadilha que fizesse ele ficar sem calças de novo. Não havia ninguém e Lizzie continuava a olhar fixamente para o ponto indicado. Acreditando na irmã, Jonathan forçou o olhar naquela direção e ficou concentrado para ver qualquer coisa que aparecesse no chão. De repente, um vulto. E da mesma forma que apareceu, sumiu. Jonathan se desequilibrou e quase caiu do cavalo.

– Então você também viu! Sabia que eu não estava enlouquecendo!

– Lizzie, o que é aquilo?

– Eu não sei.

– Será que é um anjo? Eu acho que era um anjo loiro - falou em tom de respeito.

– Anjos não ficam sentados no chão da estrada, Jonathan! - retrucou.

– Já sei, então!

– O que é?

– É um fantasma. O fantasma da mulher loira. - falou como um suspense de filme.

– O que? Você ta brincando!

– Vamos lá!

– O que? Nem pensar!

– Você tem medo de fantasmas, Lizzie? - zombou da irmã enquanto descia do cavalo. – Você precisa ter mais coragem, minha irmã. O que as pessoas vão falar se eu disser que você tem medo de fantasmas?

– Eu não tenho medo de fantasmas! - gritou.

– Então prova, ora! Desce daí e vamos até lá.

Desafiada pelo irmão, Elizabeth desceu do cavalo e amarrou a corda presa ao estribo em um dos galhos baixos do carvalho. Receosa, deu uma olhada para o local onde estava o fantasma e para o caminho que levava para casa. Ela nunca admitiria o medo de fantasmas, mas seu sexto sentido não achava que era uma boa idéia. No íntimo, ela sabia que aquilo ia causar alguma coisa. Ela apenas pensou na história da Betty Maluca que viveu na cidade e dizia que se comunicava e via os mortos. Definitivamente, passar o resto da vida vendo cadáveres com suas estigmas da morte não era uma idéia que lhe agradava. Mas a impetulância e a coragem do irmão a fizeram caminhar ao lado dele naquela direção. Jonathan adorou ver a cara de medo da irmã e ainda mais por provar que era mais corajoso do que ela. Lizzie que esperasse até o Halloween, porque ele já estava arquitetando um plano para dar o troco dos calções. Então a figura apareceu mais uma vez e eles pararam no meio do caminho. Dessa vez, ela olhava fixamente para eles.

– Eles estão chegando - disse em seu tom suave que jamais se alterava.

– Luna, você falou alguma coisa? Eu achei...oh, por Merlim! São eles? Gente! - gritou Cho e logo os demais saíram das tendas – Olhem aquilo.

Todos ficaram surpresos com as duas figuras paralizadas no meio daquele verde como se tivessem sido atingidos pelo feitiço <i>impedimenta</i>, olhando para eles como se tivessem visto um fantasma.

– Eles...podem nos ver? Mas isso nunca aconteceu... - titubeou Gouderman.

– Deve estar chegando a hora - disse Luna. – E deve ser hoje.

Luna jogou mais uma vez a folha azarada e ela rebateu no feitiço de proteção. Todos ficaram meio decepcionados. Ela tentou mais uma vez, e outra, e outra, até que a folha passou pelo campo.

– Abriu! - disse Dino e tentou passar também. Foi jogado longe.

– Accio, vassoura! - e Gouderman tratou de buscá-lo.

As crianças tomaram um susto tão grande que saíram correndo e gritando de
volta para casa.

– O que foi que aconteceu? Por que Dino foi lançado longe? - perguntou Cho. – Você colocou algum feitiço de passagem nas folhas, Luna?

– Claro que não. Só coloquei um pouco de magia nelas, já que esse campo parece repelir toda a magia.

– Então...

Raufkof nem conseguiu continuar porque Gouderman já estava entregando para Luna um Dino um pouco chamuscado.

– Ele vai ficar bem.

– Está quase na hora - sorriu carinhosa para o marido e piscou para Raufkof. – Mas ainda não é a hora. Parece que vamos ter um pôr-do-sol diferente hoje.

Em pleno meio dia de outono era difícil prever o pôr-do-sol, mas todos já estavam acostumados com as excentricidades de Luna Lovegood. Não trocar de nome depois de casada era um deles. Não fazia bem ao karma e o mau karma atraía os <i>narguilés</i>. Enquanto isso, os Dumbledores chegaram onde estava o trator de Jonathan.

– Você...você viu aquilo? Tem mais gente! Um deles bateu em alguma coisa e foi mandado pros cafundós e o outro....você viu no que o outro montou? - disse Jonathan ainda nervoso – Temos que contar para o papai que tem gente estranha ali

– Você ficou maluco, Jonathan? Ninguém vai acreditar na gente ou você acha que o papai não teria visto aquela cambada de gente estranha no meio da estrada? Ele sempre sai de manhã com a caminhonete, não é?

– O que é que a gente vai fazer?

– Vamos fingir que nada aconteceu.

– O que?

– John, parece que aquelas pessoas, fantasmas ou sei-lá-o-quê, não podem entrar. Então a gente finge que nem viu e agora ignora pra eles irem embora.

– Eu acho que eles não vão.

– Eu também acho, mas não quero achar.

– São ETs?

– ETs não voam em vassouras, John. Bruxas fazem isso.

– Mas foi um homem, então foi um bruxo. Mas bruxos não existem, existem?

– Claro que não. - mas as palavras não saíram tão convincentes dos lábios de Lizzie. – Vamos para casa, John.

– Eles vão conseguir entrar, não vão? No meio da confusão da festa? Vão aproveitar que tem muita gente e vão raptar a gente para nos engordar e nos transformar em comida, não é? Como a história de João e Maria!

– Pára com isso, John! Credo! Vamos fazer o seguinte: vamos para casa e pesquisamos na Internet tudo o que a gente puder sobre bruxos, o que acha? Assim, pelo menos, vamos saber o que usar para nos defender.

– Como alho!

– Alho é para vampiros, Jonathan. Dãaa!

– Ah, é!

Por um momento foi possível esquecer o que viram e darem muita risada. Na volta para casa, contudo, cada um seguiu em silêncio, mergulhados em pensamentos. Durante o dia eles ajudaram a arrumar a casa e no restante do tempo se trancavam na biblioteca para fazer pesquisa no computador. Embora o Sr e a Sra Carter achassem um pouco estranho, acreditaram que eles estavam fazendo alguma pesquisa em relação aos novos presentes ou algo parecido. Todos os parentes chegaram na casa e eles tiveram que suspender a pesquisa. A festa rolou solta durante toda a tarde. No final, já no pôr-do-sol, as pessoas começaram a ir embora.

– Nossa, olhem só este céu! - disse o tio Venceslau, com seu bigode acizentado lhe cobrindo a boca. – Carmélia, venha só ver isso aqui!

E, em poucos instantes todos estavam olhando para o céu com seus tons rosa, laranja, e roxo, transpassados por um arco-íris e uma estranha faixa de luz verde, quase imperceptível.

– Você já viu algo assim, Bill? - Ana perguntou, admirada com o fato.

– Deve ser um sinal. - respondeu.

– Lizzie, querida, você que gosta tanto de olhar para o céu, o que seria esse fenômeno? - perguntou tia Anatéia para ela.

– Não sei, tia. Pode ser alinhamento do Sol, da lua, de planetas ou o reflexo de alguma estrela.

– Ou magia! - acrescentou Jonathan e todos riram.

– Sabe o que minha mãe dizia? - falou Anatéia para todos. – Que quando uma coisa rara acontece é o indício de que alguma coisa vai mudar.

Jonathan e Elizabeth trocaram olhares profundos. Tão sérios que Elizabeth sussurrou.

– Tudo vai mudar, Jonathan. E aposto que tem a ver com aquelas pessoas.

– Vão nos raptar?

– Não. Geralmente, nos filmes, quando uma mudança acontece é porque alguma coisa é revelada.

– E o que você acha que devemos fazer?

– Não sei. Mas é melhor não guardar a comida. Acho que daqui a pouco teremos visitas.

– Eles podem voar em vassouras, Lizzie. Por que bateriam em nossa porta?

– Não sei, mas eles vão fazer isso.

– Como você sabe?

– Não sei como. Só sei, aqui dentro da minha cabeça.

– Você é estranha.

– Nós dois somos estranhos

Depois que todos foram embora, Ana, Anatéia e as ajudantes começaram a guardar as coisas e limpar a casa. Elizabeth e Jonathan chegaram com olhares de que precisavam dar um recado, mas não sabiam exatamente como fazê-lo.

– Podem falar! - Ana disse enquanto botava a mão na cintura. – Quem quebrou o que dessa vez? Crianças, vocês precisam tomar mais cuidado. Sabem como o pai de vocês fica profundamente irritado quando não assumem as responsabilidades!

– Não, mãe. Não tem nada a ver com isso. A Lizzie tem uma coisa pra dizer.

Ela olhou para ele incrédula.

– Isso é preparar o terreno? - murmurou.

– Desculpe.

– O que foi, Lizzie?

– Mãe... é bom não guardar as comidas... porque...porque nós teremos visitas.

– Algum amigo de vocês? Por que...oh, não, Lizzie. Não me diga que tem um rapazinho vindo...

– Não, mãe! Nem pensar! Eca! São pessoas... esquisitas.

– Pessoas esquisitas? E de onde vocês os conhecem?

– Não conhecemos.

– Então, John, como sabem que eles vêm?

– É a Lizzie, mãe. Ela sempre sabe das coisas.

A Sra Carter olhou os filhos com o olhar desconfiado de quem sabe que estão escondendo mais alguns detalhes desta história. Mas como Lizzie nunca errou no julgamento de seu sexto sentido e isso sempre deixava os Carter prontos para qualquer visita inesperada, a Sra Carter resolveu atender ao seu pedido. Poucos minutos depois, a campainha tocou.

– Por que tocar a campainha, Cho?

– Você queria o que? Que aparatássemos no meio da sala, Gouderman?

– Boa...noite. - disse o Sr Carter, sem deixar de notar que as cinco figuras que batiam a sua porta usavam vestes estranhas para pessoas normais. – O que desejam?

– Gostaríamos de falar sobre as crianças - Luna anunciou.

– O que eles fizeram agora? Digam-me. Espalharam o feno de suas terras? Tiraram parte dos arames das cercas? Quebraram alguma coisa?

– Bill, calma. Desculpem nossos filhos, são apenas crianças.

– Podemos entrar? - Dino perguntou ao sr Carter.

– Por favor. - ele respondeu ainda desconfiado.

Na sala, estavam sentados Jonathan e Elizabeth, próximos à tia Anatéia. Os cinco se sentaram no sofá em frente, que estava repleto de guloseimas preparadas para novas visitas.

– Estão esperando alguém? - perguntou Luna.

– Acho que vocês. - disse a Sra Carter.

Gouderman tratou de ser logo categórico, afinal, não podiam perder muito tempo.

– Sra Eleanor, viemos aqui por causa de seu pai, Dumbledore.

Gritos de espanto e expressões de choque estavam dentro dos limites dos tipos de reação que os aurores esperavam. Mas o que veio a seguir, não estava.

– Receio – continuou a Sra Carter – que esta conversa não será tão simples. A Sra Eleanor Brian faleceu há 11 anos, quando os gêmeos nasceram. Nós, os Carter, os adotamos como nossos filhos

Os aurores se mostraram confusos com esta notícia.

– Mas o endereço que temos é o mesmo! - alegou Cho.

– Sim, porque Eleanor era minha empregada. - argumentou.

– Por isso não conseguimos contato com as crianças – compreendeu Dino – Elas precisavam completar 11 anos para saber.

– Saber o que? - perguntou Elizabeth.

Cho tentou ser o mais breve possível e com muito tato.

– Sr e Sra Carter, peço encarecidamente que acredite no que vamos dizer a seguir. Não é uma brincadeira. Estas crianças são muito especiais porque elas nasceram com um dom. Há 10 anos nós tentamos entrar em suas terras, mas nunca conseguimos, até o dia de hoje. Isso porque ela foi mantida sob proteção de um poderoso feitiço. Nós somos bruxos, Sr e Sra Carter. E nós viemos porque estas crianças têm um lugar reservado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. - disse com muito orgulho.

– Perdão? - Sr Carter perguntou incrédulo. – Isso não existe.

– Sim, existe, Sr Carter. Só que os tr...as pessoas que não são bruxos não sabem da nossa existência. Mantemos isto em segredo há milênios. - respondeu Gouderman.

– Atualmente têm existido fenômenos estranhos na presença das crianças? Lembro do Sr enumerar vários enquanto estávamos na porta. Esta é a manifestação de seus poderes. Elas precisam aprender a controlar isso. - disse Dino.

– Oi! Meu nome é Luna Lovegood. Como se chamam?

– Jonathan.

– Elizabeth.

– Vocês sabem do que estamos falando, não é?

– Acho que sim. - Jonathan respondeu rapidamente.

– Talvez isto ajude a vocês acreditarem em nós. Estava no mesmo envelope do testamento de Dumbledore, o avô de vocês.

Elizabeth pegou a foto rasgada e olhou para o irmão. Jonathan subiu as escadas correndo, empurrou a cama e folgou as tábuas do chão do quarto para revelar seu esconderijo secreto. Abriu a pequena caixa de sapato e desceu no mesmo instante, com um pedaço de papel nas mãos. No pedaço na mão de Elizabeth estava Érmia e Eleanor, ainda bebê e nas mãos de Jonathan a foto de Dumbledore. As duas encaixavam perfeitamente.

– É verdade o que eles dizem mãe. Olha! - e passou a foto para Sra Carter.

– E como é esta escola? - perguntou tia Anatéia que estava calada até agora.

– Ela é maravilhosa! Lá eles vão aprender a desenvolver habilidades de magia e irão se tornar pessoas importantes, sem sombra de dúvidas. Vão fazer grandes amigos e conhecer a nossa cultura. Viver muitas aventuras e aprender tudo sobre o mundo mágico e suas criaturas. - Cho explicou toda animada.

– Eles...são normais, certo? - perguntou Sr Carter.

– Claro que sim. - disse Dino.

– Mas depende de vocês se querem ir ou não. Não podemos forçá-los. Vocês querem vir conosco? - Raufkof fez a pergunta que eles mais temiam.

– Vamos aprender a voar em vassouras como vocês? - John perguntou ansioso.

– Voar em vassouras? - a Sra Carter e Tia Anatéia se entreolharam.

– No primeiro ano. - Dino respondeu sem cerimônias.

– Então eu vou! Né, Lizzie? Vamos, não é?

Mas ela permaneceu calada e séria, olhando para a foto que havia retornado as suas mãos.

– Esse...feitiço que vocês falaram...quem colocou? - Lizzie perguntou como quem já sabia a resposta.

– Alvo Dumbledore, seu avô. - disse Luna.

– Vai, Lizzie, deixa de ser chata! Vai ser divertido, uma aventura!

– Se ele sabia esse tempo todo onde estávamos, por que não procurou minha mãe? Por que não nos procurou? Por que ninguém apareceu? Por que... - aos poucos sua voz foi embargando e sua garganta deu um nó. Jonathan sentou ao seu lado e segurou sua mão.

– Elizabeth, o motivo pelo qual ele não entrou em contato foi porque um bruxo das trevas queria lhe fazer muito mal e, evidente, procuraria sua família se ele soubesse que Dumbledore tinha uma. Este foi um segredo que Alvo levou com ele, pois há 20 anos, ele faleceu. Como dissemos, assim que o mundo dos bruxos soube da existência de vocês, não medimos esforços para encontrá-los e falar sobre Dumbledore e tudo o que ele fez. Mas ele colocou um feitiço de proteção máxima, além dos conhecimentos de todos os bruxos que existem.

– Dumbledore era muito inteligente! - Luna completou Cho.

– Você pode descobrir muito mais sobre ele lendo nossos livros e estudando em Hogwarts, afinal, ele foi o diretor da escola durante muitos anos. - finalizou Cho. – Vocês serão muito bem recebidos!

– Vamos, Lizzie. Eu não vou sem você. Você é minha irmã. Nós temos que ficar juntos, sempre.

– Você lembra do céu de hoje, John? Uma revelação, uma mudança. As coisas vão mudar, John.

– A gente faz tudo ficar igual.

– E se não ficar?

– A gente dá um jeito de ficar igual no final.

Lizzie sorriu diante do otimismo de John, mas sabia que nem tudo é como a gente quer. Ela queria aprender, ela sempre estava em busca de algo mais. As coisas iam mudar e ela sabia dentro de si.

– Durante a viagem vocês contam mais sobre a história desse Dumbledore?

– Nosso avô, Lizzie!

– Ele é um desconhecido, Jonathan. Meus avôs são Wilson Carter e Bruce Carmichael.

Um sorriso se estampou nos rostos do Sr e Sra Carter e da tia Anatéia.

– Sim, podemos falar sobre Dumbledore, sempre! - respondeu Luna com seu jeito aéreo.

– Quando eles podem começar a ir para a escola? É interna? - perguntou o Sr Carter.

– Sim, é interna. E nós partimos imediatamente. Já estamos atrasados, inclusive. - respondeu Gouderman, checando seu relógio de bolso.

A Sra Carter ficou bastante preocupada.

– Imediatamente? Mas é noite! E as malas?

– A cerimônia começa daqui a algumas horas! Peguem algumas roupas para os dias livres que terão e não se preocupem. Nós já providenciamos seus livros e há tempos temos suas vestes. Precisamos apenas comprar as varinhas

– Varinhas?

O alarde foi total.

– Sim, como esta. - Luna mostrou sua varinha. – Para fazer isto: <i>ebublio!</i>

Da ponta de sua varinha saíram bolhas de sabão sob olhares admirados. No mesmo instante, Jonathan subiu correndo as escadas, acompanhado de Elizabeth. Na hora da despedida muito choro e abraços.

– Não se preocupem. Eles ficaram bem. - Cho tentou tranqüilizá-los. – Era o destino deles ir para Hogwarts. Vocês podem escrever para eles, sempre. E mandar coisas também. Fiquem com esta coruja como presente. É um mensageiro que sabe onde encontrar Hogwarts.

– Obrigada - respondeu uma Sra Carter chorosa.

– Para onde vamos? - John perguntou enquanto sentava na garupa da vassoura de dois lugares de Dino.

– Para o único lugar onde você pode encontrar varinhas de qualidade em toda a Inglaterra. No Beco Diagonal, na loja do Sr Olivaras. - respondeu.

Em uma hora, voando a uma boa velocidade, eles chegaram no Caldeirão Furado e entraram sem levantar suspeitas. Foram até o fundo e Luna deu leves pancadas em alguns tijolos. O que parecia algo aleatório, logo revelou-se uma senha para a entrada do Beco Diagonal, quando os tijolos abriram a porta. Gouderman foi na frente para acordar o Sr. Olivaras. Dentro de sua loja, olhou curioso e intrigado para as duas figuras idênticas que estavam em pé, curiosos com a loja.

– Desculpe por acordá-lo tão tarde, Sr. Olivaras. Mas eles não têm muito tempo.

– Luna, se você viesse me acordar eu estaria muito mais disposto. Tenho uma dívida com você, querida. Mas não podemos apressar as varinhas, não é? Ora, ora. Vocês são os Dumbledore, hum? Engraçado. Sempre me pareceu...enfim. Vamos começar por você, meu jovem. Pêlos de lince e lasca de cerejeira, 27,3cm, flexível.

– Mexa sua varinha, Jonathan - sussurou Tenessa Raufkof.

O efeito foi catastrófico. Todos os vidros da loja quebraram.

– Não, não. Vejamos esta. Coração de leão, 28cm precisamente, muito flexível.

Receoso do que poderia acontecer, Jonathan fez um curto movimento e faíscas queimaram sua mão.

– <i>Episkey!</i> - disse Cho.

Logo a mão de Jonathan ficou boa novamente, sob os olhos assustados e impressionados das crianças. E longos minutos transcorreram e muitos estragos foram feitos até que Sr Olivaras subiu na mais alta prateleira e trouxe uma varinha um tanto quanto verde.

– Talvez...esta. Tente

Esperando pelo pior, Jonathan moveu sua varinha e uma sensação quente e gostosa percorreu todo o seu corpo.

– Interessante. Muito interessante.

– O que é interessante, senhor? Por que experimentar tantas varinhas? - Jonathan perguntou intrigado.

– A varinha escolhe o bruxo, Sr Dumbledore. Nunca o contrário. Esta varinha que está em suas mãos é feita de pêlo de centauro e seiva de um salgueiro lutador, 27,9cm, muito flexível. É extremamente raro conseguir pêlo de centauro e retirar a seiva do salgueiro. Vamos esperar muitas coisas raras do senhor. Agora, senhorita, por favor. Tente esta.

O movimento da varinha ateou fogo em toda a loja. Os aurores lançaram o <i>acqua eructo</i> para apagar o fogo.

– Desculpe! - disse ao colocar cuidadosamente a varinha sobre a mesa.

– Vamos deixar os elementos do dragão longe de você, me parece. Tente esta. Pêlo de unicórnio e Elder.

A varinha simplesmente não fez nada.

– Hum, interessante. Veja, minha querida, é raro uma varinha não fazer nada. Eu lembro de todas as varinhas que já vendi para os alunos de Hogwarts e outras escolas até. Isto não ocorre com freqüência. Veja, esta varinha queria você, mas, por algum motivo que só você deve saber, ela resolveu não se manifestar.

– Não entendo.

– Um dia, quem sabe. Tente esta.

E ela tentou varinha após varinha e nenhuma ficava em sua mão. Sr Olivaras pensou que talvez ela também precisasse de uma varinha de centauro, por serem gêmeos. Um desastre. Ela quase atinge o irmão. E as tentativas foram sucedidas por muitos desastres. Sr. Olivaras não encontrava uma varinha para ela e isso o intrigava muito. Seria uma desonra ela sair de sua loja sem uma varinha.

– Talvez...muito pouco provável...tente esta.

Era uma varinha opaca e velha. Ela tremeu em sua mão, depois se iluminou e um vento morno atingiu seu rosto, fazendo seu cabelo voar. Sr Olivaras ficou muito sério, de repente.

– De que é feita? - Lizzie perguntou.

– Esta varinha foi um teste de meu pai que nunca havia dado certo para nenhum bruxo da época. Parece, no entanto, que ela esperava por você. Contém pena de águia, fios de juba de leão, suor de texugo e escama do chocalho de uma cascavel.

Todos os aurores prenderam a respiração.

– E...?

– E isso significa, minha cara, que esta varinha possui cada um dos animais símbolos da escola de Hogwarts. Existe um motivo para não haver mistura de elementos tão distoantes. Nunca dá certo, como meu pai comprovou anos atrás. Ao que parece, basta esperar pelo bruxo certo. É claro, uma mistura com tantos elementos que não entram em equilíbrio não é muito forte, pois existe muita luta interna. Gostaria muito que me escrevesse contando os sucessos e as falhas de sua varinha. Interessante. Isto pode revolucionar as novas varinhas! Se eu puder pegar um pouco de pena de testrálios e misturar com escama de sereieiro...

– O Sr Olivaras está começando a pirar. Vamos! - murmurou Cho.

– Isto paga pelas varinhas, Sr Olivaras. Obrigado e até a próxima. - agradeceu Gouderman.

– Crianças! - elas se aproximaram do balcão e ele murmurou. – Estas varinhas são muito especiais. Ambas. Garanto que perceberão isto. Espero grandes feitos de vocês. Hogwarts se orgulhará de varinhas tão especiais. Até mais

– Subam nas vassouras, rápido. A cerimônia vai acabar - disse Cho.
Last edited by Sheu on 07/03/09, 00:14, edited 1 time in total.
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Post by Bruxicca »

Olá... Parabéns pela a sua fic... Adorei os dois primeiros caps.... e ja estou anciosa por mais...

Bjos
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Abraços....Abracinhos....Abrações
Bruxicca

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Post by julie granger »

Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
mtoooo boa mesmo!
digna de JK!


continuaaaaaaaaaaaaaa!
I find love with you s2
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AS ESCOLHAS DO CHAPÉU SELETOR



O silêncio das últimas horas foi interrompido pelas perguntas de Peter sobre Hogwarts, magia e a guerra. Rose conversava animadamente por encontrar alguém que estava fascinado em ouvi-la falar sem parar, sem que parecesse que ela estava se gabando do conhecimento que tinha. Que culpa possuía se sua mãe tinha lhe dito absolutamente tudo o que ela precisava saber? Como balançar a varinha, que livros procurar na biblioteca, como cada professor de sua época gostava que as lições fossem feitas, etc. O que incomodava Rose era o fato de Alvo só falar uma ou duas vezes durante a conversa e ficar olhando o tempo todo através da janela. E nem adiantou ela dizer que tipo de criaturas tinha no lago e que James só estava brincando. Ele continuava com aquela expressão de quem foi estuporado.

De repente, logo após a curva, na noite que caía sobre o local, eles puderam ver a escola, toda iluminada e intacta. Nem parecia que ela havia passado por uma provação imensa há 19 anos. Estava nova em folha e as tradições, mantidas. Assim que desceram do trem, uma figura imensa surgiu da neblina gritando.

– Alunos do primeiro ano, por favor! Alunos do primeiro ano, venham até aqui. Façam uma fila, vamos alunos do primeiro ano!

Hagrid parecia um pouco menor, desde que tinha visitado a casa dos Potter. Quando viu Alvo e Rose não pôde conter sua emoção e deu um grande abraço nos dois, na frente de todo mundo.

– Que bom tê-los aqui, finalmente. Estão mais crescidos, eu acho. Será que Hogwarts estará pronta para mais um Potter e uma Granger?

– Tomara que sim! - sorriu Alvo.

Nesse momento Hagrid pôde distinguir uma cabeleira loira que nunca esqueceu e se virou para não encará-lo.

– Muitos retornos em Hogwarts, este ano - falou alto, sem pensar.

Então ele colocou as crianças nos barcos que, como mágica, atravessavam o Lago de Hogwarts sem nenhuma marola. Alvo olhou para todos os lados e finalmente para a água a fim de ver se algum monstro se aproximava.

– Não há monstro nenhum. - disse Rose. – James só estava chateando você!

Hogwarts parecia ainda mais altiva de onde eles a viam. Suas torres altas, suas paredes espessas e sem nenhuma rachadura, algumas mudanças internas, é verdade, mas em geral, estava tudo em perfeito estado. Animados, eles subiram as escadarias até encontrarem a Diretora McGonagall no pé da escada. 19 anos tinham causado poucas mudanças nela e havia quem dissesse que, nesses anos de calmaria, ela até rejuvenesceu. Apesar de ser a diretora da escola, ela nunca deixava de receber os primeiro-anistas e de lecionar Transfiguração.

– Silêncio agora, por favor. Sejam bem-vindos a Hogwarts. Eu sou a diretora e professora McGonagall. Este ano, vocês irão aprender muitas coisas sobre o mundo da magia, mas antes, deverão ser escolhidos para as casas de Hogwarts. Elas são Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina. As casas serão suas residências e famílias. Vocês poderão ficar o tempo livre nas salas comunais de suas casas e, se convidados por seus amigos, nas outras casas também. Alunos aplicados ganham pontos para suas casas e quem causa confusão perde ponto também. É muito importante que vocês ajudem suas casas a juntarem mais pontos porque, ao final, eles podem ganhar a Taça das Casas, uma grande honra. Agora, se fizerem o favor de me seguirem...

