POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - cap 24 a 30(att 10/03/2014)

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Menthe
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - CAP 12!!

Post by Menthe »

ow jao peh de feijaum....num pedala ela naum...uia q lindo gente,...tudo rima....

ai xeuzinha minha estrelinha...vai perdoando a hanna ta???eh q o grimm ficou dando pau semana passada qdo eu tava lendo...dai entrei nessa semana de preparaçao de ferias muito loka....e tudo ficou mais loco do q eh..e eu sei q agora vc ta se perguntando: e eu com isso???

num seja ruim ta???eu amo sua fic....juro....confessarei agora q te indiquei pro grimmy como melhor escritora de fic e tenho a mp pra provar.! 8)

plis, poste logo um novo cap e para de fazer o alvinhu sofrer ta bom???eu axo q gosto do deymon....kkkkkkkkkk...ele eh malefico..... :evil: ....malvadao ele!

t amu ta? vc eh 102154554 mil vezes melhor escritora do q muita gente por ai....(soltei farpa e agora me vou)

bju na bok sua tchuchuca!

ah..sim...oi bloc o/ ....*se joga no colo da bloc* ai, gente...ela eh uma fofa neh?! :mrgreen:
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



Pra Sempre Corvinal.
Nunca saberia ser nada além de mim .


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julie granger
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - CAP 12!!

Post by julie granger »

Sheuuuu concordoooo plenamente que já está na hora de vc postar xPPPPPPP


apeloooooo de uma leitoraaa!
I find love with you s2
Uma nova fic está no ar ....
Spoiler
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Sheu
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - CAP 12!!

Post by Sheu »

Oie genteee!!! Desculpa pela demora, é que eu agora sou assídua no flu e ele consome a gente, sem que possamos preceber. Bom, mas acho que ficou legal...*falsa modéstia on* só que eu tenho certeza que assim que terminarem de ler, vcs ficarão loucos pelo capítulo a seguir!! hahahahahha :twisted: Lílian, esse capítulo é pra vc pq prometi no tpc do seu niver que ia postar (jah eh de madrugada, mas ainda vale, neh?). Jão, meu irmão xato que eu gostu dia sim sia não...já leu 2vezes?? *inspira o ar e se sente* huahauuhaa fale sério!! Mas chega mais perto aki *da pedala no jao e sai correndo mais rápido q ele sem chance dele alcançar* Julie, só pra constar..eu sou meninA, ta?? :shock: Nao confunde...huahauhauua E se precisar de ajuda, pode gritar que eu escuto!! Hannah, pessoa divertida e lok q curto demais...tava esperando seu post huahuahuahuuha. Mentira, eh pq atrasei mesmo, gente. Não sou do tipo que faz chantagem desse tipo. *olha de novo e não vê recadinho na mamy* Mamy...vc não leu ainda?? *os olhos cheios de lágrimas* Então, sem mais delongas, vamos ao novo capítulo!!! :mrgreen: :mrgreen:

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13
EM CASA PARA O NATAL
Os quatro dias de pré-avaliações passaram muito rápido. História da Magia, Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Transfigurações, Herbologia, Astronomia e para os mais velhos ainda tinha Adivinhação, Runas Antigas, Aritmancia, Trato das Criaturas Mágicas, Estudo dos Trouxas e Magia da Arte. As pré-avaliações eram bem mais fáceis do que as provas finais de Hogwarts, afinal, elas serviam para sinalizar aqueles alunos cujos professores precisavam dar uma “atenção especial”. Sem falar que as notas eram enviadas por coruja para os responsáveis pelos alunos, para que eles também dessem sua cota de puxões de orelha. Tudo para salvar essa nova geração que só pensava em se divertir com as novidades e dava pouca importância aos costumes antigos. Minerva McGonagall estava certa de que o estudo do Ministério sobre a liberação da Wizardnet na escola viraria um pesadelo logo logo.

A neve já cobria toda a extensão das terras de Hogwarts e o nascer do sol já trazia um laranja-avermelhado que parecia derramar magia sobre o lugar. O Natal se aproximava e era tempo de retornar, por alguns dias, para o aconchego de suas famílias. As provas tinham frustrado com muitos desejos de presentes de natal dos alunos, especialmente as de Transfiguração e Feitiços. Com as notas chegando por correio antes das festas, estava claro que Papai Noel deixaria um saco de carvão em algumas casas. Ainda assim, o clima era de alegria dentro do castelo, já que, por alguns dias, eles poderiam esquecer essa rotina louca de aulas e trabalhos. Um coro de fantasmas ensaiava as canções de natal que iriam apresentar no Grande Salão e a Srta Trelawney enfeitava a árvore de natal com bolas enfeitiçadas com figuras de bruxos, guirlandas dançantes e estrelas brilhantes. Alguns alunos mais entusiasmados a ajudavam com o wingardium leviosa.

O dia anterior havia sido de muita euforia, pois a maioria dos alunos estava nos dormitórios fazendo suas malas. Eles trocavam endereços com os amigos e marcavam encontros durante o recesso. Alguns prometiam enviar presentes, enquanto outros juravam escrever todos os dias para os seus amores. Os primeiro-anistas estavam loucos para voltar para casa e contar tudo o que aprenderam e vivenciaram sobre a magia. Desta vez, poucos alunos ficaríam na escola, mas os festejos seriam tão grandiosos como se todos estivessem lá.

O Expresso Hogwarts já estava na estação de Hogsmeade aguardando o que, dali a poucos minutos, seria uma bela viagem de paisagem branca até a Estação de Londres. O último jogo de quadribol entre a Sonserina e a Corvinal foi uma lavada de 240x50 O time da águia perdeu seu goleiro logo no início com um balaço certeiro de Klaus Larvineck e seu substituto não conseguiu proteger os aros muito bem.

A maioria dos alunos já estava na fila para as carruagens, em busca dos melhores lugares (e reservados) do trem. Malfoy e Elizabeth caminhavam apressados pelo Grande Salão, arrastando seus malões na direção de Khai.

− Oi.

− Oi. – respondeu entristecido para a amiga.

− Pensei que você estava feliz por não ter que voltar para casa no natal – disse.

− Ah, Lizzie, eu estou! Vai ser meu primeiro natal em anos. Só não queria estar sozinho aqui.

− Eu queria ficar para ler mais e aproveitar para vasculhar o castelo. Mas como você já sabe, meus pais rejeitaram completamente minha idéia. Se eles soubessem como enfeitiçar cartas, teriam me enviado um berrador. Bom, quanto a minha poção...

− Lizzie, você já me deu tudo escrito, já me explicou dez mil vezes o que eu tenho que fazer! Malfoy, diz pra ela que ela já esta sendo paranóica.

− Você está sendo paranóica!

− Viu?

Lizzie cruzou os braços, encolheu os lábios e estreitou os olhos. Era óbvio que a sonserina não gostava de ser criticada.

− Por outro lado – continuou o sonserino – Se você fizer algo errado a gente perde mais outros tantos dias para preparar uma outra poção e, nesse meio tempo, o outro grupo pode descobrir coisas antes de nós. Se você acha que agüenta a pressão dela e não vai estragar tudo...

− Eu não vou! Poxa...até parece que vocês não confiam em mim!

− Quando se trata de poções, eu só confio em mim, Khai.

− A gente já tem que ir, se quisermos pegar uma cabine vazia – alertou Malfoy.

− Então...Feliz Natal, Khai.

A garota estendeu a mão para o colega em sinal de bons festejos e adeus. Khai chegou a olhar a mão dela estendida por alguns pouquíssimos segundos, até apertá-la.

− Feliz Natal, Lizzie. Feliz Natal pra você também Malfoy.

− Idem.

Deymon deu as costas antes que Khai conseguisse esboçar qualquer movimento amistoso. Lizzie fez sinal para que ele ignorasse Malfoy, pois ele ainda precisava desenvolver parte de seu cérebro. O sonserino não pôde deixar de sorrir com o comentário da colega. Foi com uma grande angústia que Khai se viu ficando para trás, enquanto aqueles que considerava seus melhores amigos caminhavam lado a lado, conversando, para fora do Salão.

Eles colocaram seus malões juntos com o restante dos primeiro-anistas e se dirigiram para os barcos, já que as carruagens só eram permitidas para alunos veteranos. Tiago Richards e Bruce Briniwick entraram junto com os sonserinos, sob o protesto do corvinal. Bastou um olhar atravessado de Malfoy para que Bruce calasse a boca.
Logo ao lado do grupo estavam Alvo, Peter, Rose e Jonathan, que acenava freneticamente para a irmã. O grupo conversava sobre os presentes de natal e o que de melhor havia acontecido para eles até agora em Hogwarts. Peter estava notavelmente entristecido, afinal, longe de Hogwarts, ele voltaria a gaguejar e ser motivo de gozação dos meninos do seu bairro mais uma vez. A travessia foi bastante tranqüila, embora Alvo, vez por outra, olhasse para o Lago com certo receio. Ele jurou que algo passou bem embaixo deles e Rose revirou os olhos, cansada das histórias de monstro do primo.

Assim que desembarcaram na Estação de Hogsmeade, Jonathan não pôde deixar de conter o sorriso diante do Expresso que o levaria de volta para casa. Ele, assim como sua irmã, nunca havia andado de trem na vida. Ficou parado um tempo, abobalhado com a visão que tinha do vermelho da locomotiva e a fumaça de uma caldeira mágica ansiosa em trabalhar. Ele correu para alcançar sua irmã, que já se adiantava. Deu um breve aceno para Malfoy e puxou Lizzie para mais perto dele. Antes que pudesse falar uma palavra, gritos e correria surgiram do outro lado.

− Lá estão eles! Ali! – alguém gritou.

A cena que se sucedeu deixou muita gente confusa e com medo de que algo ruim estivesse acontecendo. As crianças saíam da frente rapidamente, outras eram atropeladas, algumas meninas gritavam e muitas cabecinhas curiosas surgiram das janelas do trem para observar o grupo de bruxos adultos que se engalfinhavam para ver quem chegava primeiro no lado leste da plataforma. Jonathan e Elizabeth nem tiveram tempo de raciocinar, pois o grupo os alcançou rapidamente.

Flash!

− Como vocês se sentem sendo os herdeiros do grande Alvo Dumbledore?

− Uma foto para o Profeta Diário!

Flash!

− O que vocês acharam da Escola de Magia e Bruxaria da Inglaterra? É verdade que estão pensando em estudar em outro lugar?

− Srta Dumbledore, é verdade que lida com as Artes das Trevas?

Flash!

− Uma declaração para o Profeta!

− Aqui, por favor, sorriam para o Almanaque de Celebridades da Magia!

Flash!

As luzes dos flashes constantes deixavam os dois irmãos atordoados, sem saber para onde olhar e não conseguiam ver alguma coisa que não fosse um ponto luminoso bem na frente deles. As perguntas vinham uma atrás da outra e eles não sabiam o que fazer ou dizer. Na verdade, eles nem conseguiam entender direito, pois todos falavam ao mesmo tempo, ávidos em conseguir a primeira declaração dos jovens herdeiros de Dumbledore. As duas crianças deram as mãos e foram espremidas pelos adultos ao redor, em completo estado de pânico. Eles nunca haviam passado por isso antes.

Flash!

Por cima do mar de repórteres, uma figura pequenina parecia se aproximar rapidamente.

Flash!

A pequena figura agora já se destacava por atrás dos jornalistas e fotógrafos.

Flash!

Já era possível identificar que se tratava de Hagrid, vindo ao socorro dos jovens Dumbledore.

Flash!

− Muito bem, já chega! – disse com sua voz grossa – Deixem as crianças, elas precisam pegar o trem.

E foi se metendo entre os repórteres, dando espaço para as crianças respirarem atrás dele.

− Você não pode fazer isso! E a liberdade de imprensa?

− E a liberdade de ir e vir? – a voz de Potter soou imponente.

Um grande burburinho se formou entre os repórteres.

− Harry Potter! Em Hogwarts novamente! Então é verdade!

− Sim – disse, calmamente.

− Estão dizendo que voltou para lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas, sua especialidade. – disse um repórter.

− Bom, não posso dizer que se trata de uma especialidade minha, mas estou lecionando sim, à pedido da Diretora McGonagall.

– E como fica o trabalho dos aurores, no Ministério?

– O Ministério possui uma excelente equipe de aurores que trabalha com eficiência, estando eu lá ou não – falou, bastante seguro de si.

− Diga-nos, Harry, é verdade que a jovem Dumbledore tem alguma tendência às Artes das Trevas?

− Nunca ouvi tamanho absurdo! Ela é uma jovem estudante como qualquer outra em sua idade.

− Mas ela é da Sonserina.

− E o fato de ser da Sonserina significa estar ligado às Artes das Trevas? Por favor, não julguem as crianças desta casa como se fossem seguidores de Voldemort.

Mais uma vez um burburinho se formou. Enquanto Harry distraía os jornalistas e fofoqueiros de plantão, Hagrid indicou um caminho seguro para que as crianças alcançassem o Expresso em segurança.

− Por aqui, crianças! – indicou Arthur Weasley – Pode deixar, Hagrid. Eu as levo daqui.

− Certo, Prof Weasley.

− O que foi isso tudo? – perguntou John, ainda assustado.

− Vamos, entrem e eu lhes explicarei.

Já dentro do Expresso, Arthur encontrou uma cabine vazia para conversar com os Dumbledore. Assim que as duas figuras assustadas se sentaram, o patriarca Weasley começou a lhes explicar o ocorrido.

− Escutem, crianças e prestem muita atenção. Hoje vocês se depararam com os repórteres do Mundo da Magia e, acreditem, eles foram até comportados para o que alguns costumam fazer. Vocês são os descendentes de Dumbledore e isso os torna tão interessantes para a mídia quanto Harry Potter. Ninguém nunca soube da existência de vocês, já que seu avô era um homem extremamente fascinante e genial e criou a proteção que os manteve seguros até este ano. Sabe, ele era uma figura e tanto: nada passava despercebido por ele e nada acontecia que ele já não esperasse. Portanto, vocês são um dos maiores segredos da história da magia. Vocês são notícia fresca para eles! E vamos lembrar que esta é a primeira vez que vocês dois aparecem em público, já que chegaram diretamente em Hogwarts voando em vassouras. Ninguém havia conseguido tirar uma foto de vocês, entendem? Ninguém nunca entrevistou vocês.

Os irmãos pareciam compreender o porquê do alvoroço.

− E é por isso que eles estão tão empolvorosos. – completou Arthur.

− Mas perderam o interesse quando viram o Prof Potter.

− Sim, Elizabeth. Acredito que o fato de Harry lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas também dá uma excelente primeira página, não é? Ainda mais quando ele aparece de tão bom grado para dar declarações.

− Ufa! Ele livrou a nossa pele, isso sim! – John deu um longo suspiro e passou a mão pelos cabelos, aliviado.

Arthur riu com a característica tão transparente do rapaz.

− Eu pensei que eles iam pegar a gente e nos balançar até que disséssemos alguma coisa.

John gesticulava enquanto falava, divertidamente. Arthur voltou a sorrir.

− Eles sabem onde moramos? Por que se sabem, vão estar lá, não é? – perguntou a garota.

− É possível.

− Hum... e eles podem aparecer assim, numa residência trouxa? Quero dizer, eles não vão chamar atenção? – continuou a questionar.

− Se seus pais permitirem que eles entrem, não devem chamar não.

− Então tá resolvido, Lizzie. Meu pai nunca que ia deixar esse povo todo entrar na fazenda e botar a gente na parede como fizeram hoje.

− É verdade. Mas Professor, essa perseguição não vai acabar até que a gente fale com eles, não é?

− Vocês são crianças, portanto, não são obrigadas a dar nenhuma entrevista.

− Mas se eles não vão nos deixar em paz, eu acho melhor resolver isso logo pra gente continuar com a vida normalmente.

Jonathan parecia concordar com a irmã.

− Acho que isso não vai ser possível.

− Como assim, Professor? – Lizze estava intrigada.

− É de fato muito triste, mas não acredito que vocês consigam “continuar com a vida normalmente”, entendem? Vocês serão acompanhados pela mídia até estarem mais velhos, como Harry ainda é e como os filhos dele já são. Infelizmente, crianças, o nome Dumbledore atrai olhares curiosos, invejosos e maldosos até. É preciso que vocês estejam atentos e cientes disso. Vocês devem tomar muito cuidado com suas amizades e com quem falam – e olhou com certa preocupação para Elizabeth.

– O Senhor está se referindo ao Malfoy?

A sonserina cruzou os braços e ergueu uma das sombrancelhas, claramente indignada com a insinuação do professor.

– Sinto muito, Elizabeth, mas você está apenas començando a conhecer as histórias da magia e precisa saber que os Malfoys não são um exemplo de conduta no mundo bruxo.

– Por que? Porque os avós do Deymon e o pai dele eram Comensais de Voldemort?

Arthur e Jonathan olharam assustados e surpresos para Elizabeth, que mantinha a mesma expresão de indignação de antes. O patriarca Weasley não sabia se estava mais chocado por ela estar ciente de que os Malfoy eram Comensais ou da nítida ausência de receio ao pronunciar o nome do ex-Lorde das Trevas.
Harry abriu a porta da cabine a tempo de compreender as últimas palavras da sonserina. A julgar pelas expressões dos outros dois no local, a conversa não pretendia chegar a este ponto. Fechou a porta atrás de si enquanto todos os olhares se direcionavam para ele.

– Oh! Olá, Harry! – disse Arthur – Eu estava...

– Como é que você sabe que os Malfoy foram Comensais? – o irmão interrompeu o Sr Weasley.

– Eu leio, John. Além disso, não sou surda e posso muito bem ouvir os cochichos dos outros alunos. Não me diga que você não sabia disso?

Ela deu um sorriso cínico e Jonathan desviou o olhar para a janela, enquanto cruzava os braços, chateado. Ele detestava quando a irmã ficava tirando onda da sua “intelectualidade superior”, como sempre dizia, e fazia ele passar por burro.

– Não sabia que seu amigo era um Comensal da Morte – provocou.

– Ele não é um Comensal!! – gritou.

– Ok, por favor, acalmem-se. Pensei que estava explicando sobre os repórteres, Sr Weasley.

– Eu estava, Harry. Disse que precisam tomar cuidado porque o sobrenome deles causa as mais diversas reações.

– E como fomos parar em Comensais, Malfoys e Voldemort?

– Porque o caro Professor aí quer me afastar do meu amigo.

As palavras da sonserina soaram sinceras e Harry teve pena dela. Olhou entristecido para a jovem Dumbledore e se aproximou o bastante para fitá-la, pronto para falar a verdade sobre o conceito de amigo daquela família. Harry estava preocupado por, possivelmente, magoar a criança diante dele.

– Elizabeth, eu garanto a você que conheço os Malfoys muito mais do que eu mesmo gostaria. Portanto, posso lhe dizer, com toda a certeza, que eles não são do tipo que mantêm uma amizade sem que tirem vantagem disso. Você é uma Dumbledore e isso interessa a eles.

Harry definitivamente não estava preparado para o que viria a seguir. A garota explodiu e levantou da poltrona, se dirigindo claramente para ele e Arthur.

– Sabe qual é o problema de vocês?? – gritou – Julgam as pessoas pelo sobrenome e pela herança dos atos das famílias. Nunca lhes passou pela cabeça que Deymon possa ser diferente do resto dos Malfoy? Que eu seja diferente do grandioso Dumbledore que vocês tanto veneram?

– Lizzie...

– Não, John. Eu tô de saco cheio dessa baboseira! Todos vocês são uma cambada de velhos que vivem do passado e esquecem que o que importa é o agora! Eu ouvi o senhor dizer – e apontou perigosamente seu dedo para Harry – que os repórteres não deviam julgar os sonserinos como se fossem seguidores de Voldemort. Mas vocês fazem exatamente isso: julgam, julgam e julgam! Eu acabei de entrar pra essa escola e no Mundo da Magia e posso lhes dizer, com toda a certeza, que a pessoa mais insuportável e esnobe que eu vejo é o seu filho James “com o rei na barriga” Potter!

– Agora chega, mocinha! Você está insultando a minha família e isso eu não vou permitir!

– Eu sei que a verdade dói.

– Lizzie!! Você não pode falar assim!! Meu pai não ia gostar nada disso. Nós somos irmãos e eu nunca vi você fazer isso. O que é que deu em você?

Um silêncio constrangedor tomou conta da cabine, interrompido pelo apito do trem e o movimento das engrenagens que o impulsionavam para Londres. Antes que Harry ou Arthur dissesse algo, Jonathan tomou a iniciativa.

– Ok, é isso aí. Podem nos dar licença, por favor? – e abriu a porta.

Arthur e Harry trocaram olhares confusos, sem entender o repentino gesto do garoto.

– A conversa agora é entre irmãos – disse, firmemente.

– Vamos, Harry – ascentiu Arthur – É melhor mesmo que eles resolvam isto.

Harry ainda olhava com um misto de sentimentos impossíveis de identificar para a sonserina. Ela estava ao mesmo tempo certa e errada. Deu-lhe uma lição e ao mesmo tempo lhe ofendeu. A única coisa que ele tinha certeza era de que a jovem Dumbledore era uma grande incógnita, enquanto Jonathan era um vidro translúcido. E ambos, ambos, lembravam Alvo Dumbledore.

Quando saíram da cabine os Professores puderam notar que a discussão tinha juntado uma boa platéia. Nessa hora Harry sentiu muito a falta da amiga Hermione que, com certeza, se lembraria de colocar um feitiço abafatório na cabine. As crianças, ao perceberem que a discussão havia terminado, aos poucos retornavam para seus lugares, cochichando baixinho. Harry sabia que não haveria outro assunto nas conversas até voltarem para casa. Quando deu por si, Potter percebeu que Rose, Alvo e Peter estavam com uma expressão bem confusa, olhando para ele e Arthur. Harry notou também a figura solitária encontada no canto, com seu casaco preto alinhado, fechado até a gola e com os braços cruzados. Ele notou que o jovem esboçava um breve sorriso, mas não era o típico sorriso vitorioso de arrogância dos Malfoy. Era um diferente, que Harry nunca pensou que os Malfoy podiam ter: era o sorriso de satisfação por uma amizade.

