Ambas percorreram o jardim, em direção à torre isolada onde, por indícios óbvios, era denominado de “Corujal” e onde encontrariam suas corujas, Hakon e Eilen. Apesar de estar anoitecendo, obviamente poderiam ficar até algo próximo de umas 8 da noite pelas redondezas antes de precisarem se retirar para jantar e dormir nos dormitórios.
De acordo com as afirmações do diretor, as corujas seriam bem cuidadas enquanto estivessem nos domínios de Hogwarts, mesmo depois de variadas perguntas de Sigrid a respeito disso. Ao comprarem as corujas, os vendedores deram bastante diretrizes sobre como mantê-las, já que ambas nunca tiveram um animal de estimação para cuidar.
Pelo que Sigrid notava até ali, continuariam a não ter, já que corujas pareciam ser bem independentes e como não poderiam deixa-las em seus dormitórios, continuariam apenas a cuidar uma da outra.
Estava tão excitada em correr por todo aquele gramado, que só foi reparar naquele agrupamento de adolescentes, quando subia as escadas e deparava-se com eles lá dentro.
Além disso, o cheiro gostoso da relva que ressecava-se no outono era substituído pelo cheiro não agradável do Corujal. Ao analisar melhor o local onde encontrava-se os quatro adolescentes, percebia os dejetos das corujas que se acumulavam pelo chão e alguns pelas paredes.
”Belo tratamento estão dando às corujas... belo...”, pensava, ligeiramente sarcástica, ao encarar o caminho imundo que teriam de fazer para encontrar Hakon e Eilen.
Enquanto analisava, ouvia uma conversa entre as pessoas presentes, mas sem compreender exatamente do que falavam. Quando erguera os olhos do chão, o garoto, o primeiro a notar a presença delas e que Sigrid fingira ignorar o olhar, observava meio confuso uma coruja que estava nos braços de uma garota ao seu lado.
A garota tinha um ar elegante, falando alguma coisa e seu sotaque era diferente do que estavam ouvindo desde a noite anterior. Lembrava-se vagamente... poderia ser francês, mas aprenderam essa língua durante pouco tempo, por isso não era tão “fluente” quanto o inglês.
Um garoto de aparência estranha com um ar de sonhador encontrava-se meio alheio ao mundo, falando coisas que pareciam ser ao vento, enquanto outro encarava com ar entediado o que ocorria à um canto.
Observara Lenna com ar intrigado. Pelas aulas de etiqueta, precisavam saudar formalmente às pessoas, antes de continuarem seus afazeres. Mas o Corujal não era exatamente “o local indicado” para isso.