Dito isso, as grandes portas se abriram para o Salão Principal. Os alunos não podiam tirar os olhos do teto do salão. Alguém falou que não era o céu de verdade. Era um feitiço que permitia isso e que havia lido em Hogwarts: uma história. Passado o deslumbre inicial, sob os olhares de tantos alunos, os primeiro-anistas ficavam cada vez mais nervosos. McGonagall pediu que todos se aglomerassem na frente e pegou um pequeno banco e um esfarrapado chapéu. Estava ainda mais acabado, se isto é possível. De repente um som pareceu vir do chapéu como um murmúrio muito baixo. Os alunos veteranos se concentraram para saber o que o chapéu lançaria neste ano. Os primeiro-anistas tomaram um susto quando ele começou a cantar.
“Bem-vindos à nova e velha Hogwarts
Sempre pronta a recebe-los
Com gracejo e seus mistérios
Com foguetes e seus segredos
Aqui encontrarão uma nova família
Aqui encontrarão a primeira família
Aqui reencontrarão a sua família
É um tempo de novidades,
Que o vento leva e trás
A escolha sempre determina
O destino que cada um vai tomar
Talvez na grifinória
Sob o rugido da honra e coragem de ousar
Ou quem sabe na Lufa-Lufa
Com a justiça e lealdade acima de tudo
Tem até a Corvinal
De uma beleza e inteligência fenomenal
E não esqueçam da Sonserina
De força e astúcia sem igual
Cada um faz uma escolha
E as escolhas decidem por cada um
É um tempo de novidades
Que o vento leva e trás
É um tempo de retorno
Para as surpresas que já vêm”
Ao final, os alunos aplaudiram, como sempre faziam, e McGonagall deu inicio à cerimônia, em ordem alfabética.

– Bruce Bates Briniwick.

Muitos risinhos e comentários a respeito do sonoro nome do garoto foram ouvidos nas mesas. McGonagall colocou o chapéu seletor em sua cabeça e, como já era de se esperar, lhe caiu sobre os olhos de tão grande que era. De repente, Bruce começou a ouvir o chapéu seletor se decidir.

– Hum...vejo muita vontade e sabedoria em você. Ficará muito bem na...Corvinal!

Somente a última parte foi ouvida por todos e hurros vieram da Casa da Águia por terem o primeiro aluno do ano. McGonagall continuou.

– Peter Bovery Canaghan.

No mesmo instante o chapéu o mandou para Lufa-Lufa. Os hurros se repetiam em cada casa.

– Gilbert Goyle.

O chapéu nem precisou ser colocado totalmente.

Sonserina!

– Alicia Felix Knighty.

Corvinal!

– Khai Macbeer.

Sonserina!

E o mesmo processo se repetia para os outros alunos.

– Deymon Hyperion Malfoy.

– Hum...um puro-sangue. Vejo em você uma vontade de provar...um desejo de superação...Sonserina!

– Alvo Severo Weasley Potter.

O silêncio se instalou sobre a casa. Esse era o efeito que os Potter causavam quando saíam da tranqüilidade do lar. As pessoas não paravam de fitá-los. James podia curtir muito isso, mas Alvo era diferente. Isso o deixava muito constrangido. O pior foi acontecer: ele tropeçou quando subiu a pequena escada e quase derrubou o chapéu seletor. O Salão Principal veio abaixo em risadas. Ele respirou fundo, sentou no banco e esperou.

– Ora, outro Potter. Um prazer analisá-lo meu jovem. Vejamos...onde devo colocá-lo? Na casa de seu pai? Vejo muita coragem, mas também muito receio. Vejo muita sabedoria e vontade de vencer. Vejo um bom coração e desejo de aprender. E lealdade, acima de tudo.

Levou muito tempo para que o chapéu se decidisse e James aproveitou para comentar com todos e gravar na memória o momento em que o Chapéu Seletor quase engolia a sua cabeça.

– Sonserina não, tudo menos a Sonserina. Eu não posso ir para a Sonserina. Me escute como escutou meu pai. Sonserina não!

Alvo quase rezava para que isso não acontecesse. Ele não suportaria ver James zombando dele e viver na angústia sem saber se tornaria-se um bruxo corajoso ou das trevas.

– Não, Sonserina não é o lugar para você. Melhor que fique na...Lufa-Lufa!

Os aplausos demoraram um pouco para serem ouvidos, mas vieram. Da mesa da Lufa-Lufa que ficou toda de pé! Alvo olhou sem graça para McGonagall que lhe deu um sorriso um tanto desconcertado e para Rose, que estava incrédula. Era o primeiro Weasley-Potter a ir para a Lufa-Lufa. Tinha bons representantes, é verdade. Cedrico Diggory, vencedor do Torneio Tribruxo com Harry, a quem o mesmo admirava muito, tinha sido de lá. E seria um grande bruxo se a fatalidade de sua morte não tivesse chegado. James estava pálido e sem reação. Ele brincava muito com Alvo, mas não tinha noção de que o irmão poderia, de fato, sair em uma casa diferente e tão pouco falada. Incentivados pelos professores, o restante das casas aplaudiram também e os gritos de ´ganhamos o Potter´ ecoavam dos lufos. Alvo relaxou um pouco mais quando lembrou que Peter estava ali e Lucy Thomas, também. McGonagall prosseguiu.

– Tiago Grace Richards.

Ao subir no banco, Tiago arrancou suspiros das jovens da escola. Era, sem dúvida, uma promessa do menino mais bonito que Hogwarts já viu. Seu cabelo loiro liso, cortado no estilo emo, seu olho azul e sua pele branca um tanto bronzeada do sol eram a visão de um pequeno Deus grego em formação.

Corvinal!

– Gregory Hurlex Smith.

Corvinal!

– Amelia Bulstrode Vaugh.

Sonserina!

– Rose Granger Weasley.

Depois do que aconteceu com Alvo, Rose não estava mais tão confiante. Tudo poderia dar errado e ela ir parar em outra casa. Quem sabe até na Sonserina! Subiu tremendo até o banco e sua respiração ficou ofegante.

– Uma Granger! Então já sei onde colocar você, mocinha. Grifinória!

Rose entregou rapidamente seu chapéu para McGonagall que sorriu afetuosamente e ela saiu correndo ao encontro da mesa da casa. Feliz e sorridente. Vitorie Weasley veio imediatamente parabenizar a prima.

– Sandro Bones Williams.

Lufa-Lufa!

– Angelica Mardsen Wood.

Grifinória!

McGonagall fez o banco e o Chapéu Seletor voltarem para seus lugares e ocupou o posto mais alto da mesa dos professores que estava mais larga do que o normal.

– Deixem-me apresentá-los seus professores deste ano:
Prof. Rúbeo Hagrid, de Trato das Criaturas Mágicas
Prof. Horacio Slughorn e também diretor da casa de Sonserina, Poções.
Prof. Neville Longbottom, diretor da Grifinória, Herbologia.
Profa Carmelita Trelawney e diretora da Lufa-Lufa, leciona Feitiços.
Prof Binns, História da Magia.
Profa Sibila Trelawney, Adivinhação.
Prof Firenze, Adivinhação.
Prof. Arthur Weasley, leciona Estudo dos Trouxas.
Profa Rolanda Hooch, Vôo.
Profa. Aurora Sinistra, Astronomia.
Profa. Vector, Aritmancia.
Prof Mikael Marstrovich leciona Magia da Arte e é o diretor da Corvinal.
Eu, Profa McGonagall continuo a lecionar Transfiguração e o nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas teve um contratempo e não poderá lecionar este ano. Por isso, eu chamei um antigo amigo e aluno para substituí-lo de última hora: Harry Potter será o professor este ano.

Em meio a olhares surpresos e grande murmúrio na sala, Harry entrou, meio sem saber o que tinha que fazer. De repente, todos os alunos estavam gritando e de pé, aplaudindo. Muitos já estavam ansiosos em escrever as suas famílias para dizer que conheceriam Potter pessoalmente. Bem, quase todos. Poucos na Sonserina ousaram aplaudir simbolicamente. E na mesa da Lufa-Lufa tinha alguém aplaudindo, mas nem sequer olhando para Harry. É claro que ele já estava ali desde o início da cerimônia e resolveu não entrar para não desviar a atenção dos primeiro-anistas. Aquele deveria ser um momento único para eles. Ouvir Alvo ser selecionado para a Lufa-Lufa lhe frustrou um pouco, é verdade. Mas todas as casas eram dignas de receber os alunos e Cedrico tinha sido daquela casa. Talvez caberia a Alvo se tornar o homem que Cedrico teria sido para a Lufa-Lufa, se Harry não o tivesse levado direto para Voldemort.

– Espero que se dêem bem nas minhas provas - disse sorrindo.

De repente as portas do Salão Principal foram abertas e, de lá, surgiram Tenessa Raufkof, Larry Gouderman, Cho Chang, Dino Thomas e Luna Lovegood. No meio caminhavam duas crianças com cara de quem tinham acabado de passar muito mal.

– Por Merlim. São eles! - o Prof. Slughorn deixou escapar.

Ninguém estava entendendo nada, exceto os professores. McGonagall abriu um grande sorriso direcionado aos gêmeos e olhou para os aurores.

– Por que demoraram tanto?

Imediatamente o banco e o Chapéu Seletor estavam de volta ao Salão.

– Se aproximem, meus queridos, para que o Chapéu Seletor defina suas casas.

Minerva falou da forma mais carinhosa que poderia fazer. Harry e todos os outros professores continuavam a olhar fascinados para eles. Isso os intimidou. Os irmãos trocaram um olhar e Jonathan decidiu ir primeiro. Harry não deixou de perceber que o sorriso inicial de Elizabeth se transformou em um triste suspiro e um olhar que lembrava muito Dumbledore, quando algo devia ser feito.

– Muito bem, Jonathan Dumbledore. Sente-se, querido.

Quando McGonagall disse estas palavras, um murmúrio novamente tomou conta do Salão. Todos agora entendiam, afinal, a notícia dos herdeiros de Dumbledore corria solta no Profeta Diário. Depois da agitação inicial, veio o silêncio da expectativa. Que casa ficaria com os Dumbledore?

– Um Dumbledore? Isso é realmente possível? Que agradável surpresa! Onde será que devo colocá-lo? Vejo uma grande bravura. Menor, apenas, do que a justiça em seu coração. Vejo força, honra e uma incrível coragem. Além do grande amor e admiração que você carrega. E um desejo de proteger...você deve ficar na...Grifinória!

A mesa veio abaixo em ovações. Todos queriam cumprimentar o jovem Dumbledore. Olhos invejosos se direcionavam para a mesa dos grifinórios e isso vinha de todas as partes. Todos queriam um pouco de Alvo Dumbledore. Bom, os sonserinos pareciam não estar gostando muito dessa festa. Quando tudo silenciou, McGonagall convidou Elizabeth para sentar-se.

– Oh, o que? Pelas barbas de Merlim, estou vendo dobrado! Outro Dumbledore! Devo colocá-la na Grifinória, junto ao seu irmão? Vejo muita coragem e vontade de protegê-lo. Mas você também se daria muito bem na Sonserina. Você tem astúcia e uma vontade de descobrir tudo e conhecer tudo o mais rápido possível. Mas espere...você também é dona de uma incrível sabedoria, um tanto incomum. Sua lealdade está dividida, mas está aí. E esta cabecinha? Esta cabecinha já tem planos de iniciar seus estudos, de aprender mais e mais. Decidir sobre você é muito complicado. Tem características que agradam a todos os fundadores das casas. Isso é bom, mas será que é de todo bom? Onde devo colocá-la? Você fará grandes coisas na Gr...

As pessoas no Salão pensaram ter ouvido o Chapéu Seletor dizer Grifinória, mas nada saiu de sua boca a não ser algo que parecia ser um gemido.

– Eu não quero a Grifinória. Quero ir para a Sonserina. A Sonserina. Lá, é o meu lugar.

– Tem certeza? Na Grifinória estaria cercada de mais amigos.

– Sonserina. Eu tenho que entrar para a Sonserina.

– Bom, se é isso o que realmente deseja...Sonserina.

Ninguém da mesa se manifestou. Aliás, ninguém do Salão. Apenas Horacio Slughorn aplaudia animadamente. Os alunos e professores custaram a digerir o que tinha acabado de acontecer. Elizabeth caminhou até a mesa e se sentou. Os sonserinos a olhavam com desconfiança e custou a alguém lhe dirigir uma palavra ou sinal de boas-vindas. McGonagall foi a segunda a aplaudir, seguida por Harry e todos os alunos. Elizabeth pôde ver como Jonathan estava triste e quis lhe dizer algo, mas apenas sorriu amarelo e deu de ombros. Harry podia jurar que o Chapéu Seletor iria colocá-la na Grifinória, mas mudou de idéia no último momento. Por que? Será que ela pediu para ele colocá-la na Sonserina?

– Alguns avisos de praxe. Aviso a todos os alunos, principalmente aos do primeiro ano, que visitas à Floresta estão definitivamente proibidas. Não queremos outro incidente como o do ano passado. A Madame Pince pediu para avisar que, a partir de agora, todos os livros retirados da biblioteca deverão ser cadastrados com o nome do aluno, para evitar as brincadeiras e feitiços de confusão que temos encontrado neles. E o corredor das masmorras do lado direito está passando por reformas devido à infiltrações. Os alunos não devem entrar pois há risco de desabamento. Quem for pego no local sofrerá detenções. Nosso zelador Argo Filch irá assegurar que estas regras sejam cumpridas. Os monitores da Lufa-Lufa irão mostrar a nova entrada para o Salão Comunal. Agora, vamos ao banquete!

De repente as mesas se encheram de comida, que foram intocadas pelos primeiro-anistas por alguns segundos, por conta da surpresa. Mas logo estavam como os outros, devorando tudo o que viam pela frente. Logo surgiram os fantasmas das casas para dar boas-vindas aos alunos: Nick-quase-sem-cabeça, a Dama Cinzenta, o Barão Sangrento e o Frei Gorducho. Assustando e fazendo rir as crianças. Jonathan olhou para Elizabeth, que nitidamente, se desviava toda vez que o Barão passava por perto. Quando seus olhares se encontraram, ele fez cara de medo e se tremeu. Lizzie cruzou os braços e virou a cabeça.

Na mesa da Grifinória James estava inconformado.

– Meu pai teve que vir aqui e ver o babaca do Alvo ser escolhido pra Lufa-Lufa - seu tom era de descrédito.

– Pensei que queria ele na Sonserina.

– Claro que não, Rose. Ele é meu irmão e tinha que ficar aqui comigo, na casa da família. Mas não! Ele tinha que fazer tudo diferente, como sempre. E o papai vai ter que dar a maior força pra ele, sem parecer frustrado. Eu ficaria frustrado. Veja você! Passou sem problemas, Rose. Mas Alvo tinha que aprontar!

– Não fale assim. Tenho certeza que ele não teve culpa.

– Ouça sua prima, James. Imagine só o que está se passando pela cabeça do guri - disse Wood. – Ele nem conseguiu olhar para seu pai até agora. Olhe!

De fato, Alvo parecia que enfiaria a cara no prato a qualquer momento.

– Pa-pa-pára c-com is-isso, Al.

– Meu pai ainda está olhando para cá?

– Cla-claro. Vo-voc-você ne-nem o-o-o-olhou pra-pra ele!

– É muita vergonha, não consigo. - disse enquanto enfiava outro pedaço de bolo de abóbora na boca – Ele disse que eu seria capaz de escolher a Grifinória, mas eu não pude. Ele deve estar tão infeliz...

– Eu tô fe-fe-feliz p-por vo-vovo-você es-tar a-aq-aqui comi-comimi-comigo.

Alvo lhe transmitiu um sorriso. O primeiro da noite, desde que chegou em Hogwarts.

– Obrigado!

Peter sorriu de volta com tanta sinceridade que melhorou o astral de Alvo. Então todos começaram a fazer perguntas sobre como era ser filho de Harry, como estava sua mãe, se ele pretendia jogar Quadribol, se já tinha aprendido a voar e se tinha figurinhas para trocar. Alvo finalmente estava relaxando em sua casa. Quando olhou para Harry, ele estava comentando algo com Hagrid e se virou, dando um largo sorriso para seu filho.

Na Corvinal, Tiago estava sendo tão paparicado que nem agüentava comer mais. Até a Dama Cinzenta não saía do seu lado. Na Grifinória, embora James e seus amigos falassem de Alvo, o grande sucesso era Jonathan Dumbledore. Cercado de grifinórios que queriam saber onde ele morava, o que ele sabia do ex-diretor, se ele gostaria de tê-lo conhecido e do que conhecia do mundo dos bruxos. Foi de Angélica Wood a pergunta que ele realmente não queria ouvir.

– Você não está triste porque sua irmã foi parar em outra casa? Por que você acha que ela foi para lá? Ela é má?

Todos ao redor silenciaram, esperando sua resposta.

– Não. Lógico que ela não é má!

– A maioria dos bruxos que entram nesta casa não são tão bonzinhos. - disse um menino do segundo ano.

– Mas existem outras coisas que levam as pessoas para lá, não é?

– Não muitas. - Rose interferiu.

– Nós somos muito ligados. Brigamos, às vezes, mas fazemos sempre as coisas juntos. Não sei como vai ser agora. Tomara que continue a mesma coisa.

– É complicado, sabe? Os sonserinos e grifinórios não tem o que nós poderíamos chamar de relacionamento cordial. - explicou Rose. – Ela vai fazer amigos que podem mudar a cabeça dela e quando vocês menos perceberem, podem não se falar mais. Isso já aconteceu antes.

– Ninguém faz a cabeça da minha irmã. Você não a conhece como eu.

– Mas todo mundo aqui conhece a Sonserina. Eles são assim. - concluiu Angélica.

– Vamos, deixem Dumbledore comer em paz! - disse Diego Lockhart, monitor da Grifinória. Era seu último ano na escola e tinha o prazer de conhecer os descendentes de Dumbledore e, claro, o próprio Harry Potter.

Na mesa da Sonserina os alunos novatos como Goyle e Bulstrode-Vaugh eram muito bem-vindos. Poucos disseram algo para Elizabeth e Khai, um garoto apático que nem abriu a boca. Quem estava sofrendo mesmo era Deymon Malfoy. Provocações, azarações, humilhações, tudo o que estava ligado ao nome Malfoy parecia sujo aos olhos dos sonserinos e ex-servos de Voldemort. Quando um pedaço de comida jogado por Goyle acertou Malfoy ele perdeu a paciência.

– É melhor você parar, Goyle, antes que se arrependa.

As palavras saíam de seus dentes semi-serrados.

– Ui! Olha só! Parece que esse Malfoy tá achando que mete medo. Todo mundo sabe que os Malfoy são pura máscara. No fundo são uns covardes! Desistiram de lutar para buscar seu filhinho Draco e salvá-lo! - soltou uma gargalhada que vários sonserinos acompanharam.

– Seria difícil fazer você entender, Goyle. Vocês nunca são capazes de usar o cérebro.

Alguns sonserinos riram, o que encorajou Malfoy.

– Você está querendo uma lição, Malfoy?

– Por que? Você vai lançar algum feitiço em mim? Sua mamãe teve que lhe ensinar mostrando ou você finalmente conseguiu ser alfabetizado?

Malfoy conseguiu tirar mais risos da mesa, o que estava deixando Goyle extremamente irritado.

– Me diga, Malfoy, o que é pior: ter a fama de covarde ou dever a existência da sua vida a Harry Potter? - os sonserinos riram e ele continuou – Nem seu avô agüentou tanto sofrimento. Teve que se matar!

Nenhuma risada surgiu dessa vez, pois a cara de Deymon estava tão vermelha e seu olhos emanavam tanto ódio que eles só perceberam quando ele e Gilbert estavam engalfinhados no meio da mesa da Sonserina. O grito ritmado de incentivo à briga logo começou.

– Briga! Briga! Briga! Briga!

Não demorou muito para McGonagall interferir e levitar cada um de um lado de seu corpo.

– Muito bem, quem é o responsável por esta briga?

– Malfoy, diretora McGonagall! - Amélia respondeu rapidamente. – Ele falou alguma coisa sobre a morte do amigo do pai de Gilbert.

Ninguém da Sonserina a desmentiu e Deymon permaneceu em silêncio.

– Muito bem, mocinho. Amanhã à noite você cumpre detenção na biblioteca. Vou mandar um aviso para seus pais. E 10 pontos serão retirados da Sonserina.

Sobre protestos dos membros da casa, a diretora se retirou. Malfoy foi ainda mais odiado. Assim que o banquete terminou, os alunos se dirigiram para suas casas. Potter finalmente conseguiu chegar na mesa da Grifinória para falar com James, Rose e Alvo, que já se aproximava depois de sair da mesa da Lufa-Lufa.

– Olá, James! Nick! Parabéns, Rose!

– Obrigada, dindo. Quero dizer, Prof. Potter.

Ele sorriu.

– Pai, por que o senhor não disse que ia ser professor de Hogwarts este ano?

– Porque nem eu sabia disso, James. A Prof. McGonagall me enviou uma coruja em cima da hora para me pedir este favor e eu não pude negar. Oi, Alvo! - Harry abraçou o filho – Parabéns pela Lufa-Lufa!

James revirou os olhos.

– Sabia, James, que um dos melhores estudantes, inteligente e de muita coragem, que já conheci pertenceu à Lufa-Lufa? Não há vergonha alguma. Todas as casas de Hogwarts são dignas de seus alunos. Quem é seu amigo, filho?

– Peter Canaghan. Ele é filho de trouxas.

– Seja bem-vindo a Hogwarts e ao mundo da magia, Peter.

– O-o-o-bri-obri...valeu!

Harry sorriu.

– Vão logo para suas camas porque amanhã será um longo dia e vocês têm muito o que fazer.

As crianças se despediram e Harry voltou para perto dos professores.

– Bom vê-lo por aqui, Harry! - Arthur Weasley lhe deu um tapa nas costas. Ele continuava com seu jeito amoroso e saudosista, mesmo tendo visto Harry a poucos dias atrás.

– Uma surpresa e tanto para os alunos, devo dizer, mas não para mim. Eu sabia que você retornaria. Pude ver em minha bola de cristal - acrescentou Prof. Sibila Trelawney.

De repente, Harry foi suspenso no ar por duas mãos gigantes e o abraço quase o sufocou.

– Olá, Hagrid! - disse, com dificuldade.

– Harry é fantástico tê-lo por aqui! Canino estava morrendo de saudades do trio preferido dele e agora vamos poder ter a sua companhia sempre que possível!

– É claro!

Harry sorriu. Trocou breve palavras com os professores, então se aproximou de Minerva e dos aurores, que discutiam, mais reservadamente, o resgate dos Dumbledore.

– E eles ficaram animados com a idéia de vir depois que Luna lhes mostrou um feitiço simples de bolhas - finalizou Dino.

– Oi, pessoal!

– Oh, olá Harry - Luna sorriu – Dino estava concluindo a história toda.

– Então - continuou Minerva – Têm certeza de que não há mais nenhum detalhe que devemos saber? Vocês os observaram todo este tempo e, ainda assim, não têm suspeitas do porquê de Elizabeth Dumbledore ter entrado para a Sonserina?

– Ela é um amor de pessoa, diretora McGonagall. Eu a vi cuidando dos animais, ajudando os pais e em passeios sozinha pela propriedade. - Cho argumentou. – Tenho certeza de que não há traços das Artes das Trevas nas ações dela. A não ser...

Todos prenderam a respiração e olharam para a auror.

– Oh, diga logo de uma vez, Srta Chang! - Minerva já estava impaciente.

– Lembra, Luna, que ela perguntou sobre Dumbledore? E até pediu que falássemos dele durante a viagem?

– Sim.

– Mas isso é muito normal - disse Tenessa – As crianças têm curiosidades sobre a história de suas famílias biológicas.

– Para mim, pareceu que ela perguntava por outro motivo. Eu senti...que ela estava um pouco amargurada com toda a história.

– Sim - continuou Luna. – Ela estava triste, apesar da excitação. Dava para sentir o desequilíbrio do espírito dela.

– Ela sabia que Dumbledore tinha sido da Grifinória?

– Sim, Harry. Contamos isso para ela. - Dino lhe respondeu.

– Escutem. Pouco antes do Chapéu Seletor dizer que ela iria para a Sonserina, ele emitiu um ruído, vocês escutaram? Algo parecido com ‘Gr’.

– Eu não sei se foi isso que eu ouvi, mas ele emitiu um som sim, Harry. - Larry confirmou e os aurores concordaram com a cabeça.

– Então, eu acredito que ele iria colocá-la na Grifinória.

– Mas o Chapéu Seletor não muda de idéia - garantiu Minerva.

– Mas o aluno pode influenciar na decisão do Chapéu Seletor. Eu sei disso, por que passei por isso no meu primeiro ano em Hogwarts.

– Como assim, Harry? - Cho quis saber.

– O Chapéu Seletor queria me colocar na Sonserina, mas eu pedi que não me colocasse lá e ele acatou meu pedido e escolheu a Grifinória. Ela deve ter pedido para não ser da mesma casa de Dumbledore, por estar amargurada com tudo.

– Se isto realmente aconteceu, meu jovem, faz sentido - Minerva concordou.

– Mas isso também traz um problema, Prof. McGonagall - Harry continuou. – Dumbledore me disse, uma vez, que as escolhas que fazemos determinam quem nós somos. Se Elizabeth escolheu não ser da Grifinória e o Chapéu a colocou na Sonserina, ela deve ter algo que interesse a Salazar Sonserina.

– E não podemos desconsiderar que ela vem de uma linhagem significativa - disse Larry.

– Sim, sim. Por hora, vamos deixar os rios seguirem seus leitos. Estaremos de olho em tudo o que possa acontecer em Hogwarts. Agora vamos, vocês devem descansar depois de tanto trabalho pelo resgate das crianças. E você, Harry, precisa se preparar para amanhã.

Minerva tratou de encerrar o assunto e se dirigiu para os professores. Os aurores se despediram e partiram. Harry se perguntou se deveria consultar Dumbledore, em seu quadro, mas pensou melhor e desistiu, por motivo de força maior.
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Post by julie granger »

:palmas uhulllllllllllllllllll! muitooooooooooooo bommm!!!!

;)
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Uma nova fic está no ar ....
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SUAS CASAS, SUAS FAMÍLIAS


Alvo e Peter trataram de alcançar os monitores de sua casa. Rose iria com James que lhe ensinaria a caminho para o Salão Comunal da Grifinória. Os meninos logo encontraram o último aluno da Lufa-Lufa dobrando à direita da escadaria na saída do Salão Principal. Subiram correndo as escadas para o 2º andar e seguiram para o corredor. Entre a segunda porta e a terceira havia um longo espaço com marcas velhas de um quadro que deveria estar pendurado ali por anos. Os alunos se aglomeraram ao redor do monitor Zacarias Smith Júnior.

– Alunos da Lufa-Lufa, esta é a entrada provisória para o nosso Salão Comunal.

Diante dos olhares incrédulos e confusos dos alunos, que o divertiam, ele continuou.

– Para entrar é muito fácil, pois esta parede funciona como uma plataforma 9 ¾ seletiva. Apenas lufos podem entrar, a não ser que dê a mão ao seu convidado. Basta atravessar com segurança e você sairá na sala. Contudo, se estiverem distraídos, podem bater na parede ou parar na sala em que aguardaram ser chamados pela diretora McGonagall e devem subir as escadas outra vez. A diretora da casa, Prof. Carmelita Trelawney, preparou uma surpresa para os alunos. Assim que chegarem ao fim, entrem pela porta marcada pelo texugo. A outra está trancada e nem adianta usar alorromora. Aqueles que se sentirem preparados, podem passar.

