[FIC] Firmamento

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Jessy_MR
Na Rua dos Alfeneiros nº 4
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Sinopse:

Firmamento: s.m. 1. Base; fundamento. 2. Abóbada celeste; céu.

Fundar uma escola de Magia era simplesmente a idéia mais insensata que algum bruxo poderia ter. Mas e se quatro grandes bruxos tivessem a mesma idéia insensata. O que era loucura poderia se tornar genialidade? Afinal, como foi Fundar Hogwarts?



Prólogo


Nossa história é sobre quatro bruxos muito famosos e poderosos. Porém, para narrar uma história não se pode começar do seu auge. Você pode começar pelo fim. Algumas vezes até pelo meio. Mas o ideal é que se comece pelo começo. E no começo dessa história nossos bruxos não eram nem um pouco famosos. E não eram muito poderosos. Tinham potencial é claro. Mas potencial não significa nada. No inicio de nossa história Salazar Slytherin era apenas um bruxo por volta de seus vinte anos que estava no que diziam ser uma busca perdida. Rowena Ravenclaw estava presa em uma sociedade que a desagradava. Helga Hufflepuff não via sentido na vida e Godric Gryffindor era um jovem impertinente. Começos são assim mesmo. Meio confusos. Só fazem sentido depois que já se passou tempo o suficiente para serem chamados de começo. Enquanto ainda são chamados de presente às coisas parecem sempre fora de lugar. Pois bem. É exatamente com as coisas ligeiramente fora de lugar que nossa história começa. Em uma floresta ao sul da ilha conhecida como Inglaterra.

Capitulo 1 - Dois bruxos


Salazar andava pela floresta úmida e silênciosa. A varinha em punho, pronto para agir quando fosse necessário. Pulou uma raiz particularmente alta e continuou caminhando. Seus passos eram silenciosos, ele quase parecia deslizar sobre as folhas mortas que cobriam o chão da floresta. No alto, as copas das árvores começavam a desfolhar. O outono chegara cedo aquele ano. Ainda estavam no meio de setembro e a luz do sol poente já conseguia atingir boa parte da trilha que ele seguia. O frio também parecia anormalmente forte para aquela época, e os animais começavam a se esconder em sua toca mais cedo que o de costume, o que era a explicação para a impaciência de Salazar. Ele simplesmente odiava caçar. Odiava mais ainda quando nenhum um simples inseto aparecia para ser comido. Não que ele estivesse com TANTA fome assim. Praguejou baixinho quando pisou em galho seco fazendo um sonoro “crack” e o que ele supunha ser um coelho correu assustado para longe de seu alcance.

Nesse ponto da história devemos parar a nossa narrativa e avançar alguns metros mais para dentro da floresta onde um outro homem também tinha a varinha em punho pronto para agir a qualquer instante. Mas dessa vez ele era a caça.

Godric olhava ligeiramente apavorado para o enorme dragão que o encarava. Tinha certeza que aquele era o seu fim. Ele tentou se lembrar do motivo que o trouxera até ali e concluiu que, pelo menos, morreria por uma causa nobre. O Dragão abriu as asas e investiu novamente contra o seu alvo. Godric teve uma fração de segundos antes de conseguir rolar para o lado. Da próxima vez, pensou, vou escolher um macho. Menos irritadiços. Concluiu ele quando seus olhos recaíram sobre o ninho de ovos que estava atrás da pata traseira do animal. Ele apontou a varinha para a criatura, mas tudo o que saiu foram inúteis fagulhas vermelhas. Ele ainda teve tempo de praguejar contra o objeto enquanto o dragão se preparava para investir contra ele novamente. Ele respirou fundo se levantou e correu. Pelo canto do olho viu o enorme monstro abrir suas asas e levantar vôo deixando escapar um rugido alto que, Godric teve certeza, poderia ser ouvidos a kilômetros de distância. Ele virou a cabeça para trás para ver o quão perto a morte estava e nesse exato segundo tropeçou em uma pedra caindo estrondosamente no chão e a varinha saltou de sua mão. O ar fugiu de seus pulmões e a dor em seu pé lhe informou que ele não conseguiria mais correr. Ele virou de frente pronto para encarar a morte.

Paremos novamente e voltemos para aquela parte da floresta em que o maior apuro em que um homem estava era não conseguir achar a caça do dia.