– Vô...tio...o que é que aconteceu ali?

– Pai, ela falou do James e todo mundo ouviu. Inclusive...

– Eu!

James saiu da cabine ao lado com o rosto em chamas. Sua expressão indicava que ele estava bem zangado. Nicolau, Lena, Oliver e Lucy colocaram a cabeça para fora do compartimento, ainda em choque.

– Ela estava fora de si, James. Falou sem pensar – Harry tentou aliviar a situação.

– E o senhor vai deixar por isso mesmo? – cobrou.

– James – seu tom era de aviso.

– Se fosse eu dava uma boa lição nela pra aprender a deixar de se achar a dona da verdade. Você tem que fazer alguma coisa!

– Não fale comigo nesse tom, rapazinho!

– Mas pai...

– Sem “mas”, James. Eu sei o que eu devo fazer. Agora volte para sua cabine. Aliás, todos vocês.

– É melhor escutar seu pai, James – aconselhou seu avô.

Revoltado, James entrou em sua cabine com seus amigos. O trio de calouros se encaminhou para o vagão seguinte, onde ainda restava um compartimento vazio. Harry observou que Malfoy continuava imóvel, imerso em seu próprio mundinho. Ele notou que o garoto esbolava um sorriso conhecido: o sorriso vitorioso de arrogância dos Malfoy.

– Eu já vou, Harry. Molly já deve estar..hum...nervosa pelo meu atraso. Sabe como é...os meninos chegam hoje e ela está...bom, você conhece a Molly.

Crack! Com o barulho de algo se quebrando, o Sr Weasley desapareceu.

– Você também, Malfoy. Arranje uma cabine.

– Esta é minha cabine, Prof Potter – disse, apontando para o compartimento onde os Dumbledore conversavam.

– Acredito que eles não vão sair logo.

– Então vou ter que esperar.

– Você pode arranjar outra cabine, Malfoy.

Harry fez um esforço absurdo para continuar calmo. O garoto já começava a irritá-lo.

– Ao contrário de outras pessoas, Professor, eu seleciono aqueles que merecem minha companhia. E, neste caso, só existe uma pessoa a bordo desse trem.

Harry voltou a fitar aquele loiro: seus olhos de um azul acizentado e seu nariz tão elevado quanto a sua arrogância lhe permitia. Era a cópia quase fiel de seu pai. Quase, porque Deymon parecia ter conseguido algo verdadeiro, algo que Draco nunca teve.

– Eu acho que...

Mas Harry não pôde continuar sua frase. Foi interrompido pelo barulho da porta da cabine, aberta por um Jonathan sorridente.

– Pronto!

– Como assim, pronto? – perguntou um Harry surpreso.

– Assim! Pronto! – disse com um largo sorriso nos lábios – Onde estão meus amigos? O senhor sabe, Professor?

– No próximo vagão, acredito.

Enquanto Jonathan se distanciava, Elizabeth se encostou na porta da cabine e permitiu que Deymon entrasse.

– Prof Potter, sinto muito se o ofendi. Não foi minha intenção.

– Eu sei, Srta Dumbledore.

Ela torceu o nariz, contrariada. Não gostava de ser chamada assim.

– Mas eu realmente quis dizer aquilo sobre os julgamentos – concluiu.

– Eu sei disso também e por isso, me desculpe.

Ela sorriu para ele e fechou a porta atrás de si. Harry tentou imaginar o que os dois irmãos haviam conversado e como Jonathan havia dobrado a teimosa irmã que tinha. Depois de algum tempo refletindo, sorriu para si mesmo. Tinha certeza de que ninguém jamais saberia o que aconteceu ali e, ao mesmo tempo, sabia que tudo estava resolvido. Bem ao estilo Dumbledore. Harry resolveu continuar no Expresso Hogwarts para evitar possíveis conflitos caso ele saísse. Bom, era o que ele mentia para si mesmo, porque, na verdade, ele queria matar a saudade de um tempo que não voltava mais. Deixou sua mente vagar enquanto a paisagem o levava para muito longe.

– Ficou muito tempo esperando lá fora? – disse ao sentar de frente para o amigo.

– Não muito. Por que está frio aqui?

– Ah! É que meu irmão abriu a janela pra jogar um bicho fora.

– O que vocês dois conversaram?

– Coisas de irmãos, Deymon.

O garoto já sabia que não adiantaria continuar.

– Olha...hum..eu...

– Relaxa, Malfoy – falou despreocupada com um leve aceno de mão e desviou sua atenção para a paisagem branca do lado de fora da janela – Eu acho que vou comprar um presente para ele.

– O que? – perguntou Malfoy, que não acompanhou a súbita mudança de assunto.

– Pro Khai. É o primeiro natal dele, então acho que ele merece um presente.

Malfoy deu de ombros, pouco se importando.

– Algo com que eu possa matá-lo se ele não tomar conta da minha poção direito.

Deymon mal pôde conter o ligeiro sorriso e balançou a cabela negativamente para a garota como se dissesse “você não tem jeito mesmo”.

Jonathan entrou em duas cabines erradas antes de encontrar seus amigos. Assim que abriu a porta correta, percebeu que todos se calaram repentinamente.

– Interrompo? – perguntou sorrindo e fechando a porta.

– O que foi tudo aquilo, John? – Rose não agüentou esperar.

– Foi só um grande mal-entendido de intenções – sorriu e se sentou ao lado da morena arruivada de cabelos cacheados.

– O-o q-que vo-vo-voocês con-conver-falaram? – Peter perguntou ainda chateado por estar gaguejando.

– Coisa de irmão, Pete.

– Ela gritou com meu pai.

– Pois é. Mas ela não estava tão errada assim não. Pisou na bola no lance do James, verdade. Ei! O que vocês acham que vão ganhar de Natal?

– O-o que? – Alvo parecia confuso.

– Mas e o que aconteceu? – Rose ainda estava interessada.

– Ah, gente, esquece! Já passou. O que interessa mesmo é o natal. O carrinho de doces que vocês falaram já passou por aqui?

– Ainda não – Alvo disse.

– Alvo, será que você pode me emprestar dinheiro bruxo pra eu comprar? É que eu queria provar de tudo um pouco e não tenho aqui...

– Claro, John! Até compro o carrinho todo se quiser. Garanto que meu pai nem vai ficar zangado.
Jonathan abriu um largo sorriso, junto com Peter.

– Mas não precisa exagerar, né? – Rose cortou logo o barato dos meninos.

A chegada à Londres foi bem agitada. Muitos pais esperavam na Plataforma 9 ¾, ansiosos pelo reencontro. Assim que o Expresso Hogwarts apontou na última curva, aqueles que ainda permaneciam sentados se levantaram, limpando as vestes. Misturado ao som do freio acionado estavam as vozes de centenas de crianças, loucas para chegar em casa. No desembarque era possível observar todo o tipo de reações: pais chorando pela saudade, crianças abraçando os parentes pelo reencontro, irmãos apertando as mãos ou dando pulos de alegria. Havia também os mais comedidos, que se permitiam apenas um breve abraço, troca de palavras e logo se dirigiam para a saída. Tinha rostos risonhos de felicidade, mas era possível encontrar expressões sérias dos pais de braços cruzados e as mães com a mão na cintura. As notas das pré-avaliações realmente haviam chegado.
Harry desceu do trem acompanhado por James, Alvo e Rose. Pediu aos irmãos Dumbledore que permanecessem com ele até seus pais chegarem, para evitar o assédio da mídia. Por isso, Malfoy tinha logo ido embora e Lizzie estava de braços cruzados ao lado de John, que se divertia comendo feijõezinhos de todos os sabores. Victorie Weasley chegou logo depois, com seu belo sorriso de veela, herdado da mãe.

– Quem vem nos buscar, pai? – perguntou James após se despedir dos seus amigos.

– Provavelmente o Rony.

Através da névoa criada pela fumaça do Expresso, que já se espalhava pela plataforma, Harry pôde notar um ponto vermelho que se aproximava. Ele sorriu ainda mais quando percebeu que o cabelo era longo demais para ser Rony e seu coração pareceu capotar de felicidade. Fixou seu olhar no que via, enquanto as crianças continuavam a esperar que algum parente aparecesse.

Ela vinha caminhando a passos lentos, como se soubesse que Harry estaria olhando para ela totalmente enfeitiçado e abobalhado, igualzinho ao dia do seu casamento. Ela se divertia com isso e seu coração se aquecia ao ter a certeza de que aquele homem realmente se entregava ao amor ilimitado que sentia. Para ela, isso era tudo de que precisava para viver. Seus cabelos longos e lisos, sem nenhuma volta sequer, balançavam ao vento, ofertando a Harry a visão de uma deusa. Uma deusa de cabelos cor de fogo que, assim como o elemento, era forte, persistente, explosiva e quente. Ele sorria e se perguntava se realmente era merecedor de uma mulher como Gina.

Desde o início das aulas em Hogwarts ela não via o seu marido e estava morrendo de saudade. O único contato que tinha através de cartas ou pela lareira, pois Harry não podia se ausentar da escola. Gina sentia falta de tê-lo todos os dias para poder acordar e se deparar com aqueles intensos olhos verdes que a fitavam toda manhã, como se o dono desse olhar houvesse acabado de descobrir que a amava.

– Olha a mamãe ali! – apontou Alvo.

Todos finalmente conseguiram vê-la. Gina resolveu apressar o passo. James e Alvo deram um longo abraço da mãe, enquanto Harry fazia cara de hipogrifo molhado invejando a cena e esperando a sua vez. Quando Gina conseguiu se desvencilhar das crianças, Harry deu um longo abraço e um breve beijo na sua mulher, sob os protestos dos filhos.

– Senti sua falta – sussurrou no ouvido da ruiva.

– Eu também, meu amor – e passou delicadamente sua mão nos cabelos revoltos do marido.

– Pensei em você todos os dias, Gina – continuou falando baixinho.

– Como vamos para casa? – James resolveu interromper logo de uma vez.

– De carro, é claro! Oi Rosie! Victorie, querida! – deu um beijo nas sobrinhas.

– No carro novo do vô Weasley? – perguntou excitado.

Gina deu uma piscadela para o filho que ficou todo animado.

– Pensei que o Rony vinha buscar a gente.

– É, amor, mas ele e Mione andam cheios de coisas para fazer e com segredinhos sobre aquele trabalho. E você sabe como nossa amiga é: vai forçar meu irmão a trabalhar até o último instante. Ou até minha mãe enviar um berrador pro Ron.

– Mãe, eu quero te apresentar meu amigo. Esse é o Peter Canaghan: ele é filho de trouxas.

– Oi, Peter!

– Pr-praz-prazer em co-com-conhe-conhecê-la.

– O prazer é meu. E vocês devem ser os Dumbledore!

– Eu sou Jonathan e essa é minha irmã mal-humorada Elizabeth.

Lizzie lançou-lhe um olhar assassino.

– E então? Estão gostando da escola?

– Muito! – disse o garoto enquanto colocava mais um feijãozinho na boca – A gente...eca! Ovo podre! – e cuspiu desesperadamente.

Gina deu um largo sorriso, pois achou o jovem Dumbledore bem divertido.

– P-pai!!

Após o grito, Peter sumiu na multidão, retornando instantes depois com duas figuras ainda assustadas com tanto movimento bruxo. Steve e Martha Canaghan logo ficaram à vontade com Harry e Gina, que era especialista em desenvolver conversas agradáveis. O grupo passou longos minutos conversando e puderam notar o grande movimento na estação King`s Cross por conta dos festejos natalinos. Havia muita gente por lá preocupados demais em carregar seus pacotes para dar atenção aos malões e às gaiolas com corujas dos Potter. Em pouco tempo, Jonathan identificou os pais e a tia na passarela superior. Gritou por eles e acenou. A família desceu rapidamente e John pulou nos braços do pai, enquanto Lizzie era abraçada por Dona Ana e Tia Anatéia.

– Ficamos esperando na Plataforma.

– Nós tentamos encontrar vocês, Lizzie, mas quase fomos expulsos por insistir na existência de uma tal Plataforma 9 ¾! – explicou Tia Anatéia.

– Plataforma 9 ¾! Como é que iríamos achar o tal Expresso Hogwarts numa plataforma que não existe? Vocês não poderiam vir em um trem normal? – perguntou o Sr Carter.

– Somos bruxos, pai – sussurrou John – não dá!

– Vimos várias pessoas esquisitas passando por aqui, mas sabe como seu pai é, né filha? Pra pedir informação é terrível!

A garota sorriu.

– Pai, deixa eu te apresentar umas pessoas – disse John animado quando o outro grupo se aproximou – Esses são meus amigos Alvo e James Potter, Rose Weasley e Peter Canaghan. E os pais deles.

– Oi, crianças – disse a Sra Carter, com um sorriso largo nos lábios que fazia sua bochecha ficar rosada.

– Prazer! Bill Carter!

– Eu sou Harry Potter!

Harry deu um belo sorriso ano notar que o robusto senhor diante dele não esboçou nenhuma expressão anormal. Sentiu-se aliviado ao perceber que o seu nome era tão comum quanto qualquer outro no mundo trouxa. O Sr Carter ignorava totalmente o fato de estar diante de uma pessoa considerada tão importante no mundo da magia e o tratou como um simples pai de um amigo do filho. Harry estava radiante, afinal, não ter que lidar com sua fama era algo realmente raro de acontecer.

– Esta é minha esposa Ginevra e nossos mais recentes amigos: Sr e Sra Canaghan.

Os adultos logo se cumprimentaram.

– Vocês são todos...

– Bruxos? – completou Gina para a Sra Carter – Apenas nós dois. Os Canaghan são trouxas.

– Trouxas? – se exaltou o Sr Carter.

– Calma, pai. Trouxas é como os... bruxos – falou num tom quase inaudível – chamam os nascidos de família sem tradição em... magia – sussurrou mais uma vez – Não quer dizer que tenha o mesmo significado para a palavra que usamos.

– Não gosto disso – disse, seco.

– Desculpe-me – pediu Gina, sincera. Tinha esquecido que às vezes os trouxas reagiam muito mal e nem sempre aceitavam serem chamados assim.

– O Sr Potter é um dos nossos Professores na escola! – John mudou de assunto.

– É mesmo? Nossa, adoraria conhecer a escola um dia.

– A senhora não vai poder, tia – disse Lizzie – Os não-bruxos não conseguem se aproximar do castelo por conta dos feitiços repelentes.

– Vocês estudam num castelo? Que interessante! Oh, é mesmo uma pena! – exclamou entristecida.

– Espero que nossas crianças não tenham dado muito trabalho.

– Nada além do que se espera de duas crianças ativas e curiosas – sorriu Harry.

James torceu o nariz, cruzou os braços e desviou o olhar para o outro lado, sendo cutucado por uma Gina nada feliz.

– Então eles foram impossíveis! – respondeu tia Anatéia, sorrindo.

– Olhe a hora! Já temos que pegar a estrada. Será uma longa viagem até NewCastle.

– Nós também devemos partir. Deixamos alguns familiares sozinhos em nossa casa – alertou Sra Canaghan para o marido.

Os adultos se despediram, assim como as crianças. Antes de cada família partir para caminhos diferentes, Harry chamou Bill mais afastado e lhe explicou, clara e superficialmente, a importância que seus filhos adotivos tinham para o mundo da magia. Falou brevemente sobre Dumbledore e o deixou alerta acerca dos repórteres bruxos.

– Boas festas! – saudou Harry e todos retribuíram.

Alvo e Rose eram os mais excitados para contar tudo o que aconteceu em Hogwarts e James também falava sobre suas recentes proezas. A família Potter-Weasley-Delacour chegou ao estacionamento bem falante e feliz, a que os trouxas que observaram a cena atribuíram ao legítimo espírito do natal.

– Vamos passar em casa? – perguntou Alvo.

– E deixar a vovó Weasley esperar ainda mais pelos seus queridos netos recém-chegados de Hogwarts? – o tom de Harry era divertido – Por favor! Eu ainda quero viver muito!

Todos riram com Harry, que já dava a partida no Aston Martin DB5 64 que chamava atenção no estacionamento. O carro era bem antigo, mas também muito famoso, afinal, Sean Connory dirigiu um modelo parecido em 007 – Contra Goldfinger. Não foi espanto algum quando, já fora da vista dos trouxas, o carro desapareceu e levantou vôo. A Toca os aguardava mais uma vez.
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João M. Castells
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - CAP 12!!

Post by João M. Castells »

maninhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...


uuuaaauuuuuuuuuuu!!!!!!

parabnes sérioO!!!!
tu tah a cada capitulo melhorrr^^

nhááimM!.. safadenhaa essa lizzie nao!?ofendendo o harry... e o que serah q o mano delah falow pra elaa?!
*modo curiosooo totalmenteee no on! hauhauahuaha*

o khai, hum acho q ele vai deixar a poçao virar um suco de abobora HAUHAUAHUAHUAHAUHAUAH..

oww maninhaa sério mesmoO!.


tua fic tah muitoo boaaaaaaaaaaaaa!!! muitoo mesmoo!

parabéns^^


:D


ps: tah duendo ainda o pedala viu?! bobonaaaa =oP

~mostra a linguaaaaa


mass tambemm te gostoooo minhaaaa gêmulaaaa(só noizes entendemossssss :D)
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 3 de nov

Post by . Tiinee • Roots . »

:palmas quee MARAA *--*
adoro sua fiic :D
ooiin. . . quero o proximo cap. logoo >.<

contiinua que voce manda super beem
:wink:
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 3 de nov

Post by Nany*Potter »

uaw, nossa uau serio filha não tenho palavras para dizer como ficou esse capiluto. A Lizzie dando uma linção no Harry foi otima mesmo ela tendo pegho um puco pesado, o Jonh botando redias na irmã também foi otimo, a complicidade dos dois é lindo! A e o Deymon e tão fofus, ele é a Lizzie são lindo junto, tomara que eles não sejam do mal * na torcida pelos dois*

Ai e o Harry mais a Gina Você fez uma cena tão linda, transcreveu o momento que passa o sentimento para nos leitores de que isso foi real mesmo, e o Harry tão fofo parecendo um adolecente que fica bobo quando vê a menina mais bonita do colegio, que mesmo depois de tanto tempo, ele era incassavelmente apaixonado por Gina, e que o sentimento era reciproco!

huahua tomara que eles não demorem muito a chegar na toca, afinal não queremos que a Molly mate nosso querido harry néh? bom ainda não :twisted: queremos o final dessa maguinifica historia néh filha?

* Vê João e Sheu dando pedaladas e manda parar que os dois fiquem de castigo, vocês são muito pentelhos, será que isso e de familia? *abri um grande sorriso* ai por isso que amo vocês*

Filhota desculpa não ter comentado no outro capíluto, olha eu li ele assim que você postou mas eu estava na facul ( onde estou agora, se seu pai me pega tadinha de mim) e não deu para comentar e aida com a semana de prova, acabei me afastando do gp! mas olha Amei o capiluto, ele esta linda, ainda mais que achu que esse novos marotos vão aprontar e muito ainda!!!

Olha promento que sempre que puder vou estar comentado ok?
beijão filhota linda da mamys
Mal feito
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Ps: acredita que ja é a segunda vez que tento comentar aqui?
hehe
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 3 de nov

Post by João M. Castells »

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah... maninhaaa nem posta maais aqui !!*choraaaaaamuitoooo

*olha pros lado e vê se a mãe num tah olhando e...


toma um pedalaaaa sheeeeeuuu 8)


posta logooo tchê.. to viciado na tuaa fic maninhaaa^^
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 3 de nov

Post by Sheu »

Oi pessoal!!! :mrgreen: Calma! Calma! Esperem antes de me cruxificar!!! :shock: Foi mal a demora, mas passei uns dias desinspirada e outros batendo papo no flu e aí...já viu né? Atrasos! :roll: Vamos aos recadinhos. Lilian, valeu pela força, girl! É mt bom saber que vocês estão curtindo! A gente precisa se conhcer, conterrânea! Jão, seu xatu! Se me der pedala de novo eu num posto mais e aí todo mundo vai ficar enraivado pro seu lado :twisted: boto lenha na fogueira msm :twisted: Nem podia esperar mais um pouquinho?? Eu tinha dito q ia postar...xatu. Estragou totalmente seu post anterior. Nany, mãe linda do meu coração...AMEI seu mega ultra gigantesco coment. Que lindo...nunca tinha recebido um grandão assim *lágrimas nos olhos de emoção* Meu coraçãozinho tá aqui que não se aguenta! Hannah, tô sentindo sua falta! Volta logo dessas férias! E tenho um agradecimento especial pra Cacau que observou um erro meu ao longo da fic (menina, n sei como não notei, juro!) e me fez escrever o nome de uma personagem certo (morro em saber que escrevia errado). Então...vamos ao que vocês estão esperando, né? Capítulo dedicado a Nany pq ela é a melhor mãe no mundo e adotou mais uma irmã pra nossa família!! weeeeee

______________________________________________________________________________________________
14
A PROVIDÊNCIA NATALINA
A estrada principal que levava a Ottery St. Cachpole já era vista logo abaixo deles e Harry começou a diminuir a altitude. O vasto campo, que parecia uma grande manta de retalhos costurada a mão, dava lugar ao branco deixado pela neve do inverno gelado de Dezembro. O carro descia cada vez mais até que, um pouco mais afastado da cidade, uma construção irregular chamava atenção, pois era fisicamente impossível que conseguisse se manter de pé. A única explicação plausível era também a absoluta verdade: pura mágica. Somente quando o carro tocou o chão, Harry desligou o botão de ilusão, que deixava o carro invisível.

– Chegamos! – disse enquanto estacionava dentro do ampliado barraco de ferramentas do patriarca Weasley, que estava cheio de coisas de trouxas, como sempre.