Em instantes, vários alunos mais velhos da casa passaram pela parede sem problemas. Alguns alunos do 2º ano ficaram receosos e deram de cara com a parede. Outros do 3º passaram e, em poucos minutos estavam de volta com os cabelos em pé e um sorriso estampado no rosto. Zacarias Júnior fez sinal para que mantivessem segredo. Sandro Bones foi o primeiro novato a passar pela parede. A julgar pela demora do retorno, ele havia conseguido, sem problemas. Alvo decidiu que, após uma menina que usava maria chiquinha e tinha o cabelo rosa, ele iria. Respirou fundo, olhou para a parede e não teve medo. Se ele passou pela plataforma 9 ¾, passaria ali também. Alvo, como todos os alunos, esperava encontrar chão firme do outro lado, mas não foi o que aconteceu. No instante em que passou pela parede, Alvo caiu em um túnel amarelo que dava voltas e curvas como um tobogã. Ele gritava sem parar porque não sabia se tinha pego o caminho certo ou se iria parar na sala em que foram recepcionados. O tobogã começava como uma queda livre e dava duas voltas até que, finalmente, terminava como um escorregador. Quando Alvo abriu os olhos, estava dentro de uma gelatina e uma força invisível o empurrava para fora, suavemente. Quando saiu daquela coisa molenga, ele percebeu que não estava nem um pouco sujo. Em seguida, veio Peter. Os dois riram muito e se dirigiram à porta com o texugo. Saíram por trás de um quadro de pomar de macieiras, derrubando algumas maças do pé.

O Salão Comunal da Lufa-Lufa era um lugar muito aconchegante e convidativo. Tinha um eterno cheiro de bolinhos recém-saídos do forno e estava bem quentinho, para o outono. Varias faixas amarelas estavam penduradas no teto, uma ao lado da outra, formando um forro de tecido sobre o negro do teto. As poltronas eram tão largas que dariam para três alunos do 1º ano sentarem confortavelmente. Do lado direito da sala tinha uma lareira que ninguém usava mais e que agora, após a idéia de Mafalda Hanksy, do 5º ano, era o quartinho do mascote da casa: um texugo. Acima da lareira estava a Meiga Lufa-Lufa das Planícies, como o Chapéu Seletor a chamava. Helga Lufa-Lufa sorria para os alunos e desejava boas-vindas. Bem no meio da sala estava uma mesa redonda com três tigelas de barro, feitas pelo Frei Gorducho, o fantasma da casa, enquanto ainda estudava. Elas eram sempre repostas pelos elfos da cozinha, que ficava em algum lugar ali perto. Por isso, na casa da Lufa-Lufa nunca faltavam bolinhos que variavam de sabor a cada semana, frutas frescas e petiscos salgados. Havia um grande barril metade com suco de abóbora e metade de água do lado oposto ao que eles entraram, em frente à pintura do pomar. Zacarias Júnior apareceu por último e anunciou:

– Para aqueles que não perceberam, ao sair da gelatina existe, do lado esquerdo, um grande barril. Ele comporta até 5 pessoas e as leva para a mesma parede que entraram, está bem? Do lado direito é o dormitório dos meninos e do lado esquerdo, das meninas. Podem ir para seus dormitórios, porque amanhã temos aula bem cedo.

Dito isso, Zacarias se encaminhou para o longo corredor e entrou na terceira porta. O caminho para o dormitório era um pequeno túnel, com suas laterais retas e seu teto em forma de arco, cujas portas para os quartos eram perfeitamente redondas, como a tampa de um barril. Pelo corredor estavam fixados diversos quadros de ex-estudantes da casa. Uma prova de como eles se tornaram leais à Lufa-Lufa. Lucy Thomas veio correndo ao encontro de Alvo e Peter, quando os viu.

– Bem-vindos à Lufa-Lufa! - e deu um largo sorriso. – Estou muito feliz que estejam aqui. Eu era a única da turma que ainda não tinha companhia. Ah! Desculpe, Alvo, por não ter entrado na Grifinória. Mas eu acho que você vai mostrar muitas coisas pra todo mundo. Não é legal ter o tio Harry como professor? Tão legal quanto o tio Longbottom!

– Eu só não quero fazer besteira na frente do meu pai.

– Até o mais esperto faz besteira, Alvo. Vocês já viram que fofo é o Ruffus?

– Q-que Ru-ruru-Rufus?

Lucy caminhou até a lareira e pegou um pequeno animal nos braços, aconchegando-o.

– Nosso mascote, é claro. Este é o maior segredo da Lufa-Lufa, porque ninguém pode ter um bichinho aqui que não seja um gato, uma coruja ou um rato. Mas nós temos o Rufus! Eu preferia que o nome dele fosse Niemerésis, mas ninguém votou na minha sugestão.

Os dois trocaram olhares significativos.

– Desculpe, Lucy, mas eu vou pro quarto, estou muito cansado.

– Oh, não se preocupe. É o último à direita. Oh! E espero que vocês durmam com o ronco

– Que ron-ro-ronco?

– Do Frei Gorducho, é claro! - e sorriu.

Lucy ainda brincou um pouco com Ruffus antes de dormir. Alvo e Peter foram passando pelo corredor olhando os retratos dos ex-alunos da Lufa-Lufa. A maioria estava em grupo, outros em casal e poucos sozinhos. Todos sorriam e davam acenos de boas vindas. Quando entraram no quarto redondo, outros 2 garotos já estavam terminando de desfazer suas malas.

– Oi, eu sou...

– Alvo Severo Potter, nós sabemos. – disse um menino gordinho de face rosada e olhos castanhos - È um grande prazer ser seu colega de quarto. Eu sou Detrio Arinellus e ele é o Timmy Bunglinton.

Timmy segurava um pano velho e esfiapado. Tinha a face magra e amarelada e os cabelos castanhos cheios, o que logo lhe rendeu o apelido de Leão da Lufa-Lufa.

– É só uma pena pegarmos o quarto do Frei. E eu que pensava que estava livre dos roncos do meu irmão mais velho.

– Eu sou Sandro Bones Williams, meus pais foram dessa casa.

– M-meu n-no-nome é Pe-Peter Ca-cana-Canaghan.

– Você é g-ga-gago ou o que? - perguntou Detrio rindo.

– G-ga-gago m-mesmo. - disse seco.

– Oh, desculpe. Foi mal.

– T-tudo b-bem. A-acon-aconte-tece!

– Que cama você prefere, Peter?

– T-tanto f-faz!

Alvo abriu sua mala e separou a roupa da manhã seguinte e Peter fez o mesmo. No quarto dos lufos não tinha nenhuma janela, pois o Salão Comunal ficava no subsolo da escola. Contudo, Helga Lufa-Lufa não havia deixado seus alunos sem a vista do sol ou da lua. Havia uma pintura bem ao lado da entrada, que mudava a paisagem segundo o tempo do lado de fora de Hogwarts: dia, noite, tempestade e até neve! Assim, os alunos sempre sabiam o que vestir ao acordar. Não havia cortinas, as camas eram largas, espalhadas numa tentativa de formar um círculo e unidas nas cabeceiras por prateleiras. Tudo isso porque a fundadora da casa decidiu tratar a todos os alunos de sua casa como iguais. Alvo ouviu os pais e os tios descreverem tanto o Salão Comunal e o quarto da Grifinória, mas achou que os da Lufa-Lufa não deixavam a desejar não. E eles nem sabiam o quanto ali parecia legal.

– Muito legal este quarto, não é?

– M-muito, Alvo

– Dizem que a cozinha, onde os elfos trabalham, é perto da entrada da nossa casa. Mas a gente nem pode ir lá, agora que tem aquela infiltração. - Detrio se lamentou.

– E como é que os elfos deixam o prato de comida cheio daquele jeito no Salão Comunal? - Timmy perguntou.

– Mágica, ora! - Sandro respondeu, irônico.

– Ah, é! - e todos riram.

– Alvo, como é o Sr. Potter? Como professor? - Timmy perguntou.

– Eu não sei. Eu nunca pensei no meu pai como professor de Hogwarts.

– Ele deve saber muitos feitiços contra a magia negra, né? Ele lutou com Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e os Comensais... - Sandro falou olhando diretamente para Alvo.

– Deve saber, mas meu pai não costuma falar sobre essas coisas. Para ele, tudo isso é passado e deve ficar lá.

– Graças ao Merlim que seu pai existiu, viu? Por que nossa vida ia ser muito difícil se o Outro tivesse triunfado - afirmou Timmy, agarrando seu lençol.

– O que é isso na sua mão? - Alvo finalmente perguntou.

– É meu lençol da sorte. Minha mãe me deu quando eu era pequeno e sempre carrego ele para onde quer que eu vá. É como um talismã.

– Você não pretende levar para as aulas, não é?

– Claro que não, Potter. Eu posso ser um pouco distraído, mas louco ainda não sou.

Todos riram mais uma vez. Deram boa noite e foram dormir. O céu de Hogwarts estava repleto de estrelas e nenhuma nuvem. Uma noite linda e tranqüila para se dormir. Mas Alvo se mexia demais em sua cama. Não podia deixar de pensar que toda a sua família estava na Grifinória e ele não. Será que ele tinha qualidades tão distoantes dos interesses de Godric Grifinória? Não era corajoso o suficiente? E o pior de tudo era que Harry, seu pai, estaria presente e saberia de toda besteira, das notas baixas, das humilhações que poderia passar... Alvo estava com medo, com muito medo do seu primeiro ano em Hogwarts. Será que seu irmão James também se sentiu assim? Ele duvidava. James sempre foi muito safo e corajoso. Ele sim parecia com Harry em suas ações. Alvo era só a promessa externa de um Harry Potter por ser tão parecido, mas internamente, era muito diferente. Quando Alvo estava quase pegando no sono, ouviu-se um barulho terrível.

Rooooooonc

– O que é isso? - Timmy acordou assustado segurando seu lençol.

– Lumos! - Sandro falou e iluminou seu quarto.

– Parace...um ronco? - Alvo arriscou.

– Ah, não. O Frei Gorducho! - disseram quase ao mesmo tempo.

O Frei Gorducho estava dormindo tranqüilamente bem em acima da cama de Alvo.

Ronc Ronc Rooooooonc

– Alguém, por Merlim, acorda ele!

– E como é que a gente acorda um fantasma., Timmy? Sacudindo ele? Primeiro que a gente não alcança e segundo que a gente nem pode tocar nele. - Détrio afirmou.

– Eu não sabia que fantasmas dormiam - Alvo comentou.

– E e-ele se-sese-sente s-se a g-gente joga-gar a-a-algo, Dé-dedé-detrio?

– Não sei. Nunca perguntei a um fantasma se ele sentia algo quando a gente joga algo nele

– Meu pai disse, uma vez, que o fantasma da Murta Que Geme, que fica no banheiro das meninas do segundo andar, se ofendeu quando alguém jogou um livro nela.

– A g-gente n-não po-po-pode of-ofend-ofend-ofender o fan-fanfan-fant-fantas-fantasma da nos-nossa ca-casa, né?

Rooooooonc

Os três se olharam e realmente não sabiam o que fazer. Não tinha outro jeito a não ser colocar algodão nos ouvidos, abraçar o travesseiro sobre as cabeças e tentar dormir com aquele barulho de serra elétrica.

Ronc Ronc Rooooooonc

***

Outro que finalmente já havia conseguido subir para o quarto e estava alojado em uma das 5 camas com suas cortinas vermelhas era Jonathan Dumbledore. O que mais chamou a atenção dele enquanto caminhava para a sala da casa foram as escadas que mudavam de lugar, os quadros se mexendo na parede e a quantidade de corredores e portas do castelo. Tudo era novidade. A sala da Grifinória ficava no sétimo andar, em uma das bases das torres de Hogwarts. Como sempre, lá estava a pintura da Mulher Gorda guardando a entrada. Dessa vez, a senha era chifre de unicórnio. Atravessando o buraco estava a conhecida lareira, os sofás e poltronas da sala e as escadas da torre que levavam aos dormitórios das meninas e dos meninos. Ele só ouviu elogios sobre Alvo Dumbledore e histórias fantásticas dos pais de muitas crianças enquanto esteve no Salão Comunal da Grifinória. John estava muito eufórico e, ao mesmo tempo, triste. Ele já podia sentir tanto a falta das conversas em código Morse na parede que dividia seu quarto com Elizabeth, das brigas pelo uso do banheiro e da companhia da irmã para tudo. Ele tinha a certeza de que ninguém faria a cabeça da irmã. Mas e se fizessem? E se Lizzie se tornasse uma bruxa do mal e eles nunca mais se falassem? Esses pensamentos o assustavam tanto que John tinha medo de dormir e sonhar com um futuro tenebroso.

– Cara, para de se mexer - Jerry Marvelick reclamou.

– Foi mal. Eu estou um pouco ansioso.

– A gente também, Jonathan, mas se você não parar de se mexer nessa cama barulhenta a gente não vai conseguir relaxar pra dormir - continuou Mark Tedesco.

– Fale por si só. Finelius Flowerwet já está no 13º sonho. Nunca vi um cara apagar tão rápido.

– Gus, você que é um cara inteligente, não conhece nenhum feitiço que faça essa cama parar de ranger, pelo caldeirão de Merlim?

Diante da cara de sono de Jerry, Gustav Rowlang sorriu e puxou sua varinha.

– Finito Sonorus!

E a cama de Jonathan não fez mais nenhum barulho.

– Valeu!

– Vocês já podem fazer feitiços?

– Claro que sim, Jonathan. Agora já estamos em Hogwarts. Você sabe que se fizer algum feitiço fora da escola antes de ter 16 anos você é expulso, não sabe? - perguntou Gustav.

– Não sabia não.

– Que mole! Cara, não importa onde você faça, os farejadores do Ministério sempre acham você e não há meio de voltar para a escola depois disso! - Jerry explicou a John.

– Obrigado pelo aviso, então. Onde você aprendeu esse feitiço, Gus...?

– É Gustav. Mas pode me chamar de Gus mesmo. Eu aprendi com meu pai. Ele me deu uma varinha de borracha para eu praticar os feitiços antes de entrar para Hogwarts. Ele acha que eu poderia ter uma educação em casa, sabe? Como algumas famílias de bruxos ainda fazem, para manter a tradição e segredo de alguns feitiços. Mas minha mãe não deixou deu de ombros e sorriu.

– Ter educação em casa é muito bom. Eu e Lizzie passamos anos estudando em casa e faz só 3 anos que fomos para uma escola de verdade.

– Vocês são Dumbledores. Os dois deveriam estar na Grifinória - Mark argumentou – Pela linhagem, principalmente. Vocês são meio trouxas, não são? O que você acha que aconteceu, de verdade?

– Não sei. Eu ainda não conversei com Lizzie depois que a gente entrou naquele Salão. Mas acho que somos meio trouxas sim. Minha mãe disse que minha mãe de verdade fazia umas coisas estranhas, mas que minha avó era bem normal.

– De qualquer forma, eu acho que você tem que se preparar, sabe? Nenhum bruxo que saiu de lá foi boa coisa. Aquela casa é amaldiçoada, tenho certeza. O fantasma Daquele-que-não-deve-ser-nomeado pode estar em qualquer lugar da casa. Dizem que ele foi morto por Harry Potter bem ali no Salão Principal, há 19 anos.

O tom de Jerry era bem sério.

– Eu ainda não sei bem essa história. Os aurores falaram, mas eu não entendo.

– Nem a gente, na verdade. Nossos pais não falam sobre esse assunto. Dizem que foi a pior época da bruxaria. - Gus explicou. – Pessoal, vamos dormir, vai? Amanhã eu quero estar disposto para a aula de DCAT.

– DCAT? Não tem isso na minha lista. - Jonathan assegurou.

– É Defesa Contra as Artes das Trevas. A gente abreviou, só isso.

Todos riram e deitaram em suas camas. Jonathan foi até a janela e ficou sentado ali por um tempo, pensando em toda esta mudança que estava acontecendo em sua vida. Um dia, um simples filho de fazendeiro e na outra, o neto de um grande bruxo. Aquilo tudo parecia um sonho do qual ele despertaria a qualquer momento, mas a verdade é que Jonathan não queria despertar. Era tudo tão mágico para ele e havia ainda tantas coisas sobre sua família que ele gostaria de saber...será que ele tinha algum primo bruxo? Ou tio? Ele olhava para as estrelas como se delas viesse a resposta para todos os seus questionamentos. De alguma forma, Hogwarts passava uma energia muito boa para ele, como se dissesse ‘seu lugar é aqui, jovem Dumbledore’.


***

Em outro quarto da Grifinória, exatamente acima do de Jonathan, James ainda estava sentado sem abrir seu malão, pensando no que seu irmão tinha na cabeça. Olívio tentava persuadi-lo a dormir, mas James não se conformava.

– Ele pode ser a grande revelação para a Lufa-Lufa, James.

– Ele tinha que estar aqui, junto da gente, Oliver!

– Vai ver ele é diferente, amigo.

– Como assim diferente? Ele é um Weasley-Potter, Nicolas. Somos todos Grifinórios!

– Bom, agora não.

– Rafiuski, você não está ajudando. - Oliver recriminou o amigo.

– Desculpe. Mas veja bem, James, talvez o garoto queira sua individualidade. Ser alguém aqui dentro, sabe? Sair da sombra do nome Harry Potter Grifinória.

– É O QUE, RAFIUSKI? - James estava irritadíssimo.

– Era o que minha mãe diria. Ela é psicóloga.

– Rafiuski, se não dá pra ajudar, não atrapalha, cara. - Adam Finnigan pediu. – James, talvez o Chapéu Seletor tenha errado.

– E ele já errou alguma vez?

– Não. - Nicolau respondeu prontamente, sob os olhos incrédulos de Adam.

– Seu pai não aceitou numa boa, cara?

– Sim, Oliver, mas ele é o pai do Alvo também, né? O que ele podia fazer? Esbofetear meu irmão por ter saído em uma casa que a gente mal ouve falar? Claro que não. Ele teve que inventar uma desculpa qualquer pro meu irmão se sentir aceito. Minha mãe deve estar arrasada.

– Você precisa deixar isso pra lá. Agora ele já está na Lufa-Lufa mesmo e não tem transferência em Hogwarts, esqueceu? - Nicolau tentou encerrar a conversa.

– É...mas não é justo, sabe? Não é. Ele devia estar aqui. Eu devia protegê-lo como irmão mais velho.

– E ele deixou de estar aqui? - Rafiuski perguntou e todos olharam calados para ele – E pelo que eu sei, você não deixou de ser o irmão mais velho.
James abaixou a cabeça.

– Não deixei de ser, não.

– Então ajuda o guri, cara. Ele deve estar arrasado, mas ele não pode escolher, não é? Ele caiu na Lufa-Lufa e pronto. Goles pra frente. Você ainda pode ensinar tudo a ele, menos quadribol, porque a gente pretende continuar ganhando da Lufa-Lufa.

Todos riram com a última observação de Rafiuski. Oliver foi ao encontro do colega e passou o braço sobre os ombros.

– Rafi, quando você erra, você erra feio, camarada - todos riram e Oliver se levantou e fingiu estar com a goles – Mas quando você acerta, meu amigo, faz o ponto glorioso da vitória para a Grifinória!

Todos voltaram a rir.

– Você já repararam uma coisa?

– No que, Nick? - Adam quis saber.

– Tá todo mundo em Hogwarts. Quero dizer, todos os descendentes daquela época, sabe? Weasley, Potter, Granger, Longbottom, Johnson, Wood, Lovegood, Thomas e até o Dumbledore. Não é demais?

– É, mas nós temos também Malfoy, Goyle, Bulstrode e Parkinson, né? Os do mal. - Rafiuski completou.

– Ah, mas nós estamos em maior número. E o pior deles não tem descendentes, né? O Ministério pesquisou bastante e saiu no Profeta Diário. Meu pai tem guardado isso no baú do sótão há anos. Só por garantia. - Nicolau assegurou.

– A gente poderia fazer uma recepção de boas vindas para os sonserinos, né?
James estava com aquele olhar de quem tinha um plano em andamento.

– Em que você está pensando, Potter? - Oliver já parecia aceitar a proposta do amigo.

– Algo amigável, é claro. - os amigos trocaram olhares e sorrisos. – Por acaso, e só por acaso, dei uma passada na loja do meu tio para dizer oi, quando estávamos comprando os livros desse ano. Tenho um estoque extra de bombas de bosta, penas alérgicas, papiros enganadores, balas de vômito e das novas megapimentas. Além disso, meu tio me ensinou um feitiço que deixa a pessoa azarada com a voz da primeira pessoa que falar com ele.

– Quem você tem em mente? - Adam perguntou.

– Estive pensando em...Goyle, Bulstrode. E depois, Malfoy.

Todos riram.

– Será um longo ano para os sonserinos. - Nick disse.

– Ô! De que vale uma escola, se você não pode brincar com seus colegas? - James ironizou.

Todos riram novamente e Rafiuski mudou de assunto.

– Você pegou que matérias, James?

– Trato de Criaturas Mágicas, é claro, e Adivinhação. Oliver e Nick também ,não é?

Somente Oliver confirmou.

– Nick! Era pra você ter pego as mesmas matérias!

– Eu sei, James. Mas eu queria pegar Magia da Arte no lugar de Trato das Criaturas Mágicas.

– Magia da Arte é coisa de menina! - Potter retrucou.

– Não é não. Conversei com meu pai. A gente aprende a misturar feitiços para fazer arte.

– Ainda é coisa de menina, para mim.

– É por isso que os artistas são tão incompreendidos - Nicolau reclamou.
– Então a gente não se vê nas aulas do Prof Hagrid. Faço Adivinhação e Aritmancia. - disse Rafiuski.

– Então a gente não se vê de jeito nenhum, Rafi. Pego Trato de Criaturas Mágicas e Runas. - Adam falou, meio triste.

– Aritmancia é muito complicada pra minha cabeça. - James afirmou.

– Por que não pegou Arte da Magia? - Oliver brincou.

– Páaaaara! - brincou também.

***

No quarto das meninas, havia ainda muita empolgação e conversas sobre as famílias. Angélica Wood, Rose Weasley, Flika Ulimer, Tina Rossalvo e Barbra Stevenson logo descobriram que tinham muitas afinidades. Decidiram que tirariam todas as cortinas e espalhariam pelo quarto para fazer uma decoração única, que colocariam um painel de fotos geral e que todos os amigos que fizessem deveriam constar no quadro e que uma ensinaria a outra tudo o que aprendesse e fosse necessário para sobreviver em Hogwarts. E, claro, falaram dos meninos.

– Aquele Tiago da Corvinal é tudo!!! Só assim pra eu querer ser da Corvinal, viu? - Angélica falou toda animada. – Imagina se ele viesse pra Grifinória??

Houve um suspiro geral.

– E acho que aquele menino da Corvinal, o Bruce, tem seu charme. Vocês repararam que olhos cor de mel?

– O Malfoy também é bonitinho, vai! - Barbra falou, mas pelo olhar das companheiras de quarto quase se arrependeu.

– Ele é um sonserino!! A família dele era aliada de Voldemort! - Rose disse assustada.

Barbra ainda tentou argumentar:

– Mas isso já passou, né? Vai...tira essa capa ‘do mal’ dele e olha direito...ele é bonitinho sim.

– Eu acho que uma vez da Sonserina, já não presta! - Rose continuou afirmando. – O que você acha, Angélica?

– Acho que a família dele fez muita coisa errada, mas ele não tem que pagar o pato como ele tá pagando. Você viu a confusão na mesa da casa dele? Ele já pegou detenção e eu ouvi uma menina da Sonserina dizer que quem começou a briga foi o Goyle.

– E porque ele não disse nada? - Tina perguntou a Angelica.

– Porque ele não queria ser dedo duro, né?

– Ainda assim. Malfoy pra mim é Malfoy.

Rose continuava irredutível.

– Vocês repararam naquela menina estranha que entrou para a Sonserina? Credo, parecia um fantasma! - Flika comentou.

– Foi mesmo. Todo mundo ficou olhando pra ela. E ela é a maior de todas, você percebeu? Alta e magérrima! Podia ser modelo...se tomasse um solzinho de vez em quando.

As meninas riram com o comentário ácido de Barbra.

– E o Dumbledore? Será que ele é tão bom quanto O Dumbledore? - Flika perguntou às meninas.

– Deve ser. Está no sangue. - Rose argumentou.

– Ele também é bonitinho. Mas achei ele meio bobo. - Tina falou com o olhar distante.

– Os meninos amadurecem depois das meninas. Eles devem estar pensando em Quadribol, brincadeiras e coleção de cartas. - Rose afirmou categórica.

– Eu o ouvi dizer que veio do interior de NewCastle. Foi criado na fazenda junto com a irmã por pais adotivos. Parece que a mãe dele morreu muito cedo.

– Credo Angélica! Você está quase uma Madame Bisbiota! - Tina disse.

– Quem? - Rose perguntou para as meninas.

– Madame Bisbiota é uma grande fofoqueira que escreve para o Duas Faces, aquela revista de fofocas de bruxos famosos ou um pouco conhecidos. Ela parece ouvir tudo, saber tudo. Só que ninguém acredita nela. Nunca tem provas. Sempre ‘ouviu dizer’... E parece que é um mal de família, viu? Porque toda a família Bisbiota tem se revelado uns bisbilhoteiros de plantão, desde quando Hogwarts foi criada, há mais de 1020 anos.

– E como você sabe de tudo isso, Tina?

– Ah, Rose, minha tia-avó é uma das leitoras da revista. Tem até uma publicação especial de uma revista sobre a contribuição para revelar os segredos ocultos que a família dela fez aos bruxos. Foi proibida de circular na época pelo Ministério, porque tinha muita fofoca. Minha tia-avó diz que até Dumbledore concordou com o Ministério. Isso porque tinha coisa da família dele também.

– Ah, tá. Queria ler...só por curiosidade.

– Eu peço pra minha tia avó enviar por correio pra você, ta?

– Obrigada, Tina!

– Como será que o Alvo está? - Angélica perguntou pensativa.

– Deve estar arrasado, né? Eu ficaria. Ainda mais com o pai dele vendo tudo e estando aqui todos os dias...deve ser uma pressão danada. Eu queria que ele estivesse aqui e a gente pudesse estudar juntos, como sempre fizemos

– Hum...eu acho que alguém gosta do Potter!

As meninas riram com o comentário de Barbra, exceto Rose.

– Claro que não. Eca! Ele é meu primo!

– E daí?

– Daí que ele é meu primo, Barbra. Nem penso nessas coisas.

– Pois devia, viu? Porque ele é todo tímido e isso é muuuuuito fofo!

– Ele é só...meu primo.

Rose fez uma careta e as meninas riram. Angelica bocejou e contagiou todas as meninas.

– Vamos dormir, gente? Amanhã não quero me atrasar para a minha primeira aula.

– E vai ser com o fofo do Alvo e o sogro da Rose!

Todas riram.

– Pára! - pediu Rose, chateada.

– Você vai sentar com ele, Rose? - Barbra continuou abusando e Rose fechou a cara.

– Ta bom já, gente - Flika tentou pôr as coisas em ordem – Deixa a garota em paz, Barbra. Liga não, porque Barbra é assim mesmo com todo mundo. Mas sem ela fica tudo chato, então, primeira lição de Hogwarts: sobreviver a Barbra Stevenson! - e todas riram.

– Vamos dormiiiiiiiir! - Angélica pediu encarecidamente e cada uma se dirigiu para sua cama.

***

Foi no fundo do grupo que Elizabeth andou até o Salão Comunal da Sonserina. Entrando na porta do lado esquerdo à escadaria principal, os alunos caminharam pelo corredor da esquerda com uma inclinação para baixo. Virando na 2ª entrada a direita, descendo as escadas das masmorras, e dobrando, mais uma vez, na primeira ala à esquerda, os alunos da Sonserina atravessaram o extenso corredor repleto de salas até o fim e encontraram uma parede de pedras escuras e um pouco úmida, sem saída, com duas gárgulas de cada lado. Apertando os olhos da estátua da direita, uma passagem secreta se abria do lado esquerdo do corredor permitindo a passagem dos alunos.