Salazar ouviu o rugido de uma coisa que, ele tinha certeza, não possuía menos de dois dias de suprimento de carne. Ele sorriu e disparou na direção do rugido. Correu tão rápido quanto as suas longas pernas permitiam e a energia de seus dezenove anos proporcionavam. Se alguém passasse por ali diria que ele parecia um borrão se movimentando, mas é claro, não havia ninguém além dele próprio naquele floresta. Ninguém era suficientemente estúpido para ir tão fundo. Ele parou de chofre quando a floresta se abriu em uma pequena clareira e a visão da cena que se desenrolava ali tomou conta de seus olhos e de seu cérebro. Um dragão. Um enorme dragão, o maior que ele já vira, voava diretamente para o que ele supunha ser uma pessoa. Seus músculos agiram antes que seu cérebro se desse conta do que estava fazendo. Ele girou nos calcanhares e logo em seguida estava parado ao lado do homem caído. Este pareceu absurdamente surpreso ao olhar para Salazar. De fato parecia ter esquecido completamente que um dragão furioso estava a menos de um segundo de mata-lo. Salazar ignorou a face questionadora e agarrou o pulso do outro homem girando novamente. Sentiu a desconfortável sensação de compressão em seu peito e percebeu que se companheiro tentava se livrar de sua mão. Ele intensificou o aperto e respirou aliviado quando se viu parado na orla da floresta em que estiver anteriormente. O homem ao seu lado se desvencilhou de sua mão agora e olhava para ele com franca curiosidade. Salazar deu alguns passos para trás para observar seu companheiro de viagem sentado no chão agarrando o tornozelo. Não era um homem, como ele pensava, pelo menos não ainda. O rapaz parecia não chegar aos quinze anos, embora fosse inegável que sustentasse certa altivez no olhar que remeteu a Salazar e que lembrava aos nobres das cortes mais antigas. E definitivamente estava bem vestido. Muito melhor que ele próprio, cujas roupas estavam rasgadas em vários pontos e a barra da capa desfiada. As roupas do garoto, como Salazar se via compelido à chamá-lo, eram novas e estavam sujas, ele tinha certeza, simplesmente porque o dono havia se metido numa briga contra um dragão. Não era nem de longe o tipo de sujeira que impregnava suas próprias calças e camisas, o tipo de sujeira que alguém acumula após passar meses em uma estrada e pernoitando por estalagens duvidosas. Fosse como fosse, pensou Salazar, o garoto continuava a encara-lo abertamente e ele resolveu retribuir o olhar. Olhou naqueles olhos castanhos e sentiu como se pudesse ver a alma do jovem. Eram os tipos de olhos onde não havia mentiras. E, Salazar se sentiu incomodado ao constatar, eram olhos muito mais velhos do que o corpo que habitava. Como se ele tivesse vivido duas vezes cada ano que aparentava. Longos segundos se passaram até que um dos dois falasse.

- Quem é você? – Perguntou o jovem

Salazar olhou para ele calmamente. A inflexão na voz deixava claro que ele não aceitaria nenhuma meia desculpa. Ótimo, pensou o bruxo, saíra para uma simples caça e agora se via as voltas com o que ele achava ser um trouxa que vira demais. Se ao menos conhecesse aquele maldito feitiço que apagava a memória...

- Ainda estou esperando a resposta – veio a voz a sua frente.

Era grossa mesmo para um homem completamente adulto e trazia consigo o tom de alguém acostumado a dar ordens. Salazar suspirou. Bem, casos de magia aconteciam diante de olhos dos trouxas com uma certa freqüência. Ninguém iria culpa-lo por isso. O garoto teria que se acostumar a passar o resto da vida imaginando o que lhe acontecera. Mas, ainda assim, pensou devia uma resposta ao rapaz. Talvez se fosse simpático o suficiente ele se detivesse a contar mais os fatos do que quem fizera os fatos acontecerem. Com um pouco de sorte ficaria falando do maldito dragão, ao invés do estranho que o ajudara.

- Sou aquele que salvou a sua vida – respondeu Salazar. Dar nomes não era sensato naquela ocasião. Não estava muito disposto a sair da pequena cidade, a única por perto, naquele instante. Havia algumas plantas que ainda precisavam ser colhidas e ainda não estavam na lua certa
- Isso – retrucou o rapaz – eu já consegui adivinhar sozinho. Sou jovem, mas não tão obtuso. – e um sorriso maroto brincou em seus lábios.