Harry adorava chegar na casa dos sogros. Aquela velha sensação ao olhar para o lugar que o acolheu fora de Hogwarts enchia seu coração com uma coisa quente e seu estômago logo reclamava, reconhecendo o cheiro dos temperos Weasley. Tudo lembrava a Harry a primeira vez que vira A Toca: a ampliação desordenada à medida que os filhos foram nascendo, com a construção de vários andares absolutamente inaceitáveis para os padrões dos engenheiros trouxas e o jardim em volta, parcialmente cuidado.

O letreiro torto enfiado no chão continuava lá, sinalizando que ali era a morada-mor dos Weasley: seu QG. As botas de borracha continuavam em volta da porta de entrada, as galinhas castanhas e gordas continuavam ali, aparentemente em menor número do que antes e um velho e conhecido caldeirão enferrujado agora era a morada de uma raríssima Flor Cantante, presente dos Delacour, que acordava os moradores com uma bela canção da manhã.

Mas as coisas haviam mudado muito nesses últimos 19 anos. O Sr Weasley ganhou uma gratificação considerável no salário do Ministério e, depois de se aposentar, resolveu lecionar em Hogwarts, o que era de igual prestígio. A Sra Weasley finalmente havia se deixado convencer por Gina e lançou seu primeiro livro: Na cozinha com Molly Weasley: um manual para bruxas inexperientes. A venda na Floreios & Borrões foi um absoluto sucesso, o que lhe rendeu muitos galeões e ela já estava para lançar o segundo volume, com receitas mais complexas.

Nenhum de seus filhos morava mais n`A Toca. Todos tinham suas próprias casas e famílias, mas era sempre possível encontrar vários Weasleys em casa para o jantar, sem falar nas crianças que amavam a casa da avó. Essas, sim, pareciam não abandonar A Toca de jeito nenhum. Portanto, a Sra Weasley sempre tinha a casa cheia e muito trabalho para fazer e ela, simplesmente, amava tudo isso.

Quem já conhecia os Weasley há mais tempo e olhava de fora, mais atentamente, poderia perceber que a casa estava ainda maior, com novos quartos que foram colocados aqui e ali, ampliando de forma desordenada o mais novo andar. Com seus filhos casados, ela teve o trabalho de ampliar cada quarto para que, onde antes dormiam solteiros, pudessem dormir casais. E com uma penca de netos que volta e meia estavam sempre dormindo por lá, eram necessárias novas dependências. Molly e Arthur tinham a maior casa, mais maluca e barulhenta das redondezas.

Alvo, James e Rose saíram correndo e gritando para uma senhora que já aparecia na porta da casa, limpando as mãos em seu avental. A Sra Weasley continuava a bondosa mulher de sempre, com seu rosto rechonchudo e rosado, seus cabelos ainda ruivos e com braços capazes de abraçar o mundo, como toda avó parece ter. Queria olhar para cada um de seus netos para garantir que tinham se alimentado bem e queria logo saber tudo sobre suas aventuras e descobertas em Hogwarts. Victorie foi a última a se aproximar, afinal, não fazia bem a uma garota de quase 17 correr como uma criança. Molly tratou de empurrar os netos para dentro e colocou suas mãos perigosamente na cintura, com seu olhar para a filha, prestes a dar um bom sermão.

– Ginevra Weasley!! Quem deu ordem para que você pegasse o carro de seu pai e fosse buscá-los em Londres? Você prendeu Jorge no armário de casacos com um feitiço e levei horas para tirá-lo de lá!! Sabia que ele tinha que voltar para fechar a loja?

Gina deu um largo sorriso e um beijo no rosto rosado e enfurecido da mãe, que pareceu amolecer um pouco. Não era segredo que sua caçula sempre foi sua favorita. Gina sempre conseguia ultrapassar a barreira dos sermões mais rápido do que qualquer um dos seus irmãos.

– Mamãe, eu não sou mais uma criança. Tomei as preacuções necessárias e, além disso, eu estava morrendo de saudades do meu marido – e pungou nos ombros de Harry como costumava fazer quando ainda eram adolescentes – Não poderia deixar Jorge ir buscá-lo! E Harry veio dirigindo na volta – sorriu.

– Você está passando dos limites, mocinha – desviou os olhos para o genro e suavizou o seu tom – Olá, Harry querido! Que alegria saber que você se tornou professor em Hogwarts! Vamos, vamos, entre.

Harry não podia deixar de pensar que a Sra Weasley não mudaria nunca. A sua cozinha já não era mais aquela pequena e um tanto apertada. Com a prosperidade dos membros da família, a casa parecia muito maior por dentro. A mesa de madeira escovada estava absurdamente gigante e as paredes da sala foram retiradas para que a expansão da cozinha pudesse acomodar a família e seus constantes convidados.

O relógio de parede já estava com excesso de ponteiros e o Sr Weasley tinha aumentado o tamanho dele para comportar tantos parentes. Molly não permitiria que nenhum membro da família fosse excluído. Era o seu jeito de manter os olhos em todos e Harry sempre sorria ao olhar sua cara feliz indicando em casa. Os ponteiros de Rony e Hermione ainda indicavam que estavam no trabalho, portanto, ele teria que esperar mais um pouco até abraçar os amigos.

– Papai!

Uma garota de cabelos ruivos pulou no seu pescoço e o abraçou forte.

– Tava com saudade! – disse, com os olhos cintilantes.

– Eu também, Lilly!

– Eu gostava mais quando o senhor era auror porque voltava pra casa mais vezes!

– Não se preocupe, querida. É só por um ano. Logo logo vai voltar tudo a ser como antes.

Foi impossível não ouvir Rose na sala.

– Como assim meus pais não estão? Então...então... ninguém sabe das minhas notas? – Rose choramingou.

– Infelizment non, querrida. Sinto muito! – disse Fleur, alisando os cabelos da sobrinha, que cruzou os braços e afundou na poltrona da nova sala.

– Podiam ter mandado para alguém da família. Victorie recebeu a dela – disse olhando invejosa para a prima que abria um largo sorriso diante do pergaminho com sua avaliação.

– Ela foi bem?

– Excelent, como toda monitorra-chef deve serr – disse, sem ocultar seu orgulho de mãe.

Rose não pôde deixar de sorrir para a prima.
Guilherme ainda não tinha chegado, pois um trabalho de última hora não permitiu que ele fosse liberado, como Fleur havia conseguido. Eles continuavam a morar no Chalé das Conchas, isolado em um rochedo e de frente para o mar, com as paredes caiadas e engastadas de conchas. Ambos trabalhavam no Gringotes e Gui era presidente do Conselho de Interesses Mágicos, o CIM, que intermediava as questões financeiras e os acordos entre os bruxos e duendes, de forma imparcial. Ambos haviam prosperado e o barulho do mar dentro da casa só era abafado pelos gritos dos seus dois filhos mais novos: Dominique, com 10 anos e Louis, de 7. Evidentemente, na casa da avó não era diferente.

– Victorie!!! Louis, Victorie chegou!!! – gritou uma ruiva loira com muitas sardas no rosto enquanto pulava no colo da irmã, que a encheu de beijos.

– Dominique, filha. Já disse parra pararr de grritar assim! Não é bonito parra uma menina!

A garota fez apenas um sinal com a cabeça, mas Rose sabia que a prima não levava isso muito a sério. Ela brigou com Louis que queria o colo da irmã também e Fleur teve que intervir na discussão. Bastou a Sra Weasley chegar na sala para que tudo estivesse na maior calma. Dominique sentou do lado de Rose e a encheu de perguntas sobre Hogwarts. James e Alvo chegaram, arrastando Hugo, pela gola.

– Eu disse que a gente achava ele, vovó! – disse James, triunfante.

– Onde foi que você se meteu, menino? Que preocupação! – era possível perceber que Hugo diminuía à medida que a vó brigava com ele. Tinha uma expressão de culpa que lembrava muito o Rony.

– Ele tava no lago, vó! – James entregou.

– No lago congelado?! Sozinho? – Molly colocou as mãos na cadeira e isso não era um bom sinal – Hugo Weasley...você não tem noção? Imagine se Hermione chega aqui e eu não sei onde você está porque uma certa mocinha – e olhou de canto de olho para a filha - que deveria tomar conta de você resolveu fugir. E aí, você resolve fazer a mesma coisa!! Escute aqui, rapazinho...

Gina resolveu ignorar a mãe e voltar para a cozinha, onde se preparava para pegar Harry de surpresa e dar-lhe um beijo que mostraria o quanto ela sentiu a falta dele, realmente. Foi impedida de fazer o que queria pela entrada dos filhos na cozinha.

– Mãe! Mãe! A senhora disse que nos daria o envelope com nossas notas se achássemos o Hugo! A gente achou. Cadê?

James estava ansioso pelo relatório das pré-avaliações da escola. Alvo não parecia tão ansioso assim, pois estava com uma terrível cara de preocupação. Com um simples movimento de varinha, dois envelopes pousaram suavemente nas mãos das crianças. Contudo, eles já haviam sido abertos por Gina, e Harry, evidente, já sabia da nota dos dois há muito tempo.

– Ahá!!! Eu disse que eu ia passar!! Aquele professor achou que ia me tirar dos treinos de quadribol? Claro que não! Eu não ia deixar um professor chato me... – James se deu conta de que estava diante de Harry, também professor da escola – Hum...desculpe! E você, Alvo?

Alvo estava com uma cara de quem acabara de pegar um ar depois de vomitar horas seguidas. Estava pálido e seu olhar, perdido no papel. James tomou as notas das mãos do irmão e leu.

– Deplorável? Você tirou um Deplorável?

– Dá um tempo, James! – disse Gina que segurou as mãos do filho mais novo – Está tudo bem, meu amor! Você vai se recuperar, não se preocupe.

– Mas mãe, ele me odeia! Esse professor me odeia! Ele me trocou de lugar no primeiro dia de aula!

– Ele trocou praticamente todos de lugar, Alvo. Ele não está lhe perseguindo – disse Harry, calmamente.

– Deplorável? – James disse, irônico.

– Pára!

– James, quer fazer o favor de parar? – diante do olhar sério de Gina, James tirou o sorriso de ironia dos lábios – Meu amor, eu não estou zangada com você e nem o seu pai. Sabemos que não estava se sentindo bem na semana das provas.

Alvo empalideceu.

– Sabem?

– A diretora falou comigo depois de mandá-lo à Madame Pomfrey. Está tudo bem, Alvo. Você só terá algumas aulas extras nos fins de semana para compensar.

O garoto empalideceu ainda mais.

– Com ele? Não pode ser com a diretora McGonagall? – sua voz era de súplica.

Nesse momento a Sra Weasley entrava na cozinha, acompanhada de perto pelos netos.

– Bom, eu preciso de uma força-tarefa Weasley para desgnomizar um jardim! Quem se candidata?

– Eu!! – responderam as crianças, em coro. James chegou a revirar os olhos e Victorie não queria acreditar que teria que fazer isso.

– Muito bem! Victorie, você é a supervisora. Não deixe que eles se percam, por acaso, de novo. – disse olhando nos olhos azuis de Hugo.

Assim que as crianças saíram, ela pediu que Harry a deixasse na cozinha com as mulheres, para que adiantassem os preparativos da ceia. Ele aproveitou para colocar os malões dos filhos e das sobrinhas em seus quartos e pretendia tirar um bom cochilo no antigo aposento de Gina, que agora era dos dois. Pouco tempo depois, Harry acordou de sobressalto. A Toca tremia como se um terremoto estivesse acontecendo naquele momento. Abriu a porta a tempo de ver Hugo descendo por último as escadas, seguindo seus primos. Da porta, Harry distinguiu uma conhecida e divertida voz.

– Ho! Ho! Ho! Feliz Natal! – disse Jorge, vestido a caráter e com um saco vermelho nas costas.

As crianças já faziam algazarra, loucos para ganhar os presentes do tio. Eram sempre os melhores e mais gostosos, altamente criticados por todos da família e sempre faziam a Sra Weasley ter acessos.

– Jorge Weasley! Eu já disse para você parar de trazer as coisas de sua loja para dentro de casa e muito menos para dar às crianças! Não queremos outro processo nas costas por causa dos trouxas que vão parar no hospital!

– Mãe, não se pode acabar com uma tradição familiar destas!

– Tradição familiar! Eu vou já lhe mostrar o que é tradição familiar!

– Molly, vamos deixar as crianças se divertirem. Dessa vez elas juram que não vão oferecer os doces para trouxas, certo crianças?

– Sim, vovô Weasley! – disseram em uníssono, num tom que beirava à ironia.

A Sra Weasley saiu resmungando uma azaração incompreensível e Jorge piscou para todos!

– Muito bem, façam fila. Tenho kits Weasley especiais para cada um!

Harry se aproximou de Gina, que acabava de mudar, pela quinta vez, a decoração da mesa de jantar.

– Amor, está tudo lindo – disse, dando-lhe um longo abraço.

– Não sei, Harry. Ainda está faltando algo!

Com um balançar de varinha, os copos de vidro foram adiquirindo linhas em vermelho bordô, que formavam lindos desenhos animados de natal. Gina era realmente exigente em se tratando de decoração. Depois de deixar de jogar pelas Harpias, ela entrou no ramo da moda bruxa e se saía muito bem, como já era de se esperar. As encomendas de decoração de casas, festas e vestidos de casamento não paravam de chegar em casa e Harry tinha muito orgulho. Depois de ter um de seus vestidos de noiva estampando a edição de natal da Wiccas Style, ele sabia que faltava pouco para Gina efetivamente abrir sua própria loja na Alameda Dimensional, a área nobre de vestuário.

– Olá, Harry. Oi, Ginny!

– Oi, Angelina! Jorge ainda vai fazer a mamãe ter um infarto com essas coisas.

– Eu sei, mas não consigo tirar essas idéias da cabeça dele. Como foi o Alvo na escola?

– Ele está na Lufa-Lufa. – disse a amiga.

– Lufa-Lufa?

– Está super animado e nós também. Ele me falou tanto da sala comunal que eu fiquei triste por nunca ter conhecido nos meus tempos de Hogwarts.

– Faltou pouco, né? - ambas riram, em cumplicidade.

Harry, sabendo que já tinha perdido o mando de campo, resolveu sair discretamente da cozinha e deixar as duas amigas conversarem. Angelina Johnson, a ex-artilheira da Grifinória, havia se tornado uma morena muito bonita e forte. Ela e Gina passaram muito tempo juntas quando jogavam pelas Harpias e, no fim, depois de tanta enrolação de Jorge e pressão da caçula Weasley, eles acabaram assumindo o romance.

Fred e Roxanne, de 10 e 7 anos, mostravam para os primos a nova invenção do pai a pedido deles: uma geleca mutante. Bastava colocar o anel do poder e a geleca se transformava naquilo que o bruxo pensava. Uma gosma verde surgiu no meio da sala e correu como um raio em direção à cozinha. Pouco tempo depois, a Sra Wesleay enxotava, nervosa, um cachorro verde com antenas de ET e rabo de macaco para fora da cozinha, enquanto as crianças gargalhavam.

– Agora é a minha vez!

Roxanne tentou pegar o anel de Fred, que se recusava a entregar. O contato dos dois com o anel deixou a geleca maluca e ela explodiu, deixando a sala coberta de um muco verde e gosmento.

– Ainda esta em fase de teste! – disse Jorge sob o olhar mortífero de Fleur.

Com um gesto da varinha, ela deixou a casa brilhando de limpa, enquanto a Sra Weasley puxava Jorge pela única orelha para uma longa conversa na cozinha.

– Boa noite, família! – disse Percy enquanto surgia pelas chamas verdes da chaminé da sala, com o corpo coberto de pó, que sumiu quando sua esposa, Audrey, balançou a varinha logo atrás.

– Molly! Lucy! – gritaram para as primas gêmeas, de 8 anos.

– Lilly! – gritou Molly.

– Roxy! – gritou Lucy!

As quatro se abraçavam e davam pulos e gritos de alegria.

– Olá, Audrey, querida!

O Sr Weasley prontamente abraçou sua nora favorita. Não era novidade para ninguém, mas Molly já havia notado como Fleur ficava cada vez que Arthur só enxergava Audrey diante de si. Mas não era para menos: ela havia assumido a Seção de Controle de Mau Uso de Artefatos Trouxas e mantinha Arthur e seus experimentos longe de qualquer investigação.

Percy abraçou a mãe e tratou de cumprimentar todos na sala, como sempre fazia. Harry se incomodava muito com o tratamento político do cunhado, agora assessor-chefe do Ministro, e sempre fugia das discussões sobre as legislações da magia que ele insistia em puxar. Jorge também não agüentava o ar de “eu sou o bam bam bam do ministério agora” e já se preparava para baixar o nariz empertigado do irmão. Enquanto Percy se distraía conversando com Harry e estendia a mão para pegar um bolinho de abóbora, Jorge injetou o caldo de megapimenta. Assim que Percy engoliu o primeiro pedaço, seu rosto ficou vermelho e saiu fumaça pelas suas orelhas, nariz e boca. Jorge caiu no chão de tanto rir.

– Você não vai crescer nunca??? – gritava a Sra Wealey, socorrendo Percy com uma jarra de água quase a zero graus. As crianças riam a valer.

Guilherme chegou pouco depois para a alegria da família. Ele trouxe o Sr e a Sra Delacour, juntamente com Gabrielle, seu marido Pierre Fauchard e o pequeno Leonard, de 2 anos: o xodó da meninada. Em seguida foi a vez de Luna e Dino Thomas, com o Sr Lovegood e Lucy. Andrômeda Tonks chegou acompanhada de Ted e Harry notou quando o olhar do afilhado encontrou o de Victorie e ambos ficaram vermelhos. A Sra Weasley já ameaçava mandar um berrador para Carlinhos, quando ele aparatou perto da árvore de Natal. Sua mãe não se conformava pelo fato do filho não querer se casar com ninguém. Estava tudo quase pronto e Harry ansiava pela chegada de Mione e Ron.

– Eles estão demorando não é? – Gina pareceu ler os pensamentos do marido.

– Não sabia que o trabalho deles estivesse dando tanto trabalho.

– Daqui a pouco eles chegam. Mione sabe como a mamãe fica louca quando o Ron chega atrasado do trabalho. Ela só está calminha assim porque sabe que Mione está tomando conta do Roniquinho dela – e sorriu.

Com tantos primos em casa, era impossível controlar a energia das crianças. A Sra Weasley até colocou um feitiço de proteção na árvore para preservar a decoração. Fleur conversava animadamente com Gabrielle, enquanto Gui brincava com o sobrinho, sob os olhares atentos de Hugo e Lílian. Ainda saía fumaça da boca de Percy e Audrey o consolava, baixinho, enquanto Ted e Victorie saíam à francesa. Do outro lado da sala, Jorge sorria descaradamente e atiçava os sobrinhos e filhos com fogos de artifício dentro de casa. Xeno Lovegood divertia Andrômeda Tonks com suas histórias, enquanto Gina e Harry trataram de conversar com Lucy e Dino.

– Lorcan e Lysandro não vêm? – perguntou Gina, se referindo aos outros filhos de Luna.

– Ah, eles não podem não. Estão na Nova Zelândia estudando os pirigulins, com o pai.

– Pirigulins?

– É. Os pingüins gelo-limão de 3 polegadas. Eles são excelentes dançarinos.

– Você não sente a falta dos meninos? – Harry perguntou.

– Ah, sim, sinto muito. Mas sempre damos um jeito de nos falar. Depois de amanhã, meu pai, eu, Lucy e Dino vamos visitá-los. Não dá para ser hoje, senão vamos assustar os pirigulins – disse, calmamente.

– Mas nós temos a Lucy para nos alegrar sempre, não é amor? – e a abraçou, carinhosamente.

Harry olhava para o amigo com admiração. Afinal, ele era o segundo marido de Luna, tratava os filhos dela como se fossem dele e não tinha ciúmes do ex. Harry e Rony costumavam se divertir com o casamento de Luna com Rolf Scamander, até que eles terminaram por causa dos nargulés. Quem diria, afinal, que Luna provaria a existência deles? Cerca de um ano depois, ela e Dino assumiram o romance e casaram em pouco tempo. Mesmo com o fato de Dino não poder ter filhos, esse casamento parecia muito equilibrado e Harry se sentia muito feliz ao ver o amor verdadeiro dos dois.

– Ah, Harry, parabéns pelo Alvo. Lucy ficou muito feliz por alguém da família ter entrado na casa dela.

– Obrigado, Dino. Nós também estamos muito felizes por ele.

– Lucy disse que ele é excelente na vassoura.

– Eu ouvi algo pelos corredores também. Uma pena que não haja espaço para ele no time ainda.

– E como você vai fazer, Harry? – Gina perguntou maliciosa – Vai torcer pela Grifinória de James ou pela Lufa-Lufa, de Alvo?

Harry fez uma cara de quem tivesse acabado de ser estuporado.

– Ai, Gina, não complica as coisas não – disse, passando as mãos pelos cabelos bagunçados, com um olhar de partir o coração.

James iniciava uma partida de priscobol, com Fred, Dominique, Louis e Hugo. A brincadeira consistia em passar a bola de energia com a melhor jogada de efeito para o outro. Enquanto isso, Alvo, Rose e Lucy estavam sentados no quintal conversando.

– Não fica assim, Al. Você recupera essa nota. A gente sabe que você não estava se sentindo bem.

– Eu sei, Rosie, mas você não sabe como é ver o sorriso irônico do James e ainda mais quando ele balbucia com tanto gosto...De-plo-rá-vel...

– Tudo se recupera quando se tem amigos de verdade para ajudar. Então eu tenho certeza que você vai superar essa matéria – Lucy falou, sincera.

– Tá vendo? Vamos lá, Alvo! É Natal! Você não pode ficar com cara de coruja que perdeu a encomenda. Vamos brincar com os meninos, vai!

Alvo sorriu para a tentativa da prima de levantar seu astral. Ele sabia que ela detestava esses jogos e aceitou. Tinha mesmo que se divertir pra esquecer Hogwarts um pouquinho. Eles nem perceberam quando Mione e Ron aparataram na porta d´A Toca e entraram. A Sra Weasley os recebeu calorosamente, já oferecendo chá para recuperar as energias depois de tanto trabalho. Assim que entraram na sala, Harry abriu um largo sorriso. Rony e Mione falaram com todos e deram um abraço caloroso em Harry e Gina.