O Salão Comunal da Sonserina era uma longa sala esculpida em paredes de pedras negras como a noite e um ar gélido. Por ser perto das masmorras e do Lago de Hogwarts, era possível ouvir o barulho quando o lago era agitado por tempestades, do gotejamento em algum lugar ali perto e de portas batendo. Os sofás eram feitos de pedra e pouco confortáveis. Havia mesas e escrivaninhas de madeira escura e objetos de leitura. Lâmpadas verdes circulares pendiam no teto e, por isso, o salão tinha um ar frio e impiedoso. O emblema da Sonserina estava exposto dos dois lados do salão e estátuas de serpentes e cobras adornavam todo o espaço.

O dormitório dos alunos ficava ainda mais embaixo, descendo as escadas através de outra passagem secreta que era aberta empurrando a cabeça da cobra ao lado da lareira. Uma escada era revelada abaixo dela e se bifurcava para os dormitórios das meninas e dos meninos. Os dormitórios do primeiro ano ficavam na parte mais fria do corredor. As camas também eram talhadas na pedra com um colchão confortável e travesseiros de pena de coruja. A decoração era parecida com o Salão Comunal, exceto pela presença das cortinas verdes. Elas poderiam ser utilizadas como divisor de espaço e poderia isolar a cama em um quadrado perfeito, possibilitando ao aluno da casa total privacidade. Elizabeth tentou entrar nos quartos, mas estavam todos ocupados. Quando abriu a última porta, deu de cara com Amélia Bulstrode-Vaugh. Quando ela ameaçou apontar o dedo para fora, Lizzie se adiantou.

– Nem adianta me botar para fora. Este é o último quarto em que ainda há vagas.

– Eu sei. Fui eu quem botou todo mundo para fora. Esse quarto é só meu e você vai tratar de arrumar um outro lugar para ficar, porque eu não vou dormir com alguém que tem o sangue de Dumbledore.

– Então não devia ter colocado todas as meninas para fora, porque agora não tem mais quartos.

– Durma no chão do corredor!

– Você não manda em mim.

– Eu boto você pra fora a força!

– Duvido!

– Foi você quem pediu, caipira! - e dobrou as mangas da roupa.

Amélia Vaugh era uma menina muito grande e forte para a sua idade, mas Elizabeth não se deixava intimidar com muita facilidade. Se ela brigava com Jonathan, podia muito bem brigar com a grandona. As duas se engalfinharam no chão e se estapearam por um bom tempo. Amélia conseguiu dar um murro em Elizabeth, partindo sua bochecha, que revidou com um chute nas canelas. Com raiva, Amélia puxou os cabelos da outra e a colocou do lado de fora da porta. A briga atraiu olhares curiosos.

– Agora você vai ficar aqui fora, Dumbledore!

As meninas no corredor começaram a rir e torciam para Amélia. Ninguém parecia querer ser a próxima vítima. Gritos ritmados de briga soaram nos corredores. Bella Parkinson se aproximou para botar ainda mais lenha na fogueira.

– Acaba com ela de vez, Amélia! Arranca todos os fios de cabelo dela!

Amélia parecia ter gostado da idéia porque puxava os cabelos para cima, fazendo Elizabeth ficar na ponta dos pés. Até os meninos colocaram a cara na porta do corredor das meninas. A noite parecia agitada nos dormitórios das masmorras.

– Alguém aí tem uma tesoura? Vou deixar você carequinha, Srta Dumbledore!

Uma da meninas do 3º ano foi buscar a tesoura. Cortar o cabelo era algo inadmissível para Lizzie e isso esquentou seu sangue.

– Meu...nome... é Carter!

– O que? - perguntou Amélia.

– Meu...nome... é... Carter!

Dito isso, Elizabeth pulou e jogou todo o seu corpo para a parede para impulsionar o empurrão que deu em Amelia. Desequilibrada, ela foi direto contra as pedras da parede do corredor e soltou Elizabeth. Na mesma hora, ela pegou a fita que ainda estava em seu cabelo, amarrou os braços de Amélia e uma de suas pernas e levantou a mão. Saía sangue do nariz de Amélia. Diante do silêncio do corredor e dos olhares atônitos, Lizzie falou:

– É assim que a gente pega um novilho. Com licença, vou para o meu quarto. - Ao perceber que ainda tinham meninas de malas, continuou. – E quem estiver sem lugar para dormir, pode entrar também. Tenho certeza que Amélia não vai incomodar mais.

Todos se dirigiram aos seus quartos, enquanto algumas pessoas ajudavam a soltar Amélia. As primeiro-anistas que estavam de fora se dirigiram cautelosamente para o quarto vago.

– O-Obrigada! - agradeceu Veruska Tim-Morbidom, uma menina de pele tão alva e cabelos escorridos loiros, quase brancos, que até parecia um fantasma.

– Não me agradeça. Não fiz nada por vocês. Boa noite.

E fechou as cortinas de sua cama, se isolando.

– Então agradeço pelo seu egoísmo. - disse sua outra colega de quarto, a Srta Madeline Brutus Cascavel.

A última a entrar foi Stella Qwysking e todas as meninas fecharam as cortinas antes que Amélia voltasse para o quarto. Elizabeth chorou em silêncio até depois de Amélia voltar ao dormitório, xingando horrores. Depois disso, Lizzie decidiu abrir seu livro de História da Magia, de Batilda Bagshot e leu até adormecer.

A briga do dormitório das meninas parecia ter virado a notícia no dormitório dos meninos, pois todos falavam como a caipira tinha pego o novilho. Malfoy já estava se dirigindo para um quarto quando foi arremessado na parede pelo corpulento Goyle.

– Este quarto já está cheio Malfoy. - e mais quatro meninos entraram no quarto. – Vai querer lutar por ele como a caipira fez?

– Acho desnecessário. Ainda tem muito mais quartos vagos e você não acha, realmente, que eu dormiria no mesmo quarto que você, não é? Eu não agüentaria o fedor.

– Quem fede é você, Malfoy! Toda a sua família fede!

Deymon ignorou e deu as costas para Goyle dando um tchauzinho.

– Te vejo amanhã na aula.

– Covarde!

Goyle gritou, mas Malfoy já tinha entrado no quarto ao lado. Duas camas já estavam ocupadas por Vinny Bachking e Lyu Lang Ho, que simplesmente ignoraram sua entrada, assim como a do outro menino, totalmente apático: Khai Macbeer. Malfoy arrumou suas coisas, se fechou em sua cama e deitou, pensativo. Hogwarts, para ele, seria um grande desafio, porque precisava recuperar a imagem de sua família. Ele tinha jurado no túmulo do avô que as coisas não iam ficar assim. E ele estava disposto a tudo para se destacar em Hogwarts e orgulhar, mais uma vez, a família Malfoy. O passado ficaria para trás e ele colocaria toda a sujeira sobre o nome da família para debaixo do tapete.
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by julie granger »

Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

adorei esse capituloooo! mais que menina revoltada essa sonserina viu! e a lizzie? pq sera que ela escolheuy a sonserina? ela parece ser um doce assim como o proprio albus!
I find love with you s2
Uma nova fic está no ar ....
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continuação

Post by Sheu »

5
A PRIMEIRA AULA
Ainda nem tinha amanhecido e Harry Potter simplesmente não conseguia continuar a dormir ou parar de andar em círculos. Estava nervoso. Aquela não seria a primeira vez que ensinava Defesa Contra as Artes das Trevas para alguém, mas era, oficialmente, a primeira vez. E com crianças que tinham muitas expectativas em cima dele. E seus filhos, ainda por cima. Ele não queria fazer papel de bobo, caso alguém fizesse uma pergunta que ele não soubesse responder. Hermione já tinha preparado todo um plano de aula para ele e dividido as lições para todas as turmas que Harry iria ensinar. Ainda hoje ela se mostrava tão prestativa e providencial. Rony, é claro, achou o máximo ele ser professor em Hogwarts e pediu que o escrevesse se tivesse alguma novidade. E, se ele visse algum garoto com Rose, podia chamar que ele ia imediatamente para a escola. É claro que Harry riu muito com o amigo. Gina teve que ficar com Lílian em casa. Harry não falou nada, mas aquele convite de última hora estragou o plano de férias que tinha feito com sua mulher. Evidente que ele não podia negar um favor a Minerva McGonagall, ainda mais, sendo ela a diretora de Hogwarts. Mas já sentia saudade dos carinhos da mulher e da vida de auror. Alguém interrompeu seus pensamentos, batendo a sua porta.

– Neville!

Harry abraçou o antigo companheiro.

– Está tarde, Neville. O que você está fazendo aqui?

– Bom...sabe, Harry, na primeira semana que eu comecei a dar aulas aqui em Hogwarts em não consegui dormir um dia sequer. Então, achei que você iria gostar de uma xícara de chocolate quente. Uma pena aqui não ter a cerveja amanteigada da Madame Rosmerta.

– Obrigado, amigo. Já está bom demais.

– E então? Tentando cavar um buraco no chão, Harry?

Eles riram.

– Como você conseguiu, Neville? É tão...estranho voltar a Hogwarts...sem Dumbledore, sem a gente se metendo em confusão...

– Oh, mas a gente ainda se mete em confusão, Harry. Você não estava aqui na exibição dos professores, ano passado.

– James me falou que você tentou fazer um visgo plantado em jarros atacar um professor, mas, ao invés, ele foi para cima de você!

– Riram de mim por meses - lamentou – E ainda devem rir. Este ano vou fazer direito!

– Esse ano vai ter?

– Lógico! Acontece exatamente um mês antes do torneio de duelos.

– Se tivesse isso na nossa época...

– Não, Harry. Eu iria ser caçoado o resto da minha vida. Nem teria conseguido me casar!

Harry riu com a preocupação do amigo. Casar com a dona do Caldeirão Furado não era exatamente evitar ser caçoado o resto da vida. Mas quem vai entender as coisas do amor.

– Você está conseguindo me animar, amigo. Obrigado, mais uma vez!

– Ah! Se alguém lhe fizer uma pergunta já sabe o que dizer?

Essa era uma questão que preocupava Harry.

– Não. O que?

– Diga alguma coisa que tenha ligação com muita segurança e eles não vão duvidar. Aí depois você pesquisa para corrigir na próxima aula.

– Neville...

– O que?

– Agora temos uma Granger na escola

– Por Merlim! - e empalideceu. – Por que você foi me lembrar disso, Harry? Eu tinha esquecido e estava até tranqüilo! Acho que vou voltar para meu quarto e passar os olhos nos meus livros e fazer apontamentos e...
Harry já estava rindo muito.

– Neville, você é muito competente para ficar preocupado. Você sabe tudo de Herbologia!

– E você sabe tudo sobre Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Já faz algum tempo que não temos visto nenhuma atividade das trevas. Até a intensidade das batidas do Ministério diminuíram.

– Isso não lhe preocupa, Harry? Sabe, ando conversando muito com Carmelita, a professora de feitiços, e nós achamos que essa redução pode significar que os bruxos estão ocultando ainda mais o uso da magia negra.

– O Ministério está atento, Neville. Nossa Hermione está lá, se esqueceu? Duvido que algo passe despercebido por ela. Sem falar do Ministro Shacklebolt!

– É verdade. Depois de tudo, Harry, acho que ainda não conseguimos acreditar que tudo está em paz há 19 anos.

– Eu sei, meu amigo. Todos os dias olho para o espelho, vejo minha cicatriz e penso em tudo o que passamos. Agradeço, sempre, por meus filhos não viverem no mundo que Voldemort sonhava.

Os dois permaneceram em silêncio por algum tempo. Neville quebrou o gelo.

– E o pequeno Alvo? Lufa-Lufa, hein?

– Pois é. Admito, Neville, que achei estranho, mas o Chapéu Seletor sabe o que faz. Além do mais, todas as casas de Hogwarts são importantes, não são? Lembro-me perfeitamente de um jovem corajoso, inteligente e leal que foi daquela casa e eu admirava muito.

– Cedrico Diggory?

– Sim. Ele seria um grande homem se...enfim, se tudo tivesse sido diferente.

– Alvo vai ser um excelente aluno, Harry.

– Eu sei que vai.

– Temos tantas velhas novidades este ano! Mais um Potter, a primeira Granger, os Malfoy retornam, os Goyle, temos também os Dumbledore e, é claro, você Harry, de volta a Hogwarts. Não é uma coincidência?

Harry apenas sorriu, mas não ousou concordar com o amigo. Há muito tempo Harry havia deixado de acreditar em coincidências. Neville chamou atenção para algo que Harry não tinha percebido e ele se lembrou da canção do Chapéu Seletor:
‘É um tempo de novidades
Que o vento leva e trás
É um tempo de retorno
Para as surpresas que já vem’

E as surpresas de Hogwarts sempre vinham acompanhadas de muitos perigos. Pelo menos, desta vez, Voldemort não estaria incluso. Neville pareceu perceber que Harry estava muito preocupado.

– Tudo bem Harry? Eu disse algo errado?

– Claro que não, Neville. Eu...eu... estava pensando naquele vazamento. Hagrid me falou algo, mas não consegui entender porque ainda não foi resolvido.

– A Diretora McGonagall está louca com aquilo. Toda vez que utilizam algum feitiço, ele só funciona por alguns minutos. E aquilo atrapalha o acesso à cozinha e à casa da Lufa-Lufa.

– Assim que tiver um tempo vou ver o que posso fazer. Amanhã vai ser um dia e tanto, mas não quero atrapalhar o seu, meu amigo. Vá descansar, Neville. Eu vou dar um jeito de dormir.

– Está bem, Harry. Qualquer coisa, pode me chamar, ok? Minha sala fica neste andar mesmo, bem no final do corredor, ao lado da Escalarius ascienda.

Diante da expressão de confusão de Potter ele prosseguiu.

– É uma erva-daninha que plantei em um vaso e tomou conta de toda a minha porta. Ando podando ela, ultimamente, mas tem insistido em entrar na minha sala. Acho que tem alguém atiçando ela usando o herbivicus. Mas esse ano eu pego quem está fazendo isso

Harry sorriu.

– Pode deixar que irei lhe visitar, Neville. E lhe ajudo a descobrir quem está fazendo isso.

– Obrigado, Harry.

E se dirigiu para a porta.

– Ah! E não se esqueça de respirar fundo, antes de começar. Eu fiquei tão nervoso que desmaiei no primeiro dia! - e fechou a porta.

***

O sol já começava a nascer quando Harry despertou no sofá. Esfregou os olhos e bocejou. Havia descansado muito pouco. Estava um tanto atrasado e decidiu que não ia comer. Vestiu sua roupa e saiu para chegar na sala antes dos alunos. Hermione disse que se ele pudesse chegar mais cedo e olhar nos olhos de cada aluno que entrasse, ficaria mais fácil gravar os nomes e causaria algum impacto nelas. Afinal, ele era Harry Potter, aquele que derrotou Voldemort. Mal deu alguns passos para fora da sala e um aluno do 6º ano da Grifinória o parou para desejar boa sorte com os pequenos. Alguns passos a mais e duas meninas do 3º ano da Lufa-Lufa, com os olhos brilhando, pediu que ele assinasse seus cadernos de Defesa Contra as Artes das Trevas. A cada metro que andava, Harry era parado por alguém. Ele já tinha assinado uma porção de cadernos quando finalmente chegou no quinto andar da escola. Passar pelo corredor até chegar à sala foi como atravessar um corredor polonês, só que, ao invés de socos e provocações, Harry só ouvia elogios e pedidos de autógrafos. Quando finalmente entrou na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, se surpreendeu. Estava mais lotada do que o habitual. Ele viu Rose e Angélica sentadas na primeira cadeira da fila direita e Alvo e Peter na segunda à esquerda das meninas.

– Os alunos do primeiro ano, por favor, levantem a mão.

Os alunos mais novos levantaram as mãos. Tinham primeiro-anistas ainda do lado de fora da sala.

– O restante dos alunos têm 30 segundos para deixarem a sala de aula livre ou eu tirarei 10 pontos de cada um de vocês correspondentes as suas casas.

Em instantes, um mar de pessoas se deslocou para fora da sala, permitindo que os últimos alunos ocupassem as cadeiras vagas.

Carpe retractum!

E com um movimento de varinha Harry fechou a porta.

– Agora, sim!

E olhou para mais de 20 crianças com os olhares voltados para ele como se estivessem diante de um ídolo. Por um momento Harry esqueceu de respirar, mas logo lembrou de Neville, deu uma boa tragada no ar e falou o texto de apresentação que Hermione fez.

– Bom dia, pessoal. Eu sou Harry Potter, professor de Defesa Contra as artes das Trevas deste ano. Esta matéria é muito importante para qualquer um que deseje sobreviver no mundo mágico. Seu propósito é fornecer recursos para que os bruxos possam se defender contra feitiços, azarações e maldições de bruxos praticantes das artes das trevas e também para se protegerem de Criaturas das Trevas. Como este é o primeiro ano, dividiremos nossas lições em dois semestres: o de teoria e o de prática. Espero que todos tenham trazido seus livros, muito bem. Abram na página 5, por favor. Srta Stevenson, pode ler para a gente?

Barbra Stevenson começou a ler o Capítulo 1 do livro que falava sobre a origem do uso das artes das trevas, comumente chamada de magia negra. Durante esse tempo, Harry pôde respirar e raciocinar calmamente. Tinha certeza que tinha vomitado todo o texto de Hermione, porque estava muito nervoso. Começou a caminhar pela sala e olhar cada um dos alunos, adaptando a sugestão de Mione. Deu um largo sorriso para Rose, Alvo e Jonathan quando passou por eles. Para não parecer uma preferência, Harry procurou fazer a mesma coisa com outros alunos.

– Obrigada, Srta Stevenson. Como vocês podem perceber, a Arte das Trevas remonta à própria existência da Magia. Assim como sempre existiu, no mundo Trouxa, pessoas más, o mesmo aconteceu conosco. Contudo, nosso Ministério da Magia age com muita firmeza para coibir o uso da arte das trevas. Por isso, neste momento, vamos nos aprofundar nos cuidados com as Criaturas das Trevas. Uma criatura que aterroriza até mesmo o Mundo dos Trouxas é o bicho-papão.

Algumas crianças riram.

– Sr. Canaghan, pode dizer para nós o que seria tão engraçado?

– Bi-bichos- pa-pa-papões n-não e-ex-existem. É s-só his-histoto-historia p-pa-para do-dor-dormir, c-cer-certo?

Harry percebeu algumas crianças concordando, incluindo Jonathan.

– Temo que não, Canaghan. Alguém aqui da sala já viu um bicho-papão? - diante do silencio da sala, ele continuou – Alguém saberia me descrever um bicho-papão?

Rose levantou a mão e ele lhe cedeu a fala.

– Não há uma descrição do bicho-papão porque ele é um metamorfo. Ele assume a forma do maior temor que cada pessoa carrega dentro de si.

– Muito bem, cinco pontos para a Grifinória!

Rose sorriu, feliz pela sua primeira colaboração e as crianças descrentes ficaram de queixo caído.

– Prometo a vocês que no fim deste ano, conhecerão um verdadeiro bicho-papão. Agora, vamos nos ater à teoria. A observação sobre as constantes mudanças da forma do bicho-papão foram primeiramente descritas por Rozana Garratud, estudiosa da Irlanda, em uma longa viagem por algumas aldeias...

Harry foi relaxando a cada minuto que passava e, de repente, estava tirando dúvidas, fazendo piadas e brincando com as crianças. Ele prometeu a si mesmo que seria um excelente professor, como Lupin foi, bondoso e divertido. O tempo passou mais rápido do que ele pensava e a hora da aula terminou.

– Aonde pensam que vão? Vocês têm lição para trazer para mim na próxima aula.

Harry pôde ouvir um muxoxo geral.

– Quero 40cm de pergaminho sobre o que significa um metamorfo, quais as reações comuns dos bruxos que não souberam como enfrentar o bicho-papão, como derrotá-lo e prendê-lo. Pronto. A melhor pesquisa de todas as casas leva 5 pontos. Agora estão dispensados.

Harry ainda pôde ouvir Rose dizer que 40cm era muito pouco para tanta coisa e sorriu. Jonathan Dumbledore se aproximou da mesa do professor para falar com Harry.

– Poxa, essa história do bicho-papão foi demais!

– Você achou, Jonathan? - e sorriu para ele.

– Claro que sim! Existem tantas coisas fantásticas assim mesmo? Às vezes eu acho que isso tudo é um sonho, sabe Professor Potter?

– Eu também pensava assim, meu jovem, quando estudava aqui.

– O que vamos aprender na próxima aula?

Harry imaginou se o jovem Dumbledore também teria sido animado para conhecer tudo desta forma.

– Espere até a próxima aula, Jonathan. Mas na biblioteca eu tenho certeza de que você vai encontrar muitos livros que falam sobre o Mundo da Magia. Por hora, é melhor correr para a sua próxima aula.

– Sim senhor. E obrigado!

Jonathan saiu da sala. Alvo, entretanto, continuava sentado.

– O que foi, Al?

– Sua aula foi muito legal, pai.

– Obrigado. Tem alguma coisa que você queira me dizer? - e sentou ao lado do filho.

Alvo titubeou por um instante, mas resolveu falar.

– A Lufa-Lufa é muito legal, sabe? O Salão Comunal tem comida sempre a disposição e os quartos ficam atrás de portas redondas que nem um barril. E nos corredores dos dormitórios tem fotos da maioria dos alunos que estudaram lá. E...

– Nossa, parece realmente muito legal, Al. Mas você sabe que não precisa dizer nada disso para me provar que a Lufa-Lufa é tão boa quanto a Grifinória, não é?

Alvo baixou seu olhar.

– Eu tenho certeza que o Chapéu Seletor fez a melhor escolha para você, Alvo. A Lufa-Lufa precisa de mais representantes, para fazer as outras casas perceberem que ela também é importante. Quem sabe não cabe a sua geração fazer isso?

– É porque todo mundo fica falando pelos corredores...

– Falando o que?

– Que eu não sou um Potter de verdade.

– Que absurdo! Me diga quem foi e eu vou tirar 100 pontos da casa! - disse brincando e ambos sorriram. – Alvo, nenhum deles sabe o que significa ser um Potter. Exige sacrifício, coragem e provações. Não é fácil. Ser um Potter é ser capaz de pensar nos outros antes de si mesmo e, acima de tudo, é uma questão de lealdade. Sabe qual é a característica que Helga Lufa-Lufa mais prezava?

– Não.

– Lealdade. E se eu não fosse leal aos meus princípios e àqueles nos quais eu acreditava, eu não estaria agora, aqui, com você. Por isso, não subestime a sua casa e nem deixe que os outros façam isso, entendeu? Dê tudo o que você puder por ela.

Alvo já estava sorrindo e seu rosto parecia iluminado. Seus olhos, tão iguais aos de Lílian, estavam brilhando e cheios de vontade. Harry mandou ele se adiantar para a próxima aula e viu seu filho sair com outro ânimo. Seus olhos se encheram de lágrimas, emocionado por estar ali em Hogwarts e poder ajudar Alvo daquela forma. Tudo poderia ser diferente se ele não estivesse ali para apoiar o filho. Suas reflexões foram interrompidas pelas vozes no corredor que indicavam a próxima turma. Sonserina e Corvinal. Naquela sala, ele prometeu não pegar no pé de Malfoy, afinal, ele era apenas o filho de Draco e já parecia ter seus problemas com os colegas de sala.

– Ele está vindo! Ele está vindo! - gritou Lola Pweet Parker, da Corvinal, se referindo a Tiago Richards.

As meninas fizeram fila para vê-lo passar.

– O tempo está ótimo para um primeiro dia de aula, não acha Tiago? - perguntou Stella Ronyvew.

– Parece.

– Tenho certeza que você se dará muito bem na aula, Tiago. Já tem alguém para sentar com você? - Lola continuou a bajulação.

– Oh, eu acho que vou vomitar! - Elizabeth disse quando passaram por ela.

– Vomita no chão.

Amelia lhe deu um empurrão. De dentro da sala, Harry só percebeu um vulto passando correndo do lado de fora da sala, como se fosse um aluno atrasado. O que lhe chamava a atenção era Deymon Malfoy, tão parecido com seu pai. Ele estava sentado na última cadeira do meio, sozinho. Ninguém da Sonserina parecia querer sentar ao seu lado. Amélia e outras meninas da Corvinal entraram rindo e dizendo bem-feito. Do lado de fora, uma mão foi estendida para Lizzie, a ajudando a levantar.

– Tudo bem com você? - disse Tiago, gentilmente.

– Oh! Ele é um cavalheiro! - Lola e Stella falaram juntas e Lizzie revirou os olhos.

– Sou Tiago Richards.

– Elizabeth Carter. Está tudo bem. Eu só preciso entrar na sala. - e passou pela porta.

– Espere! - Tiago disse enquanto entrava na sala seguido pelas últimas corvinais. – Você deixou cair esse livro.

– Ah, ta!

Ela pegou o livro visivelmente desconcertada por estar sendo observada pelos olhares incrédulos das bajuladoras de Tiago. Harry estava olhando curioso e se divertindo com a situação.

– Quer sentar comigo?

Foi como jogar um balde de gelo em todas as meninas da sala. Gritinhos de desespero puderam ser escutados de todos os cantos da sala. Parecia que Harry nem estava ali, sentado na mesa dele.

– Eu não!

E tratou de sentar na primeira cadeira vazia que viu. O choque foi pior do que jogar água fria. As meninas soltaram gritos como se Elizabeth tivesse acabado de dizer que Merlim não passava de um velho babão. Tiago deu um sorriso desconcertado e sentou ao lado de Bruce Bates, seu companheiro de quarto. As meninas estavam todas viradas para Lizzie, olhando-a como se tivesse cometido o maior pecado do mundo. Tiago ainda olhou um pouco para ela e depois tratou de conversar qualquer coisa com Bruce. Harry interrompeu.

– Agora que todos se acomodaram, posso começar minha aula, não é? Meninas, o professor está na frente da sala. Pronto, obrigado. Eu sou Harry Potter, professor de Defesa Contra as artes das Trevas deste ano. Esta matéria é muito importante...

Lizzie já tinha aberto o livro e começado a ler as primeiras linhas quando percebeu que alguém do seu lado continuava a olhá-la.

– O que foi, Malfoy? - murmurou.

– Não tinha outro lugar para você sentar?

– São os incomodados que se mudam, Deymon

Ele continuou a encará-la com cara de poucos amigos.

– Eu não quero uma Dumbledore do meu lado.

– Então procure outro lugar. Você já deve saber que eu costumo fazer de tudo para ficar.

Ele continuou encarando-a, mas ela não se fez de intimidada e começou a encará-lo também.

– Vai lutar comigo?

– Se for preciso...

Todos os alunos prestavam atenção ao que Harry estava falando, exceto eles dois, que começavam a desviar a atenção dos colegas sentados ao lado.

– Sr Malfoy e Srta Dumbledore, algum problema?

– Não, professor. - disseram em uníssono desviando a atenção para Harry.

– Então, Srta Dumbledore, aproveite que já está com o livro aberto e leia para nós o que está escrito na página 5.

Ela estendeu o braço, pedindo a palavra.

– Pois não?

– Posso lhe pedir, professor, que me chame de Carter?

– Posso perguntar o porquê?

– Porque este é o meu sobrenome.

Harry pensou por alguns segundos e acatou. A aula recomeçou, justamente igual à outra turma.