Salazar revirou os olhos e suspirou impaciente. O Garoto parecia ser mais irritante do que aparentava. E ele não tinha em alta cota alguém que estivera prestes a ser morto por um dragão. Ele olhou curioso para o jovem e se perguntou como, pelas barbas de Merlim O Garoto havia parado naquela situação. Antes, porém que pudesse expressar sua curiosidade em voz alta ele recomeçara a falar.

- Quero saber seu nome – falou ele naquele tom de voz que pedia para ser obedecido– e como fez aquilo.
- Que tal ficar feliz por estar vivo e me agradecer? – sugeriu Salazar
- Estou feliz por estar vivo – declarou o garoto – e peço desculpas por não ter agradecido antes. Obrigado por salvar a minha vida – ele o olhou de cima abaixo por um instante.

Os dois se encararam durante mais alguns segundos. Então Salazar deu as costas ao jovem e começou a seguir na direção da pequena cidade onde estava hospedado. O ato pareceu confundir o garoto por alguns instantes antes que ele retomasse o controle de suas ações.

- Espere – gritou e levantou mancando tentando alcançar os passos de Salazar. Salazar suspirou fundo. Esquecera que o infeliz tinha entrado numa briga contra um dragão e ALÈM DE TUDO conseguira torcer o pé. Ele parou e voltou para ajudar o garoto. Talvez se fosse gentil o suficiente podia pedir para ele não mencionar o ocorrido na aldeia – não ligo se não disser seu nome. Mas não é um pecado tão grande me explicar como fez aquilo. – encarou Salazar por alguns segundos e pareceu se lembrar de algo – e obrigado – acrescentou indicando o apoio de Salazar
- Aquilo – suspirou Salazar exasperado. Percebera que o garoto era teimoso. Ele sabia, Salazar simplesmente atraia para perto de si o tipo mais inconveniente de pessoas. E o jovem insistente era a prova disso. Sabia que teria de lhe dar alguma explicação no segundo em que o encarara. Mas sempre há esperança. – Aquilo era magia. E agora cesse as perguntas ou usarei outras magias.
- Eu sei que aquilo era magia – respondeu o outro – já lhe disse que não sou tão obstuso. Quero saber que mágica era, nunca a vi antes.

A informação pareceu deixar Salazar desconcertado por alguns instantes. O garoto sabia o que era magia. E mais, falava como se conhecesse outras mágicas. Demorou alguns segundos antes que Salazar pudesse se recompor. A idéia de que o garoto pudesse ser um bruxo lhe pareceu ridícula demais para dar continuidade.

- Se sabia o que era – respondeu seco – por que pergunta?

O jovem o encarou e o mediu de cima a baixo novamente. Como se procurasse por alguma resposta que não conseguia encontrar em seus olhos. Então seu olhar se demorou na varinha que Salazar ainda segurava. Novamente seus lábios se torceram naquele sorriso maroto.

- Sou Godric Griffyndor, filho de Aaron Griffyndor – e continuou estendendo a mão – também sou bruxo.

Salazar se surpreendeu com a revelação dita assim tão abruptamente. Mas logo em seguida a lógica tomou seu lugar. O jovem estava blefando. Provavelmente era apenas um trouxa bem informado, ele topara com alguns deles durante a sua viagem. Alguns ávidos por querer aprender magia. Ele olhou para o garoto que continuava a sorrir confiante a sua frente. Esse novo sorriso irritou Salazar. Mas havia um jeito fácil de acabar com as dúvidas... se ele fosse mesmo um bruxo, então poderia realizar mágicas.

- Prove – ordenou e o sorriso confiante de Godric se transformou na mais pura expressão de surpresa. Certamente Salazar o desmascarara. Ele não devia esperar ter que provar os poderes que provavelmente não possuía.
- Não posso - respondeu o Garoto sério. E foi a vez de Salazar se surpreender com o tom de Godric. Era seguro e não havia uma única nota de medo ou oscilação em sua voz.– minha varinha ficou naquela clareira.