– O Sr e a Sra Granger não vêm mesmo? - perguntou Gina.

– Hu-hum – Rony balançou negativamente a cabeça - Eles se comprometeram em passar o Natal na casa dos Jones. Sinceramente, não vejo graça do Natal na casa de trouxas e...

Rony resolveu parar de falar quando se deparou com o olhar repreensivo de Mione.

– Nós precisamos de um banho, urgentemente. – disse Mione, cansada, enquanto Rony se jogava na poltrona do lado da árvore de Natal.

– Ah...precisamos mesmo?

– A não ser que você queira passar o natal transfigurado num porco, porque você está cheirando mal, Ron.

– Ah Mione! Deixa eu descansar, vai? Só 5 minutinhos!

– Bom, eu vou tomar um bom banho e quando eu sair, você vai direto para lá, ok?

Rony abriu um largo sorriso.

– Cadê a Rose e o Hugo?

– No quintal, brincando. Rosie está ansiosa pelos resultados da pré-avaliações. Como ela se saiu? – Luna perguntou.

– Bem – disse Mione.

– Ela está chateada porque Rosie tirou um Excede às Expectativas no meio de Ótimos. Eu queria ter um boletim cheio de Es na minha época – completou Ron.

– Transfiguração, não foi? – perguntou Harry.

– Isso mesmo.

– O novo professor é linha dura. Ela deve ter ficado nervosa e errado algo insignificante. Alvo tem medo dele, eu acho. Tirou um D.

– Caraca, Harry! – disse Ron.

– E como ele está?

– Está bem, Mione. É só esperar James cansar de abusar ele – respondeu Gina.

– Bom, então eu vou subir e ficar apresentável antes de falar com as crianças – e olhou para o marido na poltrona – 5 minutos, ouviu, Ronald?

– Sim, senhora! – e conjurou um relógio ao seu lado, fazendo Mione sorrir enquanto subia para o quarto.

– Muito trabalho? – Harry perguntou de forma geral para não levantar suspeitas.

– É. Não descobrimos muita coisa. E muito chato, também, principalmente porque Hermione não faz pausas, sabe? Isso acaba com meu estômago delicado.

– Seu estômago não é delicado, Ron. Ele sofre de distúrbio alimentar – brincou Gina.

– Que seja. Eu estava louco pra vir pra casa e comer alguma coisa. Quando sai o jantar, alguém sabe me dizer?

– Porque não belisca alguma coisa na cozinha? – Dino perguntou.

– Eu tentei, mas minha mãe quase bateu em mim com a panela do fettuccine.

Todos riram. Pouco tempo depois Rony subiu a contragosto, quando Mione parou no meio da escada, cruzou os braços e ergueu a sombrancelha. Gina e Lucy estavam na cozinha, ajudando com os toques finais da ceia e Dino e Harry decidiram ir ao quintal brincar com as crianças até a hora do jantar. Quando Hermione surgiu na porta, Rosie e Hugo saíram correndo e abraçaram a mãe.

– Oi, meus amores! Tudo bem?

– Você disse que não ia demorar! – Hugo reclamou.

– Desculpe, meu amor. Tive muito trabalho hoje – e alisou o cabelo ruivo do filho.

– Mãe...e as minhas notas?

– Não quer saber depois da ceia? - brincou.

– Não! – disse aflita.

– Eu imaginei – sorriu e entregou a carta para a filha.

Rose passou os olhos pela carta de Hogwarts e ficou entristecida. Os primos se aproximaram para ver o que havia.

– O que foi, Rose? – Alvo perguntou, preocupado.

– Tirei um E.

– Você tá assim porque tirou um E?? – disse James surpreso e revirou os olhos – Você é mesmo filha da tia Mione.

Os primos parabenizaram Rose pelas excelentes notas e voltaram a brincar.

– Filha, saiba que eu estou muito orgulhosa de você. Sei que esse professor é muito exigente e tenho certeza de que você terá um resultado brilhante no final do ano – e a abraçou, carinhosamente.

– Vem, Rose, vamos brincar – Alvo puxou a prima, que o seguiu sob protestos.

Assim que o sol sumiu por completo, detrás das colinas, a voz sonora da matriarca Weasley ressoou em todos os cantos da casa:

– A ceia está na mesa!

Como mágica, todos da família trataram logo de assumir seu lugar na mesa farta da família Weasley. Peru, porco recheado, diversas receitas de fettuccini de Natal, bolo de doces, bolo de abóbora, torta de uva com camadas de neve, jarras de suco e cerveja amanteigada. A comida flutuava na mesa em direção aos pratos e a alegria natalina tomava conta da mesa, nas conversas divertidas e risos descontrolados. Harry olhou para cada um sentado na enorme mesa da família e uma sensação calorosa invadiu seu coração. Todo ano era a mesma coisa: difícil de lembrar o que todos os adultos ali passaram e uma alegria de ver que a luta deles resultou em um futuro despreocupado para as crianças. Somente o retrato de Fred, Lupin e Tonks, sob a lareira, lembrava-o das terríveis perdas durante a Grande Guerra. Seu olhar encontrou o de Alvo, que sorriu para ele, inocente. Não havia melhor época do mundo do que essa, para Harry.

Depois de tanta algazarra e da melhor comida do mundo, as crianças já cochilavam nos sofás e poltronas. Percy e Audrey se despediram e levaram as gêmeas para o quarto. Jorge acordou Fred e levou Roxanne. Gui e Fleur já haviam subido para os quartos logo depois que os Delacour e Lovegood partiram. Andrômeda se recolheu pouco depois do jantar para o quarto de hóspedes e Carlinhos tratou de aparatar para a Romênia. Teddy e Victorie, aproveitando a calmaria, namoravam perto da lareira, trocando beijos e carinhos.

– Eu estou vendo você-ês! – cantarolou James.

– Sai daqui, James! – ralhou Victorie.

– Vai dormir que isso não é horário pra criança fora da cama! – falou Ted.

– Eu não sou criança – reclamou – Eu vou contar pra todo mundo o que vocês estão fazendo aqui! Ô paiê...

– Pára de ser chato, James! – Victorie levantou irritada – Eu vou subir. Boa noite, Teddy.

– Boa noite, Vic – deu um beijo estalado e a viu subir as escadas – Você tinha que se meter, né, James?

– Ah, Teddy! Você ficou o dia todo com ela de beijinho e abracinho e nhé nhé nhé...amorzinho – e beijou a própria mão várias vezes, fazendo Ted rir.

– Eu já vou subir pra dormir.

– Ah, não...fica mais aqui. Vamos conversar! – pediu.

– Quem mandou você chatear sua prima? Da próxima vez, vê se não atrapalha – saiu bagunçando os cabelos do moreno.

Harry apareceu logo depois, com Lílian dormindo no colo.

– Hora de dormir, James. Aconteceu alguma coisa?

James cruzou os braços e sentou, irritado.

– O Teddy agora virou um chato. Não larga a Victorie e me trata feito criança!

– Eles não estavam aqui agorinha?

– O senhor também viu? Eu falei que vi também.

– Você interrompeu eles? Ai, ai...nem fala isso pra sua mãe. Vamos, vem pra cama.

Harry subiu as escadas, passando por Rony que já estava no 13º sonho, babando na poltrona e impediu que James acordasse o tio. Hermione já descia decidida a isso.

– Ron? Rony? Ronald!

– Hã?! O que?! Que foi, Mione?

– Você está babando.

– Ah, tá! – limpou a boca e voltou a cochilar.

– Rony!

– O quêêê?

– Vai pra cama!

– Tô indo, Mione. Vai na frente.

– Ronald Weasley! Seus filhos já estão lá em cima, não me faça arrastar você até lá!

– Tá bom, tá bom. Calma, amor. Você fica linda irritada comigo, mas hoje é Natal. Essas rugas vão aumentar e daqui a pouco você vai ter que usar aquelas poções que minha mãe...– diante do olhar mortífero da esposa, ele aparatou rapidinho.

Ainda não tinha amanhecido quando Alvo abriu os olhos e colocou seus óculos. James dormia atravessado na cama, com o corpo meio descoberto e Lílian continuava debaixo das cobertas. Calçou os sapatos e desceu para a sala, na expectativa de encontrar o seu presente. Encontrou Rose sentada na poltrona ao lado, olhando fixamente para um pacote grande e vermelho com seu nome.

– Rosie? – sussurrou e ela pareceu sair do transe.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou baixinho.

– A mesma coisa que você, ué! Por que não abre o seu presente?

– Ninguém acordou ainda. Eu não posso simplesmente pegar e abrir os meus presentes.

– Por que não?

Dito isso, Alvo procurou seu presente. Abriu uma caixa de feijõezinhos de todos os sabores e ofereceu a Rose, que se recusou. Identificou uma série de pacotes iguais e pegou o seu, tratando logo de vestir o tradicional agasalho Weasley. Achou também o presente de Duda Dudley: um boné do Manchester United autografado. O primo de Harry nunca entendia que Alvo não torcia para nenhum time trouxa. Ele futucou mais e encontrou uma embalagem enorme, cumprida e seus olhos brilharam.

– Isso é... – ela nem conseguiu completar tamanha euforia do primo.

– É! É! Ééééééé!!!

– Shhh!

Alvo dava pulos de alegria com o pacote na mão.

– Ganhei uma vassoura nova! Espera, tem um bilhete. Parabéns, meu amor, pelo primeiro ano em Hogwarts. Te amo, mamãe.

– Abre o seu, Rose. Vai!

Motivada pela vontade e pelo primo, ela cedeu. Vestiu o agasalho e abriu delicadamente a embalagem e deu de cara com uma bolsa lateral, bege, com alguns botons mágicos.

– Tem dois bilhetes! – disse a garota.
Eu achei que você fosse precisar, já que é tão parecida com sua mãe. Te amo, papai.
Meu amor, essa bolsa é muito especial. Ela tem um feitiço de expansão que permite que você coloque quantos livros quiser e outro de sustentabilidade para que nunca pese. Se eu tivesse isso desde o primeiro ano de Hogwarts, teria evitado muitas quedas nos corredores por causa dos livros. A idéia foi do seu pai e sei que você fará bom uso. Tem um outro presentinho secreto aí dentro. Te amo demais! Mamãe.


Ela abriu a mochila e puxou um livro grande e pesado. Em sua capa em relevo trabalhado com letras prateadas podia-se ler Hogwarts – uma longa história, livro ilustrado, escrito por Gheromin Gerrane.

Era a vez de Rose saltitar descontrolada.

– Eu não acredito! A mamãe conseguiu! Uau! Sabe que existem apenas 7 edições ilustradas desse livro? O Sr Gerrane atualizou ele e melhorou muito! Todos os segredos da escola estão aqui!

– Shhh! Nem todos, né? – falou Alvo, se referindo à voz.

Rose sentou na cadeira e começou a folhear as páginas do livro, com a mochila ao lado. Alvo admirava a nova Flashfire X3, modelo profissional, cabo bem desenhado, madeira de lei e com aerodinâmica praticamente impecável. Foi então que ele reparou em um pacote verde com seu nome, que não estava ali antes, e abriu espaço entre os presentes. Abriu curioso a embalagem e algo caiu no chão.

– Um roupão? – perguntou para si mesmo e chamou atenção da prima, que soltou um grito abafado e apontou para o corpo do primo. Alvo havia desaparecido – Uau! É uma capa da invisibilidade! Eu sempre ouvi meu pai falar dela, mas ele disse que ela tinha ficado velha e ele jogou fora.

– Então ele comprou outra...mas não se faz mais esse tipo de capa. Bom, não na legalidade por causa da proteção aos animais. Ele deve ter comprado outra há muito tempo, só pode. Tem um bilhete?

– Aqui. – e leu em voz alta - Use com a sabedoria dos Potter: não seja pego! Rose, a gente pode procurar a voz com isso!

– Shh! Quer que alguém te ouça? Eu não acho que seu pai quis dizer isso, não.

– Olha, você acabou de ganhar um livro que conta tudo sobre Hogwarts e eu tenho um jeito pra gente descobrir tudo sobre Hogwarts...você acha mesmo que não querem que a gente pesquise sobre Hogwarts?

– Pra quem achava que só seguia as idéias de James, você está muito empolgado, viu?

– E o que você acha?

– Eu acho que você tem que guardar essa capa e eu esse livro. Muita gente mataria pra ter o que a gente tem agora, Al. Não é uma boa espalhar isso por aí!

– Tá, você tem razão.

Em pouco tempo, Alvo já retornava com um sorriso iluminado.

– Que foi, Al?

– Você não sente? – perguntou.

– O que?

– O seu coração bater mais forte, o sangue correr mais rápido e a magia escorrer pelo seu corpo? Hogwarts é mais do que uma escola, Rose. Eu sei, dentro de mim, que Hogwarts é mais do que tudo que está escrito e somos nós que vamos descobrir isso – abriu os braços e se jogou na poltrona - Eu amo ser um bruxo!

Rose olhava curiosa para o primo. Seu rosto estava vermelho, os olhos brilhando como nunca e parecia nem respirar. Ela sorriu.

– Eu também acho tudo isso Alvo. Hogwarts faz a gente descobrir quem realmente somos.
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João M. Castells
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by João M. Castells »

primeiro post dá licençaaa.... fã nº 1

uuuuuuuuuuuhuuuull

*meuudeuussdocééuuuuu*

amooooooo essa fic*-*

o sheuuuu ficou muitooo bom esse capituloo*-*
ameiii ..
noossa nostalgia puraaa... eitchaa noiss.. eiii algooo me lembra nosss aiii.. heuheuehueh
quee triiiiiiiii

e issso:
cara de coruja que perdeu a encomenda. hauhauahauha muiitoo boaaaaa!

uiiii será mesmo q o harry deu a capaa pra q eles procurassem a voz? i o livrooo.. hummm,,

*modoo curiosissimo ativadaaaço!!!*heuheueheuhe

poiséé... acho q vem rolo por ai heim!!> i dos grandess,, masss mesmo asism não vou deixar de ler esse capitulo maais vezes.. tããoo bom relembrar do passado
*fika pensando no passado*

nooossaaa que meeeega familiaa heim?! pareceee nós, os WP !!!
uuuhuulll.. mas muitoo triiii muitoo muitoo muiiitooo mesmoo!*-*

parabéns maninhaa.. cadaa capitulo q postas está melhor !!!
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by . Tiinee • Roots . »

SEGUNDOONA \õ/

Ahh siim, te entendo .
to escrevendo uma fic & as vezes fico assim tbm... a inspiraçao soome.
Que anda, voce manda muuito bem (:
poois é, conterraneea, quem sabe em breve nos veremos :mrgreen:

Cap PERFEITO =P~
o que eu mais goostei até agora
os Weasley's juntos sao fódas *--*
adorei mesmo, parabéns :palmas
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by Menthe »

oin q capitulo mais fofis da tia hanny....xeu minha divinura fofirica...eu juro q tinha postado um coments sobre o otro cap mas aparentemente o grimm comeu ele..(to preocupada q o grimm seja bulimico)

eu sei q eu ameacei o jaum pra ele num te pedalar..e te disse q vc eh mais inteligente, criativa e boa em portugues q eu e mais um monte de coisa q vc ja sabia..e por ai vai....

aiai...sobre esse...primeiro q o george eh tudo!..segundo q eu queria ser a angelina...e terceiro q o alvo eh totalmente fofis|!

mas senti falta do deymon nesse cap..gosto dele...eu axo..ah..posta o novo logo ta? senao ja sabe neh? paralisaçao na porta da sua ksa com pacote de cheetos gigante e livro de 800 pags...

*da rasteira no jaum, rouba a xeu e pula pela janela*

pelos poderes de greiscow...eu tenho a forçaaaaaaaaaaaaaaa....*morre*
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by Nany*Potter »

entra escondia! Descula filhotaa não ter comentado antes! por motivos ai, Mas aqui estou para lhe dar o parabéns, Filha que capitulo, nossa ficou show, muito bom sem contar que felicidade ver o AL com a Capa , será que ele fara um bom uso! ?
uhuhu você matou minha saudade do george e nossa como é bom ver a Sra Weasley Mor novamente e a Toca uau deve ser o paraiso para o netos dela néh?

Bjão filhota... to esperando anciosa pelo novo cap!!

* Ps: João e Sheu vc querem ficar de castigo? pensem bem o humor da mãe de vocês não esta nada bom, então não queriam correr perigo e parem com isso!
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by Menthe »

xeeeeeeuuuu..sua miseravel...posta logo...


*preparando a paralisacao na porta da casa dela*

*aponta pro post acima*

gemulaaaaaaaaaa...manda a sua filha parar de enrolar e postar logo....tiloviu!
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 25 de nov

Post by João M. Castells »

uiaaaa.. corre junto da hannahh..
e prepara a paralizaçãão!

~pegaa cartazes e faixaasss e vai pra porta da sheuoo!!

MEXEEEE MANAA. QUEREMOSSSS MAIISS
ahuahuahauha

poiséé.. ahhhh abraçaaaa a hannahhh fortiii~saudades hannahh^^


maninhaa.. tb to morrendu di saudades tuaaa.. u.u
tu sumiuuu!! u.u
~choraaanocantinhuuuu
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado

Post by Sheu »

Oi pessoal!! Em primeiro lugar, PARALIZAÇÃO NA FRENTE DA CASA NÃO!! Podem tirar os cartazes e desarmar a baraquinha :shock: . Olha só, apareceu a margarida :oops: *aponta para si* :mrgreen: Vamos às explicações, né? Gente, desculpa a demora. Eu me envolvi com umas coisas aqui e ali, GP e RL e aí aconteceu de eu ter que ficar fora da net um tempo. Claro, culpa do lado negro da força, os amantes de Lord Voldemort que não querem nossa felicidade e são todos nervosinhos. Bom, e eu também tive uma espécie de bloqueio e não conseguia escrever. Foi frustrante. Mas aí acabou rolando esse capítulo. Se ele tiver meio sem sentido me avisem (pq acho que ainda tô meio sem sentido, anyway). Agora aos coments! Maninho, você está se declarando meu fã numero um e acho que tera que entrar numa disputa saudavel com a hannah pelo posto, pq ela já está lendo há algum tempo e votou em mim no Awards (sim, tem um post aki disso). Eu amei escrever o capitulo sobre os weasley e foi como eu achava que eles seriam e eh claro q somos uma familia grande e feliz como eles :mrgreen: E fico mega feliz que vc curta minhas comparações tao potterianamente inspiradas humildemente na JK. Lilian, conterranea linda que eu quero conhecer no festival de verao, o natal dos weasley eh meu preferido tambem e nao sei se outro irá superar ele...rsrs Hannah, como assim gemula da minha mae??? ~morre... Eu passo séculos fora do GP e ninguem me conta nada??? ~morre de novo. Vc agora eh minha tia?? ~morre pisoteada por um estouro de centauros. :shock: Fico feliz por ter saciado sua saudade do Jorge...rs o natal do Draco foi meio sem graça, eu acho. Ele não quis comentar com ninguém... não sei pq...ele eh tãaao genioso...rsrsrsrsrs Mamys linda do meu core q nao me contou da minha tia mas te amo mesmo assim, eu acho q a morada-mor dos weasley eh o sonho de todo neto, sinceramente. Uma vo como Molly eh tdb...minha vo era assim, tirando o fato de ela nao ser bruxa, claro...e soh ter 2 netos, tb. :mrgreen: Com certeza Alvo vai fazer bom uso da capa, é claro. Muitas coisas virão. *olha para os lados* Felipe, filhote, cadê você? quero sua opinião (sincera, por favor). Gente, voces podem achar o capitulo meio centrado em uma pessoa, mas ele eh cheio de pekenas coisas... Capítulo de presente de Natal pro João, que choramingou agora há pouco e bateu o pé querendo presente. Como a grana tá curta, a crise bate à porta e eu ainda procuro emprego, este é seu presente, maninho. bjocas!

______________________________________________________________________________________________
15
UMA VARINHA ENLOUQUECIDA
As férias já tinham acabado e Gina dava um último abraço apertado em Alvo enquanto James olhava atravessado, um pouco enciumado, antes de entrar no trem. Harry segurava a mão de uma Lily impaciente, que o arrastava tentando dar só uma olhadinha dentro do Expresso Hogwarts.

– Nem pensar, mocinha. Assim você quebra todo o encanto.

– Mas eu quero, pai! – choramingou – É rapidinho!

– Não senhora. Você vai ter a sua vez! Cadê o Ron e a Mione, com a Rose? – perguntou a Gina.

– Estavam aqui agorinha...ah! Ali vêm eles.

Rose acompanhava os pais com um sorriso estampado no rosto e uma bela bolsa de bottons, que fazia barulhos engraçados enquanto caminhava. Bastou que Rose encostasse em Alvo para Peter aparecer na Plataforma. Assim que avistou os amigos, correu na direção deles.

– O-obri-obrigado pe-pela co-coco-coruja, Rose!

Ela sorriu para o amigo, feliz que ela tenha gostado de seu presente.

– Eu adorei a tiara que você me deu – e apontou para uma tiara vermelha com uma borboleta dourada que adornava seus cabelos.

– O ál-álbum de con-cons-constetee-constelações é mui-muito de-demais, Al!

– Sabia que você ia gostar! E eu curti o minigame! Meu pai me ensinou a usar.

Peter sorriu. O Expresso Hogwarts soltou seu apito de alerta. Passos apressados desviavam dos obstáculos e, aos poucos, a Plataforma de embarque foi se esvaziando. Alvo olhava à procura de alguém.

– Não vejo o Jonathan.

– Vai ver que eles não vão de trem. Esqueceram que agora eles são celebridades? Você viu que eles foram a capa da edição de Natal do Profeta Diário! Devem andar de escolta, agora.

– O pa-pai do A-Alvo tam-também f-foi, né? E-Ele ta-tava na ca-capa tam-tamb-também, né?

– Mas o dindo não conta. Volta e meia ele é capa do jornal.

– Ei! É melhor vocês entrarem, senão vão perder o Expresso. – Ron alertou.

– Mas faltam o Jonathan e a irmã dele – Alvo insistiu.