– Alguém aqui da sala já viu um bicho-papão? - diante do silêncio da sala, ele continuou – Alguém saberia me descrever um bicho-papão?

Deymon foi o único a levantar a mão e Harry lhe concedeu a palavra.

– Não é possível descrever um bicho-papão porque ele não possui uma única forma. Ele tem a habilidade de se transformar no maior medo da pessoa que está diante dele. Por isso, sempre existiram dúvidas sobre a existência dele, já que todo mundo via uma coisa diferente.

– Muito bom, Deymon. - disse surpreso. – Cinco pontos para a Sonserina.

Harry continuou a sua aula e passou a mesma atividade para a turma. Antes de liberar a turma, ele pediu que Elizabeth permanecesse. Amélia passou dando sorrisinhos para ela.

– Oh, meu querido Tiago! - disse num tom afetado enquanto passava por Lizzie.

Harry se aproximou depois que todos saíram.

– Então, Elizabeth, eu gostaria de falar com você sobre esta sua decisão a respeito de seu sobrenome.

– Pois não, Professor. Algum problema?

– O que você tem, exatamente, contra o uso do seu verdadeiro sobrenome?

– Eu uso o meu verdadeiro sobrenome.

– Eu entendo, querida. Mas você tem alguma coisa contra Dumbledore?

Harry foi direto ao ponto.

– Eu não conheci Dumbledore.

– Eu sei Elizabeth. É por isso que você está agindo dessa forma?

– Professor, eu só não concordo em usar o nome de uma pessoa da qual não conheço.

– Aqui em Hogwarts, você vai ter muita oportunidade de saber quem ele foi, Elizabeth. Todos fomos influenciados por ele. Todos temos histórias para contar sobre o grande homem que ele foi.

– Mesmo que todos falem sobre ele, professor, isso não muda o fato de que eu não o conheça.

– Você precisa aceitar quem você é, Elizabeth. E você é descendente de Dumbledore!

– Mas fui criada por outra família e devo quem eu sou hoje a eles. Não é assim que essa coisa de família funciona? Eu prefiro ser chamada de Carter, professor. Se o senhor vai fazer isso ou não, o senhor é quem sabe. Mas em minhas provas e trabalhos eu assinarei Elizabeth Carter.

Ele ficou observando a resolução dela por um momento.

– Posso ir agora?

Ele consentiu e ela saiu da sala. Harry voltou à mesa do Professor e mergulhou em pensamentos.

– É um tempo de novidades/ Que o vento leva e trás/ É um tempo de retorno/ Para as surpresas que já vem. Bom, as novidades são os Dumbledore, de fato. Um tempo de retorno...Goyle, Malfoy, eu...para as surpresas que já vem. Mas isso não pode ter ligação com Voldemort. Ele está morto, morreu, acabou. Minha cicatriz não dói há 19 anos. Eu saberia...nós tínhamos uma ligação. Eu sei que saberia. A surpresa seria ela? Ela é meio metidinha, verdade. Quer se impor. Dá para ver nos seus olhos que ela quer ter o conhecimento das coisas. O mesmo desejo de Riddle, o mesmo que Dumbledore tinha, quando jovem. Mas ele mudou. Ela também pode mudar. Mas se fizer as amizades erradas por aqui...vai se perder.

Ele sorriu e passou a mão pelos cabelos.

– Eu estou sendo paranóico. Não tem nada a ver. É só uma menina que prefere ficar com a história da sua família adotiva. Ela teve amor, coisa que Riddle não conheceu. Não tem nada a ver. É só mais um ano normal em Hogwarts, como foram os dois últimos de James. E a surpresa poderia ser eu como professor...ou o Alvo na Lufa-Lufa. Ou Neville ganhar como a melhor performance da Exibição dos Professores.

Não conseguiu se conter e riu a valer. Antes do meio dia, contudo, ele havia decidido mandar uma carta para Hermione e Rony, só por precaução, para saber a opinião dos dois.
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Menthe »

a...vc escreve taum beeeem q ate da inveja....soh um pouquinho....parabens viu?! sua fic eh otima....continue postando q eu vou com certeza continuar acompanhando.... :palmas
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



Pra Sempre Corvinal.
Nunca saberia ser nada além de mim .


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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Sheu »

6
AMIZADES E RIXAS
Depois de aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Poções e História, os alunos do primeiro ano já estavam famintos. Por isso ninguém achou anormal o fato de todos já estarem no Salão Principal às 12h em ponto. A decoração havia mudado e agora, ao invés de faixas das casas pendendo sobre as mesas, estavam as faixas de Hogwarts. As mesas agora podiam ser ocupadas por qualquer um.

– Você sempre come lendo? - Jonathan perguntou a Lizzie com um sorriso largo no rosto e se sentou. – Você tem aula de Herbologia agora? - perguntou enquanto mastigava um pedaço de coxa de galinha.

– Não. Tenho vôo. E mastiga direito, John!

– Ei, John! Vem se sentar com a gente! - gritaram os meninos da Grifinória.

– Não. Vou almoçar com a minha irmã! - gritou de volta.

– Você devia ir com seus amigos, John. Eu estou concentrada.

– Você ainda está chateada pelo que aconteceu na aula de feitiços?

Lizzie engasgou e tomou um gole de suco de abóbora.

– Acontece, sabe.

– A questão, John, é que essa varinha idiota me fez errar.

– Lizzie, minha mãe diz que culpar os outros não é a solução.

– Não me faça ficar zangada com você, John!

– Você tem certeza de que disse wingardium leviosa direito?

– Eu fiz tudo certinho. Foi essa varinha, tenho certeza!

– Mas o senhor Olivaras não lhe daria uma varinha com defeito

– Mas ele deu. Lembra? Ela é do tipo experimental.

– Tá mais com cara de temperamental!

Ambos sorriram. Amélia e Bella passaram por eles.

– Uma sonserina com um grifinório. Eca, Bella! São os fins dos tempos mesmo!

– O Chapéu Seletor costumava ser mais seletivo com o tipo de gente que entrava na Sonserina!

– Essas aí não parecem ter entrado no clima de cooperação mútua da escola, né?

– Os sonserinos são assim, John.

– Você não é assim.

– Então será por isso que não tenho amigos?

– Você tem a mim. Quer mais do que isso?

– Não sei quem se perdeu para você se achar. Olha, seus amigos continuam lhe chamando. É melhor você ir lá ver o que eles querem

– Tá. Mas eu já volto, viu? Não sai daqui!

Na mesa com seus amigos, estavam algumas meninas do primeiro ano. Jonathan se juntou a Jerry, Gustav, Finelius, Angélica, Tina, Barbra e Rose.

– Até que enfim você veio. Pensei que ia ficar o tempo todo lá - Jerry falou.

– Tava consolando ela pelo fogo que ela pôs na pena e na mesa durante a aula? - Rose perguntou, irônica

– Ela fez tudo certo, Rose. A varinha dela é que ta com algum defeito.
Rose revirou os olhos.

– Ela te convenceu disso, foi? É uma desculpa, Jonathan.

– Para mim parece, John, que sua irmã já arrumou uma arquiinimiga - Barbra disse e todos riram. – Rose não consegue admitir que alguém superou ela em poções!

E todos riram novamente.

– A gente fez tudo igual! - disse inconsolável.

– Alguma coisa fez de diferente, porque a dela saiu perfeita - Finelius corrigiu Rose.

– Para que vocês me chamaram? Tenho que voltar para almoçar.

– Almoça um pouco com a gente, cara! - Jerry pediu. – Você não está ansioso pela aula de vôo?

– Demais! Não consigo acreditar que vou voar numa vassoura!

– Olha, é o Alvo. Alvo! Peter! - Rose gritou e eles se juntaram à mesa.

Alvo falou com todos e começou a comer. Estava morrendo de fome. Não tinha conseguido comer nada no café da manhã.

– E Elizabeth acha que eu não mastigo direito. - Jonathan observou.

– Calma, Al. Ainda tem tempo antes da próxima aula!

– Eu sei, Rose. - fez uma pausa e engoliu a comida – É de vôo. Não é demais?

– Mas quadribol mesmo, só ano que vem, Al - James disse ao se juntar à turma.

Nicolau, Oliver, Lucy e Lena se juntaram ao numeroso grupo.

– Quando vocês treinam? - Gustav perguntou.

– Amanhã. Já temos o campo reservado.

– A gente pode assistir? - Alvo perguntou ao irmão.

– O que você acha, Oliver? É seguro deixar ágüem da Lufa-Lufa olhar o nosso treino?

– Acho complicado, James. Podem forçá-lo a contar nossas jogadas secretas.

– Você pode olhar o da Lufa-Lufa, Alvo. Nós vamos praticar logo depois deles - Lena assegurou.

– V-vo-você f-faz pa-parte do t-time?

– Sim. Sou artilheira. Você quer entrar para o time no ano que vem?

– S-se e-eu cons-conseg-conseguir fi-ficar n-na v-vas-vasso-vassoo-vassoura...

– Como é seu nome? - Lena continuou conversando com ele.

– P-peter Ca-cana-Canaghan.

– Você sabe quem é a professora Carmelita Trewlaney?

– Ti-tive a-a-aula c-com ela ho-j-je.

– E ela não resolveu esse seu problema de gagueira?

– N-não. M-mas tam-também e-eu ne-ne-nem f-falei!

– Então vem comigo agora. Eu só sei parar soluço, mas tenho certeza que a professora vai te ajudar, afinal, você é um aluno da casa dela, não é? Gente, daqui a pouco eu volto.

E saiu carregando Peter a tiracolo com um sorriso de orelha a orelha.

– Ih! Parece que alguém perdeu a namorada! - Nicolau brincou e James ficou muito sério.

– Ela é sua namorada mesmo, James? - Alvo perguntou.

James botou tudo o que podia na boca e respondeu algo incompreensível para o irmão.

– Eu vou ter aula com o tio Longbottom agora. Vocês vão ter aula de que, Nick?

– A gente vai ter aula com o tio Potter. Por isso James está se comportando como um idiota agora.

– Ei! Vogtchê nestrevogno...

Foi só o que puderam entender.

– Quer dizer que aquela sonserina manda bem de poções, hein? - Oliver perguntou a Barbra.

– Professor Slughorn a elogiou horrores. Disse que ela tinha tato para poções.

– Lizzie sempre foi boa nas matérias. Ela come livros. É uma chata cdf!

– Sei exatamente como é isso. - Alvo deu uma pausa com a comida para falar. – Parece que sua irmã é igualzinha a minha prima!

– Ficam tirando onda das notas, né? - John falou.

– E quando fazem ‘O’ trabalho perfeito? - Alvo continuou

– E quando tem reunião de pais e os professores só elogiam? - John falou com Alvo.

– Chatão! - e ambos riram.

– Alvo Potter não é? - com a confirmação de Alvo, continuou – Jonathan Dumbledore. Já vi que somos dois sofredores.

– Eu não sou parecida com ela!

– Fala sério, Rose. Todo mundo sabe que você é muito inteligente e nem tem medo de mostrar isso. - James tinha conseguido engolir a comida.

– Vou entender como um elogio, viu?

– Vai ser interessante.

– O que, Lucy? - Nicolau perguntou.

– A disputa da coroa de aluna laureada dessa turma em Hogwarts.

– Ah, mas Rose leva fácil!

– Obrigada, James!

– Olha só quanta gente ela tem para ajudar quando não souber o que fazer?

Todos riram.

– Há, há, há. Tô me acabando de rir. - Rose ficou chateada.

– Acho que vou voltar para almoçar com minha irmã.

– Você não acha estranho?

– O que, Alvo?

– Você sentar na mesa com uma sonserina. Todo mundo fica olhando, sabe? Não é uma coisa muito normal.

– Mas ela é minha irmã. Não vou parar de falar com ela por causa de uma rixa idiota.

– Não é idiota! - James se levantou. – Você não conhece a história, garoto. Fica aí falando bobagem. Sabia que Voldemort quase acabou com tudo? Com o mundo dos trouxas e com o nosso? Sabia que ele foi o responsável pela morte do seu avô? Do meu avô, também! Ele e seus servos, todo mundo veio daquela casa. É da Sonserina que saem os vilões da bruxaria. Abre o olho, garoto, e veja: ninguém gosta de sentar com um sonserino. Ninguém é amigo deles. Nem eles são amigos deles mesmos.

– Calma, James! - Rose tentou acalmar o primo.

– Relaxa, cara! - Oliver falou. – Ele não falou por mal. Só não tem conhecimento das coisas, né? Foi criado por trouxas.

– Eu não entendo. Gustav, você não disse que Hogwarts agora defende a colaboração entre os alunos, com trabalhos em grupo que misturam as casas? E a diretora não disse que a gente pode convidar alguém pra ir pro nosso Salão Comunal?

– Sim, John, mas os sonserinos não colaboram muito. Só o extremamente necessário. Eles só ficam ligando pra essa coisa de sangue-puro.

– É uma coisa de tradição, sabe? Que todo mundo leva adiante, porque, geralmente, os sonserinos são filhos de pais que estudaram na casa, anos atrás., Alvo completou.

– Mas se ninguém tentar quebrar essa tradição, as pessoas vão deixar de falar com os sonserinos.

– E daí, Jonathan? Sempre foi assim - James falou, ainda chateado com ele.

– Daí que não devia sempre ser assim. - respondeu.

– Meu pai me disse que todas as casas de Hogwarts são importantes. E que um dos diretores da Sonserina era um cara muito corajoso. Acho que Jonathan tá certo em misturar as coisas. Deve ter gente boa naquela casa.

– Eu não acho. - James disse resoluto para Alvo. – Eles são muito egoístas e auto-suficientes. Vai chegar uma hora que você não vai gostar deles também, Jonathan. Você tá assim porque sua irmã está lá, mas espere. Você vai ver como eles são chatos, pirracentos e trapaceiros. Especialmente no Quadribol.

A maioria que estava ali na mesa concordou com James.

– É uma verdade, Jonathan. Os sonserinos gostam de ficar sozinhos e resolver os problemas entre eles. - Nicolau disse enquanto repousava a mão no ombro do primeiro-anista.

– Eu não acredito! Eu não acredito!!

Tina chamou a atenção de todos.

– Olha só quem está sentando na mesa com a sua irmã, John!

Todos olharam para a ponta da última mesa da sala, na qual um garoto se aproximava de Elizabeth.

– Eu ouvi dizer que ela deu o maior fora nele em plena aula do Prof Potter - Angélica afirmou.

– E o que é que ele quer ainda? Se ele estiver importunando minha irmã vou botar ele pra fora do Salão debaixo de pancada.

– O que um menino como ele vai querer com uma sonserina? - Rose perguntou.

– Ora, minha irmã é bonita. Não é, Oliver?

Oliver deu uma olhada para a mesa da Sonserina.

– Parece sim. - e continuou comendo.

– Eu vou lá resolver isso. - Jonathan disse resoluto.


Tiago resolveu sentar de uma vez junto de Elizabeth.

– Posso almoçar com você?

Ela deu um longo suspiro de intolerância.

– Tem tanto espaço por aqui, menino. Por que eu?

– Essas meninas não param de me seguir e me oferecer coisas. Eu quero comer em paz e você parece que nem gosta de conversar comigo

– Adivinhão! - Lizzie foi irônica e ele riu.

– Tem aula de Herbologia agora?

– Não. Leio porque gosto de ler. Por que não senta com um dos meninos? Acho que elas também não vão incomodar

– Já tentei. Não adianta.

– Então você tem que tentar usar um feitiço que te deixe feio.

Ele sorriu.

– Se você acha que eu sou bonito, por que não me deixou sentar com você na aula?

– Porque você chama muita atenção garoto. Tá todo mundo olhando pra cá e eu não gosto disso. Quero minha paz também. Você não queria comer? Então come. Aí depois você pode ir embora.

Jonathan chegou e sentou ao seu lado.

– Ele está te incomodando, Lizzie? - ela revirou os olhos.

– Meu Deus, desse jeito vou ser excomungada da Sonserina!

– Eu não estou fazendo nada. Só sentei aqui para almoçar.

– Se minha irmã não quer que você fique, é melhor você não ficar.

– Vocês querem fazer silêncio? Os dois estão me incomodando. Ou ficam quietos ou eu vou sair daqui.

– Se manda, menino. Vai almoçar em outro lugar.

– O Salão Principal é um lugar onde a gente pode ficar em qualquer lugar. Sua irmã disse que eu podia almoçar e ir embora.

– Sou eu que vou almoçar com minha irmã. Sozinho. Sai.

– Eu não. Você não manda em mim.

– Aaaaaaaaah!

Lizzie fechou o livro, pegou seu prato e se levantou.

– Vou procurar outro lugar para comer. Sem os dois! - e sentou adiante com um menino da Sonserina. – Saco! Oi, Khai.

– Oi.

Lizzie voltou a abrir o livro e comer.

– Por que você está falando comigo?

– Porque você está na minha frente. Por que?

– As pessoas não falam comigo. Me acham estranho.

– Você é estranho.

Ele baixou a cabeça e ficou comendo em silêncio por um tempo.

– Nós não temos aula de Herbologia agora. - tentou quebrar o silêncio.

– Eu sei, mas gosto de estudar. Não vejo muito sentido em voar em vassouras.

– Você já voou?

– Recentemente, de carona. Você já?

– Algumas vezes. Meu avô me ensinou.

– Seu pai não gosta?

– Meu pai está em Azkaban.

– O que é isso?

– Uma prisão.

– Ah! Eu não conheci meu pai. Nem minha mãe. Muito menos meu avô.

– Você é meio-trouxa?

– Não sei. Devo ser. Tem algum problema?

– Na Sonserina tem sim. Meu pai me mataria se soubesse que falo com você.

– E por que fala?

– Por que ninguém mais fala comigo.

– Hum... Quer ser meu parceiro em Herbologia?

– Não sou muito bom com plantas.

– E daí?

– Tá.

E deu um leve sorriso, algo que durou um milésimo de segundo.

***

A aula de vôo acontecia nos terrenos externos de Hogwarts. Os alunos chegaram mais cedo do que a Professora Hooch e já estavam ansiosos. As vassouras já estavam posicionadas lado a lado e um aviso de ‘proibido voar’ estava pendurado em uma vassoura que flutuava sozinha. Naturalmente, os alunos de cada casa formavam grupos separados de discussões. Alvo estava um pouco preocupado com o amigo que desapareceu.

– Alguém viu Peter?

– A última vez que eu o vi, ele estava subindo as escadas com uma menina da Lufa-Lufa - Detrio respondeu.

– Pois é, mas ele não voltou. Será que ele se perdeu no castelo?

– Capaz. Tem tantas portas e corredores... - Lavínega Strausse, uma menina de cabelo rosa, se intrometeu na conversa.

– O que o Goyle está fazendo? - Detrio apontou e todos olharam.

– Vamos Malfoy. Quero ver se tem coragem.

– Você acha que sou idiota, Goyle?

– Vamos, Malfoy. Seu pai teve coragem nisso, uma vez. Uma única vez.

– Não vou tocar nessas vassouras, Goyle. Por que você não se exibe para os Sonserinos? Tenho certeza que eles ficariam satisfeitos.

– A questão, Malfoy, é que você é um banana como seu pai.
Alguns Sonserinos riram.

– O que? Seu pai nem sabia ler direito quando entrou um Hogwarts. Andava como um subalterno do meu pai, e você vem me falar que meu pai foi um banana?

Os amigos de Goyle ficaram calados.

– As coisas mudaram. Meu pai mudou. Tornou-se um homem honrado em nosso círculo de amigos, coisa que a sua família não tem, não é?
Malfoy se aproximou o suficiente para olhar Goyle diretamente nos olhos.

– Você não sabe nada sobre a minha família, Goyle. E pode ter certeza de uma coisa: as coisas ainda vão mudar muito e você vai engolir estas palavras.

Goyle deu um empurrão em Malfoy.

– Por que não me faz engolir agora, hein?

– A professora chegou - Amélia alertou Goyle.

– Boa tarde, a todos. Sou a Professora Hooch e vou lhes ensinar a voar em vassouras. Por favor, se posicionem do lado esquerdo dela, muito bem. Está faltando alguém da Lufa-Lufa. Quem é?

– Sou eu professora!

Peter gritou e as pessoas estranharam sua voz. Ele não estava mais gaguejando. Quando chegou de sua breve corrida, estava arfando.

– A...Professora...Trelawney...me deu...passe...livre...para voltar...pra aula.

– Então assuma seu lugar, meu jovem.

– Você está falando normal! - Alvo murmurou e sorriu para o amigo.

– Eu sei! A Professora Carmelita Trelawney fez um feitiço para que eu parasse de gaguejar. Não é demais? Agora posso falar sem vergonha ou receio de chatear alguém com minha demora.

– Shhh! Silêncio. Agora, estendam sua mão esquerda sobre as vassouras e digam ´suba´!

– Suba! - e a vassoura de Alvo foi para a sua mão no mesmo instante.

– Suba! Suba! - a vassoura de Peter demorou um pouco, mas estava em suas mãos.

Malfoy, Goyle, Amélia e Khai não tiveram dificuldades para controlar as suas vassouras. Elizabeth, contudo, nem se deu ao trabalho de tentar.

– O que você está fazendo? - Khai murmurou para ela.

– Já disse que não acredito nessa coisa de voar em vassouras. É tão...pedante, tão...óbvio.

– Você precisa fazer a sua vassoura subir. A professora vai brigar.

– Por que eu sou obrigada a voar em vassouras? Eu li no livro de história que existem outras formas de bruxos se locomoverem.

– Algum problema, Srta Dumbledore? Não consegue controlar sua vassoura?

– Na verdade, professora, eu queria saber porque somos obrigados a ter aulas de vôo. Eu não acho isso muito interessante. Os que pensam assim deveriam poder optar por outra aula

Os alunos olharam com descrédito para ela. Os sonserinos riram já imaginando a bronca que ela iria tomar.

– Srta Dumbledore, há anos os bruxos voam em vassouras e há anos nós ensinamos nossas crianças a manter esta tradição

– Mas professora...

– Na minha aula, Srta Dumbledore, você faz exatamente o que eu mando. Entendeu? Agora, dê o comando para a sua vassoura - disse em tom ameaçador.

– Suba! - falou sem tirar os olhos da face da Professora e a vassoura subiu imediatamente.

– Ótimo. 10 pontos a menos para a Sonserina!

Os alunos ficaram indignados e os lufos trocaram olhares e risos.

– Agora subam nas suas vassouras e dêem um leve impulso.

Depois de alguns exercícios monótonos, a professora passou uma tarefa mais divertida.

– Vou dividir a turma em 3 equipes. Cada uma deve derrubar o máximo de oponentes do outro time para ganhar 15 pontos para a casa, divididos pelo número de componentes que sobrarem. O jogo tem duas regras: ninguém pode voar a mais de dois metros do chão e quem usar muita violência para derrubar, perde 10 pontos para a casa. A área da atividade está marcada pelas bandeiras vermelhas.

Os times ficaram divididos em 3 grupos com um colete de cada cor, entregue pela professora. Deymon, Elizabeth, Khai Detrio e outros alunos estavam no time amarelo. Gilbert, Amélia, Sandro e mais quatro alunos defendiam a cor verde e Peter, Alvo, Timmy e outras meninas o time azul.

Quando a professora Hooch apitou, as vassouras voaram para todos os lados. Em poucos instantes, os de menor aptidão para voar, já estavam no chão. Quando Amélia viu Elizabeth no meio da confusão foi direto para ela, derrubando mais duas pessoas no meio do caminho. Elizabeth zigzagueou pelo campo para fugir de Amélia, quase foi derrubada e deu um tapinha de lado para derrubar um menino da Lufa-Lufa. Amélia conseguiu emparelhar com sua vassoura e a jogou para cima de Veruska. Suas vassouras se chocaram e perderam o controle, caindo em seguida. Alvo estava impossível. Tinha muita agilidade e desviava facilmente dos toques dos outros. Derrubou Amélia depois de uma pequena perseguição e quase foi derrubado por Detrio, que foi pego de surpresa pelo ataque de Peter. Deymon e Goyle estavam em uma disputa pessoal. Cada um atacava e defendia como podia e, claro, derrubavam os outros no caminho. Bachking e Qwysking se juntaram a Goyle para derrubar Malfoy que, por pouco, não caiu feio. Khai, em uma manobra ousada, derrubou Bachking e, Deymon, aproveitando a distração, pôs Qwysking para comer grama. Peter quase derruba Khai, que, num giro de 360 graus, se livrou dele.

Restavam apenas 7 alunos nas vassouras: Malfoy, Macbeer, Goyle, Collins, Snowlly, Canaghan e Potter. A professora deu mais 10 minutos para encerrar a aula. Goyle tornou a perseguir Malfoy, que continuava desviando dos seus empurrões. Khai passou por Malfoy e parou na frente de Goyle. Ele desviou e abriu espaço para Malfoy chutá-lo longe. Snowlly saltou de sua vassoura para não bater em Macbeer e deu de cara com Peter. Os dois caíram. Alvo perseguiu Collins e bateu com o cabo de sua vassoura nas palhas da que estava em sua frente que empinou e derrubou a garota. Restavam Khai, Deymon e Alvo. O simples exercício havia se tornado uma disputa entre Sonserina e Lufa-Lufa. Os sonserinos começaram a perseguir Alvo dando fechadas em cada rota de fuga que ele criava. Alvo teve apoio total de sua turma, enquanto os sonserinos estavam divididos: quem não gostava de Malfoy torcia para Macbeer e quem não estava nem aí, torcia para a Sonserina. Os gritos da Lufa-Lufa soavam mais fortes, gritando Potter. Se não fosse por isso, Harry não teria interrompido sua aula para ver o que acontecia pela janela.

– O que foi, Professor? - Nicolau Longbottom perguntou curioso.

– Ah! É a primeira aula de vôo.

– Lufa-Lufa e Sonserina - James completou. – Estão gritando o nome do meu irmão porque ele aprendeu a voar comigo. Ele é muito bom!

A sala se encheu de zoações.

– Quero ver você se gabar quando ele entrar para o meu time - disse Daniel Hoots, artilheiro do time da Lufa-Lufa.

– Você sabe que nada passa por mim, Daniel - Oliver falou cheio de si.

Antes que começasse uma discussão, Harry retomou a aula, olhando, algumas vezes, para fora da janela. Estava louco para ver o filho em sua primeira aula. Parecia que ele estava indo muito bem. Khai fez a mesma jogada que tirou Goyle da vassoura, mas Alvo conseguiu desviar de Deymon também. Deymon emparelhou com Khai e armou alguma coisa. Os dois emparelharam lado a lado com Alvo, que não pôde sair do lugar. Desceram suas vassouras até quase tocarem no chão, subiram até os dois metros permitidos e inclinaram suas vassouras para baixo, se afastando de Alvo e recuando no último segundo. Alvo puxou a vassoura o máximo que pôde e ficou em cima dela como se surfasse na grama. A Lufa-Lufa veio abaixo em ovações. Então Khai falou algo com Deymon e vieram em direção a Alvo. Quando chegaram bem próximo, cada um foi para um lado de Alvo e o seguraram pelo braço, largando-o em seguida. Não tinha como se defender e Alvo caiu. Ainda assim, a comemoração maior foi da Lufa-Lufa, que o carregou como um herói de quadribol. A professora Hooch apitou.

– Muito bem, os vencedores são Malfoy e Macbeer, portanto, os 15 pontos vão para a Sonserina. - os alunos vibraram e ela continuou – E pela bela exibição de agilidade, 5 pontos para a Lufa-Lufa. Espero vê-los nas equipes de suas casas, no próximo ano. Dispensados!