Salazar não soube explicar exatamente por que agira daquele jeito. Talvez ele realmente quisesse acreditar no garoto o fato é que estendeu a sua mão e lhe passou a varinha que ele ainda empunhava.
Godric a olhou por alguns segundos e Salazar constatou que ele sabia empunhar uma varinha. Por alguns segundos ficou preocupado que o jovem o atacasse. Tinha sido imprudente dar armas a alguém que ele nem conhecia. Mas de certa forma não conseguia pensar mal do garoto. Salazar constatou que ele era um daqueles em que você confiava instintivamente. Só esperava que seus instintos não estivessem errados. Então antes que ele esperasse o garoto ergueu a varinha e bradou:

- Accio Varinha!

Alguns segundos se passaram antes que Salazar pudesse ouvir o ar sendo cortado por alguma coisa que vinha na direção dos dois. O Jovem ergueu o braço livre e aparou um graveto torto de onde pareciam escapar vários fiapos de pelos muito brancos. O graveto parecia remendado em vários lugares e em um determinado ponto Salazar teve certeza que estava preso por pura persistência do dono. Godric suspirou antes de devolver a varinha de volta ao seu dono e Salazar não podia culpa-lo por preferir a sua varinha a aquele graveto e ficou imaginando exatamente como ele chegara a estar encurralado numa floresta, enfrentando um dragão com uma varinha que ele tinha certeza era completamente inútil.

- Então – continuou o garoto e Salazar viu que ele desviava os olhos de seu graveto e encarava a estrada a frente como se nada mais fosse importante – vai me dizer seu nome e como fez aquilo ou serei obrigado a obter a resposta a força? - Perguntou e novamente aquele sorriso que Salazar decretara não gostar brincou em sua face. Ele agora brincava com o graveto nos dedos e Salazar concluiiu que omáximo que aquela varinha poderia lhe fazer era acertar seu olho por engano. Godric pareceu perceber que Salazar olhava para a sua varinha e seu sorriso se alargou ainda mais.
- Salazar Slytherin – respondeu e debateu por alguns segundos se valia a pena ensinar ao jovem bruxo o seu feitiço. Por fim decidiu-se – Me conte sua história e eu lhe conto o meu feitiço.

Mais um momento de pausa em nossa história. Mas dessa vez vamos apenas mudar o nosso ângulo, para entender o que se passava naquele momento que se tornaria histórico na cabeça do jovem Godric.

Godric tinha certeza de que iria morrer. O dragão estava perto demais para que ele tentasse fugir e parecia que ele havia acabado de torcer o pé. Quando começava a se despedir da vida, um homem alto surgiu ao seu lado. A confusão perspassou o rosto de Godric e por uma fração de segundo ele delirou ser era a morte vindo busca-lo. O homem agarrou o seu pulso e girou em seus calcanhares. Antes que Godric pudesse se perguntar o por que de ato tão idiota ele sentiu seu corpo sendo comprimido e o ar ser expulso de seus pulmões uma segunda vez aquela noite. Tentou se livrar do aperto do homem, mas este simplesmente o apertou com mais força. Quando teve certeza de que iria morrer – novamente – o ar voltou aos seus pulmões e o homem o soltou. Ele se viu parado na orla da floresta em que estiveram, na beira da estradinha de terra que seguia para a única cidade em muitas milhas de distância. Ele observou o homem atentamente. Era alto, cabelos negros e olhos verdes como esmeraldas. Suas roupas estavam puídas, como se ele estivesse na estrada mais tempo do que o normal. Ele encarou os olhos do estranho e constatou que ele não conseguiria dizer se falavam ou não a verdade. Insondáveis. O próprio dono de tal par de olhos parecia insondável e emanava uma aura de poder e respeito que Godric tinha certeza não deveria ser ignorada. Por fim a curiosidade o venceu.

- Quem é você? – Perguntou esperando descobrir algo sobre o estranho.

Os segundos se arrastaram e a resposta não veio. Paciência nunca fora o forte de Godric e ela estava sendo testada demais nas últimas semanas. O estranho continuou a olha-lo calmamente e Godric decidiu que odiava esse novo olhar. Parecia que estava sendo julgado.

- Ainda estou esperando a resposta.