– Tem certeza de que eles já não entraram? – Mione perguntou.

– Não entraram não, mãe. É a primeira vez que eles vão usar a Plataforma 9¾. Será que eles não vão conseguir passar?

– Ora, Rose, é claro que vão! Só devem estar atrasados.

– E se eles perderem o trem, tia? – Alvo perguntou.

– Tem sempre o carro do vovô Weasley!

Hermione olhou atravessado para as idéias perigosas que Rony dava ao pequeno grupo, enquanto Harry abria um largo e saudoso sorriso e Gina tentava ficar séria, para apoiar a amiga.

– Ch-Chegaram! – apontou Peter.

Jonathan se apressou a empurrar o carrinho enquanto Lizzie se dirigia ao bagageiro, após um breve aceno a Harry.

– Oi, gente! Poxa, tenho tanta coisa pra contar! Vocês não vão acreditar no que aconteceu.

– Por que você demorou tanto? – Rose perguntou.

– Foi a Lizzie. Ela queria passar no Beco Diagonal pra comprar umas coisas e a gente precisou trocar dinheiro trouxa por dinheiro bruxo lá no Gringotes. Aliás, o Beco Diagonal é simplesmente demais!

– É melhor você colocar a bagagem no trem e deixar para conversar na cabine – disse Gina, afetuosamente – Vocês não querem perder o Expresso, não é?

Em pouco tempo, os quatro já estavam em uma cabine, junto com Détrio e Timmy. Todos falaram um pouco sobre as comemorações em família e os presentes que ganharam. Rose e Alvo evitaram falar dos presentes valiosos, falando apenas da bolsa expansiva e da nova vassoura. Peter estava feliz com seu álbum e Jonathan comentou que ganhou um bisbilhoscópio da Diretora McGonagall e ele achou tão legal que desmontou pra ver como funcionava.

– Então você quebrou o bisbilhoscópio! – afirmou Timmy.

– Não. Só não consegui montar de volta porque acho que ele precisa de magia pra fazer isso. Além do mais, eu tenho outra coisa em mente.

– O que você vai fazer? – Rose perguntou.

– Você vai ver. Deixa ficar pronto que eu te mostro.

– Eu vi você e sua irmã na capa do Profeta Diário. Agora você é oficialmente uma celebridade. Até trouxe ele aqui. Achei que você pode não ter lido, por ser filho de trouxas. Quero dizer, sido criado por eles.

– Eu li sim, Détrio. Minha irmã assinou o jornal e recebemos lá em casa. Foi um choque pra todo mundo quando a coruja entrou em casa e minha mãe quase desmaiou quando viu a gente se mexendo nas fotos. Foi muito legal!

– Eu não li – disse Timmy – Estava de férias no Himalaia e acho que a coruja se perdeu. Posso ler?

Détrio entregou a Timmy o jornal com as dobras exaustivamente marcadas. Um sinal de que muitas pessoas haviam manejado o papel. No centro da página, duas fotos, lado a lado, refletiam dois momentos: a fama instantânea e o convívio com ela. Os Dumbledore pareciam espremidos no fundo da foto, de mãos dadas e olhar confuso. Já Harry se mostrava calmo, conversava com todos e não fugia mais do enquadramento. No título em letras garrafais lia-se
O Mundo da Magia ganha dois presentes este ano.


Após uma espera de 10 anos, os bruxos puderam, finalmente, conhecer os já famosos herdeiros do saudoso e excentíssimo bruxo que foi Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore: Jonathan e Elizabeth. Seu testamento, revelado após o fim da Grande Guerra pelo duente Apops Kracker, funcionário aposentado do Banco Gringotes, gerou grande repercussão na comunidade mágica e muitos o consideraram uma fraude.

Segundo o Ministro Kingsley, os jovens Dumbledore estiveram protegidos por um forte feitiço que repelia qualquer elemento mágico que tentasse penetrar numa área de 2km dos herdeiros. “Tivemos muito trabalho durante esses anos para tentar neutralizar o feitiço do saudoso Alvo Dumbledore e a verdade é que não conseguimos. Ele era admirável e sempre soube das coisas antes mesmo que acontecessem. Acredito que, por isso, o feitiço perdeu seu efeito quando as crianças completaram a idade necessária para entrar para a escola”.

O jovem Jonathan Dumbledore seguiu a tradição familiar e entrou para a Casa Grifinória. Sua gêmea, Elizabeth, contudo, foi direcionada, de acordo com o Chapéu Seletor, para a Casa Sonserina, o que causou nova repercussão no mundo bruxo. Sua defesa surgiu de um velho conhecido de todos nós: Harry Potter, o eterno Menino-que-sobreviveu. De acordo com Potter, a carapuça negra que envolve a história Sonserina deve ser retirada, pois a Casa tem a possibilidade de começar de novo. “O fato de ser da Sonserina significa estar ligado às Artes das Trevas? Por favor, não julguem as crianças desta casa como se fossem seguidores de Voldemort(sic)”.

Este ano, Harry Potter, chefe dos Aurores, retornou a Hogwarts a pedido da Diretora Minerva McGonagall para substituir o Professor Calton Prescott, que lecionava Defesa Contra as Artes das Trevas. A comunidade bruxa está empolvorosa com a possibilidade de os filhos conhecerem a lenda em pessoa. Os alunos de Hogwarts não falam de outra coisa, como Rosely Campbell, no 4º ano da Grifinória: “Eu encontrei com o Professor Potter no corredor e pedi que assinasse meu livro de DCAT! Ele já virou relíquia da nossa família”. E suas aulas são bastante concorridas, o que cogita a possibildade de manter Harry no cargo para atrair mais alunos para a escola. “As aulas dele são demais! Eu nunca aprendi tanta coisa com outro professor!”, exclamou Hortêncio Juiceville, 6ª ano da Corvinal.

O segundo filho de Harry Potter, Alvo Severo, também iniciou seu ano letivo. Contudo, ele decepcionou muitos fãs da família Potter após entrar para a Lufa-Lufa. Era esperado que ele acompanhasse o irmão, James Potter, e a prima, Rose Granger Weasley, na Casa Grifinória. Harry Potter, no entanto, está feliz e confiante. “Tenho certeza de que Alvo será um excelente lufo. Não podemos nos esquecer de que todas as Casas de Hogwarts são importantes”.

Nos resta agora acompanhar de perto o desenvolvimento dessa nova e interessante geração que inicia sua vida no mundo bruxo. Ficamos na expectativa de que os Dumbledore continuarão brilhantes e polêmicos, assim como os Potter. A comunidade mágica tem uma dívida eterna com essas famílias que lutaram para nos salvar de um futuro incerto e sombrio. 19 anos depois, temos apenas que nos preocupar com o fato de as escadas que se movem, pararem. Saiba mais na página 5.

Willyanna Meriva


– Uau! Qual a sensação de sair na capa de jornal, John?

– Demais, Timmy! É a primeira vez que eu me vejo me mexendo numa foto – disse animado.

– Tô morrendo de fome! Acho que vou atrás de doces. Vocês vêm?

– Eu vou, Détrio. Minha mãe está numa dieta nova e fez sanduíche com pasta de libélula com molho de beterrabits.

Timmy mostrou a pasta laranja avermelhada dentro do pão e Rose jurou ter visto as asinhas do inseto. Assim que os dois saíram, Jonathan se ajeitou na cadeira, ansioso. Se curvou para os amigos e tocou no assunto que todos haviam evitado até agora:

– Algum de vocês perderam em alguma matéria?

– Tirei um E em Transfiguração – Rose disse chateada e Alvo balançou a cabeça, negativamente.

– E-eu ti-tirei A. E pe-peper-perdi em Herbo-Herbo-Herbobo...

– Herbologia? Eu também! Legal! A gente vai estudar junto, então! E você, Alvo?

– Eu passei em Herbologia com E.

– Mentira! – disse, Jonathan, surpreso e alegre.

– Mas perdi em Transfiguração – disse, fatídico.

– Então você vai estudar com minha irmã.

– Ela perdeu???

– Perder é pouco, Rose. Ela fez O escândalo! Tirou um T. – seus amigos arregalaram os olhos – A cena foi horrível. Primeiro, nós tivemos que esperar chegar em casa porque minha mãe tinha deixado as cartas com as notas em casa e ela não podia dizer nada, porque não entendia o que significava cada nota. Aí quando a gente chegou, ela foi direto olhar o dela e soltou um gritão. Meu pai até reclamou. Aí ela começou a ter um ataque de raiva e disse que o Professor Pratevil a reprovou de propósito.

– Mas ela não foi bem na prova prática. Eu vi. Eu tava lá.

– Sim, Alvo. Mas e a prova teórica? Tenho certeza de que ela acertou tudo, pelo menos, ela tem certeza disso. Escreveu uma carta pra Diretora na mesma hora. Meu pai até ameaçou tirar a gente de uma escola que tem perseguição com os alunos.

– Hogwarts não tem perseguição! – Rose protestou.

– Então me diz: você acha que minha irmã pode ter errado tudo? Seja justa!

– Não...mas isso não dá o direito de dizer que a escola tem perseguição. E o que a diretora disse?

– Marcou uma audiência com ela após o jantar de boas-vindas e isso não é tudo. A gente deu entrevista lá em casa.

– Para o Profeta Diário? – perguntou Alvo, curioso.

– Não. Olha, as pessoas iam ficar atrás da gente se não déssemos a entrevista para alguém, não é? Então ela apareceu lá e meu pai nem queria deixar, mas a Lizzie disse que tinha que ser ela.

– Ela quem? – perguntou Rose, curiosa.

– Rita Skeeter.

Rose e Alvo pareciam chocados e Peter tinha a expressão de quem não estava entendendo absolutamente nada.

– Mas minha mãe sempre diz que Rita Skeeter só escreve mentiras!

– Mas foi ela que escreveu o livro sobre meu avô, não foi? Lizzie leu esse livro.

– Ela leu o livro da Rita? Minha mãe diz que boa parte daquele livro é mentira.

– Mas então ele tem verdade.

– Sim, mas... mas minha mãe vive dizendo que a Sra Skeeter não é um modelo de jornalista séria. Sua irmã errou feio.

– Bom, ela disse pro meu pai que a Sra Skeeter tinha escrito um livro sobre nosso avô e que tinha feito de tudo para descobrir a verdade e ela acha que só a Rita vai descobrir as coisas sobre nossa família.

– E vocês aceitaram isso?

– A Rita foi muito legal com a gente. Ela tinha uma pena de repetição rápida muito legal. A gente nunca vai descobrir nada, sabe? Somos crianças! Pelo menos agora a gente tem alguém para fazer isso. E de graça.

– Sabe aquela vozinha que fica na cabeça da gente falando que vocês vão se arrepender? É isso que ela ta falando agora na minha – disse Rose, desgostosa.

***

Quando Lizzie finalmente achou Deymon, se surpreendeu: ele estava na mesma cabine de Tiago Richards e Bruce Briniwick.

– Oi, Elizabeth! – disse Tiago, imediatamente.

– Ah...oi – e se sentou ao lado de Malfoy.

– Você agora tem um gato? – e apontou para o felino negro de olhos verdes em seu colo.

– Gata. Acabei de comprá-la. Seu nome é Nefertiti.

– A rainha egípcia mais bonita. É...ela é bonita mesmo.

– Não tinha mais nenhuma cabine livre – Malfoy se explicou, desgostoso, enquanto Tiago mexia com o animal.

– Como foi de Natal? – Tiago perguntou.

– Péssimo. E você?

– O meu foi bom.

– Pára, Tiago! Não tá vendo que eles não querem conversa? – Bruce cochichou.

– Severo Snape já apareceu para você? – continuou, ignorando o amigo.

– Não. Na verdade, nem olhei a figurinha direito. Não tive tempo, sabe?

– Eu tenho certeza de que ele vai aparecer para você.

– Por que?

– Porque ele foi diretor da Sonserina e Professor de Poções. Você tem a ver com ele.

– Hum...quem sabe ele não me dá umas dicas, né? – falou irônica.

– Ele não pode. A figurinha não tem magia para falar.

– E por que alguns quadros falam e outros não?

Malfoy, que ouvia com desdém a conversa dos dois, parou para prestar mais atenção.

– Eu acho que tem a ver com quantidade de magia, sabe? Alguns bruxos, antes de morrer, mandam pintar um quadro especial, acho. Mas eu posso descobrir isso direito.

– O que é isso? Sabedoria Corvinal?

Tiago sorriu, encabulado.

– Eu ouvi alguém dizer. Vou ficar te devendo uma resposta melhor.

– É melhor não dizer que vai ficar devendo, porque eu vou cobrar.

– Pode cobrar! – disse, sorridente.

Algumas meninas abriram a porta da cabine, abruptamente.

– Ah! Então é aqui que você...está – a voz da corvinal sumiu quando notou a presença dos dois sonserinos.

– Nós...hum...tem espaço na nossa cabine se vocês quiserem ficar mais à vontade – disse a outra garota do 3º ano da corvinal, virando-se diretamente para os meninos de sua Casa.

Antes que Lizzie dissesse alguma coisa em defesa dos sonserinos, Malfoy a deteve, segurando seu braço com força e com uma expressão de que não valia a pena brigar.

– Claro! – Bruce respondeu prontamente, animado com as meninas mais velhas – Não podemos deixar duas corvinais sozinhas, não é, Tiago?

– Não, claro. – disse com bem menos empolgação – Bom, então até mais – despediu-se dos sonserinos.

Lizzie deu adeuzinho e Malfoy pareceu mecher os lábios.

– Finalmente vamos ter paz nesse vagão! – disse enquanto passava para a outra poltrona e esticava as pernas.

– Você não suporta ele, né Malfoy?

– Não. É um grande falador e fica querendo se meter nas coisas dos outros.

– Mas você bem que prestou atenção quando ele falou das pinturas que falam.

– É claro! Informação gratuita é sempre bem-vinda. Para alguma coisa tinha que servir essa suposta amizade dele com você.

– Falando nisso, obrigada pelo livro.

– Hum... você recebeu.

– Lógico que recebi. Você mandou para mim, não foi? Aquilo e o Kit de Poções que o Prof Slughorn me mandou salvaram o meu Natal. Tem poções realmente interessantes naquele livro.

– Espera! O diretor da nossa casa te mandou presentes?

– É. Isso não é normal? Ele é meu fã. Já me chamou até pro Clube do Slug.

– Pro quê?

– Um clube particular para as pessoas que ele considera talentosas.

Malfoy colocou a mão na testa e abaixou a cabeça, não acreditanto em tanta bobagem do diretor da sua Casa. Aquilo era vergonhoso e puro puxa-saquismo.

– Eu trouxe uma coisa.

A garota meteu a mão no bolso da calça e tirou dois embrulhos verdes pequenos. Guardou um de volta e entregou o outro ao sonserino. Malfoy abriu desconfiado e segurou nas mãos uma corrente de prata com o brasão da Sonserina cravejado de esmeraldas semi-verdadeiras. No verso, estava escrito em letras de caligrafia perfeita: “Nada pode nos deter.”

– “Nos deter”?

Ela puxou a corrente que carregava no pescoço, idêntica.

– Somos amigos, não somos?

Malfoy olhou atentamente para a garota diante de si. Ele sempre soube que na Sonserina era cada um por si e Merlim por ninguém. Sabia que não seria bem aceito, por conta da herança vergonhosa de sua família. Sabia que não teria amigos. Colegas, sim, mas amigos... E será que ela estava sendo sincera? Seu olhar dizia que sim, mas Deymon foi criado para ficar sempre com o pé atrás. Então ele se lembrou da forma como ela o defendeu e como ele se sentiu naquele momento. Deymon não tinha ninguém por ele em Hogwarts. Nem Khai. Ela tinha, mas escolheu ficar com eles. Malfoy sorriu. Pela primeira vez, Lizzie viu Deymon sorrir de verdade, ainda que ele disfarçasse ao olhar para a corrente.

– Somos amigos, não somos? – repetiu.

– Somos sim, Carter.

– Se somos amigos, você vai continuar me chamando pelo sobrenome?

– Não...Lizzie. – ela sorriu e depois ficou séria.

– Então eu vou lhe contar uma coisa: o Prof Pratevil me deu um T.

– O que? – Malfoy arregalou os olhos – Mas você acertou a prova escrita toda. Tudo o que você falou para mim estava certo. Você podia tirar até um D, porque você não foi bem na prática, né? Vamos ser realistas. Mas Trasgo? E eu achava que ele gostava de você.

– Eu também achava.

– Vai ver que ele quer ficar mais tempo com você.

– Eu já enviei uma coruja para a diretora para falar sobre o assunto. Ele não pode fazer isso.

– Tomara que ele seja expulso!

– Se ele não for, eu vou tornar as minhas aulas com ele um verdadeiro inferno.

Em pouco tempo, o Expresso chegou a Hogmeade e as crianças voltaram à escola. O Salão Principal estava todo decorado. Tapeçarias de todas as Casas se misturavam às faixas de boas-vindas encantadas, que pareciam dançar sob um céu incrivelmente estrelado. A comida estava uma delícia. Os elfos da cozinha tinham caprichado tanto nos doces e tortas que fazia pena comer. Lucy olhava fixamente para o pudim de três andares e três coberturas caramelizadas diante de si, incapaz de comer ou deixar qualquer lufo destruir essa obra-prima culinária. Peter estava claramente emburrado com a amiga e Alvo ria da cara dele. Todos conversavam animadamente, contando as aventuras de Natal. Apenas uma sonserina não havia comido praticamente nada e mantinha seu olhar sério na mesa dos professores, sem conversar com niguém.

Finalmente, o jantar terminou e as crianças, pouco a pouco, foram deixando o Grande Salão para aproveitar o resto da noite e colocar as histórias das férias em dia. Elizabeth, Khai e Deymon estavam parados ao pé da escadaria, quando Jonathan, Alvo, Peter e Rose passaram por eles. Imediatamente, John se aproximou da irmã.

– Quer que eu vá com você?

– Não precisa, Jonh. Eu prefiro ficar sozinha. Vai ficar com seus amigos – e apontou o nariz na direção do trio que o aguardava.

– E o que eles estão fazendo aqui? – perguntou se referindo aos sonserinos.

– Só estão me fazendo companhia até a diretora chegar.

– Então eu também fico – disse resoluto – Gente, eu vou esperar a diretora com minha irmã.

– A gente espera você – Alvo falou enquanto se aproximava.

Rose e Peter trocaram olhares surpresos e receosos, enquanto acompanhavam Alvo. Deymon e Khai estavam com expressões de quem havia acabado de comer um pacote inteiro de vomitilhas e Lizzie lançava ao irmão seu olhar assassino. O estranho grupo ficou reunido sem trocar uma só palavra e chamavam muita atenção. Eles olhavam para as paredes de pedra, para seus próprios pés, mordiam os lábios, balançavam no mesmo lugar e tamborilavam com os dedos nas pernas, sem se esforçar para pensar em um assunto para conversar. Quando a diretora saiu do Salão, estava acompanhada dos Professores Potter e Pratevil e olhou para o interessante grupo com curiosidade.

– Sua comitiva, srta Dumbledore?

Lizzie respirou fundo.

– Não, diretora.

– Só estamos fazendo companhia – John disse assumindo uma postura de defesa da irmã.

– Eu já posso ir sozinha daqui. Obrigada.

Os sonserinos imediatamente deixaram o local. Jonathan se retirou pouco depois junto com seus amigos. Aproveitando a deixa, Harry se despediu da diretora e do colega e tomou o caminho para a cabana de Hagrid, com quem havia combinado um chá e o resgate de boas lembranças. O Prof Pratevil também se retirou, para a surpresa da sonserina.

– Siga-me, srta Dumbledore.

As duas figuras caminharam até a Câmara de Passagens chamando a atenção de quem ainda estava por ali e gerando cochichos. Quando a diretora se dirigiu à moldura que as levaria para o sétimo andar, o sangue da sonserina pareceu congelar em seu corpo e ela parou.

– Para onde vamos?

– Para minha sala, é claro!

– Diretora McGonagall, poderíamos...hum...por favor...ir para outro lugar? Por favor.

Minerva olhou para a aluna, procurando entendê-la: seu olhar era de súplica. Parecia que a diretora havia proposto que ela se atirasse numa arena para lutar com um basilisco, tamanha era a súplica no olhar daquela criança.

– Eu não estou pronta.

Estas palavras saíram quase inaudíveis da boca da sonserina e Minerva lançou-lhe um olhar maternal e de compaixão. Decerto ela já sabia que existia um retrato de Dumbledore em sua sala e ainda não estava pronta para aquele encontro. Embora não fosse uma atitude comum, ela resolveu não pressionar a garota.

– Vamos para a sala do diretor de sua Casa, então.

Chegaram rapidamente ao escritório do Prof Slughorn, que parecia ter vestido suas roupas com uma certa velocidade mágica, pois havia esquecido sua touca de dormir na cabeça. Os tons verde e pastel não chamavam tanta a atenção quanto à lua e estrelas que se moviam. A diretora limpou suavemente a garganta e indicou o desleixo do professor, que retirou o chapéu e pediu desculpas.

– Entrem, por favor!

A sala do professor era uma velha conhecida da garota, que cumpriu sua detenção fazendo poções no grande caldeirão, no lado esquerdo da sala. As estantes com os potes e ingredientes particulares e os diversos livros sobre poções, eram um grande atrativo para Elizabeth. Contudo, as inúmeras fotografias de Slughorn com celebridades mágicas, sorrindo orgulhoso, que praticamente faziam a parede de pedras negras desaparecer, causavam uma certa náusea na sonserina.

– Sente-se, srta Dumbledore – ao passo que a garota se acomodou, a diretora continuou – Concordei nesta pequena reunião para esclarecer alguns pontos sobre o assunto que sua coruja trouxe para mim, no natal. Quero deixar claro, minha querida, que não existe perseguição nesta escola. O Prof Pratevil me explicou o porquê de sua nota e, embora tenha sido radical em sua decisão, ele está correto.

O rosto da sonserina enrubesceu de raiva com as palavras da diretora e a garota contraiu as mãos, num esforço para segurar sua angústia.