Alvo foi levado como um herói pelos colegas pelo campo. Todos queriam parabenizá-lo, todos queriam cumprimentá-lo e todos já falavam que ele merecia entrar para a equipe ainda neste ano. Tinha um talento nato para voar.

– Aí, moleque! - Detrio cumprimentou Peter – Me jogou direto no chão.

– Você estava indo pra cima do Potter - disse sorrindo.

– Verdade! Se não fosse por você, Peter, isso não estaria acontecendo.

– Somos amigos, não somos, Al? Temos que nos ajudar.

– Aê, Potter! Mandou bem! - um menino do 5º ano que estava observando o jogo falou para ele – Ainda bem que a Lufa-Lufa ficou com um Potter esse ano!

Alvo sorriu ainda mais.

– Você vai jogar quadribol, não vai, Alvo? - Anabella perguntou.

– Se eu pudesse, Bella, jogava hoje. Mas vivem me dizendo que não dá!

– Você podia conversar com Leo Bernett. Ele é o capitão do time da Lufa-Lufa - Timmy sugeriu, mas Detrio logo descartou a hipótese.

– Não vai adiantar muito. A Prof Trelawney é quem libera os alunos do primeiro ano para jogar. Como o time não está precisando urgentemente de alguém, ela não vai deixar.

– E quem a gente precisa derrubar pra Alvo fazer parte do time? - Peter sugeriu com um ar maquiavélico e brincalhão. Todos riram.

A maioria dos sonserinos cumprimentou e elogiou Deymon e Khai. Somente Goyle, Amelia e seus amigos passaram direto.

– Você voou bem, Khai.

– Obrigado, Deymon. A sua estratégia foi excelente.

– A sua foi mais eficiente. Espero que esteja pensando em fazer parte do time no ano que vem.

– Gostaria muito.

E deram as mãos em cumprimento.

– Ficou famoso, Khai.

Ele corou um pouco com o comentário de Elizabeth.

– Agora as pessoas vão falar com você, não precisa se preocupar!

– Mas você ainda é minha dupla de Herbologia, certo?

– Pensei que já tinha um novo amigo!

Malfoy torceu a cara para ela.

– Agora tem um futuro parceiro de quadribol.

– Eu não disse isso.

– Como não, Deymon? Você disse que queria que ele fizesse parte do time no ano que vem.

– Mas isso não quer dizer que eu seja parceiro, amigo ou algo do gênero.

– Bom, se você quer continuar sozinho, problema seu. Vamos, Khai, senão a gente se atrasa para a aula de Herbologia. Até mais, Deymon.

– Sabe... você não precisa ficar sozinho, Malfoy. Tchau.

Khai tratou de alcançar Lizzie, que já estava bem adiantada.
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Menthe »

ai q fofo....eu sabia q o Alvinho(hihi) ia mandar super bem em quadribol....tomara q ele tambem entre pro time da Lufa-lufa logo no primeiro ano...o Harry ia ate explodir de tanto orgulho neh?!

continua logooooooooooooooooooooo.... :palmas
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atualização

Post by Sheu »

7
UM PEDIDO DE SOCORRO
As aulas já haviam terminado e a maioria dos alunos estava nos Salões Comunais de suas casas conversando e contando as aventuras do dia. Muitos escreviam cartas sobre os professores, os novos amigos e sobre a colocação das casas. Isso causou um certo congestionamento no Corujal, pois uma fila enorme se formou, atrapalhando os alunos da Corvinal de chegarem em sua casa. Alguns poucos alunos passeavam pelos corredores com os amigos, contando as novidades das férias e o restante estava na biblioteca. Nem todos, por vontade própria. Deymon Malfoy estava cumprindo sua detenção ajudando Madame Pince a catalogar todos os alunos e os livros que estavam em suas mãos.

– Olá, Deymon. Se divertindo?

Malfoy levantou os olhos e deu de cara com Elizabeth e Khai.

– O que vocês estão fazendo aqui? - disse com os dentes semicerrados.

– Isso é uma biblioteca, Deymon. O que se faz em uma biblioteca? - disse irônica. – Eu vou dar uma circulada, Khai. Tchau.

E saiu para fazer o pente fino nos livros da biblioteca.

– Vocês vieram atazanar minha vida?

– Não, Malfoy - disse Khai – Elizabeth queria mesmo conhecer a biblioteca. Além disso, tem o trabalho de DCAT para fazer e o de Herbologia também.

– Malfoy, não se esqueça de registrar o código do livro!

– Sim, Madame Pince. - disse, irritado.

– Oi! Vocês viram minha irmã?

Os dois sonserinos permaneceram calados com uma expressão de dor de barriga. Um aluno da Grifinória estava lhes dirigindo a palavra, como se eles fossem alunos quaisquer de outras casas. Os outros estudantes que estavam na biblioteca olhavam fixamente para a incomum cena.

– Qualé! Vocês andam com ela!

Malfoy o ignorou e voltou a fazer seu trabalho.

– Procura por aí.

Khai disse e virou as costas.

– Obrigado pelo esclarecimento e saiu irritado da biblioteca.

Rose ainda trocou algumas palavras com Jonathan antes de entrar na biblioteca, carregando Alvo a tiracolo, seguido por um Peter risonho. Passaram por Malfoy e Macbeer no balcão trocando olhares ameaçadores. Foram às seções de criaturas mágicas e herbologia e sentaram em uma mesa para fazerem os trabalhos.

– Olá, bibliotecário! - Goyle parou onde Malfoy estava.

– É sua primeira visita a uma biblioteca, imagino. Os livros do abecedário se encontram na primeira prateleira da estante.

Deymon respondeu irônico ao ataque de Goyle e Khai riu, recebendo um empurrão do sonserino.

– Eu não poderia perder sua detenção!

– E eu não consigo imaginar você nesta detenção. Iriam descobrir que você não sabe ler nem escrever. Seria tão vergonhoso para a Sonserina!

– Shhh! - interviu Madame Pince. – Isso é uma biblioteca. Malfoy, diga a seus amigos para pegarem um livro ou saírem daqui. Você está de detenção.

– Sim, Madame Pince.

– Sim, Madame Pince! - Goyle falou todo afetado.

Os sonserinos riram e saíram da Biblioteca. Khai foi na direção de Elizabeth, que estava copiando os nomes dos livros em um bloco de pergaminhos.

– O que está fazendo?

– Copiando o nome dos livros que quero ler. Quantos eu posso pegar?

– Acho que três, mas tem que devolver em uma semana. Vamos pegar o livro de criaturas das trevas para fazer a pesquisa de DCAT?

– Eu vou fazer mais tarde, no quarto. Eu quero dar uma olhada em todos os livros daqui. Por que tem correntes daquele lado?

– É a seção reservada. - respondeu Madame Pince. – Somente professores e alunos em matérias avançadas podem pegar livros daquela seção.

– Desculpe, eu não sabia. - Lizzie respondeu. E antes que Madame Pince voltasse ao trabalho, continuou – Deve dar muito trabalho catalogar todos esses livros.

Com a afirmação da Madame Pince, ela continuou a falar.

– Mas também, deve ser um trabalho muito prazeroso tomar conta de tanto conhecimento

Os olhos de Madame Pince brilharam com tamanho elogio. Khai deu um leve sorriso e compreendeu que Elizabeth tinha algum esquema armado.

– Bem... ninguém nunca falou assim antes do meu trabalho. Bom, Dumbledore disse algo parecido uma vez e um outro aluno, na verdade.

Elizabeth torceu o nariz, mas continuou com seu plano.

– Eu a invejo, Madame Pince. Já deve ter lido tantos livros aqui e eu não faço a mínima idéia do que seja o Mundo da Magia.

– Mas você terá tempo de ler, tenho certeza. O que é isso em suas mãos?

– Isso? Oh, uma bobagem. Estava apenas escrevendo todos os nomes dos livros que tem na Biblioteca para que eu possa fazer uma lista de prioridades e lê-los.

– Deixe-me ver.

Elizabeth passou o caderno para a Madame Pince e piscou para Khai, que sorriu. Ele fingiu procurar qualquer coisa na estante.

– Isso vai dar muito trabalho a você, Srta Dumbledore. - e entregou o bloco de volta. – Acho que posso ajudá-la. – murmurou para ela – Vou abrir uma exceção. Passe aqui amanhã à tarde e eu lhe darei a lista dos livros daqui que estamos catalogando.

– Isso seria bom demais, Madame Pince. - murmurou de volta. – Deixe-me ajudá-la hoje, então.

– Você não tem uma tarefa para fazer?

– Posso fazer no quarto, mais tarde. Até prefiro. Dessa forma, estarei retribuindo o seu favor.

– Bom, nesse caso...comece com aquela prateleira da esquerda, está bem? Não abra nenhum livro, apenas olhe o título. E se algum estiver sem identificação, coloque naquela pilha ali, que olharei mais tarde.

– Sim, senhora.

Quando Madame Pince se afastou, Khai se aproximou dela.

– Que tipo de idéia você tem?

Ela olhou para os lados e murmurou.

– Você sabe de um jeito melhor de ter acesso incondicional à Biblioteca? Eu quero muito chegar ao conhecimento que todo mundo tem, Khai, sobre o Mundo da Magia. As histórias, as lendas, tudo o que você, por exemplo, sabe naturalmente e que eu não faço idéia. Se eu me tornar amiga de Madame Pince, com certeza ela abrirá novas exceções para mim. Aproveita que já está aqui para fazer as tarefas. Eu vou fazer mais tarde, no quarto.

– Ok.

Khai pegou os livros de Criaturas das Trevas e de Herbologia para fazer seu dever e sentou na última mesa da biblioteca, depois de passar por Rose, Alvo e Peter.

– Aí tem!

– Deixa, Rose.

– Não dá, Al! Um sonserino ajudando? Sendo prestativo? Aí tem!

– Jonathan disse que a irmã dele gosta de livros, não foi?

– Sim, Al. Mas daí a se oferecer a ajudar a catalogá-los ao invés de lê-los?

– Talvez ela goste do Malfoy. - Peter disse.

– Hein? - Rose olhou assustada para ele.

– Ele não está ali de detenção? Talvez ela só queira ficar perto dele, ué!

– Não seja ridículo. Por que ela dispensaria Tiago para ficar perto de Malfoy? Não faz o mínimo sentido. Aí tem!

– Por que você não esquece essa sua fixação pela Elizabeth? Deixa ela, Rose. Você não me arrastou até aqui para fazer todas as tarefas que passaram pra gente? Eu ainda não saí da terceira linha.

– Não é fixação, Al. Ela é uma sonserina! Deve estar aprontando alguma coisa. Colocando feitiços nos livros, azarações, roubando páginas importantes...

– Com a habilidade de lançar feitiços que ela tem? Ela colocaria a biblioteca em chamas. Duvido que se arrisque. - Peter disse e fez os amigos rirem.

– Shh!

Madame Pince fez sinal do outro lado da Biblioteca.

– Como é que a gente coloca as respostas? Só responder e pronto?

– Não, Al! Tem que fazer uma pequena introdução, sabe? Tipo...o bicho-papão é uma criatura das trevas que ameaça os bruxos e os trouxas. Sua aparição remete à...

Rose pôde ouvir barulho de penas escrevendo nos pergaminhos.

– Você tá copiando o que eu estou falando?

– Não é para copiar, não?

Peter riu.

– Alvo! Minha mãe disse que eu podia ajudar e não fazer os seus deveres. Era só para você pegar a idéia de como escrever.

– Ah, tá. Mas posso ficar com essa parte que já escrevi? Por que a inspiração tá chegando.

– Tá bom! - e sorriu.

Em alguns instantes, Rose já estava com cerca de 25cm de pergaminho e Alvo nem havia chegado nos 10cm. Peter folheava os livros, procurava alguma informação e voltava a escrever. De repente, Alvo se pegou olhando para o balcão da biblioteca, onde Malfoy cumpria sua detenção. Toda vez que Madame Pince ameaçava se aproximar, ele revirava os olhos ou resmungava alguma coisa inaudível. Alvo estava achando engraçado. Lembrou das histórias que Harry havia contado sobre Draco e de como eles se tornaram inimigos na escola. Deymon não parecia muito com o Draco que Harry tinha lhe contado. Ele não parecia bobo e medroso, mas com certeza era irritante e se achava superior aos outros.

– Alvo! - Rose havia sussurado e chamado sua atenção. – O que você está fazendo?

– Desculpa, me distraí com umas coisas. O que é que Peter ainda lê nesse livro?

Rose puxou o livro para si, sob os protestos de Peter.

– Diabinhos? Você está lendo sobre diabinhos?

– Parece legal, Rose! Eles ficam jogando pequenos pacotes que enchem e explodem, causando muita dor. E feitiços...

– Foco, gente! Senão vocês não saem daqui nunca!

Os dois quase protestaram, mas diante da expressão de Rose, desistiram. Seria impossível argumentar qualquer coisa. Jonathan voltou a entrar na biblioteca e deu de cara com Lizzie.

– Ei! Aí está você. Te procurei em tudo o que é lugar!

– Shh! Isso é uma biblioteca, John. Fale baixo!

– Seus amigos não quiseram me dizer onde você estava. Não custava nada, não é? - e olhou para Malfoy, que nem lhe deu atenção. – Escuta, eu tava pensando em escrever uma carta pra casa, contando como estão as coisas. O que você acha?

– Ótima idéia. Pode escrever.

– Mas...tem que ser a gente. Juntos.

– Depois eu escrevo outra, John. Não posso sair agora. Estou ocupada.

– Você pegou detenção? Que nem Deymon?

– Não, John. Você não tem trabalho pra fazer não?

– Daqui a pouco eu faço.

– Você vai esquecer. E aí você vai perder pontos na aula. E aí todo mundo vai ficar chateado com você. Vai logo, menino.

Ele resmungou alguma coisa e entrou na biblioteca.

– Você manda nele, é? - Deymon perguntou, irônico.

– As meninas sempre mandam nos meninos. Nunca percebeu não? - e sorriu cinicamente.

Emburrado, Jonathan sentou com Alvo, Peter e Rose.

– O que foi? - ela perguntou.

– Minha irmã não quer escrever uma carta comigo. Se diz ‘ocupada’ - disse afetado.

– E isso é só o começo. - alertou Rose.

– Não. Ela sempre fez isso. É que irrita, sabe? Ei! Alguém tem um pergaminho pra me emprestar? E uma pena? Eu deixei tudo no quarto

– Toma. - entregou uma Rose contrariada.

– Obrigado. Devolvo assim que a gente voltar

Peter entregou o livro de Criaturas para Jonathan.

– Olha, diabinhos!

– Peter! - Rose olhou para ele, chateada.

– Ah, desculpa Rose, mas eu tinha que acabar de ler. É legal!

Ela balançou a cabeça, contrariando a atitude do amigo. Os quatro se concentraram para terminar as tarefas que precisavam fazer. Rose mediu seu pergaminho e percebeu que tinha passado 10cm do que Harry havia pedido.

– E agora?

– Entrega assim mesmo.

– Não dá, Jonathan. Minha mãe me disse que tem que ser exatos 40cm. Isso também era muito difícil para ela, sabia?

– Eu tô aqui me matando pra chegar em 40cm - Peter disse. – Se você for excluir alguma coisa, deixe-me ler primeiro. Não sei mais o que colocar.

– Nós, mulheres, temos maior facilidade de nos expressar!

– Vocês se expressam demais. - Jonathan falou. – Isso assusta, sabia? Às vezes?

– Vou refazer tudo. Reducto!

Ela murmurou e o pergaminho virou pó. Alvo, Peter e Jonathan levaram as mãos à cabeça e quase mataram Rose. Ela abriu seu livro e tirou mais uma folha de pergaminho.

– Vem cá, com quantos pergaminhos você anda, diariamente? - Jonathan perguntou e logo se arrependeu pela cara zangada que Rose fez.

– Aposto que termino primeiro do que todos vocês!

– Duvido, Rose. Eu só falto pensar como preencher mais 7cm.

– Quem quer apostar?

– O que? - Peter perguntou.

– Se vocês terminarem primeiro, sem falar de novo alguma coisa que já escreveram, eu faço a tarefa dos três por uma semana.

Todos concordaram imediatamente.

– E em troca, vocês vão me fazer o favor que eu pedir, na hora que eu pedir, sem contestar.

– Feito! - Peter aceitou.

– To dentro! - Jonathan também.

– E então, Alvo? - ela perguntou ao primo.

Alvo já estava quase no fim, mas não sabia mais o que escrever. Já tinha falado tudo e precisava de mais 7cm. E ele sabia que Rose tinha a capacidade.

– E então? Tá com medo? - ela provocou.

– Tudo bem. - cedeu.

Imediatamente ela começou a escrever e parecia que dentro de toda a biblioteca só era possível ouvir o barulho da pena contra o pergaminho de Rose. Ela escrevia tão rápido que parecia que o papel pegaria fogo a qualquer instante. E isso tirava a atenção dos meninos por alguns instantes. Todos queriam ler o livro ao mesmo tempo para achar alguma coisa a mais que haviam deixado passar. A confusão foi tanta que a Madame Pince se aproximou da mesa.

– Shh! O que está acontecendo aqui?

Rose sequer se deu ao trabalho de olhar para a Madame Pince.

– Desculpe, Madame Pince. É que precisamos terminar esse trabalho com urgência e acabamos falando alto demais.

– Não é só isso, jovem Potter. Vocês precisam tratar o livro com mais respeito. É propriedade da escola e vocês podem ficar sem o direito de levar livros para os quartos se continuarem desta forma.

– Sentimos muito! - Jonathan falou. – A senhora pode nos devolver o livro, por favor?

– Ainda não. Preciso averiguar se não houve algum dano enquanto vocês o puxavam para cada lado.

Madame Pince começou a folhear o livro e os meninos ficaram tensos com isso. Alvo tentou levantar para pegar outro livro, mas Madame Pince o proibiu.

– Se tiver alguma avaria com este livro, vocês três serão responsáveis.

– Só estávamos querendo terminar nossas tarefas, Madame Pince.

Ela se mostrou irredutível e os meninos puderam ver que Rose já estava na terça parte do pergaminho. Faltava uns 15cm a serem escritos. O que era uma aposta fácil, estava virando o caos. Quando Madame Pince finalmente resolveu entregar o livro aos garotos, Rose só precisava de mais 7cm para terminar. Os meninos sentaram uma o lado do outro e abriram o livro para eles. Se concentraram e começaram a escrever. Madame Pince achou muito estranha aquela situação. Quando Alvo já estava escrevendo a última e suada frase, Rose deixou a pena de lado e massageou a mão.

– Terminei.

O muxoxo foi geral. Peter e Jonathan largaram as penas e Alvo ainda estava paralisado, olhando para ela. Rose sorriu para o primo que resolveu terminar o que estava escrevendo.

– Isso é injusto! A Madame Pince te ajudou! Você armou com ela, não foi? - Jonathan falou baixinho e Rose se ofendeu um pouco, mas achou mais engraçada a situação.

– Vocês, meninos, não sabem perder. Bom, pelo menos vocês fizeram a lição, não é?

– Como você fez isso? - Peter quis saber.

– É mais fácil escrever quando se tem tudo na cabeça - sussurrou.

– Você usou algum feitiço de memorização? - Jonathan perguntou.

– Não, mas seria uma boa idéia. Para vocês, é claro. Pena que existem feitiços contra isso na escola.

– Vamos embora? - Alvo perguntou.

– Primeiro vamos anotar as ervas que o Prof. Longbottom pediu, Al. Esqueceu?

Os meninos estavam cabisbaixos e fizeram a lista em silêncio. Rose teve pena deles, mas, pelo menos, tinha conseguido que terminassem a lição. Quando estavam saindo, morrendo de sono da biblioteca, Alvo se lembrou de uma coisa que tinha pensado em perguntar a Rose. Segurou a prima por um instante.

– Rose, você sabe como fazer um fantasma parar de roncar?

Jonathan e Rose torceram o nariz e os olhos de Peter brilharam. Estava doido para dormir direito.

– Do que você está falando, Alvo?

– É porque o nosso quarto era o quarto do Frei Gorducho e ele dorme, sabe? Eu achava que fantasmas não precisavam dormir. E ele ronca muito alto. Aí, a gente não consegue dormir.

Jonathan estava impressionado só em imaginar a cena.

– Eu não sei como fazer ele parar de roncar. Não se lança feitiços em fantasmas, porque não se acerta neles. Tudo passa através. Mas eu sei de um feitiço que faz silencio. Eu li no livro que a mamãe tem. Espera!
Ela foi até o balcão onde Malfoy estava.

– Olá. Eu queria saber se vocês têm o livro Feitiços simples, resultados impressionantes, de Romilda Dimengoft?

– Duvido muito. - disse Malfoy enquanto dava duas batidas na caixa acizentada logo abaixo do balcão e falava o nome do livro, com muito desgosto, diga-se de passagem. – Terceiro corredor, quarta prateleira, disse.

– Obrigada! - Rose respondeu com um sorriso falso.

Os quatro se dirigiram ao corredor para encontrar o livro.

– Olha!

– Achou, Rose?

– Não, Peter. Mas esse daqui eu vou levar. Hum...aqui está! - pegou e foi até a mesa. – Silencio faz o alvo ficar mudo, mas nós não conseguiríamos acertá-lo porque ele é um fantasma. Então...hum... - ela passava as folhas muito rápido – Aqui: sisto auditus. Basta rodopiar um pouco a varinha e tocar no ouvido. Aí você não vai ouvir nada.

Peter e Alvo já estavam comemorando quando Rose pediu de novo a atenção.

– Quando eu digo nada, eu digo nada mesmo. Aqui diz que é preciso criar um electricum desperto para remover o feitiço.

– Um o quê? - Alvo quis saber.

– Um electricum desperto. Vocês precisam encantar um objeto para que ele desperte vocês com um choque. É meio complicado. Ela continuou lendo e nem deu atenção ao olhar aterrorizado dos meninos.

– Não sei se quero acordar com um choque - Peter revelou a Alvo.

– Eu também não quero. Ei, Rose, vamos tentar achar outra coisa outro dia, tá? Vamos logo para os dormitórios

– Bom, vocês quem sabem. Vou levar este livro também e se dirigiu para o balcão de Malfoy.

Entregou os livros e esperou ele cadastrar em um pergaminho com seu nome.

– Malfoy, já está ficando tarde e você já cumpriu sua detenção. Depois que terminar, pode ir embora.

– Sim, Madame Pince! - disse. – Até que enfim, sussurrou, irritado.

– Você também, Srta Dumbledore. Obrigada pela ajuda!

– Foi um prazer. Madame Pince, posso lhe pedir um favor?

– Pois não?

– Se importa em me chamar de Carter? Este é o sobrenome da família que me criou e gostaria de continuar me chamando assim.

– Bom, Dumbledore foi um grande homem. Não tem por que você não utilizar o sobrenome da sua família. Mas se você se sentirá melhor, não tem problema.

– Obrigada. Vou colocar estes livros de volta à estante, pegar alguns para a pesquisa e já vou para o dormitório.

Em pouco tempo, Elizabeth já estava com os livros para a pesquisa nas mãos e já tinha entrado no balcão, junto com Deymon e escrito os livros que pegou em sua ficha. Ela foi até o fundo da biblioteca encontrar com Khai que terminava seu trabalho e saíram juntos, pouco depois de Rose, Alvo, Peter e Jonathan.

– Esperem!

Ouviram uma voz e todos se viraram para trás. Era Malfoy chamando pelos companheiros sonserinos.

– Eu vou com vocês para o dormitório.

Jonathan fez menção de se dirigir a Lizzie, mas ela fez sinal para ele continuar andando com o grupo dele. Os corredores estavam vazios e a maioria dos estudantes já estavam nos dormitórios de suas casas. Jonathan e Rose se despediram e subiram a escada para o 7º andar, enquanto Alvo e Peter se juntaram a Khai, Deymon e Elizabeth, para descer. Foi quando todos estavam na escada que algo incrível aconteceu: elas pararam no meio do caminho. Com o solavanco, os sonserinos se chocaram com os lufos e os grifinórios contra a parede.

– Tem alguém aí nas escadas? - Harry perguntou.

– Estamos aqui! - Rose gritou e acenou para ele.

– Está todo mundo bem? - gritou lá de cima.

– Sim! - Alvo respondeu quando todos se recomporam.

– Por que as escadas pararam? - Peter perguntou.

– Não, sei. - Harry respondeu. – Elas mudam de lugar, mas não param no meio do caminho

– Será que deu defeito? - Jonathan perguntou.

– São enfeitiçadas por magia, John. Elas não quebram como escada rolante - Lizzie respondeu.

– Crianças, voltem para o quarto andar. Fiquem calmos, que eu já vou descer. Carpe...

Mas Harry não pôde continuar a falar, pois uma outra voz parecia ecoar nas escadarias. Era um sussurro baixo, rouco, quase inaudível, mas que fazia arrepiar até os pêlos da nuca.

– Dor... está escuro...Por favor... liberte-me... liberte-me... liberte-me...

E a voz sumiu da mesma forma que começou. A primeira coisa em que Harry pensou foi no basilisco e seu coração acelerou ainda mais. A cobra teria deixado algum filhote? Então as crianças quebraram o silêncio.

– O...o que foi...isso? - Peter perguntou, ainda tremendo.

– Vocês escutaram? Todos vocês? - Harry perguntou.

– Sim - foi a vez de Khai falar.

Era improvável que todos fossem ofidioglotas.

– Carpe retractum!

Harry lançou o feitiço para o vão do quarto andar e a varinha o levou direto para lá.

– O que está acontecendo? - Rose quis saber.

– Não sei, mas é melhor chamar os outros professores.

– Foi um...fantasma? - Lizzie perguntou receosa.

– Parecia alguém em apuros - Alvo disse.

– Alguém conseguiu identificar de onde vinha a voz? - Harry perguntou às crianças.

– Eu acho que veio lá de baixo - Malfoy disse.

– Eu tenho certeza de que foi do outro lado desse andar - Rose afirmou.

– Para mim parecia que vinha de cima. - Jonathan disse.

– Parecia que vinha das escadas. - Elizabeth arriscou.

– Eu também acho que veio de baixo para cima - Khai afirmou.

– Eu não sei – Alvo foi sincero.

– Eu acho que veio do 3º andar. – Peter disse.

– Vou chamar os professores. Assim que eles chegarem, daremos um jeito de levar todos para os dormitórios.

– Como você vai fazer isso, pai?

– Fácil. Sr Ferbulus, poderia ir à sua pintura na sala do Prof. Slughorn e avisá-lo do ocorrido? Quem mais tiver contato com as salas dos professores, poderia avisá-los, por favor? Obrigado.

Logo alguns quadros ficaram vazios e em pouco tempo os professores foram chegando. Alguns alunos que estavam fora de suas camas também se assustaram quando tentaram voltar para suas casas. As escadas estavam paradas e não havia como subir ou descer.

– Por Merlim! - gritou assustada Dir. MacGonagall ao se deparar com as escadas. Ela parecia ter surgido do nada. – As escadas...o que aconteceu, Prof. Potter?

– Diretora MacGonagall, elas simplesmente pararam. E não foi só isso. Todos nós pudemos ouvir uma voz que pedia ajuda, mas não conseguimos identificar a origem.

– Todos vocês?

– Sim, Diretora. Isso elimina uma possibilidade, não é?

– Oh, sim, claro. Seria um aluno?

– Não parecia. Estava rouca e cansada.

– Um fantasma?

– Não sei.

– Sr Filch! - Minerva gritou ao passo que o zelador apareceu no térreo da escola com os olhos arregalados e uma expressão confusa – Ache os fantasmas das casas, imediatamente.