A frase impertinente saiu antes que pudesse controla-la. Não fora a sua intenção. Já havia se metido em apuros maiores por muito menos. Ele olhou de relance para a varinha que o bruxo carregava e se perguntou se ele conseguiria escapar caso fosse atacado. Pareceu-lhe que sua sorte não ia ser tão generosa assim. Ainda mais se levasse em conta que se encontrava desarmado e com o tornozelo torcido. Mas o homem não fez menção de levantar a varinha. Ao invés disso pareceu considerar responder.

- Sou aquele que salvou a sua vida – respondeu o homem. A voz era áspera e lhe lembrava um silvo de cobra. Godric teve certeza que ele conseguiria muitas coisas apenas usando aquele tom de voz. E divagou por um momento se ele era algum tipo de chantageador.
- Isso – retrucou o Godric – eu já consegui adivinhar sozinho. Sou jovem, mas não tão obtuso. – ele sorriu ao repetir essas palavras. Havia muito tempo que as escutara e lhe traziam boas lembranças.

Ele viu o homem revirar os olhos, impaciente. Não parecia ser do tipo que gostava de brincadeiras. E Godric concluiu que para alguém tão jovem – não acreditava que ele tivesse mais que vinte um anos – ele devia ser meio ranzinza.

- Quero saber seu nome – Continuou Godric sem realmente se importar com o fato de que o homem era possivelmente perigoso e ainda tinha uma varinha na mão enquanto ele estava sentado ao lado de uma estrada de barro e sem nenhuma defesa. Nem seus próprios pés – e como fez aquilo.
- Que tal ficar feliz por estar vivo e me agradecer? – sugeriu o homem como se essa fosse a melhor idéia do mundo. E pelo seu tom de voz, Godric achou que ele estava acostumado a ter as melhores idéias do mundo e a vê-las serem aceitas.
- Estou feliz por estar vivo – declarou ele. É claro que estava. E, em sua ânsia por saber quem era o estranho acabara se esquecendo das boas maneiras. Bem, se o estranho tivesse se apresentado talvez ele tivesse se lembrado de sua educação. – e peço desculpas por não ter agradecido antes. Obrigado por salvar a minha vida.

Ele deu uma segunda avaliada no homem e decidindo que este não iria ataca-lo – já tivera bastante tempo para isso e não o fizera – resolveu continuar com o interrogatório. Mas antes que pudesse abrir a boca para falar o estranho já lhe dera as costas e rumava em direção a aldeia que ficava no fim da estrada. Godric olhou para ele estupefato por alguns segundos antes de decidir que simplesmente não iria ficar parado ali. Custou todas as suas forças se por de pé e ir atrás do homem que andava muito mais rápido que ele. Não apenas por estar em melhores condições, mas também porque suas pernas eram compridas o suficiente e Godric teve certeza que não ganharia dele em uma corrida.
- Espere – gritou e se surpreendeu ao ver o homem estancar e voltar para ajuda-lo – não ligo se não disser seu nome. Mas não é um pecado tão grande me explicar como fez aquilo. – continuou. Estava morrendo de curiosidade para saber como ele simplesmente aparecera ao seu lado e como depois os dois apareceram na orla da floresta. – e obrigado – acrescentou rapidamente. O homem pareceu aprovar essa nova demonstração de educação. Embora ele mesmo não estivesse sendo lá muito educado.
- Aquilo – suspirou o homem ligeiramente impaciente – Aquilo era magia. E agora cesse as perguntas ou usarei outras magias.
- Eu sei que aquilo era magia – respondeu Godric impaciente. Será que o homem só iria lhe dar resposta obvias? – já lhe disse que não sou tão obstuso. Quero saber que mágica era, nunca a vi antes.

Sua ultima frase calou o bruxo por alguns instantes. E Godric perguntou-se se ele resolvera deixa-lo ali na estrada para se cuidar por conta própria. Mas a resposta veio mais cedo do que o esperado e naquela mesma voz áspera e silvada que ele usou no inicio.

- Se sabia o que era por que pergunta?

Godric não entendeu o porque de tanta animosidade. Afinal não lhe custava nada dizer qual era o maldito feitiço que ele usara para tirar os dois da floresta. Ele estudou o homem novamente tentado ver através de seus olhos até que finalmente seu olhar recaiu na varinha que ele ainda segurava. A compreensão iluminou sua mente e ele sorriu divertido. O homem provavelmente achava que ele era um trouxa que vira demais. Bem, pensou Godric, era isso que se ganhava por não se apresentar. Se o estranho já tivesse dito seu nome ele, Godric, já teria se apresentado o mal- entendido nem teria existido.