– E por que o professor me deu T?

– A senhorita assinou como Elizabeth Carter, quando o professor já havia lhe informado que não aceitaria. Evidente que foi apenas um lapso, certo?

A garota não sabia o que pensar. Estava com vontade de azarar o professor.

– Evidente, diretora.

– Contudo, pedi ao professor para reavaliar sua prova teórica e concordamos em aumentar sua nota para Péssimo. A senhorita fez uma excelente prova teórica, contudo, não posso dizer o mesmo de sua prova prática. Não há condição de você passar nesta matéria.

A garota estava visivelmente arrasada. Não esperava um desfecho destes.

– A partir de agora, senhorita, para evitar novos equívocos como este, gostaria que assinasse todos os seus trabalhos com o sobrenome Dumbledore. É possível, querida?

Ela olhava aflita para a diretora. Não queria ter que assinar como alguém que não é, mas a julgar pela determinação da diretora, parecia que esta batalha já estava vencida. Deu de ombros, passou a mão pelos cabelos delicadamente e aceitou o pedido da diretora.

– Excelente, srta Dumbledore. Agora vamos tratar de outros assuntos. Chegou ao meu conhecimento que a senhorita ofendeu dois de nossos professores no Expresso Hogwarts. Por isso, 30 pontos serão retirados de sua Casa.

– Mas diretora, eu...

Minerva ergueu sua mão, fazendo um claro sinal para que a garota se calasse.

– E sei também que estava sob estresse e que só o fez para defender seu amigo. Por isso, lhe concedo 20 pontos pela defesa da honra da amizade e por ensinar algo aos nossos professores.

A garota sorriu aliviada.

– Entretanto, outro fato chegou ao meu conhecimento. Prof Slughorn?

O Professor de Poções, que até agora assistia à discussão passivamente, levantou e se aproximou da sonserina, cruzando os braços diante da garota. Ele nem precisava explicar nada, pois ela já sabia do que se tratava e sabia também que iria matar o Khai.

– Srta Dumbledore – começou sério e austero – Eu notei que alguns ingredientes de minha reserva particular diminuíram, mas achei que poderia ser engano meu. Curiosamente, esses ingredientes se encaixam em uma poção polissuco encontrada em uma das masmorras pelo Prof Pratevil. E o aluno que estava lá é um de seus amigos que seguia à risca uma recomendação, muito bem escrita, devo acrescentar, para a finalização da poção. Isso foi obra sua. Para que, srta Dumbledore?

Elizabeth mantinha um olhar receoso para o diretor de sua Casa, pois ele era muito inconstante e parecia querer mostrar serviço para a diretora McGonagall.

– Professor, me desculpe por pegar os ingredientes sem sua permissão, mas como o senhor me deu algumas amostras na minha detenção, eu achei que não faria mal uma ou duas a mais. Me desculpe. E a poção...bom...eu só queria provar para mim mesma que era capaz. Encontrei a receita na biblioteca, já tinha o que precisava e fiquei curiosa. Me desculpe – disse cabisbaixa e num tom absolutamente sincero – Por favor, não me expulse da escola.

– Expulsar a senhorita? Hoje, não. – a garota sorriu e ele continuou – Entretanto, serei obrigado a punir minha própria Casa. 30 pontos serão retirados por pegar ingredientes indevidamente e por desenvolver poções complexas sem a supervisão de um adulto. E a senhorita está suspensa das minhas reuniões particulares.

Elizabeth estava boquiaberta e triste. Lentamente, baixou seu olhar para os pés, pois sabia que todos na Sonserina iriam odiá-la. Ela nem fazia questão de não participar do clube de seletos do professor, mas eram pontos preciosos para a Casa que estava em último lugar.

– E 10 pontos serão creditados pela excelente poção polissuco de um aluno do primeiro ano. Você tem um belo futuro na área, minha cara.

– E cumprirá dentenção, srta Dumbledore, com o Prof Hagrid, nos próximos três sábados no final da tarde, a partir da semana que vem. Ele tem alguns afazeres na Floresta Proibida.

– Na Floresta Proibida? Mas...mas eu pensei que era proibida! Tem...coisas...monstros lá. Eu li nos livros – disse assustada.

– Sim, por isso estará com nosso Guarda-Caças. Acredito que resolvemos as pendências com a senhorita e não gostaria de ter novas conversas como esta tão cedo, certo?

– Sim, diretora McGonagall.

Assim que saíram da sala, Elizabeth caminhou rápida e silenciosamente ao lado do professor, que a olhava intrigado. Embora sua expressão estivesse vazia, sua mente explodia em fúria. Por que Khai tinha que ser tão burro? Por que o Prof Pratevil estava pegando no pé da garota? Por que eles queriam tanto que ela fosse uma Dumbledore? O que ela não conseguia compreender era por que todas aquelas pessoas defendiam incondicionalmente aquele velho. Antes de entrar na sala comunal, o professor a parou por um instante.

– Por que estas ações desnecessárias, minha querida? Dumbledore foi um excelente bruxo. Muitos dariam tudo para ser descendente dele.

– Acho que eles estão assustados – o professor levantou uma das sombrancelhas, não compreendendo e ela continuou – Por eu estar na Sonserina, eu acho. Eles estão com medo de que eu seja uma nova bruxa das trevas.

– Oh, é claro que não. Eu vejo em você uma bruxa persistente, inteligente e extremamente agradável, embora tenha um certo desrespeito pelas regras. Não acredito que seja capaz de nenhuma maldade.

– Obrigada.

– Além disso, a Casa Sonserina, há tempos, se desligou das ações das trevas. Somos todos mocinhos agora.

Elizabeth entrou na Sala Comunal, um tanto vazia, e encontrou seus colegas sentados na poltrona aguardando por ela. Lançou um olhar assassino para Khai, que olhou timidamente para Malfoy e em seguida para os próprios pés. A garota seguiu para o seu quarto, onde passou a noite olhando para o teto de pedras negras.

A semana transcorreu traqüilamente com as típicas aulas chatas do Prof Binns e as incríveis aulas teóricas de Harry. Ron, Mione e Gina o ajudaram a preparar um planejamento de aulas que eles sempre quiseram ter em DCAT e o resultado disso era sua popularidade também como professor. Minerva estava plenamente satisfeita com o ex-aluno e já ensaiava investidas para um segundo ano em Hogwarts. As aulas de Transfiguração eram as mais tensas. A maioria dos alunos havia perdido nas pré-avaliações, portanto cada gesto do Prof Pratevil era calculado para atingir exatamente a fraqueza do aluno, forçando-o a se dedicar mais nos estudos para a aula seguinte.

Rose, Alvo, Peter e John andavam cada vez mais unidos e os trabalhos que faziam juntos, de acordo com a cooperação intercasas, rendiam muitos pontos para a Grifinória e a Lufa-Lufa. O quarteto continuava a estudar próximo à entrada da sala da diretora e Rose já fazia os primeiros testes das orelhas extensíveis. Peter e Alvo passavam horas na biblioteca lendo sobre pedras e quadros, enquanto John praticava feitiços de multiplicação e convocatórios com mais sucesso do que Rose esperava.

Já os sonserinos passavam maus bocados. A maioria ainda tinha dificuldade em dividir o trabalho com outras Casas, o que gerava conflitos constantes e acusações de descaso. Durante toda a semana, a única vez que Lizzie dirigiu a palavra para Khai foi para discutir e ela foi extremamente dura com o colega, que se afastou do trio e andava sumido. Deymon permanecia em seu próprio mundinho, indiferente à briga dos companheiros, se comportando como sempre. Tiago da Corvinal parecia ganhar algum terreno e Lizzie não agüentava os cochichos das meninas quando ele estava conversando com ela ou estudando juntos, na biblioteca.

No final de semana começou a maratona de aulas extras para os alunos que haviam perdido matérias. Embora a maioria tenha, eventualmente, escorregado em apenas uma, alguns estavam praticamente sem tempo livre. A aula do Prof Pratevil era a mais cheia. Enquanto as crianças se acomodavam, ele lançava um olhar intimidador para a sonserina que havia questionado a sua nota.

– Mantenham as duplas das aulas. – avisou quando viu Alvo ameaçar se sentar com um colega lufo - E se o seu parceiro tiver sido mais bem-sucedido do que você, como não é o caso do Sr Potter, acomodem-se com o mais próximo.

Assim que todos se acomodaram, ele continuou.

– Hoje vamos todos transfigurar água em vinho – alguns alunos pareciam animados com a simplicidade da tarefa – Eu disse que HOJE vamos TODOS transfigurar água em vinho. Isto quer dizer que vocês só sairão desta sala, quando TODOS conseguirem transfigurar água em vinho.

A animação inicial se transformou em receio. Imediatamente, Elizabeth sentiu todos os olhares da sala em sua nuca. Olhou para o lado e encarou um par de olhos verdes. Alvo tratou de enfiar a cara no livro, rapidamente. Foi um martírio. Demorou um tempo até que o primeiro aluno obtivesse o resultado positivo. O professor logo o encarregou de auxiliar alguém. A maioria estava bastante nervosa e, por isso, a água virava rum ou chá mate.
Alvo notou que Elizabeth perdia a paciência com facilidade, dava longos e pesados suspiros e, vez ou outra, simplesmente abandonava a varinha e cruzava os braços. Ele havia conseguido suco de uva da última vez, mas não conseguia ir além disso.

– Você está fazendo o movimento errado – a garota cochichou, enquanto Alvo apoiava o rosto em seu punho.

– Que?

– Você está fazendo o movimento errado – sussurrou mais uma vez.

– Se você sabe como é, por que sua água só vira limonada?

– É essa droga de varinha. Ela não funciona.

– Sei – Alvo disse, não acreditando.

Elizabeth olhou para trás e notou que o professor estava de costas, analisando os feitos dos alunos da última fileira. Então ela falou, baixinho:

– Você está colocando o movimento no braço, mas é o pulso que se movimenta. Assim!

E mostrou a Alvo como fazer, delicadamente. Contudo, ela só conseguiu uma limonada. Ele olhou desconfiado para ela, que deu de ombros.

– Se não quer tentar, problema é seu.

Ele olhou novamente para ela, extremamente desconfiado. Uma sonserina querendo ajudar era algo fora do comum. Provavelmente, o suco dele viraria limonada e o professor caçoaria dos dois. Contudo, a curiosidade foi mais forte e ele poderia jogar o líquido fora antes que o professor percebesse. Respirou fundo e, sob os olhares ansiosos da sonserina, conjurou o feitiço. A garota revirou os olhos.

– Você está fazendo errado de novo – sussurrou e pegou em sua mão.

Alvo não sabia explicar por que aquilo lhe deixou completamente travado. Ele imaginava que todos os sonserinos tivessem mãos frias e duras, como eles pareciam ser, mas as dela eram macias e quentes. Ele olhou com atenção o movimento da mão dela sobre a sua e, quando ela soltou, ele o repetiu, desta vez, fielmente. Ao analisar o conteúdo do copo, não pôde acreditar: era puro vinho.

– Uau! Você é incrível! Deu certo! Mas por que não dá certo pra você? – cochichou.

– Já disse – ela tinha a cara emburrada – É essa varinha estúpida que só faz o que quer.

– Sem conversas paralelas – ralhou o Professor ao se aproximar dos dois – Acredito que já esteja difícil o suficiente para vocês.

Quando olhou o conteúdo do copo de Alvo, o professor arregalou os olhos, surpreso.

– Um vinho perfeito. Interessante, Sr Potter. Talvez você não seja uma completa perda de tempo. Limonada... nada promissor, Srta Dumbledore.

O Prof Pratevil lhe lançou um olhar de desdém, mas o que realmente doeu na alma da garota foi o prazer com que ele disse cada sílaba de seu sobrenome. Elizabeth pôde sentir seu rosto começar a queimar em fúria e cerrou os punhos, olhando para a sua varinha. O professor deu um leve sorriso de vencedor, imperceptível.

– Sr Potter, ajude a Srta Dumbledore, senão ficaremos todos presos aqui.

Alvo fez menção de contar ao professor que Elizabeth o havia ajudado, quando a garota deu um chute em sua canela e ele se contorceu de dor.

– O que foi, Potter?

– Nada, senhor. Eu bati a canela enquanto descia do banco – ao passo que o professor se afastou, ele olhou para a garota, desgostoso – Por que você fez isso? Doeu!

– Eu não pedi que me defendesse, Potter.

Alvo deu um leve muxoxo.

– E o que vamos fazer agora? – perguntou, ainda emburrado.

– Me dê a sua varinha.

– Que?

– Eu não consigo com a minha. Me dê a sua varinha, agora – e esticou a mão para recebê-la.

– Mas eu...

– Eu fiz você acertar, Potter. Agora me dê a sua varinha – disse, num tom ameaçador e com os dentes semicerrados.

Alvo olhou para a expressão da sonserina e para sua mão esticada diante de si. Estava receoso de entregar sua amada varinha para a garota que, obviamente, fez o que fez para se beneficiar depois. Ela continuava encarando ele tão profundamente que Alvo podia jurar sentir um peso enorme em sua consciência o impelindo a ceder à ordem da garota. Então ele esticou o braço oferecendo a sua varinha para ela. Antes de chegar nas mãos de Elizabeth, o Prof Pratevil a confiscou.

– Com a sua varinha, Srta Dumbledore! – e olhou para Alvo com seus terríveis olhos vazios – está confiscada até o fim da aula, Sr Potter. Use seu talento, Srta Dumbledore, se é que possui alguma herança genética do grandioso bruxo que foi seu avô.

Aquilo definitivamente soou como a gota d´água para aquela criança. Impedida de lançar uma azaração sobre o professor, agarrou sua varinha com fúria e tratou de repetir o encantamento uma vez, duas, três... Alvo já havia contado doze tentativas e nem em limonada a água se transformava agora. O rosto da sonserina estava vermelho e o lufo notou uma lágrima nervosa que escorreu pelo seu rosto. Alvo se sentia extremamente angustiado, impotente e com muita pena da garota, que chorava em silêncio, dizendo o feitiço e fazendo-o com perfeição. Entretanto, não conseguia nenhum resultado positivo. Então, tudo aconteceu muito depressa. Ela parou, abruptamente, olhou com ódio estampado no rosto para sua varinha e disse algo que Alvo nunca havia ouvido antes.

– Iste varinha vacerrosa a inferni! Sola delirium!

Foi aí que pareceu para ele que a garota já não controlava mais nada. A varinha em sua mão começou a disparar feitiços em todas as direções, explodindo copos, espatifando livros e jogando cadeiras para o ar. Algumas crianças tiveram cortes no rosto e nas mãos, enquanto se protegiam e o professor empunhou sua varinha para desarmá-la. Elizabeth chorava e pedia para parar, mas não conseguia. O Prof. Pratevil foi desarmado e lançado longe, o que fez as crianças entrarem em pânico.

– Saiam da sala! – bradou o professor.

As crianças corriam desembestadas e gritando porta afora. Elizabeth chorava compulsivamente, enquanto o professor olhava atônito para o fato de que a varinha parecia suspender a garota no ar. Alvo tentou trazer a sonserina para o chão, mas foi lançado violentamente de encontro ao professor, que amorteceu sua queda. A garota chorava e suplicava para parar. Ela não conseguia soltar a varinha, que continuava a lançar feitiços aleatórios com violência e destruía a sala de aula. Foi então que Harry Potter apareceu na entrada da sala e, por alguns segundos, permaneceu tão atônito quanto o Prof Pratevil. A varinha de Elizabeth, pressentindo o perigo, atacou Harry enquanto a sonserina gritava e ele desviou com facilidade, desarmando-a. Não era segredo que expelliarmus era o feitiço de maior precisão de Harry. Elizabeth sentiu um estalo e a varinha voou de sua mão, fazendo-a cair de joelhos. Ela pôs as mãos no rosto e correu para fora da sala chorando, enquanto Harry checava se Alvo estava bem. Ele tentou alcançá-la, mas havia muitas crianças no corredor assustadas e ele ajudou o Prof. Pratevil a encaminhá-las para a enfermaria.

– Onde está Alvo? – Harry pareceu se dar conta de que o filho havia sumido no mar de crianças.

– Ele foi atrás dela – disse Lavínea Strauss, a garota de cabelos cor-de-rosa.

Quando Alvo finalmente a alcançou, ela estava agachada na ponte para Hogsmeade, chorando compulsivamente. Ele se aproximou vagarosamente da garota, que abraçava seus joelhos cobertos por seu vasto cabelo negro. Assim que Alvo tocou seu ombro, a garota se afastou, de sobressalto.

– Se afasta de mim! – gritou.

– Calma.

– O que você quer? – continuava, agressiva.

– Ajudar. Eu sei que você não teve culpa no que aconteceu lá – disse enquanto se sentava ao seu lado – A coisa fugiu do controle, eu vi. O professor te provocou.

– Por que você está fazendo isso?

– Você me ajudou. E eu não acho justo você levar a culpa por algo que não fez. Bom, não de propósito, né?

A sonserina enxugou as lágrimas no casaco de sua roupa e se levantou, junto com Alvo.

– Eu não preciso de ajuda. Eu sei me defender.

– Por que você é tão chata? Eu só quero fazer o certo.

– Eu não me importo com isso.

Elizabeth fez menção de voltar para o castelo, mas foi impedida por Alvo, que tomou a sua frente, segurando-a pelos ombros.

– Olha, você pode ser expulsa da escola, sabia? Pára com esse orgulho idiota.

– Me larga, Potter.

– Você ouviu ela.

No segundo seguinte, Alvo sentiu um leve sufocamento, pois ele foi puxado pela gola da roupa por Khai e depois jogado no chão. O garoto ainda estava com o rosto avermelhado e os pulsos fechados, ameaçando socar o lufo. Malfoy estava ao seu lado, com o nariz empinado e os braços cruzados.

– Cai fora, Potter! Não se mete onde não é chamado.

– Qual o problema de vocês? – se levantou – Eu só estou querendo ajudar.

Desta vez foi Malfoy quem o empurrou.

– Ninguém pediu sua ajuda, Potter - disse, com desprezo – Qual o problema da sua família? Não cansam de querer bancar os heróis e bom samaritanos? Patético.

– Você não tem direito de falar da minha família.

– Eu falo de quem eu quiser – e empurrou novamente o lufo.

– Não fala não.

– Se não o que? Vai me bater, Potter? – e o empurrou novamente.

– Você vai engulir isso – e empurrou sonserino de volta.

– O que está acontecendo aqui?

Harry chegou de sopetão, falando com autoridade e percebeu um princípio de briga. Os sonserinos que haviam tocado suas varinhas em seus bolsos, voltaram atrás e as deixaram guardadas. Harry não gostou nem um pouco de ter visto o filho de Malfoy ameaçando o seu, mas sentiu orgulho quando Alvo não se deixou abater e o enfrentou. Harry teve vontade de puni-los e retirar pontos de suas Casas, mas não seria correto, já que nada havia acontecido, de verdade.

– Srta Dumbledore e Alvo, me sigam. E quanto a vocês, espero que essas varinhas permaneçam em seus bolsos.

Harry caminhou com as crianças apressadamente pelos corredores, se dirigindo para a sala de aula onde tudo aconteceu. Os outros alunos cochichavam e apontavam para a sonserina, desviando com medo dela e lançando olhares atravessados. Assim que passaram pela porta, Harry a trancou e lançou um feitiço abafatório, deixando-os a sós com a diretora McGonagall, Prof Carmelita Trelawney e o Prof Pratevil. A sala estava um completo caos e a varinha da sonserina estava nas mãos da professora de feitiços, que a analisava com curiosidade.

– Srta Dumbledore, algo de muito grave aconteceu nesta sala. Conte-nos.

– Eu... eu... eu não sei bem. Eu só estava tentando fazer o feitiço.

– Foi sem querer, diretora. Ela não quis fazer mal – Alvo se intrometeu, atraindo os olhares dos professores.

– O que você viu, Sr Potter?

– Bom, ela estava mesmo tentando fazer o feitiço. Estava tudo certo só que a varinha simplesmente não fazia certo. Aí ela ficou com muita raiva da varinha e falou umas coisas esquisitas.

– O que, Sr Potter? – perguntou a Prof Trelawney, ansiosa.

– Não sei bem. Parecia latim. Terminava com sola delirium.

– A senhorita sabe latim? – a diretora perguntou à garota.

– Sim, senhora. Aprendemos na igreja.

– A senhorita deu uma ordem a sua varinha?

– Não me lembro, diretora McGonagall. Foi... eu não tive a intenção. Só estava chateada.

– Para ter feito um feitiço desses, a senhorita deveria estar furiosa – Prof Trelawney afirmou – Srta Dumbledore, você amaldiçoou sua própria varinha.

– Que? – as crianças disseram, em uníssono.

– É um feito raro e nada admirável, devo dizer – a diretora já parecia recriminá-la – Alguns bruxos costumavam amaldiçoar varinhas de seus inimigos para que se confundissem e atacassem seus próprios donos. É evidente que a senhorita desconhece estes fatos, uma vez que este ano é seu primeiro contato com o Mundo da Magia. Contudo, essas ações são absolutamente imperdoáveis nesta escola.

– Mas eu não quis... por favor... – e sua voz se esvaiu.

– Ela não fez por mal, diretora. Eu estava lá, eu vi. O Prof Pratevil e meu pai viram quando a varinha a ergueu no ar. Ela não podia ter feito aquilo, poderia?

– Por que a defende tanto, Sr Potter? – o Prof Pratevil perguntou o que todos queriam saber.

– Porque eu sei que ela não fez nada, ora. Seria injusto não dizer o que sei ou deixar ela levar a culpa, se não teve a intenção.

– Viraram amigos, agora? – continuou o professor.

– Ele não é meu amigo – disse, seca, gerando incômodo na sala.

– Srta Dumbledore, o Prof Potter já removeu o encantamento de sua varinha. A partir de agora, nada de latim além dos feitiços dos livros, compreendeu? Muitos de nossos encantamentos têm origem nesta linguagem e a senhorita invocou um deles, sem a intenção. Não irei puni-la, mas está de sobreaviso que, se algo do gênero ocorrer mais uma vez, será expulsa desta escola. Compreendeu?