Os outros professores apareciam em diversos andares, confusos e surpresos com as escadas. Todos usaram feitiços diversos para encontrarem com a Diretora no 4º andar.

– Segundo o Prof. Potter, as escadas pararam sem motivo aparente. Preciso que os diretores das casas confiram se todos os alunos estão nos dormitórios. Precisamos ajudar aqueles que estiverem fora para chegar em suas casas. O Prof e as crianças ouviram alguém pedir ajuda, por isso o restante fará uma busca em todo o castelo. Os fantasmas das casas serão avisados e os ajudarão também. Crianças! Vocês não devem falar para ninguém que ouviram esta voz, está bem? Nós vamos cuidar de tudo. Agora, vão!

Os professores responsáveis pelas crianças logo as acolheram. Antes de partir, elas ouviram um breve comentário.

– Tem algo a ver com a infiltração no térreo, diretora MacGonagall?

– Tomara que não, Harry. Se for, temo que não poderemos consertar as escadas também.

O Prof. Slughorn encaminhou os três sonserinos para a terceira porta à esquerda, onde entraram através de uma passagem atrás da escrivaninha. Logo eles saíram por trás de um retrato da câmara vazia, onde aguardaram a Diretora MacGonagall, no dia anterior. Seguiram o Prof. Slughorn pelo caminho até o Salão Comunal, mas, apesar dos esforços, ele parecia não querer conversar com os alunos. Rapidamente, fez um levantamento nos dormitórios e acordou os monitores.

– Não quero que ninguém mais saia esta noite, entendeu?

– Sim, senhor! - Greg Klanc, o aluno do 6º ano, ainda estava atordoado.

Como um raio ele saiu do salão em busca dos alunos que estavam fora.

– O que está acontecendo? - o monitor perguntou as três figuras que permaneciam no meio do salão.

Os alunos que foram acordados pelo Professor também queriam respostas. Logo, os três estavam contando repetidas vezes como as escadas pararam de repente e que todos os professores se assustaram. Disseram, também, que poderia não ter conserto. Seguindo a ordem da diretora, eles deixaram as vozes fora disso. Os alunos se assustaram, ficaram loucos para ver o que estava acontecendo, mas os monitores formaram uma barricada na frente da saída.

– Ordens do Prof. Slughorn. Ninguém sai

Angustiados, alguns voltaram para suas camas e outros criavam teorias para o que estava acontecendo. Deymon, Khai e Elizabeth, ficaram na poltrona mais ao lado.

– Será que os feitiços estão se desfazendo? - Khai foi o primeiro a falar baixinho.

– Mas os feitiços de Hogwarts são milenares e nunca falharam! - Deymon interveio.

– Mas depois da guerra...na hora de reconstruir pode ter acontecido alguma coisa

– Sim, você tem razão - disse Malfoy e continuou – Os bruxos que encantaram o castelo eram muito poderosos e os professores só fizeram remendos, aqui. Alguém deve ter feito algo errado. Aposto como deve ter sido o Guarda-Caças.

– Como a gente vai subir para as aulas agora?

– A gente nem sabe se vai ter mais aulas, Elizabeth.

– Como assim, Deymon? Eles podem suspender as aulas por causa disso? - murmurou.

– Podem até fechar a escola.

– Só por causa de uma escada parada no meio do caminho que deixou de funcionar por causa da validade do feitiço?

Malfoy se ajeitou e se aproximou dos amigos.

– Vocês ouviram o Prof. Potter perguntar se tinha algo a ver com a infiltração lá embaixo e a Diretora MacGonagall temer que não conseguissem consertar? Se acontecer mais alguma coisa, alguma coisa que ponha em perigo os alunos, eles vão fechar. Quase fizeram isso antes.

– Por favor! Uma infiltração e escadas quebradas não são perigo para ninguém! - Lizzie argumentou, mas os meninos não lhe deram atenção.

– E porque não fecharam da outra vez? - Khai quis saber.

– Porque um aluno descobriu o que estava de errado. Bom, na verdade ele colocou a culpa em outra pessoa. E ainda ganhou um prêmio de Serviços prestados à Escola. Dá pra acreditar? Genial.

– Como é que você sabe de tudo isso? - Lizzie perguntou, intrigada.

– Meu avô me contou essas histórias.

– A gente podia tentar achar essa tal voz - Khai sugeriu.

– Se os professores tentarem e não encontrarem, porque você acha que nós vamos encontrar? - Lizzie perguntou – Eles são mais experientes.

– Já aconteceu antes. Inúmeros bruxos tentaram encontrar a entrada para a Câmara Secreta e somente dois alunos conseguiram.

– Que Câmara Secreta? - Lizzie não estava entendendo nada.

– Uma câmara que Salazar Sonserina construiu e que era a casa de um basilisco que matava todos os sangue-ruins. Os nascidos trouxa. Mas o Prof. Harry Potter matou o pobre bichinho há muitos anos. Ele foi um dos alunos que encontrou a entrada.

– Quem foi o outro? - Lizzie perguntou a Malfoy.

– Lord Voldemort - disse baixinho.

– Hum...o que matou meu avô, certo?

– Bom, na verdade, quem matou Dumbledore foi Severo Snape, que no final traiu o Lord das Trevas - Malfoy continuou.

– Essa história é muito complicada. Eu não consigo entender.

– Um dia eu sento e te explico tudo

Lizzie deu um leve sorriso para ele, que retribuiu.

– A gente pode ficar de olho nos professores e ver o que eles descobriram amanhã. Você pode falar com o Prof. Slughorn, Lizzie. Ele parece ser seu fã. - Khai falou, irônico.

– Mas antes dele, preciso fazer minhas tarefas, não é? Senão os outros professores é que vão pegar no meu pé.

– Onde estão os seus livros, Malfoy? - Khai perguntou.

– Ai, droga! Esqueci de pegar!

– Você pode usar os meus - Lizzie afirmou – Enquanto faço o de Herbologia você faz o de DCAT e depois a gente troca.

– Tá!

Os três ficaram na sala, enquanto o restante dos sonserinos ainda esperavam para descobrir mais coisas com os alunos que chegavam.

***

O Prof. Longbottom, não foi diferente do Prof. Slughorn. Porém, antes de passar pela Mulher Gorda, ele falou com Rose e Jonathan.

– Não é possível que todos vocês sejam ofidioglotas, não é? - perguntou, aflito.

– Ofi...o que? - Jonathan estava muito confuso.

– Não, professor. Foi uma voz que ecoou na escadaria. Disse assim: ‘dor, está escuro aqui, liberte-me´. Era uma voz rouca e cansada. O senhor tem alguma idéia do que está acontecendo?

– Não, Rose. Agora entrem.

Após uma rápida olhada pelos dormitórios, Neville deu ordem para os monitores para que ninguém saísse e já ia sair do Salão quando Rose o parou e puxou para o canto.

– Tem alguma coisa a ver com a infiltração que vocês não conseguem consertar?

– Como você...bem...hum...ainda não sabemos.

– O feitiço das escadas pode ter acabado?

– É possível.

– Mas se for assim, todos os outros feitiços que mantém Hogwarts podem acabar também, não é?

– Rose, você é tão igual a sua mãe, que assusta. Eu sei ainda menos do que você sobre o que está acontecendo.

– Mas sabe mais sobre a infiltração.

– A única coisa que sei é que nós não conseguimos lançar um feitiço que conserte a infiltração. Ela sempre volta. Agora preciso achar os alunos que faltam.

E saiu pela porta.

– Rose, o que está acontecendo? - James estava com seu caderno de jogadas de quadribol da mão e parecia preocupado – Tudo bem com Al?

– O Al tá bem. O problema que é que as escadas que se movem, não se movem mais

Todo o salão comunal da Grifinória estava em choque.

– Como assim? - o primo insistiu.

– Nós estávamos voltando da biblioteca, depois de fazer nossas tarefas, quando subimos as escadas para vir para cá, elas começaram a se mover. Daí, elas simplesmente pararam no meio do caminho e agora não se movem mais.

Rose resumiu e atendeu ao pedido da diretora.

– Quer dizer que as escadas não são mais encantadas? Que a magia terminou? - Vitória parecia aflita.

– Ninguém sabe dizer. Os professores também não sabem o que está acontecendo. Mas quando a gente saiu, eles já estavam tomando providências. - Jonathan tentou ajudar.

– Se elas não voltarem a funcionar, como a gente vai subir para as aulas agora? - Rafiuski estava bem preocupado.

– E ainda vai ter aulas, depois disso? - Oliver quis saber.

– Eles podem suspender as aulas por causa disso? - James perguntou.

– Acho que não. Os professores devem arranjar outro jeito, se a gente não puder descer pelas escadas. - Nicolau afirmou.

– Mas e se acontecer mais alguma coisa, alguma coisa que ponha em perigo os alunos, eles vão fechar? Tem aquela infiltração que ninguém resolveu até agora. - Karen, amiga de Vitória trouxe o caso à tona.

– Será que tem a ver? - Oliver pensou alto.

– A gente tem que descobrir o que está acontecendo! - James foi resoluto.

– Os professores estão resolvendo isso, gente! - Rose tentou desinflar os ânimos.

– Isso mesmo! - disse Telma Nicleback, monitora da casa. – Agora vamos tratar de voltar para nossas camas porque amanhã estará tudo resolvido. Os professores vão resolver tudo

Ao passo que os alunos voltavam para os dormitórios, James chamou sua prima mais reservadamente e tratou de conversar bem baixo.

– Rose, a gente tem que descobrir o que está acontecendo. É como uma das aventuras que nossos pais tanto nos contaram - murmurou. – É a nossa aventura em Hogwarts!

– Mas os professores estão procurando.

– Mas eles nem sempre acham tudo. Meu pai descobriu mais coisas aqui do que os bruxos fizeram em anos. A gente também pode.

– Então vamos ficar de olho nos professores. Você e Nicolau podem perguntar para seus pais, né?

– É mais fácil o tio Longbottom contar alguma coisa para você do que para o Nick.

– Ele já me contou.

– O que?

– O lance das escadas pode ter ligação com a infiltração. Ele disse que os professores não conseguem lançar um feitiço que conserte. Ela sempre volta.

– Pode ter uma proteção contra feitiços.

– Mas quem colocou isso lá?

– A gente tem que pesquisar para saber se alguém pode fazer isso em Hogwarts, ou se já fez. A melhor pessoa para isso é você, prima.

Ela abriu um largo sorriso.

– E Alvo?

– Ele também está por dentro. Acho que vai achar massa a nossa idéia.

– Ótimo! Então amanhã a gente conversa.

– Espera! Tem mais uma coisa. A gente ouviu uma voz que pedia ajuda. Ela disse ‘dor, está escuro aqui, liberte-me’ e os professores estão atrás disso. Mas você não pode falar para ninguém.

– Pode deixar. Amanhã a gente se fala. Vai dormir.

No meio do caminho Rose encontrou com Jonathan de braços cruzados.

– O que vocês estão aprontando?

– Nada.

– Mentira. Vocês vão procurar a voz?

– Shhh! Fala baixo! - Rose pediu.

– O que vocês estão aprontando?

– A gente vai tentar descobrir o que está acontecendo.

– Posso participar?

– É uma aventura em família, sabe?

– Pensei que os grifinórios fossem uma família.

Rose ficou bem desconcertada.

– Tá bom. Você pode. Mas nem pense em chamar sua irmã. Ela fica fora disso!

E subiu para seu dormitório.

***

A Prof. Trelawney murmurava baixinho, tentando se lembrar de inúmeros feitiços para aplicar nas escadas quando voltasse, enquanto levava seus alunos até o segundo andar. As passagens secretas de Hogwarts nunca foram tão usadas.

– Professora, os encantamentos podem acabar de uma hora para outra? - Alvo perguntou.

Ela parou por um instante, hesitando se deveria conversar com o aluno ou não.

– Ora, meu querido. Não se preocupe, Potter. Vamos resolver tudo.

– Mas os feitiços podem acabar de uma hora para outra, não podem?

– Bom, alguns feitiços realmente funcionam assim.

– A senhora acha que aconteceu isso nas escadarias? - perguntou Peter.

– Crianças, nós ainda não sabemos. Preciso voltar para saber o que aconteceu, não é? Mas não fiquem pensando nisso. Vamos resolver tudo logo logo.

– Professora, os encantamentos de Hogwarts são muito antigos, não são? Coisas velhas dão defeito! - Peter argumentou.

– Mesmo que os encantamentos de Hogwarts sejam antigos, eles são muito resistentes. Desconfio até que Pirraça esteja brincando conosco. Não seria a primeira vez, não é? Pirraça realmente sabe tirar a gente do sério.

Em poucos instantes, eles já estavam dentro da Sala Comunal da Lufa-Lufa. A Prof. Trelawney tratou de averiguar quem estava fora da cama e tornou a sair da sala, comunicando aos monitores que todos só poderiam sair na manhã seguinte. Logo um grupo cercou os dois primeiro-anistas para saber o que estava acontecendo e eles repetiram toda a história. Depois de um tempo de discussões, os alunos foram para seus quartos. Alvo e Peter se aproximaram da lareira e fingiram brincar com Ruffus.

– Isso tá ficando estranho - murmurou Alvo. – Primeiro o tal vazamento misterioso e agora as escadas param. Duvido que tenha a ver com Pirraça. A Prof. Trelawney só deve ter falado isso pra enganar a gente.

– Será que deu tilt em Hogwarts?

– Hein?

– Sério, Alvo. Sabe, às vezes as coisas dão pane. Tipo um computador, sabe? Hogwarts pode estar com um vírus.

Alvo riu.

– Você é demais, sério! Não existe esse negócio de vírus de magia, Peter. Você está sendo criativo demais!

– Velho, mas pense aí! Um vírus pode espalhar um tipo de feitiço que dá defeito em outros feitiços.

– Não sabia que você era fã de teorias de conspiração.

– Acho massa!

– Os feitiços em Hogwarts são fortes, são antigos. Foram feitos por pessoas experientes

– Mas não tem essa história de Hogwarts ter sido quase destruída? Vai ver que alguma coisa deu errado. Tipo...um feitiço se misturou com outro, tipo reação química e aí gerou uma coisa que seria esse vírus e aí Hogwarts está sendo afetada.

Alvo riu novamente, mas se calou quando olhou para cima. Helga Lufa-Lufa estava de olhos esbugalhados. Parecia aterrorizada. Quando Peter olhou para o local, ela já estava com um sorriso amarelo estampado no rosto.

– Peter, você viu?

– O que?

– Sra Lufa-Lufa, tem algo acontecendo com a escola?

– Conversando com o retrato da Sra Lufa-Lufa, Alvo? Ela não pode responder, sabe? - Lena chegou de mansinho.

– Mas quando nós chegamos...

– Ah! Aquilo foi um feitiço que nós fazemos para os primeiro-anistas. Ela finge que fala e uma das meninas dá as boas-vindas por ela. O que vocês queriam saber? Posso tentar ajudar.

– Não é que...com esse negócio das escadas, sabe...é...

Alvo não era um bom mentiroso.

– A gente achou que ela saberia a resposta. Ela não fundou Hogwarts? - Peter completou.

– Seria ótimo, realmente, se a gente pudesse perguntar para eles não é?

– Por que alguns quadros falam e outros não?

– Essa é uma excelente pergunta, Alvo. Acho que ninguém nunca fez. Bom, eu tenho que dormir. Treinamos amanhã, esqueceu? Vocês vão estar lá?

– Com certeza! - disseram em uníssono.

– Boa noite, então.

Alvo voltou a olhar para o retrato de Helga Lufa-Lufa que fazia cara de paisagem.

– O que foi, Alvo?

– Sabe aquela coisa maluca de vírus que você falou?

– Sim?

– Acho que alguma coisa ali faz sentido, porque ela fez uma cara...eu vi.

– Mas ela não pode falar!

– Mas isso não quer dizer que ela não possa ouvir, né Peter?
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Menthe »

deu tilt em hogwarts...huahuahua....irado.....e ai q medo neh....pelo menos a gente sabe q basilisco num eh neh?....(num eh neh? :shock: ) pq eles saum medonhos....oin, o alvinhu eh taum bunitinhu...e tem alguma coisa estranha com essa menina dumbledore.....to de olho.....posta logooooooooooooooooooo!!
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



Pra Sempre Corvinal.
Nunca saberia ser nada além de mim .


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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by julie granger »

:shock: :shock: :shock: :shock: :shock:


caracaa muitoooooooooooooo bommmmmmmm!!
muitoooo mesmoooooooooooooooo!!!

continua continuaaa que eu to gostando! me deu um alivio quando todo mundo pode ouvir aquela vós! já senti um arrepio quando o harry pensou que só ele tinha ouvido!! jah tava pensando no basilisco ou no tio vald!

xP


beijãooooooo e posta logo!
I find love with you s2
Uma nova fic está no ar ....
Spoiler
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Viktor_Sly_Ehrenadler »

Eu parei no 3 capitulo


mas pelo que eu lii esta muitooo booom !
vou até salvar no favoritos, quero ler até o final dessa fic!

ficou muito booa mesmo !
Futura JKR aii pessoal!

Só falar com a Editora e mandar imprimir os exemplares hein?! ;P


Continuaaa aeee que eu quero mais xD
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Menthe »

*roncando e babando*...

ai, kd vc???eu quero ler.........................vou pedir pra abrirem um arquivo pra vc no without a trace...eles t encontram msm q vc num queira. :P
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Viktor_Sly_Ehrenadler »

Agora que li todos os cap postados posso falar:
Esta muito boooom mesmooooo !
Um mistério muito grande rola sobre essa infiltração!
E ainda bem que não é o basilisco, se não todos não tinham escutados!
Imagina! o.O toda essa turma ofidioglota?
Mas eu acho que o Alvo é por causa do Harry!


Posta logo que eu quero saber quem é esse ser que esta pedindo socorro!
E quem fez essa tal de infiltração no castelo!
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Sheu »

Oi, gente!!! :D Desculpa pela demora, mas eu estou no interior e não consigo tempo...sem falar em net...só dá para dar uma espiadinha no fórum e tenho que voltar ao trabalho :( . Depois das eleições vou mudar, juro!
Ah!! Amei os comentários de vocês! :palmas É muito bom saber que tem gente acompanhando meu trabalho, que é muito mais um lazer! Bjocas a todos!
8
UMA AVENTURA PARA NÓS
Pela manhã, bem cedo, os alunos já começaram a se arrumar para sair de suas casas e descobrir se os professores resolveram o problema das escadas. Porém, assim que o primeiro aluno chegou à sua Sala Comunal, deu de cara com o diretor de sua casa, que pediu que sentasse e aguardasse os outros alunos. Assim que todos se aprontaram, os diretores das quatro casas levaram todos os alunos, através de passagens secretas para o Grande Salão, onde a diretora MacGonagall os aguardava. Sinal de que as coisas não iam muito bem.

– Bom dia, alunos. Como já é de conhecimento de todos, ontem uma coisa inédita aconteceu em Hogwarts. Pela primeira vez em mais de 1000 anos, as escadas que se movem, pararam. Alguns alunos e o professor Potter foram testemunhas do acontecimento. Após uma primeira averiguação, eu e os professores de Hogwarts não pudemos identificar uma causa específica para o fenômeno. Nestes próximos dias, peritos do Ministério da Magia estarão em Hogwarts para avaliar os danos e encontrar uma solução para esta questão.

Alguns alunos pareciam realmente preocupados.

– Isto não afetará a nossa rotina de aulas, trabalhos e provas – os murmúrios de lamento foram gerais dentro do Grande Salão – Contudo, eu terei de me ausentar das aulas.

Foi difícil segurar o sorriso de alegria no rosto dos primeiro-anistas, principalmente. MacGonagall era uma professora muito boa e como não poderia deixar de ser, bastante exigente. Sem falar que o fato de os alunos estudarem com a diretora da escola era, no mínimo, tenso. Após ignorar a iluminação no rosto dos jovens, ela continuou.

– Portanto, durante este período, o Professor Hermito Pratevil assumirá a aula de Transfiguração.

Os alunos ainda não tinham percebido a figura que se encontrava sentada no final da mesa. O Professor Pratevil se levantou ao ser anunciado. Suas vestes eram de um preto esverdeado, bem alinhado e passado. Com estatura de um adolescente de 16 anos e de um porte razoável, ele chamou a atenção das meninas. Seu cabelo era ruivo, liso e amarrado em uma trança que ia até sua cintura. Seu rosto era fino, sua pele alva e sua barba bem aparada. À primeira vista, era o professor dos sonhos. Seus olhos, entretanto, pareciam janelas de outra alma, pois destoavam de um conjunto harmonioso. Eram duros, frios e sem vida, dissimulados e nada confiáveis.

– Agora, preciso da atenção de todos vocês. Durante o período em que as escadas estiverem interditadas, nós usaremos um sistema de passagens secretas de Hogwarts. Nesta sala ao lado, conhecida como Câmara Vazia, existem diversos quadros. Cada um deles leva a um andar diferente da escola. Utilizaremos as passagens por trás destes quadros para termos acesso ao segundo andar em diante. É bom anotar!

Barulhos de pergaminhos sendo abertos foram ouvidos por todo o salão.

– A quarta pintura da direita nos dá acesso ao 2º andar e a senha é Rabo de porco. A primeira da esquerda, ao 3º andar e a senha é Pêlo de Javali. A quarta da esquerda ao 4º andar e a senha é Carrapato de Testrálios. A segunda da direita ao 5º andar, a senha é Pena de Coruja. A terceira da direita ao 6º andar, a senha é Piolho de Cobra. A segunda da esquerda ao 7º andar, a senha é Fagulhas de Fênix. A terceira da esquerda ao Corujal e a senha é Folha de Salgueiro. Durante a noite, os professores fizeram o possível para que o caminho seja o menos tortuoso possível, através destas velhas passagens. Não será nada fácil. Bom, agora, vamos ao café da manhã.

Em instantes as mesas ficaram cheias de comida. Após um breve desjejum, James sinalizou para a prima encontrá-lo lá fora e chamou Nick. A expressão dele mudou quando ela surgiu acompanhada de Jonathan.

– O que ele está fazendo aqui?

– Eu disse que ele podia participar.

– Mas é uma aventura de família!

– Se o Nicolau pode, por que ele não pode? Além disso, Jonathan também viu o que aconteceu com as escadas. Sem falar que ele também faz parte da família Grifinória! E...

– Tá, tá bom! Chamou o Alvo?

– Ele já está vindo. Está terminando o café.

– Vocês vão mesmo procurar essa voz? - perguntou Longbottom.

– Vamos descobrir o que está acontecendo com Hogwarts, como nossos pais fizeram. - James falou animado.

– Então vamos precisar de mais alguém.

– Do que você está falando? - perguntou ao amigo.

– Ora, se vai ser como antigamente, temos que chamar a Lucy. Não podemos fazer as coisas sem uma Lovegood. Lembra? Potter, Weasley, Granger, Longbottom, Lovegood...

– Tá, tá. Você também, hein? Caramba! Chama ela, então. Vamos fazer uma mini-reunião ali. Mas corre porque já vamos começar!

Em instantes saíram Alvo, Peter, Lucy e Nick.

– O Peter também?

– Lógico! Ele é o meu amigo, James. E também viu tudo o que aconteceu. Sem falar que ele está mais perto de descobrir o que está acontecendo do que a gente.

– Como assim? - James torceu o nariz, olhando para o garoto.

– Não foi bem assim. Eu apenas fiz umas suposições loucas e foi Al quem viu.

– Viu o que? - Rose estava curiosa.

– Vamos sentar que eu explico para vocês.

Sentados nas rochas do lado do castelo, os sete amigos falaram o mais baixo possível e recapitularam o que havia acontecido na noite anterior. Lucy ficou sabendo da misteriosa voz. Rose contou que o Prof Longbottom tinha dito que os professores achavam que havia uma ligação das escadas com a infiltração e que era possível que o feitiço das escadarias houvesse acabado. Alem disso, deixou claro que a diretora MacGonagall estava bastante preocupada porque se eles não conseguiam acabar com a infiltração, conseqüentemente, não conseguiriam resolver a questão das escadas.

– E pelo que a gente viu no Grande Salão, eles também não conseguiram descobrir de onde vem esta misteriosa voz. Com certeza não tem nada a ver com o basilisco da Câmara Secreta porque todos nós ouvimos a tal voz e não somos fidioglotas. Pelo menos, eu sei que não sou. E não deve ser de um fantasma porque ela mandou os fantasmas das casas procurarem também.

– Ah! Então foi por isso mesmo que o Frei não apareceu e a gente pôde dormir! - todos olharam repreensivos para Peter que havia desviado do assunto.

– Bom, antes de sair pesquisando sobre a possibilidade de lançar feitiços no castelo, eu lembrei que li no livro Hogwarts: uma história que existem muitos feitiços de proteção, portanto, não é difícil de imaginar que alguém tenha feito isso agora. Por exemplo, a gente não pode aparatar dentro da escola, as penas têm feitiço anticola, não podemos usar feitiços de memorização, podemos usar magia dentro de Hogwarts, sem falar nas precauções antitrouxas.

– Então qualquer um pode lançar feitiços em Hogwarts - James afirmou.

– É! - Rose foi categórica.

– Aposto que foi alguém da Sonserina. Tem aquele menino do 3º ano, sabe? O que ganhou o torneio. Como é mesmo o nome dele?

– Jack Goudinail - Lucy respondeu a James.

– Isso. A família dele mexe com arte das trevas, eu tenho certeza.

– Mas se fosse assim, tia Hermione já tinha achado. Sabe que com ela no Ministério...

– Sim, Nick, mas acontece que ele deve ter contatos lá dentro, né? Ninguém me tira da cabeça que ele está envolvido com essas coisas.

– James, você está atrás de confusão. - Lucy avisou.

– Pior. Ele está atrás de aventura. - Rose disse. – Você sabe não somos nossos pais, né? Isso tudo pode não dar em nada, sabia?

– Por que você tem que ser tão estraga prazer? Ontem estava toda animada!

– Alguém tem que ter o pé no chão, né, primo?

– Acabou? Então é a nossa vez de contar o que sabemos - Alvo disse, seguro – Bom, depois da gente contar pra todo mundo da Lufa-Lufa o que tinha acontecido, fomos conversar na lareira, bem embaixo do quadro de Helga Lufa-Lufa para tentar entender o que tinha acontecido. Aí Peter veio com a idéia do vírus de computador.

– Hã? O que isso tem a ver com a gente? - James estava confuso – Isso é coisa do mundo dos trouxas!

– Deixa ele terminar! - Lucy pediu.

– Aí o Peter teve a idéia do vírus. Fala aí!

– Olha, eu só disse que, como Hogwarts foi reconstruída e os novos pedreiros não foram os fundadores, algo podia ter dado errado, entende? Tipo...um feitiço pode ter se misturado com outro e criado um tipo diferente de magia, como uma reação química, e seria esse vírus que está afetando Hogwarts.

– Isso é loucura! - Rose foi a primeira a se manifestar – As pessoas que reconstruíram Hogwarts são bruxos muito experientes!

– Além disso, não existe essa coisa de reação química entre feitiços gerando outro - James falou.

– Bom, não que a gente saiba, né?

Lucy abriu a cabeça para a possibilidade. Ela sempre foi a mais sensível do grupo.

– Gente, gente! Eu também achei que era uma teoria de conspiração muito doida da cabeça de Peter!

– Então, Al! Por que você apóia essa idéia maluca?

– Por causa da Madame Lufa-Lufa, James.

– O que a fundadora da Lufa-Lufa tem a ver com isso? - foi a vez de Nick perguntar.

– Então, eu disse que existe um quadro dela na nossa Sala Comunal, não disse?