- Sou Godric Griffyndor, filho de Aaron Griffyndor. Também sou bruxo.

Ele viu divertido o rosto insondável de seu acompanhante se transformar na mais nítida expressão de surpresa e logo em seguida descrença.

- Prove – ordenou e Godric se surpreendeu com tanta autoridade. Certamente ele não esperava que a voz do homem pudesse soar tão autoritária. Não era uma simples ordem. Ele abandonara o tom anterior e até o silvado em sua voz pareceu se intensificar.
- Não posso - respondeu Godric sério tentando manter a voz no tom mais adulto que conseguia – minha varinha ficou naquela clareira.

A mão do homem tremeu por alguns segundos e então hesitante ele lhe passou a sua própria varinha. Godric se surpreendeu mais com esse gesto do que com qualquer coisa que tivesse acontecido naquela noite ao lado daquele estranho. Ele agarrou a varinha e a estudou durante alguns segundos. A questão era simples. Podia azarar o homem ao seu lado e ficar com a sua varinha, visto que a sua – e ele ainda tinha a audácia de chamar aquilo de varinha e um sorriso descrente cruzou seus lábios.- era completamente inútil. Ou podia simplesmente convocar o pedaço de madeira que agora estava caído na clareira. Ele respirou fundo. Não jogava tão sujo. O homem salvara a sua vida. Apenas se perguntou se o dragão não teria transformado o graveto em migalhas. Esperava que não. Era a única coisa que tinha e varinhas não eram tão fáceis assim de se arranjar.

- Accio varinha!

Ele esperou durante alguns tortuosos segundos até finalmente ouvi-la rasgando o ar da noite. Ele estendeu a mão e a apanhou. Suspirou resignado ao devolver a outra varinha ao estranho e ao olhar a sua própria. Maldito graveto pensou.

- Então – continuou ele desviando os olhos da desagradável visão que era a sua varinha – vai me dizer seu nome e como fez aquilo ou serei obrigado a obter a resposta a força? Perguntou rindo e girando a varinha entre os dedos divertido. Por uma fração de segundos ele se permitiu imaginar qual seria o máximo de dor que sua pseudo-varinha seria capaz de infligir e concluiu que não seria exatamente uma dor provocada por feitiços. Seu sorriso se alargou com a brincadeira.
- Salazar Slytherin – respondeu o outro e seu tom era de que não se sentia nem um pouco intimidado pela ameaça visivelmente infundada de Godric – Me conte sua história e eu lhe conto o meu feitiço.

Godric pareceu avaliar a situação por alguns segundos e então decidiu que não tinha realmente nada a perder. Além do mais ele não precisava contar TODA a sua história. Tinha certeza que um resumo bem trabalhado era mais do que suficiente para suprir a curiosidade de Salazar.


E então foi assim que Godric Gryffindor conheceu Salazar Slytherin. A história resumida de Godric, para aqueles cuja curiosidade são tão grandes como a de Salazar, é que o jovem bruxo estava em uma recém começada viagem. Há apenas dois dias na estrada. E que perdera sua varinha em uma batalha. Por isso se vira obrigado a improvisar, com alguns galhos e pelos de unicórnio. Obviamente, sua tentativa fracassou, mas como explicara a Salazar, ele estivera desesperado. O porque perdera sua antiga varinha e por que estava na estrada, quando era visível que tinha uma casa confortável em algum lugar não muito longe dali, é uma história que por enquanto, nem vocês nem Salazar saberão. E antes que me perguntem, também ainda não é hora de divulgar o porque Salazar estava na estrada. Essas histórias, como toda boa história, será contada quando assim for a hora. Por enquanto, tudo o que sabemos é que os dois bruxos voltaram para a cidade, onde Godric se hospedou na mesma estalagem que Salazar estava e é onde nós os deixaremos por hoje, ansiosos pelo desenrolar dos fatos.


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COmentem bjs!!
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Re: [FIC] Firmamento

Post by Bayma »

Meu amorzinho, esse é o segundo conto que vc me deixa esperando :evil:
Quero que vc poste logo nesse e no outro dos Marotos pls...
Estarei esperando....
Bjao!!!!
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