– Sim, diretora McGonagall – respondeu cabisbaixa, enquanto pegava sua varinha contra a vontade. Seu desejo era de quebrá-la em mil pedacinhos.

– E não adianta livrar-se de sua varinha – a Prof Trelawney pareceu ler seus pensamentos – Isso a colocaria em uma situação delicada.

– Eu sei. Li no livro que a diretora me deu no Natal. Um bruxo não pode quebrar a varinha que lhe escolheu ou convencer alguém de fazê-lo premeditadamente, pois sua magia desaparecerá. A ligação do bruxo com a varinha tem séculos de existência e até hoje mistérios cercam esta conexão tão simples e poderosa.

– Que bom que o leu, Srta Dumbledore – Minerva disse encantada e ponderosa – Todas as segundas e quartas, após as atividades escolares, às oito horas da noite, a senhorita terá aulas particulares comigo, para desenvolver sua habilidade com a varinha. Vamos trabalhar para que descuidos, como o de hoje, não aconteçam – a garota ficou branca como um fantasma e Minerva continuou – nossos encontros serão na sala vazia do quinto andar, ao lado da armadura de bronze.

– Sim, senhora – disse aliviada.

– E 5 pontos serão creditados à Lufa-Lufa, pela defesa da justiça, promovida pelo Sr Potter. Agora, vocês devem se retirar e descansar. E srta Dumbledore, ignore os comentários pelos corredores. O que aconteceu nesta sala não passou de uma magia mal-feita com resultados desastrosos, compreenderam?

Era evidente a vontade da diretora que não comentassem sobre a maldição efetuada pela sonserina e ambos concordaram. Ao saírem da sala, uma série de curiosos esperavam pelas informações ou a possível expulsão da sonserina, mas as duas crianças caminhavam caladas. Assim que chegou na entrada da Câmara de Passagens, Malfoy e Khai vieram ao seu encontro.

– Você está bem?

– Você está falando comigo? – e lançou um olhar ainda desgostoso para o garoto.

– Você foi expulsa?

– Não, Malfoy. Tudo não passou de uma magia mal-feita com resultados desastrosos – mentiu – Agora tenho aulas às segundas e quartas à noite com a diretora e detenção com o Prof Hagrid aos sábados.

– Aulas à noite, detenção com o Guarda-Caças, aulas extras de Feitiços e Transfiguração... desse jeito não sobra muito tempo para os nossos projetos, não é?

– Pensa que não sei? Droga! Vocês vão ficar com toda a diversão – disse, invejosa.

– Lizzie, você está bem? O que aconteceu? – Jonathan parecia bem transtornado e tinha a expressão de quem tinha acabado de saber.

– Foi um erro que cometi. Seu amigo Potter estava lá – e apontou para o lufo que se aproximava logo atrás - Ele te conta com mais detalhes. Eu vou dormir. Minha semana não dá pra ficar pior.

E saiu a passos largos tomando o caminho do seu dormitório.
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João M. Castells
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 24 de dez

Post by João M. Castells »

wooowww.
OMG..
maninhaa..
que capituloo afudê!!
uuiaa heim!>
a lizie.. humm com essa varinhaa.. seria a varinhaa das varinhas?! aii ai aii..
i akelaa tiaraa heim?! huumm....


*pensamentooss a mill aki na cahoollaaaaa*

poiséé..
mais uma vez tu se superouu sheuzinhaaa*-*

e denovoo vou ti dizer quee tahh muitoo bomm esse capítuloo,, prendeee nós( leitores), i não tahhh fora de eixo nãoo!>
atehh ehh prefeitooo!!*-*

uiaa i o burro do khai?! deixouu que descobrissem a poçãoo.. que lokuraiagee..
mass tb ..tah me dando peninha da lizzie. tadinhaaa ela soh se ferrou nesse capítulo.. mass apostoo que ela vai fikar com o potter *assovia* :D

bjãão maninhaa.. tahh mohh boa suaa fic.

ps: posta maiss um pelo teu sumiçoo.. :twisted:
hauhauahuahua

amoooo-aaaa.

dáa um mega pelada na sheuu e veste a capa de invisibilidadee^^
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 24 de dez

Post by Menthe »

*suspende temporariamente a paralizaçao*

se demorar pra postar again ja sabe neh??? nos voltaremos!!! *vai pro lado do jaum e faz cara de ameaça conjunta*

mas nhhoiinn.... q fofo xeu...(preciso parar de axar tudo fofo, mas nao consigo)...

a lizzie ta pissuida...ta sim...*corre em octagonos*..e essa historia ai da varinha...a varinha tb ta pissuida...ta tuuuuudo dominado! *solta um funk e depois morre*

mas oi, o alvo han...quem diria....carinha de santo e pans... :twisted: .pegando na maozinha e etc...

vc ta se inspirando no jaum pra escrever ele eh?? q o jaum q eh assim...faz cara de bonzinho e se vc num tomar cuidado.... :roll:

mas oh...eu gosto do deymon..mas se ele empurrar o alvim dinovo eu dou uma voadora intergalatica nele....agora o thiago tem rival...la la la la ...

*sai correndo contando pra hogwarts inteira as news*

Alvo and Lizzie sitting in a tree...k-i-s-s-i-n-g..first comes love, then comes marriage, then comes...ahn...*pensa*...dumby in the golden carriage....

uhuh..ficou lindo...soh complementando q o nome do bb eh dumby em homenagem ao avo favorito da lizzie, e dai o alvo ja xama alvo por causa disso entaum tudo beleza!

*foge dos avadas*
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



Pra Sempre Corvinal.
Nunca saberia ser nada além de mim .


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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - Atualizado 24 de dez

Post by Sheu »

Oi gente!!!! Desculpe o sumiço, gente, mas minha net está muito ruim e já perdi a conta de quantas vezes minha net caiu para conseguir postar aqui. Então, sem mais delongas, lá vai!
_____________________________________________________________________________________________
16
UMA PISTA MOLHADA
Desde os últimos acontecimentos, as aulas com os sonserinos do 1º ano se tornaram tensas. A cada novo movimento de varinha que Elizabeth tentava fazer, todos os alunos se posicionavam para correr para fora da sala. Todos, exceto Deymon, Khai, Tiago, Rose, Peter, Alvo e Jonathan. Precisou que os professores dessem uma dura nos alunos para que tudo voltasse ao normal. Harry havia feito, na última aula, um longo discurso sobre os erros e acertos na escola, providenciado por Hermione, é claro. Já era bem tarde da noite e ele ainda estava acordado em sua sala, quando uma coruja parda entrou, deixando cair um pequeno envelope graciosamente em sua mesa.

– Olá, Celeste! – e afagou a coruja que mordiscou carinhosamente seu dedo – Notícias de casa, não é?

Harry abriu o envelope já ansioso pela caligrafia de sua esposa. Gina estava sem tempo de lhe escrever nas últimas semanas já que estava organizando um grande casamento.

Oi, amor! Como você está? Estamos cheias de saudades! Hermione e Rony quase não param em casa, mas você deve estar mais informado do que eu. Como estão as coisas com a menina Dumbledore? Estou preocupada com ela, tadinha. Deve ser tão difícil...E estou orgulhosa do Alvo. Sempre soube que ele seria um excelente bruxo. Mas estou lhe escrevendo também para contar uma coisa estranha que tem acontecido. Rita Skeeter apareceu aqui em Godric´s Hollow hoje e andou fazendo perguntas a alguns moradores antigos. Ela deve estar atrás de notícias sobre os Dumbledore o que não será nada bom para nenhum deles. Sabemos que a Rita não tem limites quando quer arrancar alguma informação. Estou com saudade de acordar ao seu lado. Te amo.
Gina W. Potter.


Harry leu e releu a assinatura de Gina. Era incrível como seu sobrenome ficava perfeito nela. Então se focou no objetivo da carta dela.

– Está disposta a fazer uma viagem noturna, Celeste?

A coruja bateu as asas e estufou o peito, cheia de si. Harry já estava escrevendo as primeiras linhas quando uma batida nervosa chamou sua atenção à porta.

– Desculpe, Harry. Podemos entrar?

– Neville? O que foi?

Neville Longbottom estava com uma expressão péssima. Ele entrou desconcertado, empurrando um aluno de cabeça baixa e mãos nos bolsos. Harry se deixou afundar na cadeira na mesma hora e deu um longo suspiro.

– O que ele fez desta vez?

– Estava perambulando pelo castelo, Harry.

– E foi pego?

Harry lançou um olhar completamente abismado para seu filho, como se tal coisa fosse praticamente impossível. O garoto estava com as orelhas vermelhas e parecia afundar ainda mais o rosto, buscando um buraco para se esconder. Aquilo iria ser vergonhoso e a escola toda iria saber pela manhã. Nada ficava em segredo, em Hogwarts.

– O Prof. Pratevil o achou atrás de uma tapeçaria com... – Neville limpou a garganta, ainda desconcertado – com a Srta Jordan.

– Oh! – a expressão de Harry era de surpresa e de quem tinha acabado de entender o porquê de James ter sido pego.

– Infelizmente, Harry, vou ter que tirar 10 pontos da Grifinória e deixá-lo de detenção.

– Eu entendo, Neville. Deixe-me a sós com ele.

– Claro, Harry – deu dois leves tapinhas em James e saiu, rapidamente.

Demorou um pouco até que Harry começasse a falar. Ele sabia que deveria dar uma dura no garoto por ser irresponsável, mas ele estava completamente chateado consigo mesmo. Ele nunca havia pensado em utilizar o Mapa do Maroto para encontros românticos após a meia-noite. Por um tempo ele se deixou levar pelas noites com Gina no castelo, completamente a sós e sem os olhares repreensivos de Rony.

– O Prof Pratevil o tomou? – disse, com seriedade.

– Não, pai. Ele não me viu usando o Mapa.

– Você não deveria ter sido pego, James. Isso vai criar problemas para mim se descobrirem sobre o Mapa.

– Não vai acontecer de novo, pai. É que...eu me distraí. E o Professor estava em outro andar. Deve ter chegado rápido por uma passagem secreta.

James continuava a olhar para os pés.

– Me dê o Mapa, James.

O garoto lhe olhou confuso e surpreso.

– Eu vou ficar com ele por um tempo até que você entenda a importância de artefatos mágicos para nossa família.

– Mas pai...

– Com isso eu sei que você vai se arriscar menos em confusões e deixar Filch tirar umas férias de suas marotices. Agora, me dê.

James entregou o pergaminho velho e dobrado para seu pai, muito a contragosto.

– O senhor vai me devolver, não vai?

– No devido tempo. Você teve sorte de Neville não te suspender do quadribol. Andar pelo castelo à noite sempre rende péssimas detenções e grandes perdas de pontos. Neville pegou leve porque...era uma questão amorosa – James torceu o nariz – Suponho que ela seja sua namorada.

– Não...exatamente – Harry ergueu uma sombrancelha – É que...sabe...eu não sou de me prender, né? Você sabe, né pai? Dessas coisas...

– Não, não sei. O que eu sei é que amanhã toda a escola vai saber que você e a Srta Jordan estavam fora dos dormitórios se beijando – James ficou pálido como mármore – Então eu acho, para o seu próprio bem e o da garota, que você deve assumir logo isso.

– Hum... – James estava nervoso e brincava com as próprias mãos.

– Detenção com quem?

O rosto do garoto pareceu se iluminar.

– Com o Hagrid. Vamos entrar na Floresta Proibida.

– Eu não ficaria tão animado. Detenções não são para diversão. E a Floresta Proibida não é um lugar divertido, James. É perigoso. Eu sei por conta própria. Você vai trabalhar com Hagrid e a Srta Dumbledore, então. Parece que alguma coisa...

– Peraê, peraê! Aquela sonserina também vai estar lá?

– James, a aluna se chama Elizabeth Dumbledore e, sim, desde a semana passada ela está lá. Já virou notícia fria na escola. Andou muito distraído, não é?

As bochechas de seu filho agora estavam tão vermelhas quanto as orelhas.

– Eu vou enviar uma carta para sua mãe.

– Ah, não, pai! Ela vai me mandar um berrador!

– E para sua avó.

– Não! – e empalideceu - O berrador da vovó, não! Eu tenho amor a minha vida social.

– Isso é para você aprender a tomar mais cuidado. Neville não pode aliviar sempre com você, ainda mais agora que estou na escola. Você vai ter que se controlar, James, senão todos vão dizer que teve uma péssima criação. Sua mãe não vai gostar nada disso...e nem eu. Estamos entendidos?

– Sim, pai – e fez uma longa pausa – O senhor não pode reconsiderar e não mandar a carta pra vovó?

– Não – e se levantou – Vamos, eu te levo para o dormitório.

Pela manhã, era possível observar pequenos grupos de cochicho e meninas que soltavam risinhos e apontavam para Lena e James. Seguindo o conselho do pai, embora não querendo se amarrar a ninguém, James assumiu o namoro com Lena e andavam de mãos dadas agora. Rose e Lucy suspiravam e achavam tudo lindo, mas é verdade que muitas garotas passaram a olhar atravessado para a garota da Lufa-Lufa. Oliver estava meio triste por perder seu melhor amigo de farra e Harry achava tudo muito divertido, recordando o curto tempo que namorou Gina na escola.

Como de costume, o Salão Principal foi invadido por centenas de corujas que entregavam suas encomendas nas mesas. Uma bela coruja parda largou nas mãos de James uma carta vermelha.

– Ai, não.

– É melhor abrir, James – avisou Rose – Senão vai ser pior.

– Pior por quê? O que é isso? – John perguntou, curioso.

– Um berrador.

– Um o quê?

Jonathan não precisou dizer mais nada, pois a carta havia tomado a forma de uma boca e começava a gritar com a voz de Gina para James, que tentava se esconder dos outros atrás de uma grande tigela de salada de frutas.

James Potter! Que vergonha! Pego namorando à noite! Perdendo pontos preciosos e desrespeitando as regras de Hogwarts! Para namorar existem as áreas livres da escola, ora bolas! Se eu souber que você anda envergonhando a criação que lhe demos, ai, ai, ai! Não em faça ir até aí! – sua voz se abrandou – E diga a Srta Jordan que adoraremos sua visita no verão.

– Não foi tão ruim – Rose falou.

Alvo estava com um sorriso aberto na mesa da Grifinória, onde tomava o café hoje. Estava achando o máximo ter algo para chatear seu irmão e deixá-lo sem graça. As férias em família iriam ser bem interessantes. Bem no final do café, quando a maioria dos alunos já tinha se retirado, uma coruja velha e atrasada entrou no Salão e deu um vôo rasante e inseguro de sua trajetória, batendo em cheio no peito de Jonathan, que caiu no chão. Todos riram.

– Que coruja maluca! – disse, quando voltava a se sentar.

– É o Errol, eu sinto muito. Está na família há séculos e minha avó vive reclamando dele, mas não consegue trocar por uma coruja nova – Rose explicou.

James olhava chocado para o que ela havia deixado cair na mesa e parecia se preparar para correr mil milhas a ficar no Salão Principal.

– Vai logo! Aproveita que tem pouca gente, senão o berrador vai te seguir pelo castelo todo! – Alvo disse, adorando a cara de desespero do irmão – Acaba logo com isso – e sorriu.

James começou a abrir e o envelope se transformou numa boca feroz cheia de dentes, com a voz da matriarca Weasley.

James Sirius Weasley Potter! Como estou desgostosa! Andando pelos corredores à noite para namorar? Como pôde? Fazendo seu pai e seu avô passarem vergonha na frente de outros educadores! O que eles vão pensar da educação que damos aos membros da nossa família? Já estou cansada de receber cartas de suas “aventuras” na escola. Já chega de marotos nesta família! Nós vamos ter uma longa conversa neste verão, mocinho. Só você e eu! – a voz da Sra Weasley se tornou carinhosa e o envelope se virou para a garota ao lado de James – Ah! Srta Jordan! Esperamos que nos visite no verão. Não faça cerimônias, venha! E Alvo, querido – e se virou para o lufo – como estou orgulhosa de você ter ajudado a Srta Dumbledore. O saudoso Dumbledore iria achar isso encantador e digno de fibra moral. Merlim sabe como ele apreciava a fibra moral!

E o envelope se desfez, após dar língua para James, que suava frio. Alvo estava afundando na mesa da Grifinória.

– Eu podia viver sem essa!

– Alvo, acho que você não chama tanta atenção quanto ela.

Peter apontou para o outro lado do Salão Principal onde os sonserinos restantes pareciam entoar “Potter, meu herói” e o rosto da garota estava vermelho de vergonha. Mas Alvo podia apostar sua nova vassoura como aquele tom vermelho era de raiva.

– Falando nisso, muito obrigado de novo, Alvo.

– Não precisa, John. Eu só fiz o que era certo. Só acho que sua irmã não gostou da notícia ter se espalhado.

– Ah! Não liga não. É que Lizzie gosta de ser independente, sabe? Sem pedir ajuda a ninguém na escola. Ela gosta de ajudar, não de ser ajudada.

– É, ela me ajudou na aula de Feitiços.

– Aquela sonserina te ajudou? – James perguntou injuriado – Que tipo de sonserina ela é? Com certeza ela deve ter algum plano pra depois te chantagear!

– James, pára de criticar a garota. Ela já tem problemas demais. Vamos logo, senão nos atrasamos para a aula. Você vai sentar comigo, não é? – Lena perguntou com os olhos brilhando.

– Ah...tá.

Oliver olhou ressentido para o colega que se levantava de mãos dadas com a namorada. James lançou um olhar desconcertado e balbuciou um “sinto muito” para o amigo.

A semana de aulas foi uma das mais pesadas que os alunos do primeiro ano já tinham visto. Os feitiços estavam mais complexos, os trabalhos exigiam longas leituras na biblioteca e as aulas de reforço estavam tirando o sono de muita gente. Era raro encontrar um grupo curtindo o tempo livre sem um livro e pergaminho do lado.

Rose, Alvo, Peter e Jonathan continuavam a estudar próximos à entrada da sala da diretora McGonagall e ela costumava flagrá-los discutindo as tarefas, com um sorriso de satisfação pelo empenho do grupo. Havia, inclusive, dado 5 pontos a cada um. Jonathan aproveitou uma pausa nos estudos para dar uma volta pelo castelo, descansar a mente e encontrar sua irmã. Lizzie estava sozinha no corredor do 4º andar, carregando uma pilha de livros com alguma dificuldade.

– Deixa que eu ajudo – disse enquanto tirava metade dos livros de suas mãos.

– Valeu, John. Você não deveria estar com seus amigos, estudando?

– Dei uma fugida, sabe como é. Rose é que nem você: não larga do meu pé porque eu perdi em Herbologia.

A sonserina torceu o nariz e gemeu baixinho algo que parecia o fim do mundo.

– Onde estão os outros dois?

– Na biblioteca. Eu prefiro estudar sozinha, no dormitório. A companhia é mais agradável.

– E você pode tirar tantos livros da biblioteca?

– Bom, se você é uma pessoa confiável e tem a simpatia de Madame Pince, ajuda. Mas se você abrir o bico sobre isso pra alguém, eu vou virar filha única.

Jonathan riu da brincadeira da irmã e prometeu não comentar com ninguém. Eles caminhavam em direção à passagem para o Térreo, conversando sobre as aulas e sobre a denteção dela. John estava fascinado pelas histórias que a irmã contava sobre a Floresta Proibida.

– Eu quero dizer, lógico que dá medo. Você sente coisas estranhas lá, como se estivesse sendo observado e fosse atacado a qualquer momento, mas o Prof Hagrid vive dizendo que para algo tocar em mim, tem que matá-lo primeiro – a garota deu de ombros – Ele não pára de repetir que tem uma dívida eterna com o antigo diretor.

– Nosso avô, Lizzie! Deixa de besteira! – reclamou.

– Que seja! Mas tenho que admitir que essa detenção tem dado bons frutos.

– Por que?

– Porque tem ingredientes para poções em todo lugar. E o Prof Hagrid guarda coisas pra mim. Bom, ele é meio lerdinho, mas serve pra alguma coisa.

– Você não devia falar assim dele.

– Mas ele é. Tem o cérebro no lugar errad...

– Oi!

Um garoto loiro, bonito e com um sorriso maravilhoso estava diante da sonserina, usando uma camisa de lã azul que ressaltava a cor de seus olhos e combinava com sua Casa. Qualquer garota ficaria sem palavras, mas Lizzie simplesmente não se importava.

– Você não devia estar estudando?

– Eu estava, mas achei que deveria te encontrar pra te contar uma coisa.

– Oi – John disse, seco.

– E aí, Jonathan – e se virou para a garota com um largo sorriso – Eu descobri.

– Descobriu o quê?

– Porque alguns quadros falam e outros não.

Lizzie ficou tensa imediatamente e viu o interesse ávido no rosto do irmão, que estava boquiaberto e piscava freneticamente. Ela tentou desesperadamente fazer sinais discretos para que o corvinal calasse a boca, mas foi inútil.

– Um sexto anista da Corvinal me ouviu perguntar e falou pra mim. Lógico que é tudo muito simples e mais ou menos como eu desconfiava.

– Tá, então depois você me conta – disse, enquanto tentava caminhar, mas foi impedida.

– Não, conta logo. Eu quero muito saber isso. Pesquisei na escola e não vi em lugar nenhum.

A garota olhou com curiosidade para o irmão.

– Bom, é porque nunca pensaram em colocar isso nos livros, eu acho. Mas tem uma referência no novo livro sobre Hogwarts, aquele com edição limitada, mas é muito pouco. Por exemplo, fotos e ilustrações mágicas só ganham movimento, mas não tem condições de falar. Já as pinturas, bom, aí depende. Pinturas normais têm o mesmo efeito das fotos, mas...

Ele fez uma breve pausa para dar suspense e considerou os gestos da sonserina com interesse, mas achou que deveria continuar.

– Famílias de bruxos de linhagem antiga costumam contratar os serviços de pintores bruxos que usam magia avançada para deixar marcado no quadro a personalidade do bruxo da pintura. São especialistas nisso. Claro que a pintura tem que ser feita com o bruxo vivo, mas elas só costumam repetir a mesma coisa, sabe? As mesmas falas.