– Sim - Rose confirmou.

– Acontece que quando Peter falou isso e eu fiz pouco dele, olhei para cima e vi que ela estava com os olhos arregalados de espanto desse tamanho ó!

E mostrou com as mãos o tamanho um tanto quanto exagerado dos olhos da pintura.

– Você não pode estar falando sério - Rose tentou ser realista.

– Eu tô sim! O que eu ia ganhar com uma mentira dessas? Tô dizendo! Peter deve ter dito alguma coisa que fez sentido para ela. Eu até perguntei pra ela...

– Você perguntou algo ao retrato dela? Al, você tá delirando, sério.

– Ah, é, espertalhona? Então me responde essa: por que alguns retratos falam e outros não?

– Ah, é porque...hu-hum...porque...tá, eu não sei, mas posso perguntar pra minha mãe!

– Não! - James interveio – Essa é uma aventura nossa. Não podemos sair perguntando tudo para nossos pais, senão eles vão desconfiar. Se acharem que estamos tentando descobrir o que está acontecendo, vão mandar a gente ficar de fora e vão ficar de olho em todos os nossos passos. Temos que fazer um pacto.

– Que tipo de pacto? - Jonathan finalmente se manifestou.

– Um pacto do tipo fiel do segredo.

– Hein? - John não estava entendendo nada.

– Olha, tudo o que nós descobrirmos fica entre a gente. Ninguém pode saber que estamos procurando pistas para o que está acontecendo. Isso significa que você não pode contar nada para sua irmã. Então, você está conosco ou com ela? Porque se estiver com ela, eu sei muito bem como usar um feitiço de esquecimento. E então? Você jura que não vai contar nada a ela?

Jonathan passou o olhar por James, Nick, Lucy, Peter, Alvo e Rose. Baixou a cabeça por alguns instantes para refletir. Era a primeira vez que ele tinha a oportunidade de fazer parte de um grupo no qual Lizzie não estava inclusa e isso o motivava e ao mesmo tempo criava um receio. Ele não queria trair a irmã. Ele não queria ter que afastá-la por causa do segredo com seus amigos. Bom, mas ela já estava afastando ele para conseguir amigos sonserinos, então, ela tinha dado o primeiro passo. Ele não estaria fazendo nada de errado em manter um segredo entre amigos e olhou de novo para James.

– Eu não vou contar nada pra Lizzie. Será um segredo nosso!

– Jure que irá vomitar lesmas por 1 semestre se contar alguma coisa a ela - James falou sério.

Jonathan fez uma cara de nojo e olhou para Rose, com uma expressão meio incrédula. Ao passo que ela permaneceu séria e deu um leve aceno com a cabeça ele entendeu que James realmente quis dizer aquilo.

– Juro que vou vomitar lesmas por 1 semestre se eu contar alguma coisa para Lizzie.

– Ótimo. Então estamos acertados de que nada do que for discutido aqui será dito a alguém sem uma reunião prévia e consenso geral?

– Estamos - todos responderam.

– Então, Alvo, qual é o plano de vocês?

– Eu e Peter achamos que devemos procurar o retrato da Madame Lufa-Lufa que possa falar com a gente.

– E quanto a voz? Eu acho que a gente não deve deixar de procurar o dono dela - Rose afirmou.

– A gente pode se dividir em 2 grupos: Alvo, Peter, Jonathan e Rose procuram o retrato da Madame Lufa-Lufa ou de qualquer outro fundador, enquanto eu, Nick e Lucy procuramos a voz, já que isso parece ser a coisa mais perigosa.

– Por que você tem que decidir as coisas? - Alvo perguntou.

– Porque eu sou o mais velho.

– Isso não quer dizer nada!

– Claro que quer dizer. Além disso, a idéia dos quadros foi de vocês. Nada mais justo que os primeiro-anistas fiquem juntos.

– Mas fomos nós que ouvimos a voz! - Alvo ainda argumentou.

– Mas fui eu que decidi montar esse grupo.

– Mas as idéias foram nossas. Além disso, você não sabe nem por onde começar!

– Você é um pé-no-saco, sabia? Por que não fica calado e faz o que eu mando? Se fizesse isso talvez não fosse parar na Lufa-Lufa!

James fez pouco caso as casa do irmão, o que o irritou bastante.

– O que há de errado com a Lufa-Lufa?? Hein??? Só porque não é a Casa dos nossos pais? Pois eu tenho muito orgulho de fazer parte dela!!

– Por que vocês têm sempre que brigar? - Nick questionou o amigo.

– Somos irmãos, Nicolau. É o instinto natural. O mais forte sobrevive.

– Na verdade - Rose se voltou para o primo – É o mais adaptável que sobrevive.

Antes que James pudesse dizer alguma coisa, Rose se levantou de repente, assustando as pessoas que pararam para olhar para ela. Como um raio, ela desceu das pedras correndo e foi até boa parte do terreno. Voltou ainda desconfiada.

– O que foi, Rose? - Lucy perguntou.

– Tinha alguém ali, ouvindo nossa conversa.

– Tem certeza? - James olhou ao redor.

– Não. Vocês ficaram discutindo aí e chamando a atenção...mas eu não vi ninguém correndo ou reações de que alguém passou por aqui. Mas se tinha alguém, eu não sei dizer o quanto ele ouviu.

***

Elizabeth tinha sido muito viva ao escalar rapidamente a parede do castelo, se escondendo de Rose. Esperou que todos entrassem no castelo para não correr o risco de ser vista. Descer, contudo, parecia muito mais difícil. Um simples deslize e ela se esborracharia no chão. Alguns corvinais do 3º ano pararam para apreciar a cena. Ignorando todos, Lizzie entrou correndo no castelo, pois já estava mais do que atrasada para a aula do novo professor e ainda tinha que pegar seus livros. Quando chegou na aula, foi direto para os meninos, que estavam surpresos pelo seu atraso.

– O que aconteceu com você? Onde estava? - Khai perguntou.

– Vocês não vão acreditar! Depois da aula vamos conversar, tá?

– Eu não permito conversas na minha aula, Srta...

– Carter, Prof. Pratevil.

– Pensei que era Dumbledore.

– Ah, é...bom...eu prefiro Carter, senhor. É a família que conheço.

– Hum...

Elizabeth caminhou até seu lugar e sentou-se ao lado de Veruska.

– Levante-se, Srta Dumbledore.

Elizabeth se levantou com a expressão de quem não havia gostado de mais um professor se recusar a aceitar seu pedido. Todos da turma esperavam que ele a recriminasse por alguma coisa, mas ele fez com que ela permanece de pé enquanto discursava.

– Nas minhas aulas eu não tolero conversas, não tolero pescas e muito menos cópias. Plágio nos meus trabalhos são encaminhados diretamente aos diretores das casas. Meus métodos de ensino podem ser questionáveis, mas são eficientes. Por isso estou aqui: para trazer o que há de melhor em transfiguração para Hogwarts, atualizando a disciplina. Eu procuro o melhor do melhor em cada um, primo a perfeição e não tolero erros. Não faço avaliações surpresa, pois como já estou falando delas, vocês não precisam se surpreender. Comigo ou você aprende, ou você aprende. E, lógico... ele se dirigiu para Elizabeth e ficou diante dos seus olhos. – ...não me importo com coisas fúteis. Srta Dumbledore, por favor, sente-se na primeira cadeira, em frente a minha mesa.

– Mas tem gente sentada.

– Isso quer dizer que vocês devem trocar de lugar, não é?

Alguns alunos soltaram risinhos, inclusive Alvo e Peter.

– Muito engraçado! - ela balbuciou diante deles.

– Muito engraçado!

Alvo balbuciou afetado para Peter que sorriu e parou, de repente. Parecia que estava diante de um fantasma pela forma que empalideceu.

– Ele está atrás de mim, não está? - balbuciou.

– Sr Potter.

– Sim, professor? - deu um sorriso desconcertado.

– Acompanhe a Srta Dumbledore, por favor.

Ele se levantou, com cara de poucos amigos, pegou seus livros e sentou-se ao lado de Elizabeth que estava sorrindo irônica para ele e limpando o assento. Após algumas mudanças, os alunos perceberam que o professor procurou misturar bem a turma, colocando sonserinos e lufos sentados juntos. Malfoy ficou sentado com Collins, filha de trouxas; Khai com Detrio, colega de quarto de Alvo; Peter com Cascavel e Goyle com o pequeno Leão da Lufa-Lufa, Timmy.

– Gravem bem este lugar e seus parceiros. Enquanto eu for professor de vocês, isso não vai mudar.

Alguém da sonserina ensaiou um muxoxo, mas foi coibido pelo parceiro.

– Suas notas serão dadas por trabalhos em dupla, portanto, se o seu parceiro tem dificuldades, você terá que ajudá-lo. Agora, podemos começar a nossa aula.

Foi uma aula difícil para muitos alunos, que sequer conseguiam olhar para o parceiro ao lado. Todos pareciam bastante apáticos e quando Malfoy olhou para Carter e fingiu se enforcar, foi repreendido por um feitiço que o deixou tonto e logo depois ele só conseguia olhar para o quadro e o professor. Ao fim da aula, todos pareciam loucos para deixar a sala o mais rápido possível. E já tinham que praticar transfigurar alfinetes em insetos.

– Carter, como você agüentou o Potter a aula toda? Senti pena de você - Malfoy falou.

– Foi fácil! Ignorei a existência dele. - e seus amigos riram.

– O que você queria contar? - Khai voltou ao assunto do início da aula.
Elizabeth já ia falar, quando se calou e esperou Alvo e Peter passarem.

– Vamos para outro lugar.

No pátio, os três se sentaram no banco mais afastado e ela pôde contar tudo o que ouviu o grupo discutir.

– Se eles vão atrás dessa tal voz, nós também vamos! - Malfoy foi categórico. – Está na hora de acabar com a era de descobertas dos Potter. Vamos mostrar que os sonserinos mandam.

– É! - os dois vibraram com o amigo.

– Eles podem estar em maior número, mas nós temos a astúcia da cobra a nosso favor. Acho que antes de sair procurando as pinturas, temos que saber porque algumas falam e outros não. Podemos simplesmente perguntar a algum retrato na escadaria.

– Mas não podemos ir para lá, Elizabeth. É uma área proibida. Vamos sofrer detenções e sonserina pode perder pontos - Khai lembrou aos amigos.

– Mas nem à noite podemos fazer isso? Acho que ninguém vai ver.

– Não, Carter. Filch e sua gata ficam vasculhando a escola de noite. - foi a vez de Malfoy falar. – Posso tentar pedir ao meu pai a capa da invisibilidade dele.

– Seu pai tem uma capa de invisibilidade?

– Sim, mas é daquelas vendidas na Índia, sabe? Porque não existe mais o tipo de inseto que tecia a seda das capas de verdade. E como ela já é um pouco velha, tem alguns fios puxados, o que faz ela dar defeito algumas vezes.

– E você quer se arriscar com isso?

– Alguma outra idéia brilhante, Macbeer?

– Com isso a gente vai poder andar pela escola?

– Sim, Carter.

– Então a gente não pode esquecer de dar uma olhada naquela infiltração também. Quando você consegue essa capa?

– Não sei. Meu pai viajou com minha mãe e não sei quando voltam para casa. No Natal, com certeza, senão minha avó mata ele.

– É muito tempo até lá. O que vamos fazer esse tempo todo? - Lizzie quis saber.

– Que tal, tentar se dar bem nas matérias? Essa sua varinha é um perigo, se quer saber minha opinião. Ela tá quebrada?

– Não, Malfoy. Ela é temperamental. Só funciona quando quer.

– Por que não pede outra ao Sr. Olivaras? Escreve para ele e a coruja leva.

– Acho que vou fazer isso, Khai e depois passar na biblioteca

– Para quê?

– Então se esqueceu? Tenho uma lista de livros para pegar. Até mais!

Ao correr em direção à escada, tropeçou e caiu com a cara e livros na grama. Malfoy e Macbeer vieram atrás dela e puderam ouvir a gargalhada de um grupo de sonserinos bem ao lado de onde ela caiu.

– Tropeçando do nada, Dumbledore?

– Você me fez tropeçar de propósito, não foi? Lançou um feitiço em mim!

– O que foi? Vai chorar agora, vai?

A voz de Amélia estava mais irritante do que nunca. Elizabeth sacou sua varinha e a apontou para a sonserina.

– Por favor, você vai acabar se machucando com sua habilidade com feitiços!

Todos no grupo riram da cara dela e Elizabeth foi se enfurecendo cada vez mais. Os amigos logo chegaram e ficaram ao lado dela.

– Olha só, Dumbledore arranjou guarda-costas! Um inexpressivo e um desprezível!

Malfoy e Khai também sacaram as varinhas depois do comentário de Goyle e o mesmo fez todo o outro grupo. Os alunos que estavam por perto se afastaram. Outros, correram para avisar a algum professor. E o restante ficou próximo o suficiente para ver uma possível briga. Peter e Alvo foram atraídos pela multidão. Ao ver a movimentação de alunos falando com professores ao longe, Elizabeth falou com os amigos.

– Guardem as varinhas e vamos embora.

Os dois olharam incrédulos para ela.

– Vamos embora.

Khai estava indeciso, porém Deymon estava decidido a não fugir.

– Eles não valem a pena. Vamos embora! - e olhou direto nos olhos de Deymon – Vamos embora, Malfoy.

Algo no olhar dela o fez retroceder e abaixar sua varinha. Os três se viraram e tomaram o caminho para dentro do castelo. Os sonserinos vaiaram.

– Isso mesmo, fracotes, vão se mandando! - vociferou Bella Parkison.

A respiração dos meninos foi ficando pesada e Elizabeth tentou acalmar os ânimos.

– Vocês são três covardes que não têm poder suficiente para meter medo em ninguém - Goyle gritou.

O sangue de Malfoy já estava fervendo e ele já ia se voltar quando ela segurou em seu braço e avisou sobre os professores que se aproximavam. Eles perderiam pontos preciosos para a Sonserina.

– Não sei onde o Chapéu Seletor estava pensando quando colocaram vocês, covardes e fracotes, na Sonserina. Vocês não são dignos de carregar essa insígnia no peito. Seu trio de aberrações!

Não foi preciso dizer mais nada. Tomados por uma raiva imensa e que não dava mais para controlar, os três sacaram novamente suas varinhas e lançaram feitiços para os sonserinos que não conseguiram se defender.

– Vomítulos hours!
– Furunculus totalis!
– Solitárias externai!

Em pouco tempo Bella estava com uma coloração verde e jatos de gosma saíam de sua boca, fazendo-a cair de joelhos. Amélia estava sentindo muita dor cada vez que um furúnculo nascia e estourava em todo o seu corpo e Goyle estava colocando para fora uma taenia imensa, que parecia não acabar mais, o que estava fazendo ele perder o fôlego. O restante dos sonserinos olhavam com espanto para as três caras triunfantes do lado oposto.

– Finite Incantatem!

A voz da Prof. Trelawney foi um alívio para os três adoecidos. Junto a ela, estava o Prof. Pratevil.

– Muito bem, alguém quer me explicar o que está acontecendo aqui?

Ao passo que todos os sonserinos começaram a falar ao mesmo tempo, o Prof. Pratevil fez sinal para que todos se calassem.

– Melhor levá-los para o diretor de suas casas e para a diretora MacGonagall, Prof. Trelawney.

– Excelente idéia, professor. Vamos, todos vocês, andando! - e virou-se para os três mais encrencados – Por que vocês aprendem essas bobagens com facilidade e têm dificuldades nos feitiços simples?

O Prof Pratevil pegou alguns alunos como testemunhas do que aconteceu e levou com eles. Os sonserinos foram levados à sala do Prof Slughorn, nas masmorras, próximo à sala de poções. Ficaram sentados em um imenso banco, esticado pela Prof Trelawney para que todos coubessem. As 3 testemunhas que Pratevil trouxe ficaram nas cadeiras ao lado. Em pouco tempo, o Prof Slughorn apareceu vermelho como um pimentão, seguido por uma diretora de cara fechada e lábios retraídos.

– Onde vocês estavam com a cabeça para atirarem feitiços uns nos outros??? Que vergonha para a nossa casa! Uns contra os outros!!!

O Prof. Slughorn parecia que ia explodir a qualquer minuto. Elizabeth delicadamente se levantou e pediu a palavra.

– Até você, Srta Dumbledore.! Eu nunca esperaria...

– Imagino, senhor, que esteja muito zangado conosco, assim como todos os adultos aqui presentes.

– Imagina?? - perguntou, incrédulo.

– E não lhes tiro a razão. O que fizemos foi infantil, errado e inadmissível.

Os sonserinos estavam sem entender o que ela pretendia assumindo tudo.

– Sabemos que devemos ser punidos por isso, todos nós: os que provocaram e os que aceitaram a provocação. Contudo, senhor, peço para que olhe com mais cuidado para o que aconteceu.

– E o que aconteceu, Srta Dumbledore? - a diretora MacGonagall estava curiosa com a postura da sonserina.

– Estamos apenas começando o ano letivo, diretora MacGonagall. Estamos conhecendo nossas novas famílias e é perfeitamente normal, durante esse processo, que existam conflitos. Por exemplo, o Sr Potter, aqui presente, já deve ter brigado milhões de vezes com seu irmão, não é?

– Bom...sim...é normal.

– Exatamente. É normal. A questão é que somos bruxos e, portanto, temos uma varinha em nossas mãos, o que agrava um pouco mais estas brigas de irmãos. Não justifica o que aconteceu. Toda briga deve ser desencorajada, por isso, aceitamos ser punidos pelo nosso erro. Para provar isto, peço desculpas a minha colega de quarto, Amélia, por lhe lançar um feitiço. Sinto muito, não quis lhe ofender ou machucar de verdade. Não vale a pena ficarmos brigando quando nosso interesse maior é a união pela Sonserina, não é?

Elizabeth fez sinal para que Amélia entrasse no jogo. Ela não entendeu.

– Eu também lhe peço desculpas, Bella. - Khai tentou ajudar. – Nós temos que ficar unidos pela Sonserina e não brigando entre nós.

Eles ainda não tinham entendido o sentido da coisa e Malfoy relutava a pedir desculpas a Goyle.

– Amélia, você me desculpa? Sinto muito. Vamos deixar essa briga para trás e seguir adiante para conquistarmos, todos juntos, pontos para a nossa Casa.

Agora todos pareciam entender a situação.

– Bom, sabe, o que você fez foi muito injusto porque nem me deu a chance de me defender. Mas tudo bem, eu desculpo você. Vamos aprender com isso - e deram um aperto de mão.

Logo, quase todos os sonserinos pediam desculpas uns aos outros e falavam em nome da união pela Sonserina.

– Pedimos desculpas também aos professores por não obedecermos aos limites das regras da escola e aos alunos por dar um exemplo negativo - concluiu Lizzie.

– Desculpe! - repetiram em coro os sonserinos.

O Prof Slughorn estava orgulhoso da atitude de seus alunos.

– Bom, para mim está ótimo...

O olhar da diretora MacGonagall pedia um pulso mais firme do diretor da casa Sonserina.

– ...contudo, todos vocês sofrerão detenções, prestando serviços à escola. O tempo livre de vocês será passado na sala comunal. Só não vou retirar pontos de minha própria casa, por causa da posição madura com a qual vocês enfrentaram esta situação.

– Bom, eu também devo dizer que aprecio a maturidade de vocês. Espero, sinceramente, que tenham aprendido a lição. Caso isto volte a ocorrer, vocês podem receber uma punição ainda mais grave. Duelar sem a supervisão de um adulto não será permitido. Vocês podem ser expulsos.

As expressões dos sonserinos era de medo diante das palavras da diretora MacGonagall. Todos abaixaram as cabeças.

– Sr Pratevil, pode acompanhá-los até a sala da Sonserina? Infelizmente, estou no meio de uma poção muito importante.

– Claro, Professor. Vamos crianças.

As três testemunhas foram as primeiras a sair correndo assim que possível. Alvo tinha que correr para ainda pegar o treino de quadribol da Lufa-Lufa, Jack tinha que chegar mais rápido à sala comunal da Sonserina para comunicar o acontecido e Tiago, da Corvinal, teria mesmo que esperar uma outra oportunidade para falar com os sonserinos.

Uma a uma, as crianças foram entrando na sala. O Prof. Pratevil segurou Elizabeth por alguns instantes.

– Bela saída, Srta Dumbledore.

– Do que está falando, professor?

– Não precisa fingir para mim. Alvo e Tiago me contaram o que aconteceu. Belo discurso para não perder inúmeros pontos para a casa, Srta Dumbledore. E seriam muitos mesmo. Sei observar um talento, quando vejo um.

– Hum...obrigada, então. - disse, desconcertada e orgulhosa por dentro.

– Você pensa rápido e esta é uma qualidade importante no mundo da magia. Mas não pense que ganhará com a mesma jogada sempre.

– Não se preocupe, professor. Penso em uma coisa original, sem plágios.

Ela sorriu para ele. Quando entrou na Sala Comunal da Sonserina, os alunos presentes estavam olhando para ela num misto de desconfiança e reconhecimento. Era de conhecimento geral que ela, Malfoy e Macbeer executaram feitiços nojentos em plena área externa na frente de diversos alunos e professores, quebrando algumas regras, e que todos saíram ilesos da confusão, sem perder um ponto sequer para a Sonserina. E graças a Jack, todos sabiam que ela era a responsável pela manutenção dos pontos da casa. Claro, nem todos estavam satisfeitos.

– Aproveite o seu dia de princesa, Dumbledore. Mas você ainda me paga! - Amélia disse afastada das ovações e se retirou para o quarto de Bella.

– Você foi fantástica! - Khai sorria para a amiga.

– Ah, pára! - respondeu, encabulada.

– Sério, você foi demais!! A melhor, não foi, Malfoy?

– Impressionante. Sua varinha funcionou, não foi?

– Pois é! Fiquei surpresa!

– De onde você conhecia aquele feitiço? – Malfoy perguntou meio desconfiado.

– Ah, sei lá! Devo ter lido em algum livro.

Khai puxou um outro assunto, mas Deymon continuou a olhá-la, desconfiado.

***

Quando Alvo chegou para o treino da Lufa-Lufa, o time já estava se retirando.

– Não acredito que você perdeu isso, cara! – Peter falou, ainda excitado – Foi a melhor coisa que já vi na vida. Esse lance de Quadribol é realmente o máximo!! Quero muito fazer parte do time!

– Eu não acredito que perdi tudo.

– Ei, mocinho! Você tinha dito que viria nos ver!

Lena estava com as mãos na cintura, fingindo estar com muita raiva.

– Desculpa! O Prof Pratevil me levou para as masmorras por causa da confusão dos sonserinos.

– Nós ficamos sabendo, Peter nos contou. – Lucy falou enquanto se aproximava deles.

– No que resultou? Espero que tenham perdido vários pontos! – Lena exclamou.

– Na verdade, não perderam nenhum.

– Como assim? – perguntaram juntos.

– Pois é! A irmã de Jonathan, Elizabeth, passou uma lábia no diretor da casa e na Diretora MacGonagall. Ela enganou todo mundo dizendo que eles erraram e aprenderam com o erro.

– Rá!! Duvido!! – Lena foi irônica – Eles nunca aprendem, sempre repetem as maldades deles! Os diretores foram muito inocentes.

– Bom, mas ela foi bem convinvente, sabe? Ela é muito esperta. Se eu já não soubesse da fama dos sonserinos, eu desconfiaria.

– Mas ela é uma sonserina! – Lena esbravejou – Será que todo mundo pirou?

– Bom, mas ela também é uma Dumbledore. Os professores ficam meio abobalhados perto dela. – Alvo falou seriamente – Então, quando é o primeiro jogo?

– Daqui a três semanas. – Peter se adiantou – Lufa-Lufa contra Grifinória.

– Vocês vão ganhar, com certeza!

– Esperamos isso, Potter. Trabalhamos novas jogadas para este ano, mas a Grifinória está impossível desde que James e Oliver entraram.

– Mas isso não é motivo para desistir, não é?

Lucy deu um belo sorriso que alegrou a todos. No caminho de volta para a escola, Alvo viu Hagrid resmungando perto da plantação de abóboras gigantes e se despediu das amigas.

– Oi, Hagrid!

– Oh! Como vai, Alvo? Esse deve ser o Peter, imagino.

Peter olhava com curiosidade para Hagrid. Ele parecia ainda maior do que da primeira vez que o viu.

– É...sou eu.

– O que houve, Hagrid?

– São essas lagartixas.

– Não estou vendo nenhuma.

– Ora, porque eu já espantei todas as que apareceram aqui hoje. Estão me dando um bom trabalho, sabiam? Essas abóboras só têm até o Halloween para crescerem e eles ficam aqui comendo suas folhas e elas ficam tristes, muito tristes. Já perdi duas esta semana.

– Por que não bota uma magia pra proteger as abóboras? – Peter quis saber.

– Ora, que tipo de Guarda-Caças eu seria se não soubesse cuidar disso sem a magia? Passei tantos anos cuidando de tudo aqui sem ela...não são meras lagartixas d’água venenosas que vão me deter.

– Lagartixas d’água venenosas? Uau! Parece o máximo!

– Não se elas mordem você! A dor é muito grande, sem falar na possibilidade de perder o que foi mordido.

O grande Hagrid olhou com remorço para o dedinho de sua mão esquerda.

– Ah! Então foi para você que o Prof Slughorn estava fazendo a poção!

– Como você sabe disso, Alvo?

– Ele comentou. E essas lagartixas são novas por aqui?

– Não. Elas sempre estiveram no Lago. Elas se alimentam de kramim, que são umas plantinhas que nascem no fundo do Lago por causa da magia de Hogwarts. Se elas estão saindo é porque as plantas devem estar morrendo como a magia da escola.

Os dois amigos se entreolharam e ficaram muito assustados.

– Eu não devia ter dito isso. Eu não devia ter dito isso.

– Hagrid, os professores também acham que Hogwarts está morrendo?

– Eu não posso falar dessas coisas, Alvo. Tenho que ficar de olho nas abóboras até minha próxima aula.

Dito isso, Hagrid virou as costas para os alunos e começou a afugentar uma lagartixa que vagarosamente se aproximava da plantação. Os lufos entenderam o recado e voltaram para o castelo.

– Peter, se essas lagartixas estão saindo por causa do kramim, já é uma prova de baixa magia. Se Hagrid estava afirmando isso, com certeza, os professores também já estão assumindo a possibilidade de Hogwarts “morrer”.

– Mas a escola não pode morrer. Não de uma hora para outra.

– Talvez já esteja morrendo há 19 anos, desde que começou a ser construída. Nós temos que ajudar a escola.

– Eu também quero ajudar, Alvo, mas eu fico pensando: a gente só tem 11 anos. A gente mal conhece os feitiços. Como vamos achar um jeito de salvar a escola?

– Sendo leais a Hogwarts. Meu pai vive dizendo que se nós encontramos uma coisa ruim pelo caminho, a gente tem que acreditar que tudo vai passar. A escola não pode se ajudar sozinha, né? Depende dos alunos e dos professores. E se depender de mim, eu dou o meu sangue pra escola continuar viva, porque se Hogwarts fechar, a gente não vai mais existir.

– Bom, se você vai ajudar a escola, eu também vou. Você é o meu melhor amigo e eu não vou deixar você sozinho.

– Obrigado, Peter.

– Amigos são para isso.
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - a nova geração

Post by Viktor_Sly_Ehrenadler »

Nossa!
Muitooo dez!

Essa Lizie hein?!
Que labia! Vai se dar mal ainda!
Junto com o Malfoy e com o Khai!
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