– Nossa, que interessante. É só isso, então? – a garota perguntou, lançando um olhar atravessado para o corvinal.

– Claro que não! – a garota deu um longo suspiro enquanto ele a olhava com indignação – Aqui em Hogwarts, bem, todo mundo sabe que a magia daqui é uma coisa sem igual no mundo. A escola é única, a melhor de todas em nível de objetos encantados como as escadas e tudo mais. Então, com o tempo, as pinturas também foram afetadas e, por isso, elas conseguem interagir com os alunos, por exemplo.

– Como a Mulher Gorda da passagem da Grifinória! – interrompeu John.

Lizzie revirou os olhos. Por que o corvinal tinha que entregar toda aquela informação de bandeja para o grupo rival?

– É. Mas parece que com os quadros dos ex-diretores é meio diferente. Aí eu não sei o porquê. Tomas Littlebury disse que eles vão além da interação...eles raciocinam de verdade, como se o diretor retratado ainda estivesse vivo. Mas parece que eles não podem ser importunados sempre porque o Tom disse que eles estavam dormindo toda vez que ele foi lá.

– Lá, onde? – John perguntou.

– Na sala da diretora McGonagall.

– Então deve ser a mesma coisa com a pintura dos fundadores da escola, né?

– Não sei, mas acho que sim, se estivessem aqui.

– Não estão? – Lizzie finalmente pareceu não querer mais tentar finalizar a conversa.

– Acho que não. Senão é claro que a diretora teria perguntado pra eles o que está acontecendo e o que eles deveriam fazer. Acho que os fundadores saberiam como consertar Hogwarts.

– Mas existem esses quadros, certo? – John perguntou.

– Dizem que sim, mas só se tem certeza do de Godric Grifinória, porque ele foi roubado da escola há séculos.

– Roubado? Como? – o garoto perguntou incrédulo.

– Ninguém sabe como o ladrão fez – dessa vez foi a sonserina quem respondeu – Está em Hogwarts, uma história. Você precisa realmente ler o livro, John.

Duas lufas e uma grifinória passaram pelos três com um olhar de incredulidade e confabulavam sem disfarçar algo quase inaudível como “eu acho que ele foi pedir pro irmão dela”.

– Hum...muito obrigada, Tiago. Você realmente foi atrás disso, né?

– Eu disse que você podia me cobrar – e sorriu.

– Tá. Então eu já vou.

– Vai estudar com seu irmão?

– É – apressou-se John, antes que Lizzie abrisse a boca. Ela o olhou torto.

– Então eu vou estudar com vocês. Eu posso te ajudar no feitiço expelliarmus, Elizabeth.

– Eu posso muito bem fazer isso por ela. Também me dei bem na aula.

– Com licença! – cantarolou – Alguém já me perguntou se eu quero ajuda? – e levantou uma das sombrancelhas, desafiadora.

– Você precisa – os dois disseram, juntos e ela entregou os livros para Tiago e cruzou os braços, injuriada.

– Ótimo! – e saiu na frente – Vou errar de propósito e estuporar os dois! – e seguiu em direção à parte externa do castelo.

Os últimos raios de sol já desapareciam no horizonte quando Jonathan encontrou seus amigos. Eles caminharam até o Salão Principal e se sentaram na mesa da Lufa-Lufa, tentando se afastar o máximo possível dos outros, já que precisavam conversar com privacidade. O jantar seria dali a 1h, portanto, eles ainda tinham muito tempo. Jonathan narrou o encontro com o corvinal em detalhes, não esquecendo uma vírgula sequer e quando terminou seguiu-se um silêncio dramático.

– Então eles também estão atrás das pinturas! – Rose concluiu.

– Bom, não sei, porque eles não sabem sobre o que Alvo viu na Sala Comunal da Lufa-Lufa – John lembou.

– Talvez eles achem que alguma pintura das escadarias tenha uma pista sobre a voz.

– Não, Peter. Os quadros nem ouviram a tal voz.

– Como assim, Rose? Eles não ouviram? – John estava surpreso.

– Ah, é! Esquecemos de contar a vocês! – Alvo deu um leve tapa em sua própria testa – Tia Hermione e meu pai estavam conversando no natal quando eu ouvi sem querer. Foi meu pai quem descobriu, depois que o pessoal do Ministério foi embora. Naquele dia, somente a gente ouviu a voz pedindo socorro. Os quadros não ouviram ou sentiram nada de anormal. A não ser as escadas pararem, é claro. É segredo que só nós ouvimos porque se isso vazasse para a imprensa não seria nada bom pra Hogwarts e nem pra gente.

– Por que não seria bom? Isso é algo grave no Mundo da Magia?

– Claro, John. Não é saudável ouvir vozes que ninguém mais ouve. É uma coisa muito estranha, mas eu não faço idéia do que significa.

– Você podia perguntar a sua mãe.

– Ah, claro, Peter! E dizer pra ela que estamos querendo investigar Hogwarts por conta própria. Eu ficaria de castigo por uns... deixe-me ver... 100 anos!

– Os sonserinos não têm essa informação, então acho que estamos na frente deles. A gente só tem que pensar nas coisas que temos – ponderou Alvo e começou a contar nos dedos – uma voz que pede socorro e só a gente ouviu; as escadas paradas; a infiltração com a água do lago; o kramim que está acabando no lago e se alimenta de magia, o que mostra que Hogwarts está mal mesmo; a pintura da Madame Lufa-Lufa reagindo com espanto ao que Peter falou mais a informação nova do corvinal; e aquela pedra polida que encontramos... daquele jeito... estranho. Tudo isso tem que estar ligado de alguma forma!

Os quatro permaneceram em silêncio, por longos minutos, arquitetanto conexões absurdas em suas criativas mentes. Jonathan foi o primeiro a quebrar a quietude do momento:

– Eu não faço idéia.

– Não daria para descobrir assim tão rápido, você não acha? – Rose falou, com um pouco de desdém – Se o Ministério da Magia não descobriu ainda é porque não é tão óbvio assim.

– Rose, a gente tem umas informações a mais que o Ministério. Você não acha que devíamos contar pra eles?

– John, não acho que o sumiço dos kramim, um feitiço maroto e uma teoria maluca de tilt sejam do interesse deles. Os adultos nunca prestam atenção ou ligam para as bobagens sem lógica que eles acham que a gente fala.

– Isso é verdade! – Alvo interviu – Eles iam sorrir, afagar nossas cabeças e dizer que nós não precisamos nos preocupar, porque eles estão resolvendo tudo.

– Deve haver um adulto decente por aí.

– Claro que tem, Peter. Acho que só precisamos falar com ele no dia certo.

Bastou Jonathan terminar de falar para que os pratos do jantar aparecessem na mesa. Haviam perdido a noção do tempo e o Salão Principal já estava cheio. Eles deixaram a conversa de lado e trataram de comer. Quando Jonathan tomava seu terceiro prato de sopa de abóbora, percebeu que Lizzie não estava sentada e, seu lugar habitual. Correu toda a mesa da Sonserina com os olhos, mas não havia sinal dela ou de seus dois amigos.

– Eu também notei que ela não está lá – Alvo disse baixinho de modo que apenas Jonathan, que estava ao seu lado, pudesse ouvir – Aposto que ela deve estar contando tudo aos outros dois, como você fez pra gente.

– Isso é bizarro, sabe? – John falou no mesmo tom reservado – Se eles estão atrás da mesma coisa, a gente devia se unir. Quem sabe eles também não têm algo de importante para ajudar?

Poucos minutos antes do jantar, Elizabeth estava sentada em uma das poltronas duras e frias da Sala Comunal da Sonserina, aguardando a chegada de seus colegas. Alguns sonserinos simplesmente a ignoravam e se dirigiam para o Salão Principal, outros lhe atiravam olhares atravessados ainda ressentidos pelas perdas dos pontos e alguns estavam muito curiosos sobre as histórias da Floresta Proibida, as quais ela fazia questão de tornar ainda mais assustadoras. Khai e Deymon entraram na Sala junto com dois alunos do 3º ano, um alto e magro, de cabelo castanho claro, dentes tortos e olhos escuros que ela só conhecia de vista e um outro baixo e carrancudo, de cabelo curto e negro. Eles se aproximaram assim que ela fez sinal.

– Oi, Srta Dumbledore! Malfoy estava me contando sobre a sua detenção na Floresta Proibida – disse o garoto alto.

– Ah, é. É muito interessante. Mas quem é você?

– Ah! Verdade, não nos conhecemos. Eu sou Seth Hiccock, Inglaterra. E esse é meu amigo Callum Darkmout, da Irlanda. Estamos no time de quadribol da Sonserina. Eu sou batedor e ele é artilheiro!

– Hum... ansiosos pela partida?

– Estamos treinando duro para massacrar o time da Lufa-Lufa. Eles nem vão ver o que os atingiu! – disse, com brilho assassino nos olhos.

– Hum... eu preciso falar com vocês, em particular – disse, enquanto lançava um olhar atravessado para os meninos do terceiro ano.

– Ok, ok! Para um bom entendedor, meia palavra basta! – e sorriu com desdém – Com você não tem meia palavra, não é? – e saiu com seu companheiro a tiracolo, que não abriu a boca em momento algum.

– Você quer falar comigo? – Khai perguntou, surpreso. Fazia muito tempo que ela sequer o olhava.

– Ainda estou muito chateada com você, MacBeer, mas por um bem maior, vou quebrar esse silêncio. Eu andei conversando com o Tiago e tenho novidades. Ele descobriu o porquê de alguns quadros falarem e outros não.

Os sonserinos arregalaram os olhos surpresos e se aproximaram da sonserina, a fim de garantir o sigilo da conversa. Como seu irmão, Elizabeth contou a conversa com o corvinal em detalhes, incluindo as expressões de Jonathan, que confirmavam todas as preocupações dos sonserinos. Os dois grupos estavam praticamente no mesmo ponto.

– Eles só não têm a pedra com inscrições que temos – Malfoy disse baixinho.

– Eu quero que você copie a inscrição para que eu leve à Madame Pince.

– Você ficou louca? Ela vai descobrir tudo.

– Claro que não, Deymon. Digo que vi num livro que um sexto anista estava lendo e fiquei curiosa. Tenho certeza de que ela vai me responder ou então me indicar um livro.

– Tem que ter alguma ligação com isso tudo – Malfoy se levantou e começou a pensar, caminhando de um lado a outro.

– Ou então a gente espera eles descobrirem e roubamos a informação. Isso vai poupar muito trabalho.

Malfoy sorriu para MacBeer e se deixou convencer.

– A gente precisa vasculhar o castelo à noite – Lizzie sussurrou – Claro que seria mais fácil com a Poção Polissuco!

– Não, se a gente fosse pego – Malfoy disse e a garota torceu o nariz, indignada – Pensa bem: os monitores perdendo pontos e jurando que estavam dormindo. Nada bom. Eu tenho a capa de invisibilidade do meu pai.

– Você não disse que tinha conseguido! – a garota estava ainda mais contrariada.

– Ninguém perguntou, então achei que não era a hora de falar. Com você de detenção, fica mais fácil decidir quem sai, não é?

Elizabeth cruzou os braços e sussurou palavrões inaudíveis.

– Quanto tempo você ainda tem, Elizabeth? – Khai perguntou, ainda na defensiva.

– Amanhã à noite e sábado que vem. Depois estou livre, mas acho que vou manter contato com o Guarda-Caças – Deymon fez cara feia – Ele é útil, tá? Não enche.

– Vamos comer, então? Estou faminto! – Khai tentou mudar o rumo da conversa para não ter briga.

– Qual é a de vocês com os garotos do time?

– Queremos entrar no ano que vem e estávamos perguntando sobre vagas – Khai respondeu, feliz pela garota estar falando com ele de novo.

– Não vejo graça nesse jogo.

Malfoy revirou os olhos.

– Faça-me o favor, Elizabeth. Anda, vamos logo – e saiu à frente, seguido pelos outros.

Durante o jantar, era possível notar através do teto encantado que lá fora fazia um clima extremamente agradável e a noite prometia ser uma das mais quentes e gostosas da primavera. Assim que o último aluno se retirou, magicamente a comida desapareceu das mesas. A maioria dos estudantes já estava em suas salas comunais se despedindo dos amigos e se encaminhando para os dormitórios, ansiosos por esticar as pernas e curtir um bom sono, com seus estômagos forrados e mentes cansadas. Dormiram instantaneamente.

Alvo não conseguia entender porque sentia tanto frio numa noite tão quente e gostosa. Abriu os olhos com lentidão e apanhou os óculos na cabeceira, tirando os abafadores encantados por Rose do ouvido. Olhou para o quarto e tudo parecia normal: Peter estava coberto e encolhido, Timmy se agarrava ao lençol de estimação e chupava o dedo, Détrio roncava baixinho e Sandro tinha uma venda nos olhos. Alvo escutou batidas abafadas do lado de fora do dormitório e imediatamente se pôs de pé. O grito de choque não foi ouvido por nenhum de seus colegas. O garoto sentiu como se mil agulhas penetrassem em suas pernas e teve que se apoiar na cama para não cair: havia água até os joelhos em seu dormitório.

Inicialmente, Alvo achou que era mais um de seus pesadelos, um dos piores, para falar a verdade. Mas notou que as batidas do lado de fora estavam cada vez mais claras e gritos de horror já se juuntavam aos outros sons. Ele procurou acordar seus colegas, inadvertidos pelos abafadores encantados de Rose, e logo todos correram para a porta. Zacarias Smith Jr, monitor da Casa, a abriu no mesmo instante e os colocou para fora, correndo para socorrer outro primeiro anista mais adiante, que se encontrava grudado à parede do corredor, em choque.

Peter foi o primeiro a ver e esfregou os olhos para acreditar. Puxou Alvo pela camisa e o levou de volta ao quarto de onde tinham acabado de sair, enquanto todos os alunos corriam para a saída.

– Alvo, tem uma coisa brilhando em sua mala!

Potter pensou imediatamente na capa que o pai lhe deu de presente e se perguntou se ela brilhava em situações de perigo. Alvo continuou parado, admirando a luz azul que saía de seu malão semi-aberto e ensopado, pensando se deveria dividir seu segredo com Peter ou não.

– Será que a pedra? – sussurou o amigo.

Com um estalo, Alvo pareceu retornar à realidade. Correu para o malão e tirou a pedra que brilhava molhada, revelando inscrições em sua borda. Os dois ouviram o monitor gritando por eles no corredor e Alvo escondeu o artefato mágico dentro de suas vestes, enrolado em um grosso pano, a fim de proteger o segredo. Em pouquíssimo tempo ela deixou de brilhar e quando chegaram à sala comunal, a pintura de Madame Lufa-Lufa estava horrorizada com tudo aquilo. Alvo se aproximou e gritou para ela:

– Você precisa nos ajudar! Hogwarts enlouqueceu!

Mas foi arrastado por Zacarias para a saída, onde chegaram ao 2º andar com segurança. Assim que saíram no corredor, Alvo e Peter se depararam com uma cena chocante: sonserinos gritavam apavorados, choravam e abraçavam uns aos outros. Muitos deles estavam molhados até a cabeça e alguns tremiam de frio e de choque. A diretora McGonagall, os professores, monitores e dois adultos que Alvo nunca viu ajudavam a secá-los com feitiços de ar quente e acalmá-los com poções. O Prof Slughorn corria desesperado de um lado a outro e os fantasmas olhavam aflitos para os estudantes. Até o Barão Sangrento estava preocupado, enquanto mantinha Pirraça calado ao seu lado. Harry abraçou o filho assim que o viu.

– Graças a Merlim, Alvo! Estava tão preocupado! – e fez um movimento de varinha, lançando ar quente para secar os dois lufos.

– Pai, o que aconteceu?

– Ainda não sabemos. Vamos, vocês têm que ir para a sala aqui do lado. Vocês vão ficar ali, junto com os sonserinos até resolvermos tudo – e os encaminhou, junto com outros alunos, para o local onde estariam seguros.

– Pai, por que os sonserinos estão todos molhados e assustados assim?

Harry refletiu por um segundo e deu um longo suspiro.

– Foi... difícil para eles.

– Como as...

– Vamos, entrem! Peguem um cobertor e escolham um colchonete. Procurem descansar e dormir. Eu preciso ir – e se retirou, deixando os alunos aos cuidados de Madame Pince, que deixou seus aposentos para ajudar também.

Assim como Alvo e Peter, muitos alunos pareciam confusos e assustados. Madame Pince entregou cobertores quentinhos e indicou lugares para dormir. Eles procuraram um colchonete próximo aos lufos que pareciam iniciar uma conversa discreta com os sonserinos.

– Foi tudo muito rápido – contou um garoto que parecia ser do 4º ano, olhando para as próprias mãos – A água invadiu tudo, arrombando as portas dos dormitórios, como se um dique tivesse se rompido, jogando a gente para todos os lados – ele parou de falar como se revivesse o momento – Estava tão frio, parecia que mil agulhas eram enfiadas em nosso corpo ao mesmo tempo. Klaus jura que viu um grindylow – fez uma pausa para suspirar – Quando a gente conseguiu entender o que estava acontecendo, a água já estava na altura do peito e era muito difícil andar. Havia gente gritando por socorro de todos os lados. Os dormitórios ficam debaixo da sala comunal e foi muito difícil chegar lá e já tinha tanta água... – fez outra pausa para tomar fôlego – Ainda bem que os dois bruxos do Ministério apareceram logo dando ordens aos monitores e aos alunos mais velhos e os professores também chegaram rápido, senão... – um arrepio percorreu a espinha de todos que seguravam a respiração enquanto escutavam a história - Foi horrível... tinha gente se afogando – o garoto apertou as mãos e não falou mais nada.

A situação havia sido muito pior na Casa Sonserina, que ficava perto das masmorras e um nível abaixo da Casa Lufa-Lufa. Alvo correu os olhos pela sala enorme onde estavam e notou que grande parte dos alunos que estava ali era de sua própria Casa.

– Onde... onde estão os outros sonserinos? – Alvo se viu perguntando trêmulo, com medo da resposta do garoto.

– A maioria está na Ala Hospitalar. Foi pior para os mais novos.

Nesse momento, um sonserino entrou na sala. Seus olhos de um azul cinzento estavam fora de foco, vermelhos e inchados; sua pele branca parecia ainda mais pálida e seu nariz sempre empinado estava cabisbaixo. Madame Pince lhe entregou um cobertor, deu leves tapinhas de consolo nas costas e ele se sentou no primeiro lugar que encontrou, cobrindo-se e abraçando os joelhos. Antes que notasse, Alvo já estava diante de Deymon.

– Onde está a irmã de Jonathan, Malfoy?

Alvo perguntou educadamente e Deymon levantou os olhos, encarando-o com desprezo.

– Aconteceu alguma coisa com ela?

Deymon continuou calado olhando com descrédito para o lufo. Antes que Alvo pudesse falar outra vez, um sonserino do 6º ano se aproximou deles.

– Foi muito astuto da sua parte, Malfoy, salvar a garota daquele jeito – e esticou sua mão em reconhecimento – Meus parabéns.

Deymon apertou a mão do sonserino.

– Ele salvou Elizabeth?

O sonserino encarou Alvo, curioso.

– Sim, a garota-problema Dumbledore. Ela estava se afogando, não sabia nadar. Ele voltou para pegá-la, ninguém tinha notado. Sabe, foi muita confusão lá embaixo.

– É, eu soube – Alvo falou cabisbaixo – Estão todos bem? – perguntou, com o olhar fixo em seus próprios pés, com receio de encarar o sonserino mais velho.

– Você quer saber se alguém morreu? – o sonserino esboçou um sorriso com o olhar assustado que o primeiro anista lhe deu – Não é tão fácil assim matar um sonserino, Alvo Severo Potter – e se retirou para descansar.

– Ela está bem? – Alvo se voltou para Deymon, insisindo – Ela é irmã do Jonathan, Malfoy – ponderou Alvo, evitando implorar para que o sonserino lhe contasse.

– Está – disse seco e se virou para dormir.

Alvo se afastou e se deitou junto do amigo. Novos estudantes chegavam a todo momento e havia muita inquietação na sala. O Prof Pratevil entrou e permaneceu no local fazendo uma ronda entre os colchonetes a fim de que todos se calassem. O efeito surtiu o resultado esperado, afinal, não era segredo que os alunos mantinham um pé atrás quando se tratava do professor de Transfiguração. Embora o silêncio fosse geral, nenhum aluno pregou os olhos naquela noite.
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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - cap 16!

Post by Menthe »

ta...eu to muito roxa da vida...

eu tinha postado sim...e era um post bacana..to brava agora ¬¬

xeu num fica triste...nem brava...nem nada...eu gostei....ficou muito legal..e ta xeio de misterios...

cara, morri de doh dos sonserinos sabia? e tadinha da lizzie poxa...a coitada soh se ferra....

e o alvinho eh muito fofo cara *-*...hhahauahua...james zivudeu..vai ter q namorar..lero lero....ri muito dos berradores da ginny e da molly..

e tipo vc eh o sonho de qq HG amora....linda linda os momentos deles...*desmaia*


plis continua...nao se emputeça com o meu post extraviado..vou abrir um inquerito....ah se vou!!! :evil:

to adorando..e vc sabe...han..juro q nao imprimi :roll:
Do you know how much you meant to me?
Oh no.

Do you know I still carry the memories?
Oh no

Did you know that for me letting go wasn't easy?
Oh no, no you don't



Pra Sempre Corvinal.
Nunca saberia ser nada além de mim .


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Re: POTTER E O SEGREDO DE HOGWARTS - cap 16!

Post by Alice Cullen Hale »

Oiii!!!

Eu li o capitulo 1 e adorei!!
Vou ler o segundo amanhaa, to com sono... :oops:
vc escreve mto bem!!
ate mais
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"Você estendeu sua mão para mim e eu a peguei sem parar para pensar
no que estava fazendo. Pela primeira vez em quase um século, eu senti
ESPERANÇA
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